Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 71
Capítulo 71


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde girls! Espero que gostem! ;)



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Santana sentia o coração bater cada vez mais acelerado conforme o tempo passava e o carro andava. Que idiotice! Em qual momento ela deixou de ser aquela garota durona, coração de pedra? Ela sabia a resposta: Assim que o amor, amor de verdade, apareceu na vida dela! Primeiro com Britt, fazendo-a descobrir-se como realmente era. O amor continuou, mas a distancia fez a relação ficar incerta, e diante disso, o melhor que ela fez para evitar sofrimento, foi terminar o namoro. Tinha medo de sofrer e acabou sofrendo mais ainda com a separação.

Quando achava que ia enlouquecer com seus pensamentos em Britt e seu novo namorado e a surpreendente recuperação sem muito sofrimento do rompimento delas, Jessica, seu raio de sol apareceu. Apareceu quando ela menos acreditava, iluminou seus dias nublados, lhe fez companhia e a ajudou a superar seu medo de tempestades. Aquela ruiva fazia milagres! Tão linda, por dentro e por fora, aparentemente tão frágil, mas uma menina de muita força e fibra, coisa que ela foi descobrindo com o tempo. De onde vinha tanta doçura numa menina que já tinha tido seu coração machucado de forma tão brusca? Santana não achava justo pensar no quanto ela tinha sido uma vadia com todos que convivia nos últimos anos, com a justificativa de ter raiva por de quem era, por gostar de garotas e negar isso a si mesma, enquanto Jessie demonstrava sempre ter tido uma vida perfeita, o que já se mostrava ser bem o contrário. Uma hora, aquela estrutura tinha que se desmoronar! A latina pensava se a namorada já estava bem... se tinha superado a culpa e as paranoias que estava sentindo, se tinha superado seu amor por ela. Isso fazia seu coração apertar, e ela balançou a cabeça, como se pudesse expulsar aquele pensamento da mente com esse simples movimento. Percebeu que o motorista falava com ela, e só então voltou a realidade.

– Desculpe... o senhor falou comigo?

– São 50 reais! Chegamos moça!

– Ahh sim... só tenho dólares... – ela deu de ombros tentando lembrar quando foi a ultima vez que ficou sabendo a cotação dessa moeda.

– Ok... são 25 dólares! – o taxista não era bobo, percebera que a garota parecia apreensiva, parecia que tinha atravessado a fronteira, só que ao contrário. Estava no Brasil, mas parecia ter resolvido tudo com pressa. Pegou as notas que a garota lhe estendeu. Desceu do carro a ajudando com as malas.

Santana saiu do carro com o coração disparado. Leu: “Lar Joana D’arc” na fachada do prédio de construção antiga, diferente do que ela já tinha visto em Ohio ou em New York. Um jardim com a grama um pouco alta, pronta para cortar. A grade um pouco enferrujada com o tempo. Ela tentava se mover, mas parecia que seus pés estavam grudados na calçada de pedrinhas que formavam um desenho incomum, diferente das calçadas dos lugares que já tinha passado. http://4.bp.blogspot.com/-NM9MFEwPT64/Te7BdysaDkI/AAAAAAAAACM/QpZTNaxLD2I/s1600/FACHADA%2BCASA%2BPRINCIPAL.JPG

O homem do taxi deu-lhe um sinal de comprimento, entrou no carro e partiu, deixando a latina lá, sem saber exatamente o que fazer. Finalmente, tinha chegado ao seus destino. O portão de entrada estava entreaberto. Andava lentamente, apreciando tudo ao redor. Não entendia a si mesma. Agora que chegara, a ansiedade deu lugar para a hesitação. Respirou fundo e subiu a escada de 6 degraus devagar. A porta era grande, de madeira maciça. Ela apertou o interfone. Única coisa que lembrava algo moderno naquela paisagem.

Uma barulheira de crianças empolgadas, uma certa demora e logo a porta abre. Cada segundo que passava, o coração da garota disparava mais. Uma freira baixinha, de rosto redondo e faces rosadas a encara curiosa.

– Pois não?! – ela olha para os óculos escuros, cabelos soltos e short ligeiramente curto da garota e chega a conclusão que ela não é o tipo de garota que vem pedir asilo num orfanato dirigido por freiras.

– Jessica... Bellatrix... They living here? I need to talk... – Santana sentiu todas as palavras fugirem da sua mente quando a porta se abriu. Não conseguia formular frases em inglês, que dirá em português. Ficou encarando a mulher que a observava pensativa e depois abriu um sorriso.

– One moment, please... – fez sinal que a garota esperava e saiu rindo, a latina não entendeu nada, mas na verdade, irmã Sophie sorria porque lembrara de Jessica insistindo para que ela assistisse algumas aulas de inglês, que um dia lhe seria útil.

