Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olha um flashback Brittana chegando aí geeeenteee!



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Estavam caminhando até a porta para que Santana fosse para seu apartamento se arrumar, enquanto Jessica faria o mesmo no seu apê quando ouviram batidas desesperadas na porta. Ambas se encararam com receio e a latina perguntou:

– Quem é?

– SANTANA, SUA VACA! SABIA QUE VOCÊ ESTARIA AÍ! – Kurt estava com a voz mais aguda do que nunca e parecia bem nervoso.


– KURT? – Santana agora gritava para equalizar com o amigo. Correu até a porta e abriu. Jessie observava preocupada. Lá estavam Kurt e Rachel com cara de poucos amigos.

– Santana, a quanto tempo você está aqui? Chegamos agora e nosso apartamento estava com a porta escancarada e estava a maior bagunça pelo chão da sala. Corremos para o seu quarto e mais bagunça. Luzes acesas a toa, chuveiro pingando, roupas para todo lado. Isso é normal eu sei, seu quarto é uma bagunça. Mas ainda sim, havia algo de diferente e você NÃO ESTAVA LÁ! – Kurt dizia isso rapidamente sem parar sequer para respirar enquanto gesticulava efusivamente.

– Achamos que alguém havia entrado e roubado coisas e sei lá, te levado junto! – Rachel dizia quase em prantos.

– O que seria um favor, visto o susto que você nos deu – Kurt complementou. Estava mais afetado que nunca com toda a adrenalina desse susto.

Santana não sabia o que dizer. Ela não havia pensando em como tinha deixado o apartamento dos amigos. Se havia trancado ou não. Na hora que seu pânico de tempestade atingiu o auge ela saiu correndo para o apartamento de Jessie e nem lembrou mais disso. Estava sem reação, não queria contar a verdade a eles.

Jessica percebendo que Santana não falava nada resolveu ajudar e se aproximou dos três que estava parados na porta.

– Oi gente... Err... eu pedi pra que a Santana viesse pra cá... estava com muito medo da tempestade! Ela estava medonha mesmo não acham?

Kurt e Rachel notaram a presença dela só agora. Estavam tão exaltados que até se esqueceram que aquele era seu apartamento. Os dois fizeram um olhar de incredulidade e a encararam.

– Medo da tempestade? Ah pode falar a verdade, não precisa cobrir a Santana! – Kurt não tinha acreditado.

– Qual verdade Porcelana? – Santana recuperou a voz.

– Que vocês passaram a noite se divertindo aí, pra não falar outra coisa... – Rachel cruzou os braços, meio que com medo de provocar a ira de Santana.

– Anã Berry, só porque você passou a noite toda queimanda a mão com parafina não quer dizer que você tem que ficar supondo coisas! Eu acho que você devia ficar bem quietinha, porque...

Jessica colocou a mão no ombro da morena e apertou levemente. Ela parou de falar e suspirou fundo.

– Eu estou dizendo que pedi para Santana ficar comigo em casa porque me assustei com aquele tempo. Ela estava sozinha e aceitou me fazer companhia. Eu só não sabia que ela não tinha arrumado o apartamento e nem trancado, quando ela chegou aqui – olhou com olhar de repreensão para a latina – San, o que tem a dizer?

Os três agora a encaravam esperando que ela desse alguma explicação para essa falta de atenção e falta de responsabilidade. Ela estava ficando constrangida, então, a contragosto começou a falar:

– Desculpem a minha falta de atenção... Eu juro que não foi de propósito!

– Ok Santana, sorte nossa que não entrou ninguém e roubou o pouco que a gente tem lá! – Rachel dizia tentando ser mais pacífica possível. – Mas também ficamos preocupados com você! New York é repleta de crimes, sequestros, sei lá! E nosso bairro não é dos melhores! Por favor, não faça mais isso!

Santana deu um sorriso fraco, ainda de braços cruzados. Detestava admitir, mas Rachel tinha razão! Tiveram sorte. Olhou pra ruiva ao seu lado e resolveu aproveitar a mentira invertida – Eu fiquei tão preocupada, porque a Jessie me ligou tão desesperada, acho que foi isso!

