Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda que acompanha minha fic! Espero que gostem do cap!



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Jessica acordou logo cedo com a campainha tocando. Assim que abriu os olhos seu primeiro pensamento foi Santana. Uma pena não acordar novamente com aqueles olhos a fitando. Olhou a hora no celular. 9:30 da manhã. Quem seria? Caminhou ainda meio sonâmbula até perto da porta e perguntou com voz sonolenta quem era.

- Sou eu!

Na hora Jessica reconheceu aquela voz e despertou totalmente.

- MÃEEEEEEEEEEEEE – abriu a porta o mais rápido que pode. Em New York ela poderia chamar a freira de “mãe” a vontade. Sem medo de alguém ouvir e causar desconfianças.

A mulher estava sem o hábito. Tinha o cabelo loiro solto até os ombros. Vestia um conjuntinho saia até os joelhos e blazer de um rosa goiaba que deixava os olhos azuis, agora marejados de lágrimas pela emoção, em mais evidência. O que a diferenciava de uma executiva era o crucifixo de tamanho considerável numa corrente em seu pescoço. Ela estava em outro país, não fazia questão de ser reconhecida como uma freira. Ninguém saberia que ela não estava usando seu “uniforme”.

Sorriu para a ruiva a sua frente. Abraçaram-se demoradamente. Sentia muitas saudades da filha. Daria a vida por aquela garota. Basicamente, já tinha feito isso a alguns anos atrás...

- Uau... Como você está deslumbrante mãe! – Jessica puxava a mulher para dentro enquanto ajudava nas malas. – Eu não sabia que você vinha hoje! O combinado era só depois de amanhã!

- Gostou da surpresa? – Ela agora abraçava a filha novamente.

- Claro que gostei! Mas queria ter ido te buscar! – Elas rumavam para o quarto da ruiva.

- Ah não precisava! Apesar de vir uma vez ao ano, já decorei o caminho! Trabalhou até muito tarde ontem querida?

A mãe da garota sabia o tipo de trabalho da filha e se arrepiava em pensar o que as outras irmãs pensariam se também soubessem. Para elas, Jessica estava em New York estudando muito e pensando em seus atos. O fato dela gostar de garotas era sabido por algumas em consequência de uma situação ocorrida uma vez no convento, mas preferiam ignorar e rezar para que ela encontrasse o caminho “certo”.

- Cheguei tarde sim... Apenas meu horário normal. – deixaram as malas no quarto e foram para a sala – Ainda bem que ontem fiz compras e minha geladeira está bem apresentável pra você mãe...

- Ora, eu achei até que seu apartamento está bem organizado em comparação a como estava ano passado. Aliás, você também estava uma bagunça da ultima vez que nos vimos... – Sentou-se à mesa enquanto observava a filha pegando coisas na geladeira.

- Mãe... Não quero lembrar isso – A ruiva perdeu o sorriso que tinha estampado no rosto desde que acordara assim que a mãe relembrou o ano anterior – Ainda dói as vezes...

- Não foi sua culpa querida. Você sabe disso. Algumas coisas estão fora do nosso controle, infelizmente...

- Era o que eu podia fazer, já que as coisas nunca mais serão as mesmas... – ela agora se sentia tão pequena, frágil, perdida. Lembrar daquilo a fazia voltar a ter as sensações de pânico que lhe acometiam até a pouco tempo atrás em que dependia de remédios e consultas semanais com um psicólogo para “voltar a viver”. Os olhos encheram-se de lágrimas e ela perdeu o apetite.

A mãe percebeu o que havia provocado e se culpou na hora. Ver a filha sofrer era muito doloroso. Ela era uma parte dela. Na hora arrependeu-se totalmente de ter tocado nessa ferida. Ao ver a filha tão feliz achou que ela já tivesse superado. Tentou mudar de assunto, mas viu que seria difícil consertar a meleca que havia feito.

- Filha, o importante é o agora! Por favor, a vida anda pra frente. Nada de olhar para trás. – ela havia levantado e preparava um lanche para a filha.

Jessica respirou fundo, fechou os olhos e prendeu a respiração. Guardou as lembranças o mais fundo que pode no coração. Aquilo só se curaria com o tempo. Deu um sorriso fraco para a mulher que a encarava.

- Eu conheci uma nova amiga. Meus dias agora estão mais coloridos. – o sorriso agora estava mais vibrante e a mãe sentiu-se mais aliviada.

- Eu fico tão feliz! Percebi nas suas ligações que algo havia mudado. Seu otimismo nas pessoas ? – as duas agora comiam animadas.

- O meu otimismo nos homens ainda não apareceu e nem vai!

- Filha, Deus está sempre conosco! Ela sabe o que fazer com nossa vida! - A ruiva ficou encarando a mãe, esperando ela concluir o que falava. - Isso é o que aprendi sendo a  Irmã Esperança, depois de tantos anos no orfanato. E realmente, não devemos questionar os desígnios de Deus! Ele nunca dá mais que podemos carregar. Eu consegui, tenho você, junto de mim! Quando fui expulsa de casa com uma criança nos braços, sem rumo, nunca imaginaria ter essa oportunidade! Fiquei sem nada. Você era meu único bem. E Deus me mostrou que isso era suficiente!

