Halloween escrita por Hime_xD


Capítulo 1
1º CAP - A LUZ DO LUAR




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Ela olhava aflita de um lado para o outro, como se procurasse alguém; um alguém invisível, pois vezes em seguida repetiu o mesmo movimento de um lado para o outro. Por mais que fosse entediante, era fascinante olhar sua determinação de encontrar alguém.Meu amor aumentava a cada olhar faiscante e indesejável que caía sobre mim.

- Cara, você ainda tá olhando pra ela?

- O que? - girei a cabeça rápido pra direita.

- Marcos, se manca, não fica dando bola pra ela não. Você é bonitão, está no terceiro ano colegial, tem emprego e é rodado por gatinhas; pra que ela? - ele apontou na mesa de Clarisse - você consegue coisa melhor.

- Esse é o problema Roger, eu não quero, porque eu quero ela.

 

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       Era dia 31 de outubro, festa de Halloween na escola. Todas as pessoas que eu conhecia estavam lá – e outras que eu não fazia a mínima idéia também. Um exemplo era aquela garota, a garota mais bonita que eu já tinha visto em minha vida. Era branca, cor de pele bem clara, e cabelos brancos – devia ser peruca – e usava um vestido branco cheio de babados vermelho-sangue. Era lindo, combinava perfeitamente com ela. E os olhos,ah!que olhos...azuis tão profundos que pareciam me sugar para dentro deles.

- Eric? – voltei minha concentração novamente para meu colega de mesa – já não são 8:45 p.m?Vamo embora.

- Hã? Ah é... vamos. – tinha me esquecido completamente da hora.

     Em dia de Halloween a verdadeira festa é dada pelos veteranos do 3º colegial, e esse ano seria eu quem daria – minha casa era a maior em termos de espaço para festas.

    Tudo estava preparado para a grande festa/ balada/ have. Tinha ponche, alguns refrigerantes e doces aos montes. O pessoal convidado iria chegar às nove e quinze da noite.

    A festa estava indo de vento em polpa ,mas já o meu coração eu não sabia direito.

- Ta chegando o pessoal, ta chegando o pessoal! – gritou Crystal correndo pelo salão de festas – Henry!- Henry iria ser o Dj – Quando agente abrir a porta, você começa a música,ok? Mike! Cadê você, Mike?

- Estou aqui, Crys... – levantei a mão demasiado desanimado com o tom de voz dela. Ela estava louca. Nervosa o suficiente para pirar com qualquer deslize cometido pelos caras.

- Vem Mike, você vai ficar na porta comigo.

-Tá... – me arrastei para a porta junto dela.

- Olha, que legal! Continua assim que você vai parecer um vampiro-zumbi. –disse ela cheia de excitação.

- Há-há – ignorei o argumento.

- No três!1,2...

-3!

    Abri a porta o mais lentamente possível para a porta ranger e emitir o máximo barulho que conseguisse. Crys abriu a do outro lado.

- Olá...? – disse uma voz feminina bem baixa, quase inaudível. É, deu certo, a porta intimidou os convidados. Crys segurou um riso.

      Apontei para ela que fôssemos para trás de fininho, e aparecêssemos do meio do nada, como o ensaiado. Nos posicionamos e começamos a dar passos ruidosos em direção à porta que beijava a noite escura.

- Olá – respondeu Crys, com a voz luxuriante.

- Sejam bem vindos – completei.

     Eles congelaram. Talvez fosse o clima meio sinistro da festa e o som de filme de terror que o Henry colocou, ou talvez, simplesmente porque o anúncio de boas-vindas estava realmente estranho.

     Em porcentagem quem ganhava? O chute nº2.

     Certeza.

- Cara, o foi isso? Você me deu mó medão!!!

- Marcus... – bufei.

- Sério,hein, que recepção “calorosa” a de vocês – debochou aos risos a namorada dele. Nossos colegas riram.

- Cala a boca e entra logo, Marcus – falou Crys entre dentes. Ela ficou possessa. Fuzilei o grupinho idiota com os olhos. Odiava eles. Aliás, quem eu não odiava?