– Tudo bem Santanás, vamos tentar engolir essa história de medo de tempestade quando sabemos que vocês são duas garotas fogosas e lindas com os hormônios em polvorosa que passaram a noite sozinhas! – Kurt disse em tom divertido quando reparou – E Jessica, é assim que vocês vestem o pijama no Brasil? Nos avessos e de trás pra frente?

Todos começaram a rir, inclusive a ruiva, exceto Santana que sabia a razão do pijama nos avessos.

– É que como eu disse, tava muito assustada ontem, isso era detalhe! – Ela deu uma voltinha para mostrar todo o visual – Mas acho que vocês deveriam era reparar nos nossos penteados de princesas ao invés dos nossos trapos!

– É verdade! Foram ao cabeleireiro logo cedo? – Rachel falou brincando

– Não... foi eu quem fiz esse penteado nela – Santana entrou na conversa, ainda um pouco séria e em tom possessivo.

Rachel não percebeu o tom e continuou:

– Ahhh não sabia do seu talento para penteados, amiga! Quero que faça em mim um dia desses! – Rachel se aproximava de Santana, tentando amolecer a cara fechada da latina e cutucava sua cintura fazendo cócegas – Você vai fazer não é?

– Tá...qualquer dia eu faço... – Santana dizia revirando os olhos, mas não conseguia segurar o riso.

– Sai Berry, quero um penteado de princesa em mim primeiro! – Kurt brincou.

Jessica observava os amigos e se sentia uma intrusa. Ficou apenas no seu canto assistindo a brincadeira quando o olhar dela e de Santana se encontraram e a latina apenas mexeu os lábios dizendo um “o-bri-ga-da” e fez uma carinha linda de contentamento. O coração da ruiva inchou de amor e ela colocou a mão no peito como para evitar que ele explodisse.

– Vai putaiada, vamos embora que eu ainda nem tomei banho, nem tomei café da manhã! – Santana foi dando tapas na bunda de Rachel e Kurt os colocando pra fora do apartamento e ia saindo também.

– Ah nós tomamos na casa do Adam... mas depois desse susto quase vomitamos tudo! – Kurt dizia num tom ameno. – Tchauzinho Jessie! Medo da tempestade... seeeei! – Deu uma piscadela e foram rumo as escadas.

– Nos vemos já – Santana acenou para a ruiva enquanto subia.

– Huuuuuuuuuuuuum – Rachel e Kurt fizeram em uníssono e levaram mais um tapa na bunda.

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Santana colocou uma touca plástica nos cabelos para proteger o penteado e entrou embaixo do chuveiro. Sentia-se feliz. Lembrou-se da história que estava contando, sobre seu namoro com Brittany e começou a reviver uma cena. Uma das mais especiais que tiveram...

Era o horário de almoço do colégio e todos estavam em polvorosa. Em poucos dias as férias de verão iriam começar. Todos os alunos estava contentes em livrar-se dos professores por um tempo. E os professores também eram pura felicidade.

Somente uma latina, sentada com outras garotas numa das mesas do refeitório não parecia compartilhar dessa alegria coletiva. Ela tinha a cabeça baixa e brincava com o purê de baratas que havia no seu prato. Estava alheia ao ambiente ao seu redor até que uma voz a chamou a realidade.

– San... – era Brittany que vinha chegando com um bandeja e sentando-se ao lado da morena – eu tava te procurando a um tempão! Por que não me esperou lá no vestiário?

Elas haviam voltado da aula de Educação Física e Santana nem esperou a amiga quando ouviu um comentário de uma das garotas do vestiário dizendo que era uma sorte não terem nenhuma lésbica entre elas, pois ela não se sentiria a vontade com uma tarada no mesmo ambiente que ela. A latina havia somente balançado a cabeça em sinal de reprovação ao que foi dito. Como se ela apenas por gostar de garotas fosse olhar praquela menina chata e magrela que fazia o comentário. O problema é que uma outra garota chamou a atenção de Santana quando perguntou sua opinião sobre isso:

– Você não acha que seria péssimo uma lésbica olhando pra gente Santana?

O olhar da latina cruzou com o de Britt que estava próxima e se secava com uma das pernas apoiada num banco e aguardava uma resposta da amiga.

