Escola era a palavra que aparecia na minha cabeça ao olhar o relógio, zangada por ser 4 horas da manhã e não consegui dormir, zangada por que eu estaria de olheiras na manhã seguinte, zangada por que veríamos Victória, James e seus grupinhos, rodei na cama mais uma vez e olhei para o teto, suspirei audivelmente e decidida a me acalmar soltei da cama.

 Caminhei para o banheiro e me olhei no espelho, eu era uma garota bonita, uma garota de olhos chocolates, iguais ao cabelo, com um corpo bonito, mas o problema se voltava para os olhos, ali estava o problema, mesmo que eles tivessem mais brilho desde quando cheguei a fazenda ainda podia se ver a dor.

 Enchi a banheira que eu não tinha usado ainda, arranquei minha roupa e entrei nela, coloquei o fone no ouvido e deixei que a música alcançasse meus ouvidos, e relaxasse meu músculo.

 Sai da banheira assim que água se tornou fria, me sequei e olhei a hora, 5 da manhã, vesti um short e uma arregata e desci as escadas tentando não fazer barulho, procurei pelos armários, comecei a cozinhar, fiz bolo, café, suco, pão de queijo.

 Olhei para a porta e vi Dona Esme em pé me olhando com um sorriso, ela caminhou para dentro da cozinha calmamente.

-Bom dia flor! –Ela disse.

-Bom dia! –Respondi.

-Não sabia que cozinhava! –Ela disse.

-Então, eu tento. –Eu disse dando de ombros.

-Há quanto tempo está acordada? –Ouvi a voz do meu pai e me virei em direção da porta.

-Dês das quatro não consegui dormir então. –Mordi os lábios, olhei para o relógio e me assustei com a hora, já eram 7 da manhã. –Preciso me arrumar.

 Corri escada acima e parei quase trombando em um Emmett pronto para a escola, sorri e corri para meu quarto, tomei uma ducha rapidamente, abri meu closet e procurei por uma roupa confortável.

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-Isso está uma delicia. –Jasper disse enquanto comia um pedaço de bolo.

-A cozinheira do dia ai. –Esme disse e eu sorri sem graça.

-Já pode casar. –Meu pai brincou e ouvi todos rirem menos eu e Edward.

-Vamos nos atrasar. –Eu disse pegando um copo de suco e um pão de queijo.

-Seu carro chegou. –Meu pai disse balançando a chave para mim.

 Sai para a garagem sendo acompanhada por meus amigos e parei ao ver a Mercedes slr preta na garagem, apertei o botão de trava e ouvi o carro ser destravado.

-Eu dirijo hoje! –Disse sorrindo para as meninas.

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 Eu e as meninas nos juntamos no carro enquanto os meninos seguiam para o jipe de Emmett que quase nunca era usado, chegamos na escola chamando atenção, ao sair do carro Edward caminhou na minha direção, enlaçou minha cintura e me deu um selinho, ficamos conversando até que eu vi Victória do outro lado do estacionamento, ergui o queixo e sorri malandra enquanto via ela me olhar com ódio.

-Você não consegue não é? –Edward disse no meu ouvido rindo.

-Ta na hora de mostrar para essas piranhas que eu não sou qual quer uma para ser intimidada. –Respondi, ele entrou na minha frente e me beijou nos separamos por falta de ar e meus amigos gargalharam.

-Aula! –Jasper disse rindo, caminhamos para dentro da escola, Edward me deixou na porta da sala e seguiu para a sua depois de me dar um selinho.

 Durante as aulas eu me encontrei com meus amigos, riamos e conversávamos como se nada importasse, minha 3 aula era com Rose, ao sairmos acabamos encontrando Alice no caminho, entramos no refeitório juntas, nos sentamos com os meninos e ficamos conversando.

 Tudo aconteceu muito rápido uma hora estávamos rindo no outro a gritaria começou, seis homens entraram na escola pelas únicas duas saídas que tínhamos, eles estavam armados, senti meu corpo tremer, isso de novo não.

-Todos calados. –Um deles gritou, os alunos se encolheram se juntando e tentando ficar bem longe deles. –Isso é um ataque terrorista.

-De novo não. –Eu sussurrei me encolhendo, Edward me puxou para seus braços e me apertou.

-Bells. –Ele chamou.

-De novo não. –Eu disse e lagrimas caíram dos meus olhos.

-Como assim? –Emmett questionou.

-Eu tinha 14 anos, estava em um ônibus escolar, usei um colete cheio de bomba que um cara colocou em mim. –Eu sussurrei, as memórias me alcançando.

 Era fim de tarde, a única pessoa que eu confiei na vida do meu lado, Wanessa batucava feliz e conversava com uma menina na nossa frente, Aline seu nome eu nunca esqueceria.

 O ônibus parou bruscamente, quatro homens entraram no ônibus armados, eles gritavam, batiam nos alunos dentro do ônibus, eu estava apavorada, Aline pegou o celular e discou para a policia sem colocar no ouvido, um deles viu.

-Isso é o que acontece quando tentam nos passar a perna. –Ele atirou, o sangue dela se espalhou por nós.

 Menos de dez minutos e o ônibus estava cercado, eles pareciam apreensivos, queriam amedrontar o pais e estavam conseguindo.

-Você! –Ele apontou para mim. –Vem aqui. –Me levantei com medo e segui até ele, depois de tomar uma porrada na cara, ele me vestiu com um colete bomba, a policia gritava, eles fizeram com que todos os alunos descessem, logo desceram comigo na frente me mantendo presa pelo cabelo.

-Ela usa um colete bomba! –Um dos policiais gritou para os outros.

-Eu vou explodi-la. –Um outro gritou.

