Jessie e Santana aproveitaram o domingo dignamente como um casal apaixonado. Depois de caminharem um pouco pela vizinhança enquanto conversavam sobre a vida e a ruiva lhe contava sobre sua conversa com sua mãe, decidiram almoçar num dos restaurantes próximos do bairro. As horas passavam rápido enquanto se divertiam e vira e mexe uma roubava um beijo da outra.

Voltaram pra casa já era 3 da tarde, e Jessie se jogou no sofá. O passeio tinha sido maravilhoso, mas o sol não tinha dado trégua, estavam cansadas. A latina pulou em cima dela no sofá e começou a rir da careta que ela fez.

- Huuum acho que tomei muito sorvete... – Jessie falava abraçando a latina e lhe deu um selinho – Ou será que comi muita lasanha?

- Ou será que foram as duas coisas? – Santana riu e começou um beijo lento, apaixonado. As línguas se encontravam, as mãos da ruiva deslizavam por suas costas. Ficaram assim por incontáveis minutos, num beijo de tirar o fôlego. Pararam pra respirar ofegantes.

- Ainda acho que estou sonhando...- Jessie falou olhando ternamente para os olhos apaixonados que a namorada lhe fazia.

- Então vamos torcer pra nunca acordarmos! – Santana lhe deu um beijo na testa e saiu de cima dela, se sentando no sofá – Quer ver um filme?

- Prefiro ficar olhando pra você – a encarou sincera – Mas, pode ser... Qual filme você quer?

- Qualquer um...desde que não seja de terror! – Santana fez uma careta e a ruiva riu ligando a TV. Colocaram num canal qualquer que tinha filme.

A latina deitou no colo da ruiva e deixou que ela lhe fizesse cafuné.

- San... lembra do nosso primeiro beijo?

- Claro que sim... – a morena a olhou – Você me surpreendeu aquele dia, mas eu já estava quase te agarrando mesmo, não aguentava mais te ver e não te tocar!

- Nosso conto de fadas é o mais lindo... – Jessica falou apaixonada com um ar sonhador.

- Porque tem duas princesas lindas e gostosas! Vamos viver felizes para sempre! – a latina falou empolgada e a ruiva concordou com um sorriso.

- Sabe, nossas correntinhas... – Jessie falava meio timidamente se sentando ao lado dela– Eu não sei se você acredita nisso, mas eu sim... – Santana a olhava curiosa – Bom, depois que eu as comprei, dei uma passadinha na Igreja aqui perto e pedi para o padre abençoá-las.

- Own, que lindo! – a morena fazia um olhar encantado pra ela – Não vejo problema algum em  termos fé que algo esteja nos protegendo, olhando por nós... – ela deu um sorrisinho – Mas você disse pra ele que era pra sua namoradA?

- Eu disse! Ele se lembra de mim! No primeiro ano em que eu estava aqui e minha mãe veio me visitar, eu a levei para conhecer a igreja e ele já estava lá. Ficaram conversando um tempão, fizeram amizade... E também já o visitei bastante para conversar. Eu era muito sozinha – deu de ombros – e só a psicóloga não ajudava. Ele é jovem, não tem tantos preconceitos e ficou feliz por eu lhe contar que agora estava namorando.

- Então agora temos a benção divina? – Santana falou pegando seu pingente e lhe dando um beijinho.

- Sim, ninguém pode nos deter! – a ruiva se jogou nos braços da namorada lhe apertando num abraço e as duas começaram a rir.

Não tinha motivo, era só alegria por estarem juntas.

A tarde passou rápida, as meninas acabaram tirando um cochilo depois que o filme acabou e acordaram assustadas, achando que estavam atrasadas para o trabalho.

Jessica tomou um banho enquanto Santana esquentava as sobras do macarrão do dia anterior para jantarem. Comeram juntas, cheias de carinho uma com a outra, depois foi a vez da latina ir para o chuveiro enquanto a ruiva dava uma ordem na casa que estava cheia de velas espalhadas do dia anterior. Ela mais uma vez lembrou do que aprontaram naquele tapete e ficou vermelha pensando que precisava repetir mais vezes.

- San... – ela entrou no  quarto e observava a latina se trocar e penteava o cabelo – Você tá lembrada que hoje vamos dançar juntas no balcão? Tenho uma música perfeita pra gente!

- Nossa, eu tinha esquecido! – deu um sorriso safado – É hoje que aquilo pega fogo! – foi em direção a ruiva, segurando sua cintura e lhe deu um beijo rápido.

- Te amo tanto... – ela falou com devoção e deitou a cabeça no ombro da morena que afagou seus cabelos soltos.

