Surpresas da Grécia escrita por Bonequinha Diva


Capítulo 4
Capítulo 4 - Apresentações e Devaneios:


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que comentei no final do capítulo anterior, mas como eu sou mais ansiosa do que vocês e mais boazinha (obviamente) resolvi postar o 4. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360511/chapter/4

Capítulo 4 – Apresentações e devaneios:

‘’Percy é tão ingênuo. Ele em vez de ficar cuidando da pesca quer ajudar essas turistas que não tem nada pra fazer tudo porque são tão burras que não acham barcos de passeio. Mas ele ainda vai se apaixonar por mim. Ele não vai me ver mais como uma criança. Vai me ver como mulher.’’ – Pensou Calipso. Uma morena de 16 anos, que consegue tudo que quer. O único problema é que Percy e ela foram criados juntos, e ele sempre a considerou como uma irmã.

Ela dera a desculpa para a tia que ia até a feira. Comprara o que a mulher havia lhe pedido e fora encontrar Percy no trabalho dele. Ulisses e Helena tinham um restaurante. Percy ajudava na parte da pesca e vivia indo buscar coisas nos fornecedores, Ulisses ficava na administração e Helena cuidava da cozinha.

Calipso sorriu assim que avistou o moreno, mas endureceu a expressão quando uma ruiva chegou e pediu informações.

_Lá pra uns 300 metros tem uma barca que cobra para atravessar 12 euros.

_Obrigada. – A moça agradeceu e saiu.

_De nada. – Percy agora tirava a rede de pesca do mar. Já tinha conseguido o bastante para o almoço no restaurante. Até que viu Calipso. Era como se ele visse a irmã dele de 5 anos de idade.

_Oi! O que está fazendo? Não devia estar na feira?

_Ah sim, já dei uma passada por lá. Só vim ver se você estava bem. Não está com fome, sede?

_Não. Só cansado. – O garoto ainda sorria – Antes o movimento estava maior. Mas, já pesquei o suficiente para esta manhã. Lá pelas 5 ou 6 da tarde eu volto para pescar para o jantar.

_Claro, se você quiser eu venho junto. – Disse Calipso se oferecendo de forma explícita. Percy não entendeu desse modo.

_Imagina. Isso aqui demora. Você ia ficar cansada rápido.

_Per eu não tenho mais 5 anos.

_Você fala isso, mas depois de 5 minutos no barco esperando os peixes começarem a ir para a rede, você já quer ir embora.

_Mas...

Percy tinha desarmado ela. Como ela não tinha percebido?

_Viu? Vamos pra casa. Minha mãe já deve estar esperando há décadas essas verduras. Ela vai ficar louca com você pela demora e eu não vou poder te defender. Sabe disso, né?

Os dois riram. A alegria de Percy era sincera, a de Calipso era forçada. Ele era muito sincero e sempre se preocupara com a verdade. Ela, odiava quando a deixavam sem argumentos.

Chegando perto de casa, Percy deduziu que seu pai tinha ido na casa de trás, onde morava um amigo deles há muito tempo. Sua mãe devia estar na casa de Theodora, outra vizinha que cultivavam uma amizade há anos. Calipso foi falar com sua melhor amiga,Felícia.

Entrou e fechou a porta. Buscou sua carteira no bolso do shorts, mas não a encontrou. Logo depois recordou que havia deixado no quarto de Calipso, pois quando estava se preparando para ir trabalhar bem cedinho foi verificar se ela estava bem. Se despediu dela com um beijo na testa e deixou sua carteira na mesinha ao lado da cama. Subiu as escadas e entrou no quarto.

Qual foi sua surpresa quando encontrou uma menina dormindo na cama de sua ‘’irmã’’. Viu as malas, se aproximou da cama e a deslumbrou. ‘’Como é linda. Quem é ela?’’ pensou o garoto.

Antes de poder tocar seu cabelo loiro, aconteceu algo rapidamente como se alguém desse um golpe de judô nele. Ele estava com o braço direito imobilizado e a pessoa segurava o braço esquerdo dele. Ele estava contra a outra cama de solteiro que havia no quarto de Calipso para familiares distantes e amigas dela.

