Harry Potter E A Bruxa Semideusa 4 escrita por Livia Dias


Capítulo 16
Nada Como Segurar O Céu


Notas iniciais do capítulo

Olá! Agradeço à wcsdobrev, Kira e 1DLovaticSelenator por terem mandado suas opiniões! Aos leitores fantasmas, apenas digo que estou realmente decepcionada com vocês :(

A partir desse capítulo, o tempo vai correr mais rápido! Costumo fazer isso com essa fic, portanto não se assustem ;)

BOA LEITURA!!!



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Selena estava tendo dias difíceis. O tempo passara de modo tão rápido, que a garota temia que Cronos estivesse por trás disso.

Naquele momento, a garota estava dentro de trem, em fuga. A um ou dois dias estava fugindo de inimigos e lutando contra monstros e exércitos de esqueletos assassinos.

Desde o maldito Caça a Bandeira que ocorreu a algum tempo atrás (onde as Caçadoras venceram e Thalia e Percy quase se destruíram), o Oráculo de Delfos saiu de seu esconderijo nada secreto e surgiu para todos, citando a seguinte profecia:

A oeste,  dez buscarão a deusa acorrentada,
um se perderá na terra ressecada,
a desgraça do Olimpo aponta a trilha
bruxos, campistas e Caçadoras, cada um brilha,
a maldição do Titã três devem sustentar,
e pela mão do pai um irá expirar.”

Depois disso, Zoe, Thalia, Grover, Bianca e Rebeca, haviam sido denominados para ir à missão de resgate à deusa Ártemis, Annabeth e Rose, que sustentavam o céu, presas no Monte Than.

Claro que Selena ficou revoltada por ter sido excluída e tal como Percy gostaria de poder ir à busca de suas amigas. Mas Quíron não permitira e estava pronto para mandar os bruxos de volta para Hogwarts, juntamente com Selena.

Harry, Rony e Hermione detestaram a idéia, tal como os outros. Eles também queriam resgatar Rose e Annabeth.

Mas mesmo assim, Quíron ainda não permitiu.

Sem alternativas, Selena, Percy e Harry acabaram se unindo e armando uma missão clandestina. Eles iriam de qualquer jeito. Não poderiam esperar sentados.

Hermione e Lilian sugeririam que apenas Harry, Percy, Selena, Alison e Alice, deveriam ir à missão de resgate clandestina, afinal, se todos eles fossem, além de atrapalharem causariam muitos problemas. Scórpius protestou. Gostaria de poder ir também. Entretanto, os outros não permitiram.

Logo que partiram pelos céus, montados em Blackjack, Ambrosina e outros dois pégasos, seguiram a van que transportava Thalia, Bianca, Grover, Rebeca e Zoe. Embora tivessem sido interceptados pelo sr.D no caminho, conseguiram prosseguir.

Selena não se sentiu muito à vontade com Harry por perto e o garoto parecia imaginar a mesma coisa a todo instante. Afinal, ambos não se falavam havia dias e estavam sendo obrigados a trabalharem juntos naquela missão quase impossível.

O grupo havia seguido até A Coluna de Nelson, um dos principais monumentos de Londres, onde encontraram o Dr. Espinheiro, Luke e um cara conhecido como “General”, que comandava uma tropa de esqueletos zumbis. Estes passaram a procurar por Percy, Harry e Selena, desde o momento em que o trio ouviu a conversa dos inimigos.

O Dr.Espinheiro estava seguindo o grupo liderado por Zoe, o que não era nada bom. O General literalmente plantou zumbis e tecnicamente os “colheu”. A partir dali, Percy, Selena e Harry passaram a serem perseguidos.

Depois de lutarem ao lado de Bianca, Zoe, Thalia, Grover e Rebeca, Harry, Percy, Selena, Alice e Alison foram aceitos no time. No final das contas, não havia escolha, já que eles estavam sendo perseguidos também.

(...)