- Eu também te amo... – ela sussurrou com ternura.

- Acho que é melhor irmos... Ninguém merece trabalhar de domingo! – Jessie se separou relutante do abraço – Mas amanhã pelo menos o bar não abre...

Trancaram as portas e partiram pra mais um dia. Foram conversando animadamente e a ruiva contou pra namorada seus planos de fazer uma faculdade. Santana se viu empolgada e também começou a pensar que estava na hora dela se decidir por um curso e parar de ser só garçonete em New York. Estava decidido, amanhã tirariam o dia para pesquisarem sobre as Universidades da cidade.

- Quinn também precisa resolver a vida dela... – a latina falava balançando a cabeça lembrando-se do caso da amiga – Assim que ela sair desse enrosco que se meteu com o professor safado!

- E ela e  Rachel? Nem as vimos hoje... – Jessie lembrou das amigas com um sorriso – Espero que estejam aproveitando a noite de domingo com dignidade.

- Amanhã a gente pode ir pentelhar um pouco elas... – Santana fez cara de riso – Adoro vê-las tímidas, disfarçando, fingido que não estão com vontade de se comerem a qualquer momento.

- Acho que Rachel ainda custa a encarar esse sentimento – a ruiva falou pensativa e a namorada concordou.

Chegaram no horário correto e Tracy já estava no bar com mais 3 meninas que abaixavam as cadeiras. Ela veio de encontro as garotas, percebendo seus sorrisos exultantes e logo viu que a folga que tinha lhes dado com certeza havia sido aproveitada de maneira excelente.

Abby já tinha chegado também e parecia estar com uma cara menos feia quando olhava pra Santana, ela até acenou para as duas quando as viu. Jessie retribuiu mas a latina a olhou desconfiada com um simples aceno de cabeça.

Os clientes começaram a chegar. O bar parecia mais lotado que o normal, tinha gente de todo tipo. Homens e mulheres reunidos e tudo parecia bem. Estavam numa correria grande, servindo mesas, outra hora servindo no balcão ou indo buscar coisas no estoque. O olhar das garotas as vezes se cruzavam e elas sorriam apaixonadas.

Jessica reparou que Abby conversava com dois rapazes numa mesa e ria, balançando a cabeça em negação enquanto olhava para o celular de um deles.  Se aproximou curiosa e a garota a vendo falou para os rapazes:

- Olha, pergunta pra ela – deu de ombros.

- Algum problema? – a ruiva sorriu para os moços que pareciam ser boa gente.

- Qual o nome daquela morena lá, que está no balcão? – ele indicou Santana, que estava alucinada, servindo um chopp atrás do outro.

- Huum... Santana Lopez! – ela falou desconfiada para os dois que fizeram cara de “ eu sabia!” – Vocês a conhecem?

- Não pessoalmente... – um deles respondeu com um risinho.

- Eles estavam em dúvida se era a mesma pessoa de um vídeo que eles tem aqui no celular. – Abby explicou – E pelo visto é ela mesmo...

- Que vídeo? – Jessica estava curiosa.

- Você é amiga dela? – o rapaz com o celular na mão perguntou.

- Sou namorada. – ela falou séria e eles olharam espantados.

- Bom, não é você aqui... – ele virou o visor do celular e ela pode ver Santana numa posição bem sexy numa cama, caindo de boca numa loira. Ambas nuazinhas.

- Ai meu...de onde vocês tiraram isso? – a ruiva sentiu o ciúme e o coração bater rápido. Ver sua Santana daquele jeito com outra mulher chegava a doer.

- Está na internet...em vários sites... – ele deu de ombros – Não querendo faltar com respeito, mas sua namorada é bem gostosa, sou fã dela... já pensei muito nela enquanto estou...

- Tá bom tá bom... já entendi- ela não queria ouvir mais nada.

- Vocês duas fazem vídeos assim também? – Abby perguntou com um olhar atrevido.

- NÃO! – ela saiu rápido de lá com a cabeça a mil. Aquela loira devia ser a Brittany que a latina tanto sofreu pra superar. Mas porque caralhos elas tinham um vídeo desse tipo na internet? Será que Santana tinha feito mais desses? Odiava a ideia de tantas pessoas vendo sua namorada naquela situação. Não queria ter visto, a imagem não saía da sua mente.

Olhou para a latina que piscou pra ela lá do balcão. Jessie deu um sinal com a cabeça indicando que ela fosse para o corredor que levava para o quarto da dispensa.

- Oi delícia! Já deu saudades? – ela falava olhando provocante pra ruiva.

- San...Ai meu Deus..- ela tomou fôlego – Desde quando você faz vídeos pornográficos pra internet?

