No dia seguinte, Santana acordou antes das amigas e agradeceu por isso. Se olhou no espelho e lamentou os olhos vermelhos que ainda restavam num rosto cansado, depois da choradeira da noite anterior. Ela havia se apegado tão rápido a namorada, que agora tinha esquecido como era viver sem ela, ou o quem ela era antes de Jessie.

Tomou um Danone devagar, sentada na mesa, se sentindo a mais solitária das pessoas. Kurt tinha se arranjado com Adam, Quinn e Rachel estavam no caminho, e ela lá, sozinha. As coisas tinham se invertido. Mas ela não queria pensar nisso, não queria pensar que nos próximos dias, sabe-se lá até quando, estaria assim, sozinha.

Decidiu ir correr no parque, mais uma vez. No dia anterior, a ideia tinha funcionado e ajudara a pensar melhor em tudo, talvez hoje ajudasse também. Lembrou que mais tarde tinha aula de dança. Decidira voltar. Havia pedido para Rachel avisar na Universidade o motivo de sua ausência, diante dos acontecimentos anteriores, mas agora ela voltaria. Não que agora as coisas estivessem bem, mas a vida tinha que continuar. Pegou tudo que precisava e foi pra rua. Deixando o celular pra trás de propósito. Quem sabe assim ela parava de olhar pra ele de 5 em 5 minutos, na esperança de receber alguma mensagem da ruiva.

XXX

Jessica estava no seu quarto, deitada na cama, celular em mãos, com um ar pensativo. Olhava sua foto com Santana e sentia o coração apertar ao lembrar daquele dia. Estava numa discussão cruel consigo mesma, sobre entrar em contato com a namorada, ou deixa-la em paz, vivendo sua vida. Ao mesmo tempo que estava se sentindo melhor no orfanato, com várias distrações, quando ela se via sozinha em seu quarto, era para a latina que seus pensamentos corriam. Dormir relembrando seus momentos com ela, era o único jeito de pegar no sono. Relembrava a ultima conversa que tiveram, a infeliz discussão e afundava o rosto no travesseiro, sentindo-se envergonhada por aquela situação. Respirou fundo, o cérebro trabalhando a mil. Liga, liga, liga... E ela discou, sentindo o coração bater na boca. Uma tentativa. Caiu na caixa postal. Mais uma...só umazinha! Ela tentava entrar num acordo consigo mesma e mais uma vez, a ligação só chamava.

Desligou frustrada. Sentindo-se pior do que antes. Pensando nas mil possibilidades pra Santana não ter atendido. E apesar de saber que poderiam ter sido várias, a única que soava mais alta é que ela não atendeu por que NÃO QUERIA falar com ela. Sentia as lágrimas arderem no seu rosto. Não iria mais fazer isso. Se a namorada quisesse falar, iria retornar. Isso foi o pensamento que a consolou. Respirou fundo e desceu para falar com sua mãe. Hoje era sua primeira consulta com a psicóloga e mesmo a contragosto, iria enfrentar isso. Tudo por Santana...

XXX

Quinn e Rachel acordaram com o barulho do celular de Santana tocando, que mesmo de porta fechada, incomodava. A pessoa que estava ligando devia estar desesperada. Elas não se importaram, achando que a amiga estava em casa. Sentiam uma preguiça imensa de se levantarem. Ficar na cama abraçadinhas era bem melhor. Sem pensar no mundo, sem pensar o futuro, sem pensar em nada!

Rachel se lembrava da noite passada a todo momento e sentia seu rosto esquentar. Dormira se sentindo leve, como a muito tempo não sentia. Talvez, nunca havia se sentido realmente assim. Quinn fora maravilhosa e sua admiração e carinho por ela só aumentaram depois do que tinham feito. Depois daquele ato que pra ela, era muito significativo. A união de dois corpos, sentir-se completa. Olhou para a loira que estava virada de frente pra ela, deitada de lado na cama e a olhava com um sorriso leve.

– Bom dia, dorminhoca! – Rachel lhe deu um beijo na ponta do nariz perfeitamente esculpido, que um dia invejara na escola.

– Bom dia... – sua voz estava mais rouca que o normal, efeito de ter acabado de acordar.

Continuaram lá, olhando-se, enquanto Quinn fazia carinho nas costas da morena, quase adormecendo novamente. Rachel criou coragem e decidiu falar.

– Quinn... preciso de um banho... – ela falou, fingindo despreocupação – Quer vir comigo?

Ao ouvir isso, o sono que restava na loira foi embora a jato. Ela arregalou os olhos e um sorriso sacana apareceu no seu rosto e aumentou mais ainda ao ver a expressão tímida da morena, que tentava disfarçar a vergonha com um olhar confiante.

– Preciso responder? – a loira sorriu e jogou seu corpo sobre a morena que ainda estava nua e começou a beijar seus lábios com carinho enquanto suas mãos passeavam lentamente pelo seu corpo que já começava a esquentar. Parou e ficou olhando Rachel que estava com cara de “quero mais” – Vem, vou te dar um banho caprichado! – ela se levantou e abriu a porta devagar.