Santana esperava apreensiva. A mulher tinha lhe entendido, realmente era lá o orfanato. Não sabia o que sentiria, esperava que Jessie aparecesse a qualquer momento. Olhava para todos os lados, esperando aqueles cabelos laranjas surgirem. Ao invés disso viu uma garotinha cantarolando consigo mesma enquanto descia devagar a escada do saguão, ia segurando o corrimão com cuidado. Ficou surpreendida ao perceber o quanto ela se parecia consigo mesma quando era pequena. Estava distraída vendo a menina entretida com os degraus e logo Bellatrix surgiu no seu campo de visão, com um rosto preocupado, incrédulo com o que via.

– Santana! – colocou as mãos na boca – Meu Deus, é você mesma!? – chegou perto da menina e a abraçou apertado.

Ana, quando ouviu esse nome ficou atenta a porta e acelerou sua descida nas escadas e logo estava ao lado de Bellatrix, puxando seu hábito, quando se separaram do abraço.

– Ahh Aninha, que isso menina? – a loira se assustou com o cotoco de gente lhe chamando a atenção – Era pra você estar lá em cima! – ela ralhava com a menina apontando para o alto da escada. Santana tentava entender a conversa.

–Eu fugi... to brincado de esconde-esconde com a Irma Clotilde. – parou de falar e se escondeu atrás da freira quando percebeu que a latina que lhe olhava admirada. Olhou para a mulher e falou baixo, em tom de conspiração.

– Ela que é a Santana? – colocava a mãozinha na boca e olhava de soslaio a garota.

– Sim, é ela... – Bellatrix queria rir da pequena, mas tentava manter a expressão séria.

– Uaau... ela parece mesmo... – agora olhava para a latina com menos vergonha.

– Anaaaaaa! – uma voz cansada soou, e as 3 paradas na porta olharam para o topo da escada. Uma mulher mais velha, parecia o Batman, um morcegão, lá em cima. - Volta já aqui!

A menina viu a mulher e correu para outra direção. Bellatrix gritou para irmã Sophie acudir. Santana via aquilo tudo e se sentia cada vez mais nervosa. Onde estava Jessie? Será que ela tinha mandado sua mãe lhe falar que não queria vê-la? Ela não morava lá?

– Santana, você não sabe como estou surpresa! E feliz por você estar aqui! – a mulher falava sincera – Entre, pegue suas malas.

A latina a obedeceu relutante, não podia ficar lá fora a vida toda. A loira fez sinal para que ela se sentasse numa das cadeiras que havia no saguão, ficavam ao redor da mesa de centro, de madeira.

– Eu vou ser bem sincera Bella... quero muito ver a Jessie... não consigo nem pensar nesse momento... diz, me diz logo que ela não quer me ver e acaba com essa agonia! – a latina já estava tentando encarar o que achava ser a verdade, antes que ela fosse jogada na sua cara com violência.

– Imagine! Você conhece sua namorada! Ela te ama! Nunca ia deixar de querer te ver! – a loira sorria, pensando no que a latina tinha feito. Era surpreendente atravessar os hemisférios. Pensava também que isso até tinha demorado. Sabia que cedo ou tarde as duas dariam um jeito. Ou Jessie fugiria pra New York novamente, ou Santana apareceria naquela porta.

– Então, onde ela está? Como ela está? – a morena falava com um pouco de desespero na voz.

– Ela não está aqui... – ela percebeu a latina se agitar com a resposta – Ela não está aqui nesse momento... – tratou de esclarecer - Saiu, foi dar aulas de inglês num projeto para crianças carentes.

– Aulas de inglês? – Santana abriu um sorriso – Ela está bem? Preciso vê-la – ela se levantava toda agitada.

– Ela está ótima! Tão alegre... Empolgada com as aulas que dá. Sentindo-se realmente útil! – a loira falava e percebia o sorriso da morena murchar um pouco - Esqueceu New York e toda a tristeza que trouxe de lá!

– Ela não está precisando de mim... – olhou pra baixo, tentando disfarçar o desapontamento.

– Pelo contrário, acho que é você que dá forças para ela se levantar todos os dias! Não há um dia sequer que ela não fale de você, ou suspira calada pelos cantos. Até a Aninha já percebeu!

– Aninha é a garotinha? A que parece meu clone?

– Ahh você também acha? – colocou as mãos na cintura com ar de riso - Jessica cismou com isso desde que chegou! Talvez seja por isso que se apegou tanto a menina!

Aninha agora vinha correndo, com a língua de fora, cansada e com uma boneca nas mãos. Sorriu tímida e diminuiu a velocidade conforme se aproximava da latina.