- O QUÊ? – ela não pode conter o grito – Quem te falou isso? Como assim?

- Ninguém falou... eu vi  - ela fez uma careta lembrando.

- Viu o que? – a latina ficava mais nervosa lembrando da sextape que Brittany postou no ano passado, com a melhor das intenções para deixar a namorada famosa.

- Você peladona, toda reganhada, caindo de boca numa loira ... – ela falou meio triste.

- Aiii eu não acredito nesse inferno! – ela bateu na testa indignada – Ainda não sumiram com isso... é uma peste!

- Então você confirma que é isso mesmo? É você lá? – ela sabia que era mas queria confirmar.

- Jess... – ela tomou fôlego e segurou nas mãos da menina, olhando praqueles olhos verdes – Aquele vídeo que você viu é o único que eu fiz. Quer dizer, eu não fiz de propósito! – ela se apressou em explicar – Eu e a Brittany estávamos sei lá, afim de assistir a gente – ela ficava com vergonha de lembrar nisso agora com a namorada – bom, você sabe, fazendo aquilo. E filmamos. Mas era particular, só pra nós duas vermos! Mas houve um mal entendido e a Britt inocentemente, achando que isso me faria famosa... bom, até fez – ela revirou os olhos – Enfim, você sabe como é essa merda de internet! Dali um pouco essa porra desse vídeo tinha se espalhado e parecia que o colégio inteiro estava assistindo... se você der uma busca no Google com meu nome, infelizmente vai aparecer isso! Eu queria que aparecessem prêmios que eu ganhei por inteligência e beleza, mas não... aparece esse maldito vídeo que ainda sobrevive por aí, nos celulares desses punheteiros espalhados pelo mundo! – ela olhou com seu olhar mais sincero possível pra ruiva que a olhava pensativa com os braços cruzados.

- É o único?

- Sim, só filmamos isso uma vez... Ainda bem!

- Ainda estou em choque por te ver com outra... – ela fez uma cara de lamento – Mas não dá pra mudar o passado e nem apagar o que caiu na internet... – suspirou devagar – Nossa San, senti uma pontada no peito quando vi aquilo... doeu demais mulher!

- Desculpa não ter te falado antes sobre essa manchinha do meu passado – ela fez uma careta – Achei que essa merda não ia me assombrar mais... – ela parou pensando – Quem te mostrou isso?

- Dois caras que a Abby estava servindo... eles disseram que são seus fãs e sempre te homenageiam... se é que você me entende – ela fez uma careta de nojo pensando nos muitos rapazes que se masturbavam pensando na sua latina, naquele corpo de caramelo que agora era dela.

- Tinha que ter essa vadia no meio – ela falou emburrada – Ela também viu? – a ruiva assentiu – Que merda... bando de safados... punheteiros adolescentes... – ela falava sozinha andando de um lado pro outro de braços cruzados e Jessie riu.

- Tudo bem San... deixa eles olharem fazer o que? A cagada foi feita! – ela deu de ombros – O importante é que só EU posso tocar! – ela abraçou a latina por trás lhe dando um beijo no pescoço e ela pareceu se acalmar um pouco. Virou-se de frente, unindo suas testas.

- Obrigada por entender... – deram um beijo rápido e ficaram abraçadas um pouco.

- Hey, acho que tá na hora da gente tocar fogo nesse lugar! Vem dançar comigo gostosa! – a ruiva a puxou pelo braço e saíram rindo. Abby viu de longe as duas saindo as boas do quartinho e não gostou muito. Seu plano não tinha dado certo.

Jessie avisou Tracy que iam começar a dançar. A loira assentiu e anunciou no microfone chamando a atenção de quem estava próximo. Os clientes se afastaram do balcão e a música começou a rolar.

http://www.youtube.com/watch?v=0UIB9Y4OFPs&hd=1

Santana ouviu os acordes da guitarra,  deu um sorriso sacana enquanto subia ao balcão e começava a mexer ao ritmo da música.

Love is like a bomb, baby, c'mon get it on

O amor é como uma bomba, baby, venha se excitar

Livin' like a lover with a radar phone

Vivendo como uma amante com um telefone radar

Lookin' like a tramp, like a video vamp

Parecendo uma tarada, como uma sedutora em vídeo

Demolition woman, can I be your man?

mulher demolidora, posso ser seu homem?