- Você é e sempre será minha heroína! Às vezes penso no que você passou e sinto que posso ser melhor, que devo isso a você ... – ela estava séria, pensativa – o nome dela é Santana – um sorriso agora brotava discretamente em seus lábios.

- Huum... Um lindo nome! Sant’anna foi a mãe da Virgem Maria. Avó de Jesus! O nome quer dizer “Graça” em hebraico...

- Mãe... sem aulas de catecismo! Já tive demais! Sei quem era a Santa Ana... e acho que de santa a minha amiga não tem nada! Mas graça tem de monte! Ela é uma gracinha! – ela ria.

- Huuum... Já estou vendo onde isso vai dar... Onde ela mora, de onde veio? É de New York mesmo?

- Faz pouco tempo que nos conhecemos... Ela é de Ohio e chegou a pouco tempo aqui. Tento ajudá-la o máximo que posso. Por coincidência mora aqui no prédio.

E assim ficaram conversando por um longo tempo. Colocando as novidades em dia. Irmã Esperança, ou melhor, Bellatrix, contou a filha que seu pai havia enviado um advogado tentando contato com ela, mas ainda não havia tido coragem de procurá-lo. Ela pregava o perdão e sabia que deveria tentar esquecer o que ele havia lhe causado, mas ainda não conseguia perdoá-lo. Jessica concordou. Tudo tinha o tempo certo.

A ruiva contou como conheceu Santana, e como agora tinha total confiança da sua chefe no bar. Tinha esperanças de conseguir uma parceria com ela, já que seu ex-marido e sócio estava cada vez mais passando dos limites, querendo só participar dos lucros e não ajudar no trabalho pesado. Sua intenção era juntar dinheiro e comprar a parte dele. Teria que trabalhar muito para isso. A mulher lamentou não podê-la ajudar muito, já que todas as economias que tinha já enviava para a filha manter o apartamento.

A manhã passou enquanto elas desarrumavam a mala e depois Jessica ajudou a mãe a “desenferrujar” o inglês, quase nunca utilizado. Conversaram um pouco com essa língua. Decidiram que iam almoçar fora. Jessica pensou em convidar Santana para acompanhá-las, mas sabia que devia passar esse tempo com a mãe. A latina com certeza sequer havia acordado. Entraria em contato depois.

Saíram rumo ao restaurante preferido das duas. Jessica se sentia bem feliz, mas seu pensamento toda hora ia para Santana. Já sentia saudades do seu sorriso.

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Era um domingo ensolarado e Santana só acordou quando a luz do sol que entrava através da cortina que ela havia se esquecido de fechar, batia em seu rosto. A latina olhou para o relógio e já eram 11:30 da manhã. Estava morrendo de preguiça, podia ouvir Rachel e Kurt conversando na sala enquanto viam TV, mas resolveu ficar na cama mais um pouco pensando na vida.

Ela se sentia feliz com sua situação. Aulas de dança em NYADA e um emprego para garantir uma grana no final do mês. Era um começo, e agora ela se sentia menos perdida e frustrada que antes. Começava a ficar menos preocupada com as coisas, deixando nas mãos do tempo. Ele decidiria. Sabia que seu destino era brilhar. Nem que por agora fosse apenas em cima de um balcão num bar.

Pensando em bar lembrou-se de Jessie, e a surpresa que pretendia fazer para sua amiga no seu aniversário... Ficou pensando em várias ideias e achava todas clichês demais. Mas talvez quando se queria demonstrar sentimentos para outra pessoa, qualquer coisa pode soar ridícula ou clichê aos olhos dos outros. Como ela nunca se importou com o que os outros pensavam – exceto sobre sua sexualidade, por um tempo- ela nem ligou ao ter uma ideia ótima que podia ser um mico.

Criou coragem para se levantar e encontrou as gêmeas Olsen em mais uma sessão de Funny Girl. Rachel tinha lágrimas nos olhos. Praticamente sabia todas as falas. Kurt apenas segurava a mão da amiga e se emocionava. Santana olhou para os dois, revirou os olhos e foi para a cozinha procurar algo pra comer. Quando ouviram barulhos vindos de lá despertaram do transe do filme e notaram a latina ainda de pijamas, descabelada, sentada na mesa com as pernas cruzadas em cima da cadeira, comendo cereais com um dos braços apoiados na mesa. Tinha com um olhar perdido. Nem parecia estar nesse mundo.

- BOOOOM DIAA SANTANÁS! – A latina se sobressaltou. Kurt levantou e foi até ela. – Achei que não tivesse dormido aqui hoje – e deu uma piscadela cúmplice para a amiga.

- Booom dia Kurt! – ela sorriu sincera. – Dormi em casa mesmo, como você pode ver. Não venha com esse olhar malicioso!