– É...seria péssimo! Dá nojo só de pensar que outra menina pode ficar “secando” nosso corpo!

Brittany abaixou a cabeça desapontada com a resposta que ouviu. Santana não teve coragem de encará-la. Fechou o armário, pegou suas coisas e saiu do vestiário sem olhar pra trás.

Depois do que havia acontecido na sua casa a mais de um mês atrás, a pegação dela e de Brittany não foi mais comentada. A loira até tentou falar sobre os sentimentos entre elas mas a latina logo a cortou e pediu que esquecesse aquele dia. Que fora apenas um descontrole. Ambas sabiam que isso era uma grande mentira pois sabiam como se sentiam quando estavam juntas. Santana se controlava para não tocar a amiga tantas vezes, tentava agir como uma simples amiga. Tinha pavor se percebesse algum olhar ou ouvisse algum comentário sobre as duas terem um caso. A latina era muito confiante e não titubeava para dar uma resposta cruel ou apenas insultar quem ela quisesse, mas esse era seu ponto fraco, seu calcanhar de Aquiles, e se fosse descoberta sentia que teria que fugir para bem longe. Ela tinha uma reputação a zelar.

Brittany por sua vez, não dava a mínima para a opinião dos outros. Se guiava por seus sentimentos. Sabia que amava Santana, que queria beijá-la, tocá-la... se sentia bem em sua presença e sofria quando a latina a evitava. Havia decidido esperar o tempo certo da amiga. Tinha esperanças que mais dia, menos dia a morena conseguiria colocar seus sentimentos para fora e tentar ser feliz. Aquela resposta no vestiário só a fez ficar mais desanimada. Santana negando o que realmente era fazia o coração dela doer. Queria que ficassem juntas. Decidiu enquanto terminava de se arrumar, que ia resolver isso de uma vez! Elas não precisavam se mostrar para o mundo, mas a loira precisava provar mais uma vez aqueles doces lábios da latina mais quente desse universo.

Quando ela chegou no refeitório naquela hora, já tinha um plano em mente. Ela poderia ser lesada e inocente em algumas situações, mas quando se tratava de sentimentos, Brittany sabia bem o que queria.

– Britt, você deve saber porque saí de lá. Não tem porque mentir. – Santana não se escondia da amiga, ela já sabia mesmo.

– Sei... e acho que você não devia ter medo do que elas falam. Você deveria ter dado outra resposta. Elas não tem nada com a sua vida! – Britt tentou passar a mão no ombro da amiga, que sinalizou num gesto para que ela não fizesse isso.

– Eu juro que queria pensar que as coisas são tão simples como você acha. Eu não vejo assim – Santana tinha um olhar desanimado, dava para ver que estava sofrendo.

– San... eu tenho uma ideia – Britt agora cochichava de modo conspiratório e Santana achou uma fofura como a amiga estava falando, já que ninguém parecia prestar atenção ou ouvir a conversa das duas – Que tal se a gente cabulasse aula agora a tarde? Eu estou com saudades de ficar com você! – Ela fazia uma carinha de cão sem dono, com direito a biquinho.

– Mas a gente se vê todo dia e não nos desgrudamos durante as aulas! – Santana se fazia de desentendida, sabia muito bem a que tipo de “ficar“ a loira se referia. Ela não queria assumir, mas também morria de saudade dos toques de Brittany. Quando lembrava daquela tarde em sua casa sentia um arrepio percorrer seu corpo e esquentar partes nada inocentes dele. Lembrava de ter sentido algo que nunca havia sentido antes, isso porque elas nem tinham feito muita coisa.

– Sim, ficamos juntas o tempo todo, mas eu nem posso te dar um beijinho na bochecha que você pira, achando que vão nos queimar vivas! – Brittany ainda cochichava enquanto olhava ao redor desconfiada que alguém estivesse ouvindo.

Santana estava começando a ficar tentada... toda noite antes de dormir pensava na loira, no seu toque, seu beijo e dormia feliz, porém insatisfeita. Ela não aguentava mais sentir esse medo. Sabia que seu amor era maior que ele. Sorriu para a amiga e falou em tom cúmplice perto do ouvido dela:

– Duvido que você consiga pular aquele muro do campo de futebol americano – e foi se levantando.