Chegando a Cloudcroft, Novo México (eles haviam ido muito longe com aquela viagem de trem), o grupo lutou contra um porco maluco.

Não, você não leu errado. Eles lutaram contra um porco maluco. Selena simplesmente odiou aquele monstro. Além de ser ridículo, era forte demais.

Uma coisa que havia descoberto era que Thalia tinha medo de altura. Irônico. Bem irônico. Mas a garota não julgou a colega. Afinal, elas até que estavam se dando bem.

Selena e Harry ficaram mais próximos depois que enfrentaram aquele monstro. Embora ainda não se falassem muito (apenas o necessário), tinham de admitir que formavam uma ótima dupla.

O mesmo se aplicava a Alison e Alice, que embora não se suportassem, tiveram de lutar lado a lado.

Parecia que os casais estavam se aproximando à medida que o perigo aumentava. Eles estavam se unindo e se tornando mais fortes.

(...)

Depois de viajarem no javali de Grover, o grupo chegou ao Ferro-Velho dos Deuses. Selena não gostou muito dali, embora soubesse que aquele lugar deveria ser-lhe agradável.

Afinal, os erros de Hefesto estavam ali. Máquinas que não deram certo, armas destruídas ou coisas do gênero.

Logo que acamparam no local, Percy, Harry e Alison receberam a visita de Afrodite e Ares. Os garotos tiveram a imensa honra de conversar com a deusa do amor, que pareceu dizer  coisas bem...Amorosas para que os três ficassem tão estranhos.

Alice chegou a brincar que Alison provavelmente teria conquistado o coração de Afrodite. Entretanto, Parker não achou aquilo muito engraçado. Parecia realmente pensativo.

- O que Afrodite disse afinal? – perguntou Selena, encarando Percy e Harry.

Os garotos se entreolharam. Desde o Acampamento Meio-Sangue, haviam tornado-se grandes amigos.

– Ela disse para sermos cuidadosos no ferro-velho do marido dela. Disse para não pegar nada – falou Harry, e Percy assentiu com vigor.

Selena não acreditou. Zoe pareceu achar aquilo tão estranho quanto as outras garotas.

O grupo entrou no ferro-velho e como Afrodite dissera, Selena não ousou tocar em nada. Caso pegasse alguma coisa dali, algo realmente ruim poderia acontecer.

– Eu não gosto deste lugar – disse Thalia. Ela apertou a haste de sua lança.
– Você acha que seremos atacados por refrigeradores assassinos? – perguntou Percy

Thalia o encarou com raiva.
– Zoë está certa, Percy. Coisas são jogadas aqui por algum motivo. Agora venha, vamos atravessar este campo.
– Esta é a segunda vez que você concorda com Zoë – murmurou ele, mas Thalia o ignorou.
Eles começaram a trilhar o caminho através das colinas e vales de sucata. As coisas pareciam não ter fim, e se não fosse pela Ursa Maior eles com certeza ficariam perdidos. Todas as colinas se pareciam. Selena gostaria de dizer que não mexemos em nada, mas tinha muita sucata legal pra eles não checarem algumas.

– O que é aquilo? – Bianca arquejou, depois de um tempo.
Diante deles estava uma colina muito maior e mais longa do que as outras. Era como um morro de metal com o topo plano, da largura de um campo de futebol americano e tão alto quanto os postes do gol. No final do morro estava uma fileira de dez grossas colunas de metal forçadas hermeticamente juntas.

