Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 61
Capítulo 61


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda! Desculpem a demora! Espero que gostem! O drama vai acabar! O amor vai voltar a ficar no ar (ele nunca se foi, só tava meio misturado com outras poluições) ;)



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– Vou levar Jessica comigo, de volta para o Brasil! – a loira falou decidida e Maribel a olhava espantada.

– Mas Bella...creio que isso não seja uma decisão que você possa tomar sozinha! – a mulher já pensava nas consequências que isso traria para a filha – Jessica não é mais criança, ela vai se quiser.

– Eu já demorei demais pra chegar a essa conclusão. O melhor lugar pra minha filha se recuperar é perto de mim! – ela explicava com um olhar desanimado – Ela não consegue encarar isso sozinha e nem eu consigo ter paz sabendo que meu bebê está nessas condições!

– Ela tem amigos agora, fique mais um tempo com ela aqui e isso se resolve!

– Eu não posso... eu tenho minhas obrigações no orfanato. Amo minha filha, fiz e faço tudo por ela, mas também gosto das crianças e das outras freiras que lá estão, mulheres que um dia me deram abrigo sem pedir maiores explicações. Não posso abandoná-las. – ela tentava mostrar sua situação para Maribel – E além de tudo isso, elas não sabem que eu tenho uma filha!

– Como ainda não descobriram? – a mulher ficava imaginando como essa história confusa tinha começado – Sua filha é mais importante! Fique com ela até sentir-se segura para ir!

– O problema aqui não é ela, ou as companhias e sim o ambiente. Esse apartamento, as ruas, o lugar onde ela trabalha. Tudo faz lembrar desses acontecimentos infelizes e trágicos. É algo que sempre vai reabrir a ferida! Eu devia ter feito isso antes, assim que houve o acidente com a Lola!

– Tudo tem sua razão... talvez o destino dela é ficar aqui, construir uma vida aqui!

– Ora Maribel! Eu te conheço a 2 dias, mas tenho certeza que em algum momento você pensou em levar sua filha embora com você também! – Bellatrix se mostrava mais exaltada agora, achava que teria apoio da outra mulher para levar a filha – É instinto, querer trazer o filho pra baixo da sua asa.

– Minha Santana... – Maribel balançava a cabeça pensativa – É claro que pensei nisso e muito! Todos os dias quando vou dormir rezo para minha filha que está nessa cidade. Peço que só o melhor lhe aconteça. Mas você sabe, a mais tempo que eu, que criamos os filhos para o mundo! E sei que minha filha está feliz aqui! Voltar para Ohio seria como cortar suas asas recém adquiridas!

– Isso não é uma decisão a ser discutida, o melhor agora para Jessica é ir para o Brasil comigo, distrair a cabeça. As meninas terão que lidar com a distancia!

– Bella...isso seria tão cruel... – a latina entendia o lado de Bella como mãe em querer proteger e manter a filha próxima, mas pensava também na própria filha que já se mostrava tão dependente da namorada.

O celular de Maribel começou a tocar e ela viu com alívio que era Santana. Atendeu e a filha, depois de contar que Jessie estava fora de perigo, pediu para falar com Bella que já respirava aliviada ao entender a conversa.

Ela acordou... está tão bem! – Santana falava orgulhosa.

– Deus seja louvado minha filha! Vou estar aí num instante! – ela já corria para o quarto enquanto falava no celular e procurava algo pra vestir.

– Ela acordou faminta e tranquila. Agora já comeu e tá me olhando com cara de quem venceu uma guerra – a latina sorria para a namorada que olhava atenta para a conversa com a cabeça tombada no travesseiro – Sim, vou passar pra ela! – entregou o celular para mãe e filha conversarem.

Mãe...me desculpe... – a ruiva falou baixinho assim que pegou o celular – Santana me disse o que aconteceu. Eu não lembro bem, mas não quis fazer de propósito...

– Isso já passou meu bem! O importante é que você está aí e está bem! Vou me arrumar e logo apareço no hospital!

– Mãe, descanse... Santana disse que você ficou a noite toda acordada aqui... Eu também estou com sono... – falava com a voz fraca.

Filha, se você prefere chego um pouco depois, lhe dou um tempo para a soneca! Santana está cuidando bem de você?

