Reflexos De Sophie. escrita por Mrs Skars


Capítulo 33
Uma Loucura Desfeita e Refeita. (Final)


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores. Bom eu quero me desculpar imensamente por esse sumiço. Bom... eu não abandonei a história, eu sei que não fiquei muito animada, até porquê minha vida anda um milhão de tormentos e minha mente realmente parece que a história deu pane, travou, mas a Sophie sempre esteve aqui. Na verdade esse final repentino não sei se muitas vão gostar, talvez não, mas espero que saibam que fiz apenas para ter um desfecho. Obrigada a todas que esperaram e até mesmo me mandaram mensagem sempre me favoritando e recomendando. Eu peço desculpas por ter falhado com vocês sobre a história de verdade =( Enfim... meus amores, obrigada por todo carinho de verdade, nunca esperei que fosse ser esse auê, todo. Beijos e espero até uma próxima e a outra Fic, terá uma continuação. Beijos *_*



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Aquele barulho fazia minha cabeça doer um pouco, aos poucos meus olhos embaçados foram  criando os objetos a minha volta, formas e cores, na verdade era apenas branco por todo lugar. A voz era desconhecida

- Dr. Quinn, ela acordou. Ligue pra a família Cohen imediatamente.

- Olá eu sou enfermeira Natasha e...

- Olá, sou o Dr. Quinn. Sabe pronunciar seu nome.

- Sophie

Minha cabeça ainda doía um pouco, eu suspirei e olhei com mais clareza enquanto todos estavam me olhando do outro lado do quarto. O que tinha acontecido? Eu não me lembrava de muita coisa, eram muitos pensamentos confusos até que eu me organizei  novamente. Eu estava no reino...minha última conversa com o Luby.

- Quantos anos você tem ? - O médico insistiu

- 15

- Quem são seus pais e tios?

- Théo e Susie são meus pais e Ian e Penny meus tios.

- Ótimo, a sua memória não foi afetada. É bom tê-la de volta Sophie.

- O que.. aconteceu? - Eu perguntei confusa e o médico suspirou paciente.

- Você sofreu um acidente de carro Sophie, estava em coma a quase um ano.

- Isso não é... possível.

- Eu sei que é confuso, faremos alguns exames para conferir o seu estado clínico geral e em breve se tudo der certo poderá voltar para casa.

O QUE??COMO ASSIM?? ACIDENTE?? Eu estava confusa, então o meu mundo, meu reino não existia? Ehipo, Hambre, Nathan, Luby, Yukiw, todos do reino eram uma mentira? Eu só teria certeza quando o Bruce chegasse. Assim que respondi algumas perguntas do médico e fiz alguns exames eu olhei minha tia e meu tio correndo pelos corredores junto com a minha prima.

- Sophie, OMG, você está bem.

Minha tia Penny me abraçou forte enquanto alisava meus cabelos.

- Nós estamos tão felizes pela sua volta. - Tio Ian se aproximou e sorriu me dando um beijo na testa mais calmo enquanto a Jessi parecia mais velha e sorria ao me olhar.

- Trouxemos um presente, na verdade guardei ele pra quando você fosse acordar.

- Obrigada, eu fico feliz por estarem aqui.

- Cadê o... - Eu hesitei um pouco por perguntar, até porquê, vai que ele não seja.. real?

- Bruce? - Jessi continuou

- Estou aqui

Ele apareceu atrás me olhando com um certo receio, eu precisava conversar com ele. Não sei se todos sentiram isso e automaticamente nos deixaram a sós. Bruce estava com ar um pouco mais velho, seu rosto com traços finos, seus olhos de mel estavam mais claros do que o normal.

- Bruce o que aconteceu? Cadê o reino?

- Do que está falando Sophie?

- Do reino Ehipo, Hanbre, Nathan... 

- Omg Sophie, você lembra disso?

- Sim, claro como eu ia me esquecer de Luby de todos do reino.

- Sophie eu preciso lhe dizer que...

- Boa tarde Sophie, nós a manteremos aqui só mais um dia para observação e amanhã poderá ir para casa. - A Enfermeira entrou no quarto me avisando enquanto sorria.

- Tem sorte de ter um primo assim dedicado. Ele veio aqui durante quase toda a semana te ver. Vocês deviam ser muito ligados. - Ela sorriu nos deixando a sós de novo.

- O que... está acontecendo?

- Eu sei que é confuso e eu vou lhe explicar, mas agora precisa descansar, são muitas informações.

Ele tinha razão, eram muitas informações. Como um reino poderia sumir em menos de um minuto. Em uma hora tudo estava ''normal'' e agora a porcaria da realidade retornava. Só podia ser mais um feitiço de alguém, eu já tinha sonhado isso uma vez e tudo por causa do feiticeiro Cosmo, só pode. O Bruce teria que me explicar que porra estava acontecendo, eu estava ficando impaciente e foi quando a minha tia entrou no quarto me distraindo.

-Olá Sophie.

- Olá tia.

- Então eu sei que deve estar confusa, conversaremos quando estiver pronta tá certo?

-Sim. Posso lhe fazer uma pergunta?

- Claro que pode.

- Meus pais estão...