Alice franziu suas sobrancelhas.
– Elas se parecem com...
– Dedos do pé – disse Grover.
Bianca acenou.
– Dedos muito, muito largos.
Zoë e Thalia trocaram olhares nervosos.
– Vamos contornar – Thalia disse. – Bem longe.
– Mas a estrada está logo ali – protestou Harry. – É mais rápido escalarmos.
Ping.
Thalia preparou sua lança e Zoë sacou seu arco, mas então Selena percebeu que foi apenas Grover. Ele havia jogado um pedaço de metal sucateado nos dedos e acertou um, fazendo um longo eco, como se a coluna fosse oca.
– Por que fizeste isso? – Zoë exigiu.
Grover se encolheu.
– Eu não sei. Eu, hã, não gosto de pés falsos?
– Vamos – Thalia olhou para Percy, Harry e Selena. – Dar a volta.
Nenhum dos três argumentou. Os dedos estavam começando a assustá-los também.  Depois de vários minutos de caminhada, eles finalmente pisaram na autoestrada, uma abandonada, porém bem iluminada linha de asfalto negro.
– Nós conseguimos – disse Zoë. – Graças aos deuses.
Mas aparentemente os deuses não queriam ser agradecidos. Naquele momento, Selena ouviu um som parecido com mil compressores de lixo triturando metal. Eles viraram-se. Atrás deles, a montanha de sucata estava em ebulição, erguendo-se. Os dez dedos se moveram e Selena percebeu por que eles pareciam dedos. Eles eram dedos. A coisa que se ergueu do metal era um gigante de bronze em uma armadura grega completa. Ele era impossivelmente alto – um arranha-céu com pernas e braços. Ele brilhou assustadoramente à luz da lua. Ele olhou para o grupo e sua face estava deformada. O lado esquerdo estava parcialmente derretido. Suas juntas rangeram enferrujadas e no seu peito blindado, escrito em grossa poeira por algum dedo gigante, estavam as palavras LAVE-ME.
– Talos! – Zoë arquejou.
– Que.,.Quem é Talos? – gaguejou Alison.
– Uma das criações do meu pai – respondeu Selena. – Mas não pode ser o original. É muito pequeno. Um protótipo talvez. Um modelo defeituoso.
O gigante de metal não gostou da palavra defeituoso.
Ele moveu uma mão para o cinturão de sua espada e desembainhou sua arma. O som dela saindo da bainha era horrível, metal chiando contra metal. A lâmina tinha mais de trinta metros de comprimento, fácil. Ela parecia enferrujada e cega, mas Selena não imaginou que isso importasse. Ser atingido por aquela coisa seria como ser atingido por um navio de batalha.
– Alguém pegou algo – disse Zöe. – Quem pegou algo?
Zoë olhou para Percy, acusadoramente. Ele negou com um balançar de cabeça negativo.
– Eu sou um monte de coisas, mas eu não sou ladrão.
Bianca não disse nada. Selena poderia jurar que a garota parecia culpada, mas ela não teve muito tempo para pensar sobre isso, porque o gigante defeituoso Talos deu um passo na direção deles, cobrindo metade da distância e fazendo a terra tremer.
– Corram! – Grover gritou.
Ótimo conselho, exceto pelo fato de que era inútil. Em um passo lento, aquela coisa poderia os ultrapassar facilmente. Eles se separaram do modo que fizeram com o Leão da Neméia. Thalia armou seu escudo e o segurou no alto enquanto corria na direção da autoestrada. Selena puxou seu arco e colocou uma flecha. O gigante brandiu sua espada e acertou uma fileira de cabos de força, os quais explodiram em faíscas que se espalharam no caminho de Thalia.
As flechas de Zoë assobiaram na direção da face do gigante, mas se despedaçaram inofensivamente contra o metal. Grover zurrou como um bebê bode e escalou uma montanha de metal.
Bianca, Percy, Selena e Harry acabaram perto um do outro, escondendo-se atrás de uma carruagem quebrada.
– Você pegou algo – disse Selena. – Aquele arco.
– Não! – Bianca disse, mas a voz dela estava trêmula.
– Devolva! – falou Harry. – Jogue isso fora!
– Eu... eu não peguei o arco! De qualquer maneira, é muito tarde.
– O que você pegou? – perguntou Percy.
Antes que ela pudesse responder, Selena ouviu um imenso barulho de rangido, e uma sombra escondeu o céu.
– Movam-se! –  gritou, rasgando colina abaixo, Bianca, Percy e Harry logo atrás dela, assim que o pé do gigante estraçalhou uma cratera no lugar onde estavam se escondendo.
– Ei, Talos! – Grover gritou, mas o monstro levantou sua espada, olhando para Bianca, Harry, Percy e Selena.
Grover tocou uma rápida melodia em sua flauta. Lá na estrada, as linhas de força caídas começaram a dançar. Selena entendeu imediatamente o que Grover ia fazer um segundo antes de acontecer. Um dos postes com cabos de força ainda atados voou na direção da parte de trás da perna de Talos e se amarrou em sua panturrilha. As linhas faiscaram e mandaram um choque de eletricidade para o traseiro do gigante. Talos rodopiou, faiscando e rangendo. Grover havia conseguido alguns segundos para nós.
– Vamos! – gritou Percy, mas Bianca ficou congelada. Do seu bolso ela tirou uma pequena figura de metal, uma estátua de um deus.