Deduziu que fosse a moça.

_Quem é você? – A voz demonstrava claramente desconfiança. Mas ao mesmo tempo espanto.

_Pode me soltar, por favor? – O rapaz tentou passar confiança e gentileza, além do que ele havia quase implorado para ser liberto. Mas ela não se intimidou.

_Quem é você?

_Ah Deus! Isso realmente não pode estar acontecendo comigo.

_Que droga! Por favor só me responda. – O garoto viu que conseguira irritar a jovem, não era sua intenção mas a situação estava ficando cada vez mais divertida. Ele fingiu parar de resistir ao golpe dela, ela já estava mais calma e ele inverteu as posições. A virou rapidamente e a prendeu na cama.

Apenas segurava seus braços para não levar nenhum soco ou tapa.

Ela o encarou. Aqueles olhos. Ele os reconhecia de algum lugar. Olhos cinzentos maravilhosos. Como quando o céu está se preparando para uma tempestade. Na verdade, ela era uma bela de uma tempestade.

Ele a olhou fixamente. Se fosse um homem violento não olharia para seus olhos como estava fazendo agora. Olhos verdes encantadores. Parecia que todo o mar da Grécia estava dentro dos olhos dele. Mas, havia algo familiar.

Decidiu se apresentar.

_Sou Annabeth, me desculpe. Eu me assustei, porque estava dormindo e então... – Ela deu um sorriso.

_Claro. Eu também me assustaria se estivesse dormindo e um tarado viesse me ver. – O senso de humor dele junto com o sorriso de moleque que fez arte e acabou de ser descoberto a contagiou. Os dois riram.

_Você não parece com nem um tipo de tarado. – Ela o olhou como se quisesse descobrir tudo com apenas um olhar.

_Não. Pelo menos estou fora da área por enquanto. Desculpe, minha intenção não era te assustar. Sou Percy.

_Filho da minha tia. Ah, ela me falou de você mas, eu estava morrendo de dor de cabeça então o que eu consegui pegar foi: ‘’o nome dele é Percy’’.

Os dois sorriram novamente. Percy sabia que quando se tratava de descrição de filho enchendo a bola para o lado dele, sua mãe ganharia.

Ele soltou os pulsos da garota, apesar de não estar mais fazendo força há tempos. Se levantou e estendeu a mão.

_Annabeth, posso te mostrar uma coisa? É indescritível e por isso precisa ser vista.

A garota o olhou, desconfiada.

_Não se preocupe. É apenas uma das melhores vistas daqui.

Eles subiram uma escada que havia do lado da casa dele. Aliás, outro fato que ainda impressionava a menina era a proximidade das casas. Imagine, se em Nova York fosse assim. Os jovens que escutavam Eminem enlouqueceriam os velhos que adoravam música clássica.

As escadas não tinham corrimão. Nem era preciso, a proximidade e a simetria existia tanto que não teria como cair. Se você caísse bateria na porta de alguém. Annabeth achou que ele estava a levando para o restaurante mas, se enganou quando os degraus de pedra a levaram para um espaço aberto. O piso era feito de pequenos azulejos azuis e brancos. Havia uma árvore com flores cor-de-rosa lindas. E a sacada era pequena como se fosse um muro baixo. Havia mais duas ou três portas azuis, Annabeth deduziu que fossem mais 3 casas. De lá de cima dava para ver todo o mar. Era uma cena muito bonita.

O moreno a encarava como se quisesse pelo menos alguma palavra. Ela o olhou e sorriu. Ele entendeu. Para ela era tão mágico que nenhuma palavra descreveria aquilo. Ou melhor, apenas uma palavra poderia descrever aquilo: Magia.

_Eu me lembro deste lugar. – Annabeth franziu a testa e olhou de modo triste para o mar.

_Você já veio para a Grécia? – Perguntou Percy curioso.