Razzle 'n' a dazzle 'n' a flash a little light

Brincadeira excitante e um flash e um pouco de luz

Television lover, baby, go all night

Amante da TV, baby, vai a noite toda

Sometime, anytime, sugar me sweet

às vezes, qualquer hora, adoce-me

Little miss ah innocent sugar me, yeah

Pequena dama, ah, inocente, adoce-me

Os clientes próximos ao balcão vibravam ao som do rock’n roll. Levantavam os braços ao ritmo da música, balançavam a cabeça no ritmo contagiante e se deslumbravam com as duas garotas em cima do “palco”.

Estava uma em cada ponta e se comunicavam pelo olhar. Resolveram não se aproximar muito, senão iam pegar fogo se esfregando uma na outra. Mas se provocavam com uma simples olhada e dava pra perceber a tensão no ar, a temperatura subir.

Hey!

C'mon, take a bottle, shake it up

Venha, pegue uma garrafa, chacoalhe

Break the bubble, break it up

Quebre a bolha, quebre

Pour some sugar on me

Jogue um pouco de açúcar em mim

Ooh, in the name of love

Oh, em nome do amor

Pour some sugar on me

Jogue um pouco de açúcar em mim

C'mon fire me up

Venha, acenda meu fogo

Pour your sugar on me

Jogue um pouco de açúcar em mim

Oh, I can't get enough

Oh, eu não estou satisfeito o bastante

Jessie animava o público, os incitando a bater palmas enquanto rebolava devagar e ia se abaixando pra servir Tequilas e Martini’s direto na boca dos mais atrevidinhos. Santana fazia o mesmo, com uma olhar sedutor distribuía bebidas e às vezes bebia um pouco, deixando escapar pra fora da boca e depois passava a língua de forma provocante sobre os lábios.

A ruiva tentava se concentrar, mas queria mesmo era estar assistindo aquilo de longe pra ver Santana sensualizando de camarote.

I'm hot, sticky sweet

Eu estou quente, doce grudado

From my head to my feet yeah

Da minha cabeça aos meus pés

You got the peaches, I got the cream

Você tem os pêssegos, eu tenho o creme

Sweet to taste, saccharine

Sabor doce, sacarina

'Cos I'm hot, hot, so hot, sticky sweet

Porque eu estou quente, tão quente, doce grudado

From my head, my head, to my feet

Da minha cabeça, minha cabeça, aos meus pés

Elas trocaram de lado e não deixaram de roçar seus corpos quando se cruzaram. Santana deu um sorriso muito safado e deu um tapa na bunda da ruiva que a olhou espantada mas mordeu o lábio inferior de jeito tímido.

Do you take sugar? one lump or two?

Você quer açúcar? Uma colher ou duas?

Take a bottle, shake it up

Pegue uma garrafa, chacoalhe

Break the bubble, break it up

Quebre a bolha, quebre

Os mais atrevidos gritavam animados vendo a interação das duas. Jogavam dólares para elas que se deixavam levar pelo ritmo da música. Santana não resistiu, queria causar impacto. Depois de servir mais alguns caras, se levantou, percebendo que a música ia acabar e foi até a ruiva a olhando de um jeito sedutor. Virou a garrafa na boca sentindo a Vodka Sabor Morango e puxou a garota pela cintura unindo seus lábios num beijo molhado que levou alguns a loucura, enquanto outros ficaram de queixo caído. Jogavam mais dinheiro e gritavam: “Também quero!”

Pour some sugar on me

Jogue um pouco de açúcar em mim

Ooh, in the name of love

Oh, em nome do amor

Pour some sugar on me

Jogue um pouco de açúcar em mim

C'mon fire me up

Venha, acenda meu fogo

Pour your sugar on me

Jogue um pouco de açúcar em mim

Oh, I can't get enough

Oh, eu não estou satisfeito o bastante

Foi um beijo rápido, a música acabou e elas se separaram. Jessica estava morrendo de vergonha mas notou que os clientes achavam que aquilo fazia parte da performance e pediam por mais. Estavam muito empolgados e se acotovelavam por um lugar no balcão para serem servidos por uma das duas que agora desciam e voltavam a servir normalmente.

- Sua safada... – Jessie sussurrou com um ar de reprovação.

- Desculpa, eu não resisti... – ela fez cara de inocente e ficou encarando a menina que estava séria.

- Tenho medo de me expor muito aqui e perderem o respeito, que já não é muito, conosco – ela explicou.

- Fazia parte da performance – ela deu de ombros – Eles compreenderam! Olha quanta bebida estamos vendendo! – elas falavam enquanto entregavam bebidas para os rapazes empolgadinhos que adoravam ser servidos por elas.

- Devia ter me avisado... – ela tinha um ar emburrado.

- Me diz que você não gostou da sensação e nunca mais eu faço – ela fez uma cara de vitoriosa ao ver a ruiva resmungar sem encará-la e continuar servindo.