O garoto se espantou com a simpatia da latina logo de manhã. Graças a Deus ela havia arrumado uma companhia  e melhorado seu humor. Rachel do sofá disse bom dia, ainda olhando para a TV. A latina continuou provocando Kurt.

- E seu amigo britânico daquele lugar que ninguém conhece... qual é a de vocês hein?

- Santana, ele é uma boa companhia. Gostamos da mesma coisa, podemos conversar... ah cala a boca que estamos na mesma! – ele deu um tapinha na latina.

- É, acho que estamos... – ela deu um suspiro – Eu acho que eu estou gostando da Jessie sabe... – ela dizia com um sorrisinho bobo.

- Pois eu tenho certeza! Dá pra sentir a tensão entre vocês! Ainda não rolou nada!? – ele estava incrédulo.

- NÃO! – Santana se lembrou do dia anterior em que ele e Rachel haviam atrapalhado sua chance e deu outro tapa no amigo, agora mais forte – Por culpa sua e da Berry! Acho que naquela hora, íamos nos beijar...

- Agora eu entendi porque você queria me atacar com aquela colher de pau! Sério, achávamos que vocês já tinham passado da fase do beijo há uns 3 dias – ele ria mas parou quando viu a cara séria da latina.

- Kurt não é assim... tudo bem, desde o começo que a vi, confesso que me senti atraída por aquele corpo, mas só isso... eu ainda sofria pela Brittany. Agora é diferente... esses dias convivendo com ela me fez ver que ela é uma garota extraordinária, me fez desejar além do seu corpo, seu coração! – Santana não sabia o porque estava sendo tão sincera e sentimental, apenas queria conversar com alguém. Colocar em palavras o que sentia. Rachel agora se sentara à mesa também e ouvia a conversa.

- Santana, é muito bom ouvir isso... e ver você feliz! É notável sua mudança de espírito – ela pegou na mão da amiga – Se eu  estou com azar na vida sentimental, ao menos meus amigos estando felizes, podem me consolar – ela agora dava um sorriso tímido. Ainda doía lembrar de Brody. E seus sentimentos por Finn eram confusos.

- Rach... se quiser posso te apresentar alguma gatinha... Porque você não tenta essa opção? Vai ver está jogando no time errado, por isso nunca ganha!

- Ai Santana... Estamos falando sério aqui...eu não quero ...eu não gosto de garotas – ela desviava o olhar dos olhos da latina, enquanto ela e Kurt trocavam um olhar cúmplice.

- A Quinn também me disse isso um dia e... – Santana insinuou, Rachel olhou confusa pra ela.

- O que tem a Quinn? Você a viu?

- A ultima vez foi no casamento do Mr. Shue e... tivemos um looongo papo e eu pude conhecê-la mais a fundo. – Santana se divertia falando e observava Kurt com olhar apreensivo ao seu lado.

- Vocês eram melhores amigas... o que mais tinha pra conhecer dela? – Rachel estava curiosa. Não entendia porque falar sobre Quinn a deixava tão exaltada.

- Ah minha querida, você nunca pode afirmar que conhecer totalmente uma pessoa, até ouvi-la gem...

- MENINAAAS, estou morrendo de fome! – Kurt se levantava batendo palmas, tentando mudar aquela conversa. Ele desconfiava que Santana e Quinn tinham feito algo além de conversarem naquele dia, mas não queria que Rachel soubesse. Tinha a impressão que a amiga ficaria decepcionada.

- O Kurt tem razão, o que tem de bom aqui? – Santana entendeu o recado e achou melhor desconversar – Ontem comi um macarrão com frango que a Jessie preparou e estava maravilhoso! Me surpreendam!

- Santana, nada de frango aqui! Pobres galinhas – Rachel era vegetariana e ela evitava que houvesse consumo de carne entre os amigos. Pelo menos quando comiam lá.

- Hoje é domingo... que tal irmos naquele restaurante perto do parque? A comida lá parece legal! – Kurt Sugeriu.

- Eu não quero fazer amizade com a comida. Não importa se ela é legal. Tem que ser gostosa! – Santana queria perturbar o amigo.

- Mas se ela for gostosa E legal dá muito mais vontade de comer não é? – Kurt chegou mais perto e cochichou - Como a sua amiga!

- Não fala dela assim! Cala a boca porcelana! – Santana já apontava o dedo na cara do  menino, que caía na gargalhada.

- Beleeeeza, vamos no restaurante! – Rachel se levantou, querendo interromper aquela discussão – Santana, vai se trocar logo! Estou morrendo de fome.

- Vou te obedecer Berry, mas só porque também estou faminta! – ela rumou para o quarto – Será que a Jessica não gostaria de ir com a gente?

- HUUUUUUUUUUUUUUUUUM lil Jessie...  – Rachel e Kurt zombaram lá da sala.


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Notas finais do capítulo

Em breve teremos mais ação, se é que me entendem hehehe Mas precisamos de algumas explicações! O que será que aconteceu com a Jessie no passado? Algum palpite?

Ainda não pensei para um sobrenome para nossa ruiva... ela oficialmente é orfã né? Comofas?

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