_Eu me lembro deste lugar, exatamente aqui. Eu já estive aqui em meus sonhos. Eu me lembro de ver duas crianças correndo e brincando aqui. E a menina sentava na base dessa árvore, e quando eles iam conversar meu sonho se dissolvia. Tive esse mesmo sonho dezenas de vezes. Depois o esqueci. Nunca mais havia sonhado com esse lugar. Mas – Algo a deteve. Por que estava se abrindo para um estranho? Não, ela acabara mal um relacionamento porque havia entrado abertamente. Não, ela precisava parar em quanto havia tempo – Tenho que ir, Percy. Eu tenho que ir para o centro da cidade. Desculpe.

A jovem ia saindo, totalmente abalada.

_Annabeth? – Percy segurou seu pulso.

_O que? – A menina estava com os olhos marejados, ela não o encarou. Odiava chorar em público. Ela se virou, mas não o rosto. Olhava para o outro lado da sacada com a árvore florida, de onde vinha a escada. De onde os dois vieram. Por que Percy nem conhecendo ela quis mostrar esse lugar? Não. Essa gentileza era falsa. Era apenas para conquistá-la. Homens são todos iguais. Menos o falecido pai dela. Ele foi um príncipe.

_Se eu te fiz...desculpe. – Ele queria que ela o olhasse. Mas, saberia que teria que deixá-la ir para talvez poder vê-la de novo. Soltou seu pulso.

_Tudo bem. – Murmurou Annabeth.

...

_Mãe? Ainda bem que você avisa quando vai sair para sua filha. Leva ela contra vontade para outro continente e joga ela numa cidade. Daí simplesmente some pra lugar nenhum. Onde raios você está?

Annabeth foi para a cidade para conseguir ligar para a mãe. Na vila não tinha nenhum sinal. A garota estava totalmente enraivecida. Ela não gostou de ter sentindo pelo Percy o que sentiu. Um frio na barriga imenso. Uma vontade de se aconchegar nele. De lhe dizer por tudo que ela passara. Deus, isso deve no mínimo ser uma reação retardada ao desgaste da viagem.

A voz de sua mãe mantinha-se inalterada ao telefone.

_Bom, como ninguém sente minha ausência, eu vim para Atenas resolver sua ‘’situação’’ aqui na empresa. Já comuniquei Jason e semana que vem você começa.

_Tudo bem – Depois de ouvir o nome Jason, Annabeth congelou. Num estalo ela recordou – Espera, Jason é o seu braço-direito?

_Eu diria quase sócio, já que semana que vem ele assina a papelada comprando mais uma parte das ações da empresa.

_Ei, sou sua herdeira legítima e você não pode fazer uma transação na empresa sem me comunicar previamente.

_Fico feliz que agora você se preocupa com a empresa. E a propósito, minha frase anterior serve como um aviso.

‘’Pensa que me pegou’’ – Pensou Annabeth.

_Essa conversa que estamos tendo é extra-oficial portanto, o que você disse não tem nenhum valor aqui.

_E você vai ter que entrar com um processo para poder reivindicar seus direitos.

‘’Droga’’

_Quando você volta?

_Quando lhe expliquei no carro, eu falei que VOCÊ faria o processo da casa da sua tia até a empresa todos os dias. Não comentei nada sobre ‘’nós’’.

_Mas, não...eu não compreendo. Você disse que queria evitar a mídia e eu sei que você não acha seguro ficar em hotéis, mesmo os de luxo...

_É por isso que mantenho a total descrição sobre o apartamento no mesmo prédio da empresa. Ninguém sabe que esse pequeno anexo existe. Somente eu, e obviamente, agora você.

_Se há um apartamento por que não posso ficar com você aí? Não gastaria menos? – A confusão da menina era grande. Sua mãe nunca fazia algo sem um motivo muito importante por trás.

_Gastaria. Mas eu preciso de paz, quero depois do trabalho não me preocupar com nada. E você é um grande motivo de preocupação para mim. Eu não tenho tranqüilidade nunca. Fica muito difícil mantê-la com VOCÊ aqui.

_Obrigada pela...sinceridade. – Annabeth desligou o telefone com a voz embargada.