 Depois de algumas horas no poder dos bandidos por um descuido deles eu consegui correr, eles tentaram atirar em mim, mas a policia foi mais rápida, eles morreram.

-Tira, tira isso de mim! –Eu gritei tentando puxar o colete.

-Fica calma ou vai ativar o colete. –Um policial disse.

 Com uma hora eles tiraram o colete e eu fui levada para o hospital.

-Nada vai nos acontecer, eu prometo. –Edward disse me apertando em seu peito.

 Algumas horas se passaram a policia já cercava o prédio, amedrontados e cansados todos estavam chorando e orando, eu pensava no meu pai, em Esme do lado de fora e se Carlisle já havia ligado para minha mãe, dona Reneé estaria louca a caminho de Forks.

-Hei você! –Um dos homens apontou para Ângela uma garota doce e tranqüila. –Vem aqui.

-Por favor não me matem! –Ela implorou, vi medo em seus olhos ao se aproximar deles, sem pensar muito me pus de pé.

-Eu vou. –Eu disse e eles me olharam. –Eu vou no lugar dela.

-Bella não. –Minhas amigas gritaram, Ângela chorava compulsivamente.

-Vem aqui. –Um cara estendeu a mão e eu fui até ele, olhando para Ângela que voltava para seu lugar tremendo, meus olhos eram como chamas, ódio e dor entrando em convulsão.

-Vamos mostrar quem manda aqui. –O cara que parecia o líder disse e bateu em meu rosto com força o suficiente que teria feito qual quer uma cair, mas não eu, eu já tinha apanhado muito nessa vida, voltei meus olhos para o olhar dele e não pestanejei, ele me encarou com ódio e acertou meu rosto de novo fazendo a escola gritar, eu cambaleei, mas voltei a firma os pés no chão.

-Terá que fazer melhor que isso imbecil. –Eu disse em um rosnado, passei a mão na boca limpando o sangue e dei um passo para frente quase colando nossos corpos. –Passei por muita coisa não vai ser um bando de terroristas estúpidos que vai me fazer recuar, terá que me matar se quiser me parar.

 Vi Edward, Emmett e Jasper ficarem de pé atrás dele, Jacob um dos garotos do time de futebol também ficou, recuei dois passos ele me deu um sorriso.

-Então terminaremos logo com isso, vamos dar uma surra nessa vadia que ela nunca vai esquecer. –Ele disse, os cinco homens pararam ao seu lado guardando as armas e dando um passo na minha direção dando as costas para meus amigos, sorri malandra.

 Ergui a mão e acertei seu nariz, eles tentaram encostar-se a mim, mas foram pegos de surpresa pelos meninos, eu tentei me livrar das porradas que o homem mandava em minha direção.

-Saiam daqui! –Emmett gritou para os Alunos, consegui pegar a arma na cintura de um dos caras e atirei no cara que lutava com Edward, Alice e Rosalie estavam quase na porta quando um dos caras puxou Alice pelo cabelo, os quatro homens restantes estavam nos braços dos meus amigos presos, quase sem ar, o líder deles segurava Alice e a arma em sua cabeça.

 Assustei quando Edward atirou nos quatro homens que nossos amigos seguravam, o líder engatilhou a arma na cabeça de Alice que chorava, eu e meus amigos nos aproximamos sendo seguidos por Jacob, a policia entrou, eu ergui minha arma.

-Solta. –Eu disse.

-Abaixa a arma ou eu vou atirar na cabeça dela! –Ele disse e sorriu.

-Rose. –Emmett chamou, Rosalie estava praticamente atrás dele, ela nos olhou assustada e negou.

-Rose. –Jasper disse.

 Mantive a arma em pé assim como os policiais a volta que gritavam para que nos afastássemos, tudo aconteceu rápido de mais, Rose acertou em cheio a cabeça dele, Alice e ela foram para o chão a policia atirou.

 Deixei que a arma caísse da minha mão direto para o chão, senti os braços de Edward a minha volta, vi Jasper abraças Alice, Emmett a Rose, policiais falavam, mas eu não conseguia dizer mais nada, lagrimas caiam dos meus olhos molhando a camisa de Edward, senti mais braços me cercarem e sabia que era meus amigos.

 Fui levada para o hospital por causa das porradas que levei, quem me atendeu foi o mesmo médico que da ultima vez, ele tratou os machucados me deu um remédio para dor, e deixou que meu pai agora mais tranqüilo me levasse para casa, ao entramos Esme me abraçou apertado, ouvi os passos de alguém descer as escadas e logo fui tomada por um abraço apertado de minha mãe.

-Mamãe. –Eu disse e ouvi seu suspiro, lagrimas enchiam seu rosto quando ela se afastou.

-Ò querida eu sinto muito! –Ela disse. –Sinto muito por tudo isso de novo.

-Esta tudo bem mãe. –Eu disse e sorri para ela. –Está tudo bem, acho que não vai deixar marcas.

 Minha mãe olhou em volta depois fixou seus olhos em meus olhos, sua boca abriu surpresa depois ela olhou para meu corpo, eu sabia que ela havia notado, eu sabia que ela havia notado a diferença que aquele lugar tinha feito em mim.

-Venha vamos conversar. –Eu disse.

-Com licença. –Ela disse aos outros, subi as escadas e a levei para meu quarto com a porta fechada contei a ela sobre Edward, sobre contar a eles sobre os pesadelos. –Você já contou a eles sobre o...

-Não. –Eu disse rapidamente. –Mas eu vou contar, eu juro que vou.

-Sinto sua falta Bella, mas estou feliz por você estar bem! –Ela disse ao me abraçar.

-Sinto sua falta também mãe. –Respondi.