Olhou em direção ao quarto de Santana e viu a porta aberta, mas a latina não estava em nenhum lugar. Devia ter ido se exercitar, ela torceu pra que fosse isso. Rachel a abraçou por trás, apoiou a cabeça nas costas da loira e respirou fundo, sentindo uma paz que não sentia a muito tempo.

– Estamos a sós... – a loira deu um sorriso, colocando a língua entre os dentes e correu semi nua, arrastando Rachel já pelada para o banheiro.

A morena fechou a porta atrás de si e deu um sorriso travesso, sentindo-se exposta na claridade do banheiro. Olhou pra Quinn, só de calcinha, que retribuía o olhar e esperava sua próxima atitude.

– Tira logo essa calcinha... – Rachel tentou falar com autoridade pra loira que apenas riu.

– Se está incomodada, vem tirar! – fez um olhar insolente e deu uma voltinha rebolando.

– Você que pediu! - Rachel fez uma cara de menina mimada contrariada, se aproximou da loira puxando-a pela cintura, já tascando um beijo urgente, molhado, cheio de desejo.

Beijaram-se até sentir o corpo ficar em chamas. A morena aproveitava e deslizava sua mão pelo corpo claro, delicado, de pernas torneadas e bumbum irresistível da loira, que se deixava levar, animada com o desprendimento dela. As duas estavam entregues ao momento quando Rachel colocou suas mãos nas laterais da calcinha da loira, e enquanto mordia os lábios com desejo, ia abaixando a peça devagar, descendo e dando beijos pelo abdômen e ventre da loira. Voltou a subir, com um sorriso, enlaçou seus braços no pescoço dela.

– Você é tão linda... seu corpo é quase um convite para o pecado Quinn Fabray... – ela sussurrou e depois mordiscou de leve a orelha da loira, que sentiu os pelos da sua nuca arrepiarem com essas palavras.

Se separou um pouco, olhando a garota que a observava esperando o próximo passo. Queria tudo devagar, queria que Rachel comandasse. Mais uma vez, a morena a surpreendeu com a proposta.

– A banheira... – ela indicou com a cabeça – É grande o suficiente para dois corpos ficarem bem apertadinhos dentro – ela se encaminhou e ligou o registro, fazendo a água morna começar a preencher o vazio – Quero que você seja minha nela...

– Já sou sua... – Quinn foi até ela e lhe deu um beijo na testa.

– Vai ser totalmente... como fui sua ontem! – ela falou com voz decidida, sem deixar a meiguice de lado ao olhar para baixo, tímida ao se lembrar de horas atrás.

– Você é quem manda... – a loira fez sinal de rendição com as mãos e ficou observando a morena que parecia estar pensando em várias coisas, de repente deu de ombros e a olhou sorridente.

– Vem, entra comigo! – puxou a mão da garota e entrou na banheira, indicando para a loira sentar no lado contrário, era realmente apertada, o tamanho exato. Uma de frente para a outra, as pernas esticadas faziam elas irem mais a frente, até que estavam quase grudadas no meio dela. Sentiram suas intimidades se tocarem e uma corrente elétrica passou pelos olhos de ambas e em meio a sorrisos, começaram a se beijar devagar, as mãos passeando pelos corpos ensaboados, escorregadios. Rachel desceu seus beijos para o colo da loira, leves sugadas em sua clavícula, suas mãos, depois de muito passearem acabaram pousando num dos seios da loira que deu um leve suspiro jogando a cabeça para trás. A morena parecia a vontade, movida pelo desejo, começou a dar leves beijos ao redor dos mamilos, passava a língua nos bicos já arrepiados de prazer e adorava a sensação que estava proporcionando e a que também sentia. Quinn movia seu quadril devagar, fazendo as intimidades de ambas ficarem num encaixe perfeito e começarem a ter um atrito muito excitante.

Ambas sentiam o coração disparado, a água da banheira parecia que ia entrar em ebulição a qualquer momento, tamanho o calor que elas sentiam emanar de seus corpos. Ficaram se movendo, sentindo-se completas, um prazer inebriante, até que não resistiram e depois de muitos beijos e toques chegaram ao clímax juntas, abraçadas, sentindo a respiração e os corações batendo com um só.

