A Primeira Escolha escrita por Renan Garibaldi


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uma pequena surpresa


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu mudei o capítulo. Revisei, mas não com máxima cautela. Se achar algum erro, avise-me, por favor!



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Muitos relatam que vampiros são criaturas inexistentes, eu discordo. Os vampiros não foram extintos, apenas tinham sido esquecidos por um tempo, de modo que ninguém suspeitasse deles. Quero que saiba que os vampiros em que eu falo não são bonzinhos e não querem te ajudar, só querem chupar todo sangue de seu corpo ou te transformar numa aberração como eles.

Vou logo dizendo que não saio acreditando em qualquer um, minha confiança é conquistada com o passar do tempo. Não há ninguém que me conhece e vou dizendo que é meu amigo, aprendi com o tempo em quem devo confiar. A dolorosa perda da minha família me fez perceber que eu estou sozinho no mundo a fora cheio de vampiros horripilantes que querem me devorar.

Eu queria poder voltar ao passado e ter salvado minha família, se eu acreditasse no que eles diziam não estaria sozinho no mundo. Eu tenho alguns amigos, mas não são nada comparados a minha família que sempre me apoiava mesmo estando errado, e eu, idiota, nunca dei valor a isso. Sempre questionava, sempre discutia com todos eles. Eu não exponho meus sentimentos tão facilmente, nunca disse pra ninguém “eu te amo”, e nem muito menos para meus pais que lutavam para a minha existência. Minha frieza é meu orgulho, porque se eu fosse um cavalheiro estaria perdido no mundo.

Eu ando em um grupo de cinco pessoas – contando comigo -, fomos os únicos que restamos do nosso bairro. Às vezes encontramos pessoas, mas nem sempre ajudamos porque, na maioria das vezes, estão feridas e seria um peso para a gente. Imagine-se fugindo de vampiros e de repente parar porque tem alguém para carregar? Não seria nada fácil.

Sair durante a noite é algo quase impossível, pois os vampiros vagam por todas as áreas. É dificilmente a gente sair por aí durante a noite. Caso saíssemos, andamos armados e bem preparados pelo que der e vier. Nós aproveitamos o dia para sairmos e procurar comida, porém sempre tem algum vampiro cretino que nos acha em um lugar onde não há luz solar.

Os demônios chupadores de sangue estão criando uma monarquia vampirar, ou seja, há um rei supremo em que manda em tudo. Esse cretino chama-se: Regem Lamia. Ele quer colonizar todos os países que não foram atacados... A Inglaterra não fora totalmente colonizada, ainda; a África nem fora tocada por qualquer bando de vampiros. Eu não sei o porquê deles terem vindo ao Brasil querer colonizar um dos países mais quentes. Isso é para ver que as coisas mudaram, e muito.

Alguns bandos de vampiros andam por aí por impulso próprio, agindo de maneira anormal, caçando contra a lei. Esses bandos são denominados de Bestantes, os monstros que adoro matar.

O meu grupo se chama “Infectores”, que vem do latim, seu significado é: Matadores. Nosso lema é: matar ou estraçalhar. Não temos um pingo de piedade dos vampiros, nossa raiva é só descontada neles. Todos nós temos uma história parecida, temos parentes transformados em vampiros e até um passado igualado.

Às vezes eu achava que poderia reverter o ato de meu irmão, procurei formas e formas para tê-lo novamente, mas agora sei que é impossível. Não tem como o fazer voltar, ele é uma pessoa tão morta quanto um defunto.

– Está na hora, Patrick – anunciou uma voz que eu reconheci rapidamente.

Então, levantei-me da cama e vesti meus sapatos de couro. Após amarrar os cadarços em um nó de qualquer maneira, coloquei minha jaqueta preta e ajeitei meus cabelos num espelho próximo a meu armário. Meus olhos castanhos estavam quase se fechando, mas eu tinha que ser mais forte e levantar porque já estavam me esperando.

Eu não estava a fim de ajeitar meus cabelos loiros, então pus uma touca em que encontrei na gaveta de meu armário de madeira. Estava uma bagunça, mas achei por imediato, pois a touca estava bem visível (por ser preta).

Em meu quarto não havia nada além de uma cama, um armário, uma parede repleta de alvos pintados à mão e uma bancada repleta de facas, adagas, estacas de prata.

Andei até a bancada e peguei algumas facas, as coloquei dentro de minha jaqueta e peguei uma espada. A espada tinha uma lâmina fina e um cabo bem resistente. Antes de sair a prendi em meu cinto e escondi uma das facas por debaixo da minha calça, apenas por prevenção.

Andei pelo pequeno corredor que ligava os quartos à sala de estar. Romulo estava a minha espera. Ele era moreno e tinha os cabelos bem curtos; era tão musculoso quanto qualquer um que frequentasse academia por anos e tinha os olhos mais escuros que os meus.