– Sim, como um anjo! – a ruiva sorriu para a latina que estava sentada na beirada da cama e tentava ouvir a conversa curiosa – Mãe... e esse quarto de hospital? Como vamos pagar? – ela perguntava preocupada, só agora tinha colocado reparo que estava num quarto particular.

– Pergunte a Santana! Como você disse, ela é um anjo!

– Eu não acredito... – ela falava olhando pra namorada que fazia uma cara inocente – Como você vai pagar isso sua doida? Eu só dou trabalho mesmo – balançava a cabeça inconformada.

– Não pense nisso agora! Daremos um jeito! O importante é você estar bem! – a mãe falou – Ficamos combinadas dessa maneira então! Você descansa e quando acordar estarei aí, ao seu lado!

– Tá bom... farei isso! – deu um sorriso triste – Amo você mãe! Desculpe se não sou forte como você e lhe decepcionei...

Eu não quero mais ouvir desculpas! Você não é forte como eu, é mais que isso! Ninguém, muito menos você, tem culpa do que lhe aconteceu! Agora vai dormir e tenha bons sonhos!

– Amo você... – a ruiva falou um pouco mais alegre e desligou o celular, entregando-o para Santana que continuou sentada, sem falar nada, apenas a observando.

– Que foi? – a ruiva perguntou curiosa.

– Apenas feliz por te ver conversando assim... deixando de ser monossilábica... – ela fez um carinho no rosto ainda machucado da ruiva.

– Posso pedir uma coisa? – ela fez uma cara séria e Santana assentiu prontamente, preparada para qualquer exigência – Me leva pra fazer xixi? – Jessie caiu na gargalhada ao ver o rosto da namorada se aliviar pelo simples pedido.

– Como você é tonta... – balançou a cabeça e se levantou, pegando o suporte do soro – Achei que ia me pedir sei lá, um pedaço da lua, pó das estrelas...

– Eu talvez peça isso um dia...não me dê ideias! – ela sorria enquanto se sentava na cama com a ajuda da latina e depois colocava os pés no chão vagarosamente – Mas no momento, um xixizinho já me deixa feliz! – andou alguns passos e fez uma careta de dor que Santana não deixou passar.

– Tá sentindo alguma coisa? Quer que eu chame a enfermeira!? – ela olhava a garota de cima abaixo.

– Tá tudo bem... só uma cólica desconfortável. Um gosto amargo na boca...– fez uma careta.

Santana a acompanhou até o banheiro e fez tudo, até abaixar sua calcinha.

– Huuum vestido sexy esse do hospital... Com a bundinha de fora – a latina provocou enquanto segurava o soro da ruiva , e encostada na parede a observava com uma expressão feliz.

– Você não perde nada Santana...- ela balançou a cabeça com ar de riso – Espero não ter que usar um desses de novo tão cedo!

– Nem fale nisso... a próxima agora só quando você tiver nosso bebê! – a morena foi longe, surpreendendo até a si mesma com essa hipótese.

Jessie ficou muda pensando no que a latina falou. Nunca tinha pensado nisso e nem queria pensar ainda. Santana viu a cara dela e tratou logo de tentar mudar de assunto.

– E aí, terminou? – a ruiva concordou e lhe ajudou novamente. Era melhor deixar esse papo de bebê pra lá.

Voltaram para o quarto e ambas pareciam muito felizes. A morena não se continha em si ao olhar para a ruiva e ver que aqueles dias nublados pareciam ter sido esquecidos, o brilho no olhar parecia estar voltando. Jessie se deitou novamente e adormeceu devagar enquanto Santana lhe fazia carinho no rosto e nos cabelos e cantarolava baixinho.

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O celular não parava de tocar e mesmo o sono pesado de Quinn não a impediu de acordar com tanta insistência. Pulou da cama quando olhou o visor e viu que era seu advogado chamando.

– A... Alô! – ela atendeu hesitante, com a voz baixa para não acordar Rachel.

– Quinn Fabray? – o homem do outro lado da linha falou e ao ouvir uma confirmação do outra lado da linha continuou – Creio que tenho boas notícias para você!

– Ah não me diga que já... – ela começou a falar sentindo seu coração bater mais rápido.