Rachel parecia insaciável, nem bem se recuperou e já estava beijando os lábios de Quinn novamente. A loira correspondia totalmente satisfeita, vendo a garota plena, colocando pra fora todo o prazer que vinham contendo. Estava extravasando e isso era bom para ambas. A morena desceu seus lábios para o pescoço alvo dela e dava beijos e sugadas que faziam Quinn gemer baixo, sentindo seu corpo todo se esquentar novamente. A mão da morena percorria todo o corpo dela, sentindo cada pedacinho, explorando cada marca, cada pinta. Com os lábios, ela agora voltava a dar atenção aos seios da garota, que subiam e desciam no ritmo da sua respiração acelerada. Rachel então criou coragem pra fazer o que realmente estava com vontade desde o começo, parou encarando a expressão de interrogação da loira e vagarosamente desceu sua mão até sentir sua intimidade quente, pulsante de prazer. Quinn suspirou alto, sentindo os dedos da morena massagearem seu núcleo, mais sensível do que nunca naquele momento. Os movimentos começaram hesitantes e começaram a aumentar de intensidade, conforme a garota observava a loira que ora fechava os olhos, ora mordia os lábios com a cabeça jogada pra trás. Sua outra mão segurava Quinn pelas costas, fazendo com que seus corpos continuassem unidos, completos.

– Tô fazendo certo meu bem? – Rachel sussurrou no ouvido da loira enquanto seus dedos exploravam aquela parte quente, sentindo um prazer imenso vendo o que proporcionava a Quinn e a si mesma. A garota apenas deu um aceno com a cabeça e gemeu baixo, fazendo a morena se excitar mais ainda ao senti-la ficar cada vez mais lubrificada.

– Mais rápido...faz mais rápido... – ela falou quase implorando, segurando na nuca de Rachel, olhando firme nos olhos dela, que prontamente acelerou os movimentos e viu uma cara de satisfação da loira que voz ofegante pediu: - Me faz sua Rach... rápidooo...

A morena percebia o quanto a garota estava excitada e penetrou um dedo com cuidado na loira, observando sua expressão de contentamento enquanto mexia os quadris, sentindo aquilo dentro dela. Variava a rapidez dos movimentos, enquanto conseguia massagear seu clitóris com o polegar. Percebia que a qualquer momento a loira viria em seus dedos... ela a puxava contra si e gemia cada vez mais alto enquanto também tinha uma das mãos no núcleo de Rachel e a fazia sentir-se indo ao paraíso. Quando a morena percebeu que Quinn estava quase lá, não se conteve e introduziu mais um dedo, fazendo um movimento de entra e sai mais rápido, enquanto beijava e sugava seus seios.

O teor de prazer estava no auge, ambas não se aguentaram e chegaram ao orgasmo juntas, movendo os quadris, fazendo a água da banheira se derramar pelo chão enquanto ambas sentiam outro fluido derramar-se em seus dedos.

Olhavam-se ofegantes e um pouco envergonhadas... Um sorriso de satisfação enorme no rosto de ambas...

– Agora, nos pertencemos... – Quinn juntou seus corpos em outro abraço e sussurrou no ouvido da morena e a viu sorrir satisfeita.

– Consegui...? – Rachel perguntou encabulada.

– Meu Deus, você ainda pergunta? Olha a minha cara! Meu estado! – ela fazia carinho no rosto da morena que sorria – Se eu não te conhecesse, diria que você me enganou e já fez isso antes!

– Sério? – ela parecia feliz ao ouvir isso. Dar prazer para quem se gosta é um desejo de qualquer um – Eu só segui meus instintos... – deu de ombros.

– Seus instintos são ótimos, amor! – a loira sorriu com cara de sacana – Agora vem, vamos pro chuveiro tomar um banho de verdade...

O banho demorou mais que o normal porque sempre se empolgavam nos carinhos, mas ambas mesmo sem assumir, sentiam-se famintas... Não haviam jantado e já devia passar das 11 da manhã. Toda aquela maratona de prazer dava mais fome ainda. Se vestiram enquanto conversavam e por vezes se olhavam um pouco tímidas, desacreditando no que finalmente havia acontecido. Foram para a cozinha e só então encontraram o celular de Santana no balcão, que piscava, indicando alguma atividade.

– Ué... ela esqueceu o celular? – Quinn olhou para o objeto e curiosa foi ver a ligação perdida e fez cara de espanto – É a Jessica... ela ligou pra San.

– Ai Quinn, eu sabia! Eu sabia que ela ia ligar! – Rachel já se animava.

– Não acho que seja bom Santana saber disso...

– Como assim? Ela precisa! Ela espera por isso, eu sei, eu esperaria! – Rachel a olhava confusa, não acreditando no que a loira falava.

– Ela está bem... tentando tocar a vida e Jessie fazendo o mesmo. É melhor não se comunicarem... fazem só 2 dias! Bellatrix queria que elas ficassem distantes um pouco.

– Mais de 7 mil quilômetros não são distância suficiente pra você? – ela estava indignada pensando no que Quinn parecia prestes a fazer.

– Você entendeu... isso vai fazer as duas amadurecerem! – ela viu Rachel com a boca aberta, prestes a falar alguma coisa – Não faz essa cara, não sou um monstro! – ela então, com alguns toques, apagou o histórico de 2 ligações da ruiva do celular da amiga.

– Depois disso que acabei de ver, começo a ter minhas dúvidas... – a morena falou chateada, pegando seu lanche, indo se sentar no sofá, em claro sinal que queria ficar longe de Quinn naquele momento.