– Era... era para Nico. Era a única estátua que ele ainda não tinha – sussurrou a garota.
– Como você pode pensar em Mitomagia em uma hora dessas? – perguntou Selena, ofegante.
Havia lágrimas nos olhos dela.
– Jogue isso fora – falou Harry. – Talvez o gigante nos deixe em paz.
Bianca largou a estátua relutantemente, mas nada aconteceu. O gigante continuou indo atrás de Grover. Ele apunhalou uma colina de sucata, errando Grover por alguns metros, mas a sucata fez uma avalanche sobre ele, e então Selena não pôde vê-lo mais. Alison e Alice surgiram, de mãos dadas. O garoto segurava uma espada, enquanto Alice empunhava uma adaga.
– Não! – gritou Thalia. Ela apontou sua lança e um arco de relâmpagos azuis foram lançados, acertando o monstro em seu joelho enferrujado, que falhou. O gigante desmoronou, mas imediatamente começou a se levantar novamente. Era difícil dizer se ele podia sentir alguma coisa. Não havia nenhuma emoção em sua cara meio derretida, mas Selena teve a impressão de que ele estava tão furioso quanto um guerreiro de metal de vinte andares de altura poderia estar.
Ele levantou seu pé para pisotear e Selena viu que a sola era igual ao solado de um tênis. Tinha um buraco no calcanhar, como um grande poço de serviço, e havia palavras vermelhas pintadas ao redor: APENAS PARA MANUTENÇÃO.
– Hora da ideia maluca – disse Percy, parecendo perceber o olhar de Selena.
Bianca olhou para os amigos nervosamente.
– Qualquer coisa – murmurou.
Selena e Percy contaram a ela e Harry sobre a escotilha de manutenção.
– Talvez haja um modo de controlar a coisa. Botões ou algo do tipo. Eu vou entrar lá – disse Selena, confiante.
– Como? Você vai ter que ficar embaixo do pé dele! Você vai ser esmagada – disse Bianca, alarmada.

- Nem pensar! – exclamou Harry, segurando o braço de Selena, com certa força.
– Distraiam-no – disse Percy. – Eu posso ir no lugar dela. Só tenho que acertar o tempo.
A mandíbula de Bianca travou.
– Não. Eu vou.
– Você não pode. É nova nisso! Você vai morrer – disse Selena, tentando soltar-se de Harry, mas o garoto continuou segurando-a.
– É minha culpa que o monstro veio atrás de nós – disse Bianca. – É minha responsabilidade. Aqui.
Ela pegou a pequena estátua de deus e apertou contra a mão de Percy.
– Se acontecer alguma coisa, dê isso a Nico. Diga a ele... diga a ele que sinto muito.
– Bianca, não! – gritou Selena, enquanto Harry a abraçava por trás. – Pare! Me solte! Ela não pode fazer isso!

A raiva borbulhava dentro de si, acompanhada pelo desespero. Bianca havia se tornado alguém importante para Selena, alguém realmente importante.

- Não – sussurrou Harry, ao seu ouvido. – Não quero que você vá.

