Sentimentos Apagados [HIATUS] escrita por Ethos


Capítulo 20
Capítulo 20 - Abra os olhos


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, vocês devem ter pensado que abandonei a fic D: mas saibam que isso é impossível, porque quero mesmo terminá-la! HSAUHSAH
Enfim, o capítulo ainda não foi betado pela Saah, mas eu quis postar mesmo assim pois eu devo isso a vocês. Mas não se preocupem que logo logo o capítulo estará magicamente bem estruturado. Enquanto isso, fiquem com a minha versão. :3

O final do capítulo foi inspirado pela música Open your eyes, da banda Snow Patrol. ♥

Boa leitura ^3^



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Ally correu para chegar rapidamente em casa, pois todo sábado era ela quem preparava o almoço, já que geralmente Agatha dormia até tarde. Mas ao se aproximar do portão, notou que além do carro de sua tia, havia outro estacionado bem em frente. Ela hesitou, mas resolveu entrar para saber quem era a visita que estava em sua casa.

– Tia, cheguei... – Anunciou Ally, fechando a porta atrás de si, porém ninguém respondeu. Adentrando na sala, ouviu uma voz familiar vindo da cozinha, conversando com Agatha. Caminhou lentamente na ponta dos pés até a cozinha, mas seu plano de manter-se em silêncio para poder descobrir de quem era a outra voz foi por água abaixo ao tropeçar no tapete felpudo e esbarrar na mesinha rústica encostada na parede, causando um ruído, que foi o suficiente para que Agatha ouvisse.

– Ah, aí está você, sua danadinha! – Exclamou a tia, já na entrada da cozinha. – Vem cá, quero lhe apresentar o Hector. – Ally adentrou a cozinha e espantou-se ao reconhecer pelas costas um de seus professores.

– P-professor Faraize?! – Exclamou Ally surpresa.

– Ally? Não sabia que você é a sobrinha de Agatha. – O homem sorriu um tanto desconcertado por estar namorando a tia de uma aluna.

– Ora, mas vejam só como este mundo e pequeno, não é mesmo? – Agatha sorriu e puxou Faraize pelo braço para junto dela, fazendo-o corar. – Acho não vou precisar apresentá-los então! - Ela riu com uma das mãos nos lábios.

– É... - Ally riu da situação, ainda tentando processar o que estava acontecendo. – Realmente, não imaginei que fosse alguém que eu já conhecesse, ainda mais o professor Faraize.

– Ah, sem formalidades, Ally. Pode me chamar de Hector. – Faraize sorriu já um pouco mais calmo que antes.

– Sim senhor, profess- – A garota se interrompeu. – Tudo bem, Hector! – Ela deu ênfase ao pronunciar o primeiro nome de Faraize e sorriu.

– Bem, mudando de assunto, depois quero saber onde a senhorita esteve, ok? – Agatha cruzou os braços e fez uma expressão autoritária.

– Ah sim. Bem, eu vou trocar de roupa e colocar uma calça, estou com frio. – Ally se abraçou e saiu da cozinha.

– Pois é. O inverno está chegando... – Comentou Agatha olhando pela janela. Ally deu dois passos para trás e olhou Agatha com um leve sorriso. – O que foi garota? – Agatha encarou Ally sem entender o motivo da expressão da sobrinha.

– A frase que você acabou de citar, “o inverno está chegando”. – Ally havia se lembrado do primeiro livro da série de livros “As crônicas de Gelo e Fogo”, uma de suas sagas favoritas. Mas resolveu não explicar à tia, porque sabia que ela não saberia do que Ally estava falando. Então simplesmente foi em direção à sala e subiu para o seu quarto. Vestiu uma roupa mais confortável e desceu para almoçar. Hector resolveu não ficar para o almoço, pois achou que já estava interferindo muito na vida de Agatha e consequentemente, na de uma de suas alunas.

Segunda-feira. Foi um tanto estranho para Ally dizer bom dia ao professor sem lembrar-se de vê-lo beijar sua tia antes de ir embora aquele dia, mas mesmo assim resolveu deixar o assunto de lado, pois a vida pessoal de seu professor não deveria se misturar com a vida profissional. As primeiras aulas foram normais, a não ser pela prova surpresa que a professora de física aplicou. Exatamente na aula de educação física que as coisas começaram a ficar um tanto estranhas em relação à Ambre, que aparentemente não estava nos seus melhores dias e por isso não estava obtendo um bom resultado durante o jogo de vôlei do time feminino. Ao chegar a sua vez de sacar a bola, sentiu-se tonta, derrubou a bola na quadra e gradativamente foi caindo para trás, mas antes que pudesse atingir o chão, alguém lhe segurou por trás e ajudou a se levantar. Quando Ambre olhou ao redor, viu muitas meninas e meninos de sua classe a olhando com surpresa e então reparou que Castiel era quem estava lhe ajudando a se manter em pé.

– Ambre, você está bem? – Charlotte e as outras meninas vieram rapidamente até a loira. Mas Ambre simplesmente virou o rosto e respondeu baixo. – Estou ótima.