– Onde estão os outros? – perguntei, juntando-me a ele.

– Estão nos esperando no carro. Eu só vim pegar mais munição. Vamos.

Nós morávamos em um porão abaixo de uma casa. Na verdade, o porão em si era uma casa muito fora do normal. Era como se alguém estivesse já preparado para o que estava acontecendo, mas encontramos aquela casa a menos de um ano e decidimos ficar por lá durante um bom período.

Subimos pela escada de madeira e abrimos a porta de metal que ligava a garagem ao porão. O carro, que era um Escalade, tinha a pintura preta e os vidros eram tão escuros como minha jaqueta de couro.

Quando sentei no banco do carro, coloquei o cinto imediatamente porque Romulo corria feito raio. Ao meu lado, estava a irmã de Romulo, Júlia Munniz – ela tinha os olhos tão verdes como as folhas de uma árvore em dia de primavera. Seus cabelos castanhos estavam presos em um rabo de cavalo. Ela usava uma jaqueta como a minha, porém personalizada (coisas de garotas). Júlia é o tipo de garota que você pode confiar, pode contar algumas coisas pessoas... Ela sempre tem a melhor solução, é sábia e corajosa. Acho que sem ela, estaria conformado sobre a morte de meu irmão.

Roberta Mello estava na outra ponta, prestando atenção na paisagem destruída pelos vampiros. Ela era morena e tinha os cabelos pretos enrolados. Ela tinha pulseiras, cordões, brincos todos de prata. Estava com uma blusa com o desenho de uma caveira. Também usava a mesma jaqueta, na verdade todos usavam jaquetas pretas. Era o uniforme do grupo.

– É o mesmo esquema de antes – disse Jackson, o nerd do grupo. Ele tinha os cabelos encaracolados e os olhos castanhos-mel. Era a pessoa mais inteligente em que eu já conheci em toda minha vida. Ele sabia fazer armas de fogo, rastreadores (que continham em nossas jaquetas), altos falantes e tudo que precisávamos -, matar ou estraçalhar.

Eu concordei com um aceno com a cabeça. Sempre amei matar vampiros chupadores de sangue, só consigo descontar minha raiva, transformando-os em pó. Era tão impressionante a maneira de como os vampiros conseguiram destruir o que já estava destruído... O Rio de Janeiro estava completamente dominado pela Monarquia Vampirar, basicamente destruído. Acho que seria impossível repor a vida na antiga cidade maravilhosa.

Não havia luz em quase lugar nenhum. Os prédios foram completamente dominados pelos demônios e esquecidos com o tempo. A única coisa que aconteceria se você entrasse num prédio abandonado seria encontrar um habitat de uma família de vampiros, apenas isso.

Nós costumávamos ir a um mercado próximo de casa, mas, acabamos pegando todas as comidas em que havia no local, então partimos para outro local. Não foi muito difícil achar um mercado, pois a cada quarteirão havia um no mínimo.

– Ali – apontou Jackson a um mercado enorme.

Romulo estacionou o carro na garagem subterrânea, até porque se os Procuradores vissem um carro em um mercado numa área em que ninguém frequentava acharia muito estranho. Antes de sair do carro, peguei uma arma de fogo e a pendurei nas minhas costas. Peguei algumas munições com Romulo e desci do carro.

Andamos calmamente pelo mercado abandonado e escuro. Jackson nos entregou algumas lanternas e logo as acendemos. O lugar estava fedendo a carniça, havia muitos esqueletos espalhados pelo chão. As moscas faziam festas e mais festam nos pedaços de carne humana que os demônios haviam devorado.

Subimos a escada rolante andando porque não tinha energia alguma. Acho que as carnes estariam todas estragadas dentro do mercado, e nós precisávamos delas para sobreviver, mas eu poderia estar errado.

– A porta está fechada – anunciou Jackson, quando chegamos à porta.

– Isso não é problema – disse Romulo, dando alguns passos para trás. Então, o garoto correu e deu um chute tão voraz que meu coração deu um salto com o barulho produzido por seus pés encontrando a porta. Então a porta voou metros mais de seis metros até encontrar o chão – É assim que se faz.

Quando entramos no mercado, logo nos separamos porque cada um era encarregado de pegar cada coisa. Eu, por exemplo, era encarregado pelas guloseimas. Peguei um carrinho e segui em direção à seção de biscoitos.

Era uma coisa muito emocionante, fazer compras gratuitamente. Você podia pegar qualquer coisa, quantas coisas quisessem e ninguém ficaria te olhando com cara feia. Eu não pegava um biscoito, pegava milhares de biscoitos por vez. Puxava um bolo direto para o carrinho. Biscoitos caíam e eu não estava nem aí.