Selena viu Bianca correr na direção do pé esquerdo do monstro. Rebeca tinha a atenção dele no momento, queimando o peito do monstro, na intenção de distrai-lo. Ela tinha aprendido que o gigante era grande, mas lento. Se você pudesse ficar perto dele e não ser esmagado, poderia correr ao redor e continuar vivo. Pelo menos estava funcionando até aquele momento.
Bianca ficou perto do pé do gigante, tentando se equilibrar nas sucatas que balançavam e mexiam com o peso dele.
Zoë gritou.
– O que é que tu estás fazendo?
– Faça com que ele levante o pé! – gritou Bianca.
Zoë atirou uma flecha na direção da face do monstro e ela voou direto para dentro de uma das narinas. O gigante se endireitou e balançou sua cabeça.
– Ei, Garoto Sucata! – gritou Percy. – Aqui embaixo.
Ele correu até o seu dedão e o furou com Contracorrente. A lâmina mágica fez um corte no bronze.
Infelizmente, seu plano funcionou. Talos olhou para baixo e levantou seu pé para esmagar o garoto como um inseto.

– Grover! – Thalia e Percy correram na direção dele, mas Selena sabia que era tarde demais pra eles.
O monstro levantou sua espada para esmagar Grover. Então ele parou. Talos acertou sua cabeça de um lado como se ele estivesse ouvindo uma estranha nova música. Ele começou a mover seus braços e pernas de maneiras estranhas, fazendo a Galinha Funk. Então ele fechou o punho e se deu um soco na cara.
– Vai, Bianca! – gritou Percy, enquanto Selena caia de joelhos, com Harry ainda abraçando-a. Ambos estavam seguros, apenas observando a batalha.

E era isso que Selena mais odiava. Apenas observar as batalhas.
– Como Bianca vai sair? – Selena pôde ouvir Zoe gritar.
O gigante se acertou na cabeça mais uma vez e largou sua espada. Uma tremedeira correu por todo o seu corpo e ele cambaleou na direção dos cabos de força.
– Cuidado! – gritou Percy, mas já era muito tarde.
O tornozelo do gigante se embolou nas linhas e faíscas azuis de eletricidade passaram pelo seu corpo. Selena torceu para que o interior fosse isolado, mas sabia que era impossível. O gigante cambaleou de volta ao ferro-velho, e sua mão direita se soltou, caindo na sucata com um horrível CLANG!
Seu braço esquerdo se desprendeu também. Ele estava se partindo nas juntas.
Talos começou a correr.
– Espera! - Zoë gritou.

Selena conseguiu livrar-se de Harry e juntamente com Percy e os outros,  correu atrás do gigante, mas não havia como eles acompanharem-no. Pedaços do robô continuavam caindo, ficando no caminho deles. O gigante desmontou de cima a baixo: sua cabeça, seu peito e, finalmente, suas pernas desmoronaram. Quando alcançaram as ruínas Selena começou a procurar freneticamente, gritando o nome de Bianca. Engatinhou entre as vastas partes vazias e as pernas e a cabeça. Ela procurou até o sol começar a nascer, mas sem sorte.
Zoë se sentou e chorou. Thalia gritou enfurecida e enfiou sua espada na face esmagada do gigante. Alison e Alice estavam atordoados demais para agir. Rebeca tremia, enquanto abraçava Harry, observando Selena ajoelhada entre os pedaços do gigante.
– Nós podemos continuar procurando – falou Percy, esperançoso. – Está claro agora. Nós vamos encontrá-la.
– Não, nós não vamos – Grover disse miseravelmente. – Aconteceu exatamente como foi previsto.
– Do que você está falando? – perguntou Harry.
Ele olhou pra Percy e Harry com grandes olhos aquosos.
– A profecia. Um deve se perder na terra árida.
Selena deixou as lágrimas rolarem por seu rosto.

- Bianca! – gritou, enquanto a culpa a sufocava.
Ali estavam eles no deserto. E Bianca di Angelo se fora. Para sempre.