– Isso aí! Não gosto de fazer suspense mocinha! Você venceu a causa! Você e seu áudio poderoso que provava que o professorzinho não era inocente! – o advogado falou animado.

– AHHHHHHHHHHHHH – a loira não pode conter o grito enquanto se levantava. Rachel acordou assustada nessa hora, achando que mais alguém tinha tentado se matar. Olhava confusa para os lados e viu Quinn lhe soprando um beijo – Eu não consigo acreditar que foi tão rápido! – ela falava animada com o homem do outro lado da linha e sentia um peso sair das suas costas.

– Pois eu não brinco em serviço senhorita! Quero que venha ao meu escritório ainda hoje para assinar alguns papéis. A Universidade de Yale já mandou seus documentos para que você possa solicitar sua transferência, como era do seu interesse!

– Não acredito! Muito obrigada! Muito obrigada mesmo! – ela falava se sentindo realmente grata – E graças a Deus não vou precisar olhar praquele homem novamente!

– Não mesmo! Mantenha-se longe de encrencas! – o advogado falou de um jeito divertido, pois havia sido contagiado pela alegria da loira em saber que estava “livre”. – Aguardo você a tarde! As 15 horas está bom pra você?

– Está ótimo! Estarei aí! Mais uma vez, obrigada! – ela quase gritava de alegria no celular.

Desligou o aparelho e encarou a morena que lhe olhava atordoada, ainda com cara de sono. Não pensou muito e pulou em cima dela que deu um gritinho agudo fazendo drama.

– Estou livre Rach! – ela pulava na cama e abraçava a garota que começava a sorrir vendo tanta alegria – Aquele filho da puta se ferrou! Ele não se safou dessa vez!

– Ahh Quinn, mal posso acreditar! Você parece até mais leve agora, mesmo pulando em cima de mim e quase esmagando meus ossos! – ela provocou – E agora, o que mais falta?

– Só assinar papéis eeeee.... – ela fez uma pausa para o suspense – Fazer o meu teste para a Jiulliard! – falou alto e Rachel bateu palmas demonstrando animação pela decisão da amiga e começou a pular de joelhos na cama também.

– Temos que comemorar Quinn! Precisamos festejar! – ela falava abraçando a loira que estava de riso frouxo.

– Sim, quero muito comemorar com você meu bem... – ela parou de pular e fez um rosto mais sério, segurando o rosto da morena com as duas mãos – Vamos comemorar muito! – ela sorriu e deu um selinho demorado em Rachel – Mas antes, não posso evitar, preciso saber se a Jessica acordou!

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Santana dava um cochilo leve no sofá do quarto, estava alerta a qualquer barulho estranho, não queria que nada atrapalhasse o sono da sua amada que dormia tranquilamente. Alguém bateu na porta e ela levantou de um salto, alerta. Era o médico fazendo sua visita matinal nos quartos. A latina não gostou muito mas ele precisou acordar a ruiva para conversar um pouco. Jessie acordou tranquila e deixou que ele a examinasse e respondeu algumas perguntas que ele fazia. O homem tentava analisar também o estado psicológico da garota procurando entender o que tinha acontecido. Sua impressão foi de que ela aparentemente estava calma, dava alguns sorrisos quando olhava para a morena que a acompanhava e parecia realmente feliz.

Os três conversavam quando Bellatrix bateu na porta e com uma espiada viu que podia entrar. Correu para a filha deitada na cama e a abraçou apertado. Só depois cumprimentou Santana com um abraço também e depois olhou para o médico. Sentia-se muito contente ao vê-la sorrir e começou a sorrir também.

– A senhora é mãe da Jessica? – o medico perguntou já sabendo a resposta.

– Sim! – ela falou o encarando curiosa – Como ela está? Tudo bem? 100% recuperada?

– Bom... creio que precisamos tirar esses pontos –ele indicou o rosto da ruiva- E esse gesso para garantirmos que está recuperada, mas de acordo com meus exames você pode deixar o hospital ainda hoje.

– Eu estou bem...nem parece que engoli uma farmácia inteira essa noite! – a garota tentava descontrair, mas essa piada não fez ninguém sorrir porque lembrar disso causava arrepios.