Peguei biscoitos salgados, doces, chocolates e balas. Até aproveitei e comi algumas balinhas de caramelo. A gente não costumava ficar por muito tempo num mercado, apenas pegávamos o que queríamos e íamos embora felizmente.

Enquanto andava com a lanterna presa a mão, empurrava o carrinho com a outra. O carro estava tão lotado que decidi tirar algumas coisas, deixando alguns biscoitos espalhados pelo chão.

Ouvi um barulho estranho, logo me virei para ver se estava sozinho e para minha felicidade, estava. Deixei o carrinho encostado e decido andar para observar como estavam as coisas.

– Pessoal? – perguntei, andando pela seção de higiene.

Ouvi o barulho estranho novamente, e estava um pouco mais alto. Resolvi correr, preambulando os corredores do mercado até achar alguma resposta, mas nada.

– Socorro - ouvi uma voz estranha gritando.

Decidi correr o mais rápido que pude, puxando a arma de fogo das costas e encaixando a lanterna na mesma para poder enxergar as coisas. Segurei a arma com firmeza e puxei o gatilho caso algum monstro aparecesse.

Quando cheguei à seção de roupas vi uma coisa estranha. Percebi que o revólver de Júlia estava caído no chão. Após abaixar e pegá-lo, coloquei no bolso. Percebi que havia rastros de sangue, então decidi seguir. Onde estariam os outros? Algo de errado estava acontecendo.

Ouvi um grito novamente, e dessa vez reconheci a voz de Júlia. Corri o mais rápido que pude até acha-la caída no chão. Estava tudo muito estranho... Por que a Júlia estaria caída? Logo ela que é tão durona quanto o irmão.

Abaixei-me para ajuda-la e senti uma mão passando por cima de meus ombros. Puxei uma faca rapidamente e logo levantei a guarda. A primeira coisa que eu vi fora Jackson com uma máscara de vampiro, e Roberta e Romulo caindo na gargalhada ao lado do garoto.

– Que brincadeira idiota – resmunguei, irritado.

– Tinha que ver a sua cara – disse Júlia, rindo de mim. Ela levantou-se e mostrou um vidro de catchup. Eu a fitei com ódio, pois não gostava daquele tipo de brincadeira.

Eu me senti u completo idiota em acreditar naquela estúpida brincadeira. Poderia ser verdade, algo de errado poderia estar acontecendo. Então, ouvimos um grito agudo vindo de longe.

Não poderia ser eles porque estavam ao meu lado, os quatro estavam comigo. Corri o mais rápido que pude, puxando mais duas facas sob as mãos. Eu fui burro, por que deixei a arma no chão? Ah, na verdade eu nem gosto muito de armas. Gosto de lutar, sentir o prazer de matar um vampiro com minhas próprias mãos.

Eu fui o primeiro a chegar à seção de brinquedos. Um vampiro horripilante de olhos vermelhos raivosos e dentes pontiagudos comia desesperadamente um pedaço de carne humana, que parecia ser uma mulher.

Não pensei duas vezes, arremessei duas facas em sua garganta, e logo ele explodiu feitos fogos de artifício. A poeira preta e branca cessou rapidamente. Fui totalmente rápido e astuto, cheguei antes dos quatro e matara um deles.

– Boa – elogiou Romulo, chegando até a mim.

– Ah, eu mirei rápido e atingi a garganta. Não foi tão bom assim.

– Calem a boca – vociferou Júlia, colocando as mãos em um das orelhas de modo que fizesse um “cone” para escutar melhor. – Estão ouvindo?

– Não – disse Roberta, cruzando os braços. – Você está maluca, Ju.

Júlia procurou pelos lados algo que eu não sabia o quê. Quando se abaixou, reparei que não estava maluca. Havia um barulho, um barulho de choro. Uma garotinha de cabelos loiros saiu chorando de dentro de uma caixa de papelão.

– Onde está minha mãe? – ela perguntou, chorando mais ainda.

– Ela foi ali. Já está voltando – mentiu Júlia, pegando a garotinha no colo.

Roberta pôs-se defronte ao cadáver estraçalhado que, com certeza, era a mãe da garotinha indefesa. Ela era como nós. Estava sozinha e indefesa no mundo sem saber o que está acontecendo.

– Qual seu nome? – Júlia perguntou, levando-a para longe daquele lugar.

– Raissa – ela respondeu, enxugando as lágrimas.

Eu senti que teríamos que ficar com Raissa porque sua mãe estava morta e não a deixaríamos a mercê dos vampiros. Eu até senti até um pouco de raiva daquele vampiro em que acabara de matar por ter devorado uma mulher indefesa, com uma pequena filha para criar.

– Vamos logo, ates que apareça uma colônia de vampiros – disse Romulo.

















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Notas finais do capítulo

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