(...)

Enquanto viajavam em uma sucata que arrumaram no ferro-velho, Selena permaneceu o tempo todo em silêncio. Alison sentou-se ao lado da garota.

- Você não deveria se sentir culpada – comentou.

Selena permaneceu em silêncio, passando seus dedos pelo arco em suas mãos.

- Como, se a culpa foi minha? – perguntou, sem emoção.

- A culpa não foi sua – disse Alison. – Quero dizer, Bianca quis morrer como uma heroína para que nós continuássemos com a missão.

Selena não estava sentindo-se nada melhor com aquilo. Alison suspirou pesadamente e sentou-se ao lado de Rebeca novamente. Nada que dissesse poderia fazer Selena se sentir melhor.

Apenas o tempo, curaria a culpa que existia em seu interior.

(...)

Logo depois de enfrentarem um exército de esqueletos e serem salvos por estátuas de anjos (literalmente, graças à reza que Thalia fez ao seu pai) e descobrirem que Percy tinha uma vaca de estimação (chamada Bessie e que na verdade, era um Ofiotauro) e mais uma vez lutarem contra o Dr.Espinheiro (definitivamente Selena estava exausta!) e por último, serem salvos pelo sr.D (humilhante? Sim), o grupo dirigia-se para o jardim das irmãs de Zöe, ou seja, para a casa da Caçadora, onde poderiam encontrar o monstro que Ártemis procurava e que destruiria o mundo, além de salvarem a deusa, Annabeth e Rose.

Grover partiu com o Ofiotauro pelos mares, para levá-lo em segurança até os deuses. O animal sagrado era de extrema importância. Era o que o General e Luke queriam.

Eles visitaram o pai de Annabeth, em São Francisco (Selena estava começando a sentir saudades de Londres) e Selena percebeu que a família da amiga não era tão ruim quanto parecia ser.

(...)

– Esta é a montanha de Atlas – disse Zoe. – Onde ele sustenta – ela congelou. Sua voz estava rasgada de desespero. – Onde ele costumava sustentar o céu.
O grupo tinha chegado ao pico. Alguns metros à frente deles, nuvens cinzas rodopiavam num denso vórtice, formando um funil de nuvens que quase tocava o topo da montanha, mas ao invés disso descansava nos ombros de uma garota de doze anos com cabelos castanho avermelhados e um vestido prateado retalhado: Ártemis, suas pernas presas à rocha por correntes de bronze celestial. Não foi o teto de uma caverna que Ártemis foi forçada a carregar. Foi o teto do mundo. Rose estava ao seu lado, parecendo quase incosciente.
– Minha senhora! – Zoë correu à frente, mas Ártemis disse:
- ROSE! – gritou Alison, correndo até a amiga.

– Parem! É uma armadilha. Vocês devem ir agora.
Sua voz estava extenuada. Ela estava banhada em suor. Selena nunca vira uma deusa sentir dor antes, mas o peso do céu claramente era demais para Ártemis.
Zoë estava chorando. Ela correu para frente apesar dos protestos de Ártemis, e forçou as correntes.
Uma voz estrondosa falou atrás deles:
– Ah, que comovente.
Eles se viraram. O General estava lá em pé com seu terno de seda marrom. Ao seu lado estava Luke e meia dúzia de dracaenae carregando o sarcófago dourado de Cronos.
Annabeth estava do lado de Luke. Ela tinha as mãos algemadas às costas, uma mordaça em sua boca, e Luke estava segurando a ponta de sua espada na garganta dela. Percy encontrou os olhos de Annabeth, parecendo tentar fazer mil perguntas. Contudo, havia apenas uma mensagem que ela estava enviando e que Selena conseguiu entender: CORRA.
– Luke – Thalia rosnou. – Deixe-a ir.
O sorriso de Luke era fraco e pálido. Ele parecia ainda pior do que três dias atrás em D.C.
– Essa é uma decisão do General, Thalia. Mas é bom vê-la de novo.
Thalia cuspiu nele. O General abafou uma risada.
– Tudo isso pelos velhos amigos. E você, Zoë. Faz muito tempo. Como está minha pequena traidora? Eu vou apreciar matar você.
– Não responda – Ártemis gemeu. – Não o desafie.
– Espere um minuto – disse Percy. – Você é Atlas?
O General olhou de relance para Harry, Percy e Selena, que estavam lado a lado.
– Então até o mais estúpido dos heróis consegue finalmente descobrir alguma coisa. Sim, eu sou Atlas, o general dos Titãs e terror dos deuses. Parabéns. Vou matá-los em breve, assim que lidar com essa garota miserável.
– Você não vai ferir Zoë – falou Selena, com toda a coragem que tinha. – Não vamos deixar.
O General zombou.
– Você não têm o direito de interferir, pequena heroína. Este é um assunto de família.
Selena franziu a testa.
– Um assunto de família?
– Sim – Zoë disse friamente. – Atlas é meu pai.