– A irmã Clotilde está muito brava, Ana! A Jessica não vai gostar de saber disso...

– Eu só quer mostrar pra ela! – chegou perto da freira e perguntou – Ela não entende o que eu falo?

– Não... ela fala inglês, aquela língua que a Jess te ensina!

A garotinha então caminhou até a latina e colocou sua boneca no seu colo.

– Her name is Santana, she’s my dool – ela falou toda tímida olhando para o chão, deixando Bellatrix e a latina boquiabertas.

– Quê isso menina! Desde quando você fala assim? – a loira não conseguia conter o riso – Nem português fala direito agora quer falar inglês...

– A Jess que me ensinou... – ela sorria com ar travesso vendo que tinha agradado.

– Espera aí... eu entendi isso mesmo? A boneca dela se chama Santana? – ela olhava confusa e ao mesmo tempo admirada para a boneca. (FOTO http://img1.etsystatic.com/000/0/5393760/il_fullxfull.337390091.jpg?ref=l2 e http://img0.etsystatic.com/000/0/5393760/il_fullxfull.337514498.jpg?ref=l2 eu me empolgo gente...)

– Isso mesmo... essa era a grande discussão que a Jessie e a Ana tinham todo dia... a menina insiste que a boneca chama Clarinha, mas a sua namorada insiste em dizer que ela se parece com você e o nome deve ser Santana – ela balança a cabeça rindo, lembrando da filha parecendo criança quando viu a boneca da menina pela primeira vez. – Mas pelo visto, depois de te ver, a Ana resolveu que ela realmente deve se chamar Santana ... – olhou para a menina que mesmo sem entender o que elas falavam concordou com a cabeça.

– Me ajuda a falar com ela... dizer que a boneca é muito linda e eu agradeço por colocar meu nome! – Santana ficava cada vez mais feliz com o que ouvia, pelo visto, Jessie não a esqueceu em momento algum nesses dias em que ficaram distantes.

Bellatrix ia dizendo as palavras em Português e Santana repetia de modo engraçado, enquanto olhava para a garotinha toda sorridente que parecia pular de felicidade por tê-la agradado.

– Agora vou levar ela embora! – chegou perto da Santana, lhe abraçou sem aviso, pegou a boneca e saiu correndo. Irmã Clotilde a chamava lá de cima ainda, com uma voz de quem está sem vontade de nada.

– Maluquinha essa menina... – a latina ria, aquele abraço tinha sido tão espontâneo, sincero... mas ela não podia se distrair do foco, do seu objetivo. Ficou séria e encarou a freira – Eu vou atrás dela! Quero ver a Jessica!

– Ahhhh mais 2 horinhas e ela já está chegando! Vou te apresentar o lugar e te arrumar um quarto... – a mulher ia se levantando, mas a morena segurou sua mão.

– Por favor, eu quero vê-la agora...não aguento esperar! Ela está muito longe daqui?

– Se você for de ônibus não é tão longe... Mas é loucura! Você não conhece nada e eu não posso sair agora! Preciso resolver algumas pendências do orfanato junto com a Madre Superiora. Não seja teimosa, mais um pouco e seu amor vai estar aqui.

– Eu preciso vê-la – a latina falou pausadamente, pensando que talvez assim, a mulher entendesse a intensidade do que ela dizia – Você não sabe Bella, eu não era assim... sentimental. Mas esses dias longe dela, foram cruéis comigo! Ela não saia da minha cabeça! Mesmo quando eu fechava os olhos, via o rosto dela me encarando! Achei que ia enlouquecer!

– Ah eu sinto muito... sei que a maior culpada dessa separação foi eu. Assumo. – ela segurou a mão da garota e encarou aqueles olhos castanhos que parecia aflitos – Mas te juro Santana, não me arrependo de ter feito isso! Apesar do sofrimento, Jessie floresceu, amadureceu aqui! Mesmo em pouco tempo, posso dizer que mudar de ares foi bom pra ela.

– Já passou... – Santana deu de ombros, entristecida – Demorou mas passou... mas eu preciso vê-la! Falar com ela! Por favooor! - fez manha e Bellatrix a olhava pensativa. Devia isso a elas.

– Ok! Vou marcar num papel para você! Pelo amor de Deus minha filha, não vá se perder!

– Eu me viro, eu me viro! – ela se levantava empolgada e seguia a mulher em direção ao escritório para pegar o bloco de anotações.

Bellatrix a orientou, falou o nome do ônibus que ela teria que pegar, deu todas as instruções sobre os coletivos do Brasil, que eles não eram como em New York, pediu umas 10 vezes que ela tomasse cuidado ao andar nas ruas e tentasse ao máximo possível não demonstrar que era de outro país.