Ela definitivamente não sabia como andar nas belas ruas da Grécia, aproveitar todo o encanto do local, sem chorar. Sem demonstrar a ninguém o quanto ela estava sofrendo. Então, sem nenhuma outra opção visível ela voltou para a casa da tia. Quando ela chegou não tinha ninguém em casa.

Ela se sentou no pequeno muro que tinha em frente a casa, atrás dela havia a imensidão do mar, ao lado da casa de sua tia havia outras casas, mas todas estavam fechadas. Ela deduziu que todos foram almoçar, pelo horário. Mais frustrada ainda, apenas abaixou a cabeça.

_Com licença, você é americana, né? – Uma voz masculina, porém com um tom gentil perguntara. Annabeth levantou a cabeça e olhou desconfiada.

_Sim. Por que?

_É que...bem, dá para notar a diferença das garotas aqui. – O rapaz tinha cabelos pretos, pele branca e olhos mais negros que a noite, seu sorriso era brincalhão e ao mesmo tempo galanteador.

_Hum. Então é só isso? – Do jeito que estava, Annabeth não queria de jeito nenhum levar cantada. Queria que ele falasse logo o que queria e fosse embora tão rápido quanto aparecera.

_Não. Eu vi você batendo na porta da casa do Percy. E então, achei que queria falar com ele.

_Não. Eu...na verdade, estou passando um tempo na casa deles, mas eu não tenho a mínima idéia de onde possa ser o restaurante da minha tia. Eu cheguei hoje e as coisas não tem dado muito certo pra mim. – Admitiu Annabeth com um sorriso amarelo.

_Oh, eu sinto muito – Respondeu o garoto com um sincero sentimento – E aturar esse conquistador barato aqui, não acredito que esteja em sua lista de afazeres. – Annabeth sorriu.

_Desculpe se fui grosseira. Não era minha intenção. Sabe onde fica o restaurante da família do Percy?

_Sei. Só que como GPS eu sou muito ruim, acredite. Se você quiser eu te levo lá. Vim aqui para encontrar o Percy, mas aquele babaca esqueceu que a gente ia conversar hoje. Ele deve estar no restaurante ajudando a Sra.Helena e o Sr. Ulisses.

_Hmm, eu não sei se...

_Ah, pode confiar em mim. Eu não vou te deixar perdida.

Annabeth pensou: ‘’O que eu poderia perder? Ele me parece sincero.’’

No caminho para o restaurante, Annabeth descobriu que o rapaz se chamava Nico di Ângelo. Que ele era italiano e se mudara para a Grécia aos 11 anos. Sua irmã se casara em Roma, no ano passado. E que ele era amigo de Percy desde quando se mudou.

_Quantos anos você tem? – Annabeth perguntou, pois ele parecia muito novo, mas se surpreendeu com a resposta.

_22 e você? – Ele sorriu e completou – Que indelicadeza a minha. Perguntar a idade de uma dama. Hum, deixe-me adivinhar....você tem 17 anos?

_Na verdade sou só um ano mais nova do que você.

_Nossa. As aparências enganam. Já sei sua próxima pergunta. Como falo inglês tão fluentemente? Eu apenas morei o meu primeiro ano na Itália, e por 10 anos morei em Boston. Depois vim pra cá e conheci o idiota do Percy.

Annabeth não pode deixar de sorrir.

_Chegamos. Ah, só pra te avisar. Fica preparada – Nico parou em frente ao restaurante - Percy acha que ela é um amor. Um anjo, uma moça inocente. Mas, você tem que tomar cuidado com a... – Nesse momento a porta se abre e revela uma garota bonita, morena, com os olhos pretos e cabelos da mesma cor. Ela olha para Annabeth da cabeça aos pés e depois vê Nico.

_Olá Nico. – Ela pareceu falar o nome do rapaz com desprezo, como se fosse uma das pessoas que ela mais odiasse, e tinha que ver sempre.

_Olá – Nico fez uma pequena e assustadora pausa. Annabeth pensou rapidamente e torceu para que não fosse ela, mas sua sorte não era das melhores – Calipso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Coitada, to com dó da Annie.
Beijos, DLC



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Surpresas da Grécia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.