(...)

Percy e Selena seguravam o céu, enquanto Harry, Alison e Thalia lutavam contra Luke. Ártemis estava contra Atlas, lutando com grande habilidade e destreza.

Selena sentia como se seus músculos estivessem prestes a explodir. Sua cabeça latejava de dor.

Seus pensamentos foram até Bianca, depois vagaram até Rebeca, que estava caída no chão, ofegante, buscando forças para continuar lutando. Em seguida, foram até Laays, por quem Selena se voluntariou. E por último, Bellatriz, com quem Selena não tivera nenhum contato desde muito tempo.

Atlas simulou com a ponta do seu dardo e Ártemis se esquivou. Selena viu o truque chegando. O dardo de Atlas varreu em volta e arrancou as pernas de Ártemis do chão. Ela caiu, e Atlas levou a ponta de seu dardo para matar.
– Não! – Zoë gritou. Ela saltou entre seu pai e Ártemis e atirou uma flecha diretamente na testa do Titã, onde se fixou como um chifre de unicórnio. Atlas bradou de raiva. Ele varreu sua filha para o lado com as costas de sua mão, mandando-a voando para dentro das rochas negras.
Selena quis gritar o nome dela, correr em seu auxílio, mas não conseguia falar ou se mexer. Nem ao menos conseguia ver onde Zoë tinha aterrissado. Então Atlas se virou para Ártemis com um olhar de triunfo em seu rosto. Ártemis parecia estar ferida. Ela não se levantou.
– O primeiro sangue em uma nova guerra – Atlas se vangloriou. E ele apunhalou para baixo.
Rápida como o pensamento, Ártemis agarrou a haste de seu dardo. O objeto atingiu o chão bem ao lado dela e ela o puxou para trás, usando o dardo como uma alavanca, chutando o Lorde Titã e mandando-o voando sobre ela, Selena o viu caindo em cima da garota e percebeu o que aconteceria. Afrouxou sua pegada no céu, assim como Percy e enquanto Atlas os atingia, Selena não tentou segurar. Ela deixou ser empurrada para fora do caminho e rolou com tudo, da mesma forma que Percy.
O peso do céu recaiu sobre as costas de Atlas, quase achatando-o até que ele conseguiu se ajoelhar, debatendo-se para sair debaixo do peso esmagador do céu. Mas era tarde demais.
– Nãããooo! – ele berrou tão forte que sacudiu a montanha. – De novo não!
Atlas estava preso sob seu antigo fardo. Novamente.

Selena estava ofegante. Harry correu em sua direção.

- Você foi ótima – murmurou, abraçando-a e aconchegando a cabeça da garota em seu peito. – Ótima.

Selena não conseguiu pensar. Apenas abraçou Harry, com força, como a muito tempo não fazia. Então, antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, caiu inconsciente, nos braços de seu amigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Beijocas!

PS: Hoje à noite posto o capítulo 17 se eu receber pelo menos um review ;)



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