      Um tempo depois a festa estava cheia, lotada igual a da escola, apenas com uma pequena diferença: na escola era para todos os alunos, já na minha casa era só pro pessoal do colegial. Nada de pivetes.

     Derrepente vi um vulto, um fantasma passando pela porta. Atraz dele vinha a pessoa que eu tanto queria ver : a garota das madeixas brancas. Nem um velhinho teria cabelo mais branco quanto o dela... se bem que era peruca – eu acho.

     Meu coração acelerou, minha pulsação foi a mil, comecei a sentir calor e derrepente minha garganta secou. Eu não ia conseguir falar com ela sem voz. Fui até a mesa de bebidas e engoli rapidamente três copos de refrigerante.

     Peguei dois copos de ponche e tentei a seguir em meio à multidão. A pista de dança estava lotada, cheia de monstros assustadores e príncipes e princesas encantados que pareciam ter combinado de pisarem todos no meu pé direito. Os corpos estava se movendo rápido demais com a batida agitada da música. Eu tinha-a perdido de vista para os corpos em movimento.

     Minha tentativa de achá-la durou cinco minutos. As vezes a desistência é mais fácil.

     Caminhei para fora do local abafado e populoso, para a noite fria e escura. Senti um choque térmico. Foi até gostoso... Caminhei sob a grama seca. Elas estalavam a cada passo que eu dava. Era estranho, não tinha chovido sequer um dia naquele mês.

     Continuei caminhando mergulhado na luz do luar. Era lua cheia. Acompanhei a lua até uma árvore próxima. Em um ganho, tinha uma pessoa sentada. Semicerrei os olhos para enxergá-la melhor. Era uma garota. Era a garota. Meu gongo da felicidade subiu até o 100%. Aproximei-me dela tentando aparecer em seu campo de visão. Ela olhava fixamente para lua.

- Gosta da lua cheia? – perguntei.

- Hã? – ela pareceu sair do transe. Sua voz era macia; era fina. Lembrava a de uma criança – Ah, sim... adoro ela – sua face mostrou um sorriso tímido e seus olhos me sugaram por um longo momento, logo após, voltando-se para a lâmpada branca-prateada no céu.

     Silêncio.

- Está gostando da festa?

- Ah, sim. Parece, divertida. – e mostrou-me outro sorriso. Sorri para ela também. Ela estremeceu. – E-está meio frio aqui fora,não?

- É... não quer entrar?

     No momento em que pisquei ouvi um “uf” e o barulho de algumas gramas se quebrando. Abri o olho e ela estava já no chão, voltando para posição ereta da coluna, dando algumas batidinhas no vestido poeirento. Senti uma coisa molhada entrar em meu sapato e me dei conta que um dos conteúdo dos copos estava caindo. Virei ele rapidamente e salvei metade do líquido. Ela riu com o meu desastre.

- Ahh, eu peguei pra você, - ofeceri – pega esse aqui que está cheio. É ponche.

- Claro. – pegou e bebeu um pouco. Fez uma careta e completou : ECA.

- Tem alguma coisa errada? – falei desesperado.

- Está com um gosto estranho. Tem certeza que é ponche? – ainda fazendo cara de quem comeu e não gostou.

- Tenho, vou tomar um pouco do meu – tomei um gole da bebida e forcei o líquido garganta á baixo. Estava mesmo com um gosto estranho. – Batizada. Batizaram o ponche. – fiz cara de arrasado. – Toda festa é a mesma coisa, não sei porque ainda fico assim...  – peguei o copo dela e joguei junto com o meu no lixo.

        Ela entrou novamente na sala quente e abafada. Olhei uma ultima vez para a lua. A lua que me proporcionou coragem para falar com a garota por quem eu tinha me apaixonado apenas pelo olhar – na maioria das vezes eu travava ou falava besteiras ou não falava nada. A lua olhava fixamente para mim. A garota dos cabelos brancos, à luz do luar, falou comigo...

- A propósito,qual é o seu nome? – virei me para contemplá-la.

- Meu nome? – ela virou para traz – É Anne. Anne Beth Grace. – pegou minha mão e me puxou para o amontoado de pessoas. Anne Beth Grace... é, um nome que eu nunca iria me esquecer.

 


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