Brittany sorriu e logo se levantou acompanhando a latina. Deram as dedinhos e caminhavam. Santana se sentia livre. Olhou para os lados e viu que ninguém realmente havia notado o gesto, cada um estava cuidando da própria vida e estudando para provas finais.

– San... e se a gente saísse pelo portão lá do campo mesmo? Eles sempre deixam aberto de bobeira. Aquele muro é muito altooo! – Britt falava hesitante, mas com empolgação na voz, pensando na aventura que poderia acontecer naquela tarde.

– Eu sei BrittBritt! É isso mesmo que vamos fazer! Eu só queria testar o quanto corajosa você é capaz de ser!

– Pra ficar com você eu nem sei medir o tanto de coragem que tenho – a loira falou olhando nos olhos da latina – Eu assisto até o filme de terror mais assustador que existir e juro que não fecho o olho em nenhum momento!

Estavam escondidas embaixo das arquibancadas agora. Uma de frente pra outra. Seguravam as mãos e ambas sorriam.

– Eu queria ser corajosa como você meu anjo! Queria tanto poder te beijar e te abraçar na frente de todo mundo, assim, ao ar livre, sem medo – enquanto dizia isso ela foi se aproximando da loira que fechou os olhos assim que percebeu o que ia acontecer e se deixou levar.

Assim que os lábios se tocaram, as meninas sentiram o quanto ansiavam por aquele beijo, por um toque. Os corpos estavam colados, as mãos da latina apertavam a cintura da loira prendendo-a num abraço e Britt acariciava a nuca com uma das mãos enquanto a outra passeava pelas costas da morena.

O beijo começou calmo, com selinhos e foi ficando mais rápido. Brittany queria explodir de felicidade, sentia falta dos lábios carnudos e macios. Sentiu mais prazer quando percebeu que Santana tentava passagem com sua língua e permitiu tornando o beijo mais intenso. As línguas agora exploravam toda a boca e a mão de Santana já havia descido e apertava o bumbum da loira que não conseguiu evitar um gemido baixo no meio do beijo.

Beijaram-se até faltar o ar e sentirem uma necessidade vital de separarem suas bocas. Os corpos continuavam juntos. Olhos nos olhos, eram só sorrisos.

Santana deu indícios de que ia começar novamente quando Brittany começou a falar quase que num sussurro:

– San... se você me der mais um beijo desses, juro que vou sentir vontade de tirar toda a roupa aqui mesmo.

– Eu já estou com vontade de fazer isso desde a hora que nossos lábios se tocaram.

Encararam-se novamente e deram um selinho contido.

– Você quer ir pra minha casa? Tenho certeza que meus pais não vão chegar tão cedo! – ela falava lembrando-se da ultima vez que a mãe de Santana quase as tinha pegado no flagra.

– E o que vamos fazer na sua casa? – Santana provocava só pra ver até onde a ousadia de Brittany ia sem ela ficar com as bochechas vermelhas.

– Eu achei que você quisesse fazer o mesmo que eu... – Britt dizia olhando para baixo meio envergonhada.

– Huuum não sei... eu queria brincar com o lord Tumbington e ensinar alguns truques pra ele. É isso que você quer?

– Não era bem isso... mas se você ficar bem pertinho de mim enquanto ensina ele, pode ser – a loira estava realmente acreditando naquilo.

– BrittBritt sua linda, você acha que eu lá vou ter olhos pra alguma coisa além dessa loira gostosa que tá na minha frente?!

– Santanaaa ...para! Vamos logo pular esse muro, quebrar esse portão... quero ir a-go-ra pra minha casa e te beijar muito!

O portão felizmente tinha sido deixado aberto pelo jardineiro e as meninas sorrateiramente conseguiram escapar. Matar aula um dia não fazia mal a ninguém, ainda mais quando era pra matar uma saudade que quase estava matando elas. Depois de andar duas ruas e quando se sentiram seguras começaram a rir. Ainda estavam de dedos enganchados e Santana nem se lembrava de se preocupar com o mundo ao seu redor.


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Notas finais do capítulo

Ficaria agradecida se recebesse comentários... :D



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