– Vou falar na frente de todas para que não haja mal entendidos... – o médico fez uma pausa dramática – Vi seu prontuário mocinha e sei onde você conseguiu esses ferimentos que já estão sendo cuidados... mas creio que talvez para o principal machucado vocês não tenham ido atrás de tratamento. – as 3 se entreolharam já sabendo o que ele ia dizer a seguir - Recomendo que você procure uma psicóloga para poder conversar, desabafar... você pode ter sua família mas as vezes conversar com um estranho, que vê a situação de fora, ajuda muito!

– Eu não preciso... – Jessica ia começar a falar quando a mãe a interrompeu.

– Já estou providenciando isso doutor. Pode ficar tranquilo! – olhou para a filha que estava de boca aberta com cara de indignada – Ela vai a psicóloga assim que estiver em condições!

– Jess... – Santana segurou na mão da namorada – Eu concordo com eles, será ótimo para você aceitar esses fatos infelizes que ocorreram e assimilar que nenhum deles foi culpa sua.

– Bom... acho que a minha opinião nesse caso é a que menos vale... – a ruiva deu de ombros emburrada – Ainda estou com sono, posso dormir mais um pouco? – olhou para o médico que fez sinal de afirmativo com a cabeça . De repente tinha sentido preguiça de conversar, ver gente, queria seu mundo de sonhos.

– Pode descansar, irei passar no horário do almoço para te ver novamente e provavelmente lhe darei alta. – o médico era sério, mas era uma homem que se preocupava com seus pacientes. Esperava realmente que a mãe daquela moça seguisse sua recomendação. Acenou para as três e saiu do quarto rumo a outros pacientes.

Bellatrix olhava encantada para a filha que ainda parecia zangada. O importante é que ela estava viva.

– Não adianta mãe... eu sou uma peça quebrada... podem me remendar, mas um dia vou quebrar e não terei mais conserto! A psicóloga só vai fazer uns ajustes, mas nada que me cure da culpa e do trauma que é ver duas vezes quem você ama em perigo e saber que não pode fazer nada para impedir.

– Meu bem... – a latina fazia carinho na sua mão que tinha a agulha do soro injetado – Dói muito quando você diz isso... Sei que seu coração pode estar em pedaços, mas nada disso aconteceu por sua culpa! Infelizmente não podemos controlar as intempéries da vida...são acasos do destino que nos deixam mais fortes para encarar a vida.

– Graças a Deus tenho vocês! Eu não vou mais tentar me matar, a voz foi embora... eu juro, eu juro! – ela parecia estar com medo de pensar em voltar para o divã da Dr. Clarkson.

– Jessica, faço isso pelo seu bem, não seja infantil e colabore com que só quer lhe ajudar! – a loira falava com paciência.

– Bom... eu acho melhor deixar vocês conversando a vontade... vou procurar algo decente pra comer... – a latina queria deixar mãe e filha a sós para se resolverem, se sentia uma intrometida diante dessa discussão – Quer que eu tente contrabandear algo pra você Jessie? - se abaixou e deu um beijo na testa da ruiva que sorriu com o gesto.

– Não...acho melhor não mexer com meu estomago... ainda sinto dores abdominais... - fez uma careta estranha – Mas pode ir, tomar um ar é bom!

– Volto já! – a morena soprou um beijo pra namorada e saiu a passos rápidos.

Bellatrix continuou no quarto com a filha. A enchia de beijos e tentava com muita conversa mostrar que as coisas poderiam melhorar. Sua cabeça estava uma bagunça. Se ela tinha invocado com a ideia de uma psicóloga, qual reação teria quando soubesse que suas consultas seriam bem longe de New York? Longe de Santana? A mulher estava certa da sua decisão. Levaria Jessie consigo para o orfanato. Lá a filha poderia mudar de ares, esquecer lembranças que a faziam sofrer. Santana era um detalhe. Gostava muito dela, mas a filha era mais importante. Se o amor das duas forem forte, ele sobrevive a distância. Ela só precisava saber a hora ideal para dar essa notícia a ruiva.


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Notas finais do capítulo

Meio paradinho né!? Pelo menos Quinn se deu bem! E quem sabe nos próximos capítulos ela e Rachel não resolvam comemorar "de acordo"?



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