– Não parece. – Comentou Castiel, que ainda estava ao seu lado.

– Castiel, por favor, leve a senhorita Ambre até a enfermaria, sim? – Pediu Boris, o professor de educação física. Castiel virou os olhos, porém assentiu com a cabeça e pegou Ambre pelo braço, levando-a para fora do ginásio. Ao chegar à pequena sala, Castiel simplesmente ordenou que Ambre se sentasse em uma das macas e deu-lhe um copo com água e açúcar.

– Tome. – Disse ele em um tom autoritário.

– Isso é açúcar mesmo? Não posso ingerir isso. – Ambre afastou o copo e cruzou os braços. – Vou engordar.

– Garota, isso é para o seu bem. Está exagerando, é só um pouco de açúcar, isso não engorda nem uma formiga. – Castiel segurou o copo em frente ao rosto da garota, insistindo que ela o pegasse. Ambre virou os olhos, suspirou irritada e aceitou tomar a água. – Ambre, você está se alimentando direito?

– É só você olhar para o tamanho da minha barriga e você vai saber que estou me alimentando até demais. – Respondeu ela, ríspida.

– Você não deveria ficar com essa paranoia de que está acima do peso. – Castiel foi em direção à porta da sala. – Está bem como está. Agora deite e descanse. – Então se retirou.

Ambre ficou lembrando-se das palavras do garoto de cabelos vermelhos e deitou-se na maca.

– Eu só quero ficar perfeita para ele... – Sussurrou para si mesma, então fechou os olhos após uma lágrima escorrer de seus olhos.

Castiel voltou para o ginásio e alguns alunos vieram lhe perguntar como Ambre estava. Castiel simplesmente respondeu com um “ela está bem” e se afastou. Mais tarde foi até a sala do grêmio enquanto só havia Nathaniel por lá. Entrou de uma vez antes que o arrependimento e a vontade de voltar batessem.

– Nossa você me assustou! – Disse Nathaniel colocando a mão no peito. Recompôs-se e encarou Castiel. – O que você quer aqui? Não é de seu feitio vir à sala do grêmio estudantil.

– Eu queria conversar sobre a Ambre... – Respondeu Castiel, ignorando o olhar impaciente.

– E desde quando você conversa comigo e ainda mais sobre a minha irmã? – Nathaniel largou alguns papéis em cima da mesa e cruzou os braços.

– Olha, eu realmente não estou afim de discutir agora, eu só queria te alertar para ficar de olho nela. – Castiel suspirou e tirou a franja dos olhos com um jeito esnobe. – E acho que ela está com bulimia, então é melhor você falar com seus pais sobre isso.

– Não é tão fácil assim. Nossos pais acham que nossa família é perfeita demais para esses tipos de problemas. – Nathaniel sentou-se, apoiou os cotovelos sobre a mesa e massageou as têmporas. Castiel nunca tinha visto o representante tão estressado. Arcou as sobrancelhas e saiu sem dizer mais nada. Queria mesmo ter dito alguma coisa, mas o antigo rancor o impediu. Amy estava passando pelo corredor e encontrou Castiel no caminho, o garoto olhou para ela seriamente e apontou para a sala do representante.

– Ele precisa de alguém para conversar. – Disse Castiel colocando as mãos nos bolsos.

– Ah... Ok. – Respondeu Amy, um pouco confusa. Hesitante, bateu na porta e abriu-a lentamente, colocando o rosto para dentro da sala. Nathaniel levantou o olhar e sorriu e Amy sorriu de volta. – Com licença... – Disse ela entrando e fechando a porta atrás de si.

– Toda. – Respondeu Nathaniel gentilmente.

– Você está bem...? – Perguntou Amy, se aproximando. Nathaniel desviou o olhar e forçou um sorriso.

– Estou sim. Só um pouco cansado. – Suspirou, abaixou a cabeça e fechou os olhos.

– Nath, me escute. – Amy agachou-se e colocou a mão no ombro do rapaz. – Eu quero que você abra os seus olhos porque eu preciso que você olhe nos meus. Diga que você irá abri-los para mim. – Pediu ela com uma voz doce enquanto retirava os poucos fios de cabelo que caíam nos olhos de Nathaniel.

– Eu vou. – Disse ele abrindo os olhos já avermelhados. Amy puxou Nathaniel pela nuca e aconchegou-o em seu pescoço. Sentiu algo úmido em seu ombro e se deu conta de que Nathaniel estava chorando, então o abraçou mais forte e acariciou gentilmente seus cabelos dourados.

– Eu estou aqui, pode me dizer tudo o que tiver cravado no seu peito agora, eu vou te ouvir. – Amy separou o abraço e limpou as lágrimas dos olhos do rapaz, então o beijou ternamente sua testa. Nathaniel sorriu levemente e pegou as mãos da garota, entrelaçando seus dedos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que tenha valido a pena esperar mais de um mês por este capítulo SHAUSAUH beijos e não deixem de comentar! *-*