A latina ouvia tudo mas nem dava muita atenção, apesar de estar apreensiva só pensava em reencontrar sua ruiva! Lhe abraçar e encher de beijos.

Somente quando a menina se viu sozinha na rua, tantas pessoas indo e vindo é que ela se tocou do que queria fazer. Engoliu em seco e caminhou até o ponto de ônibus mais próximo. Depois de dois circulares passarem, o que Bellatrix tinha indicado para que ela subisse estava chegando e ela se apressou em dar sinal para que ele parasse. Estava um sol forte, e ela ainda vestia seu short e seu salto ligeiramente alto. Não estava preparada pra encarar um busão em São Paulo. Mas isso ela só percebeu quando entrou e notou vários olhares direcionados a ela. Entregou o bilhete que a freira tinha lhe dado, passou pela catraca e notou que o ônibus estava abarrotado, aquelas pessoas todas em pé, sentia-se espremida. Olhava com cara feia para qualquer um que lhe olhasse por muito tempo, principalmente homens. Não estava com paciência para eles depois do que tinha acontecido com ela e sua namorada. O ônibus andava rápido e ela se balançava demais, se agarrou ao ferro que ficava no alto e tentava segurar firme e fazer cara de quem fazia aquilo todo dia.

O veículo parou duas vezes e por sorte algumas pessoas desceram e ela conseguiu correr e garantir um lugar sentada. Estava contando o número de pontos que o ônibus parava. Teria que descer na 10ª parada. Olhava para os lados apreensiva, não tinha sossego, não conseguia apreciar o que se passava lá fora. Só pensava em não errar o caminho. Quando o ônibus parou no 8º ponto, Santana achou que teria um infarto.

Ali, subindo as escadas estava ela. A garota que ela tinha aprendido a amar tão intensamente. Ruiva, cabelos presos num rabo de cavalo alto, short jeans na altura da metade da coxa, um tênis all star preto, uma blusinha solta e uma mochila colorida nas costas. A garota sorriu para o motorista e se direcionou ao cobrador. A latina observava de queixo caído, conseguia sentir seu coração bater na boca. De repente, os olhares se cruzaram e o mundo ao redor pareceu parar. Aquele momento que as coisas ao redor viram um borrão, tudo se silencia, só dá pra ouvir o coração batendo acelerado.

Jessica abriu a boca numa exclamação muda, só podia ser uma miragem! As coisas estavam saindo do controle! Fingir que Santana estava com ela caminhando pela cidade era uma coisa, agora, entrar no ônibus e vê-la sentada de forma tão real já era loucura. Pensou que estava na hora de contar isso a Dra. Beth. Caminhou devagar, parecendo um bicho desconfiado. A garota que lembrava muito Santana estava com um lugar livre ao seu lado. Ela iria sentar lá e tentar encostar nela, constatar que era imaginação, loucura. Quando estava prestes a chegar, um homem gordão, todo suado que estava em sua frente, sentou no lugar que ela pretendia e esmagou a morena contra a janela do ônibus. Seria engraçado, se não tivesse sido triste.

Jess ficou em pé, e não conseguia ver nada ao redor, só olhava para aquela garota, que mesmo quase esmagada sorria para ela, se estivesse um pouco mais perto, podia jurar que ela parecia chorar. Andaram por mais duas paradas na mesma situação, somente naquela troca muda de olhares, corações disparados, até que a ruiva teve uma ideia e fez sinal com a cabeça para que a garota a seguisse. Santana se levantou com alguma dificuldade e conseguiu passar pelo homem ao seu lado, correu atrás da ruiva e desceu do ônibus. Estavam numa avenida movimentada e do outro lado da rua, um parque, repleto de árvores aparecia em meio a toda aquela névoa cinza que pairava no céu.

Ficaram se olhando, mudas, deslumbradas. Santana não resistiu e começou a chorar. Chorava como criança olhando para a garota parada a sua frente, que a observava intrigada. Ainda estava desconfiada de estar enlouquecendo.

– Santana, é você mesmo, meu amor? – ela falou com medo de ouvir um não. Aquilo tudo era tão irreal. A latina, no Brasil, em São Paulo, dentro de um ônibus lotado.

A garota apenas fez sinal de afirmativo com a cabeça e enlaçou seus braços ao redor da ruiva que correspondeu ao abraço apertado, sentindo a respiração quente da latina no seu pescoço. Não importava onde estavam, que horas eram, quem passava por lá. Tudo que importava no mundo agora eram elas. Tudo era silencio. E naquele abraço, ambas se sentiam seguras.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram do reencontro inusitado?



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