- Sim Sophie, sofreram acidente de avião.

- É.. eu imaginei.

Eu dei um sorriso triste. As merdas sempre continuavam, a realidade ruim era uma merda e na verdade parecia que só sugava as coisas boas. A única coisa boa que aconteceu na minha vida depois a morte dos meus pais foi o reino e até isso a vida me tirou. Se isso fosse uma droga de coma, eu desejaria que estivesse dormindo para sempre, assim poderia estar perto de todos que eu realmente amava no reino, no meu lar.

*****

Eu estava fraca, sinceramente eu olhei meu reflexo no espelho do hospital e tudo que eu via era uma garota pálida com cabelos enormes e estava magra, finalmente era preciso um coma para ver se eu emagrecia, aquela piada sem graça do meu consciente me fez sorrir. A Enfermeira me ajudava a ficar sentada na cadeira enquanto lavava meus cabelos grandes.

- É bom ver que acordou Sophie. A história sua e de seu quase primo fez sucesso no hospital.

- Como assim?

- Então, vou lhe contar, fica entre nós duas.

- Tudo bem.

- Hospital é que nem cidadezinha pequena, todo mundo fica sabendo o que acontece. Seu primo vinha aqui quase toda semana.

- Uma outra enfermeira comentou isso

- A forma em que ele conversava, passava os dias com você e até mesmo dormia era lindo de se ver. Até que fomos investigar com sua prima e ela falou que você era adotada. Então, todas nós do hospital torcemos para que você acordasse e...

- Sophie, trouxe seu perfume e algumas roupas.

Era a Jessi sendo gentil como sempre. Eu sorri a olhando enquanto a enfermeira me ajudava a levantar da cadeira e aos poucos vesti uma roupa e a Jessi ajudou a pentear meu cabelo.

- Nossa, seu cabelo está enorme e lindo.

- Você está linda Jessi, parece mais velha.

- Obrigada Sophie.

Aquele era meu momento, eu sabia que a Jessi poderia falar alguma coisa a respeito do que tinha acontecido, afinal todos permaneciam em um certo receio de me contar.

- O que aconteceu Jessi?

- Você sofreu um acidente de carro Sophie.

- Disso eu sei Jessi, mas quando?

- Não lembra não é?

- Não.

- No primeiro dia de aula.

- Mas... você estava no carro também?

- Sim.

- E o Bruce...

- Sim.

OMG, o Bruce estava dirigindo no primeiro dia de aula, certamente eu fui a única que ficou com sequelas mais tardias, um coma por exemplo. Talvez ele ir todos os dias no hospital tinha sido realmente uma forma dele se desculpar pelo o que aconteceu, afinal ele me odiava ainda no início. 

- Você está bem Sophie, ficou quieta de repente.

-Eu estou sim. Vamos para casa.

Eu sorri enquanto a enfermeira me ajudava a andar em direção ao quarto. Ficar muito tempo deitava certamente sugava as energias do seu corpo, meus músculos estavam fraco e eu sabia que aos poucos meu biológico iria adaptar-se com aquilo.

- Estamos feliz pela sua recuperação Sophie. Só voltará aqui para fazer fisioterapia e em breve estará forte de novo.

- Obrigada Dr. Quinn.

Minha tia Penny falou sorrindo enquanto o meu tio Ian segurava uma sacola que devia me pertencer, pelo menos as coisas que haviam dentro. Uma outra enfermeira trouxe uma cadeira de rodas onde pude me sentar e fomos pelos corredores do hospital até chegar no carro. Com cuidado eu senti meu Tio me colocar no banco da frente e apertar o cinto de segurança contra meu corpo.

- Está tudo bem Sophie?

- Sim tio.

Não demorando muito chegamos ao lar doce lar. Com dificuldade meu tio me carregou e levou até ao quarto da Jessi o que me fez ficar com uma reação estranha e logo todos notaram.

- Você ficará um tempo aqui no meu quarto Sophie, é mais perto caso aconteça alguma coisa. E além do mais o sotão é muito maneiro. - Ela sorriu engraçada enquanto meu Tio me colocava na cama com cuidado e todos aos poucos me deixaram ali descansar exceto o Bruce. 

Eu suspirei era um alivio estar ali no quarto com silêncio e apenas com a presença dele. Não sei o que estava acontecendo e agora seria o momento para tirar todas as minhas dúvidas.

- Bruce... eu preciso que você me conte o que aconteceu.

- Não houve nada Sophie, você está bem e está em casa agora.

- Não eu sei que não é só isso e o reino? cadê todos? Eu exigo uma...

Eu fiquei um pouco tonta, talvez eu tinha me exaltado demais, eu apenas senti sua mão nas minhas costas me segurar enquanto me olhava, seu corpo quente permanecia contra o meu e aos poucos ele repousou minhas costas naquela montanha de travesseiros.

- Me conte Bruce... o que houve com o reino?

- Sophie... acredite que eu estou mais surpreso do que você. Eu...  inventei uma história e não sei de que forma você pareceu imaginar e acreditar que era real.

- O que? Como assim? Luby? Nathan?

- Sim... o Mundo através dos espelhos, reino Gatoch, Ehipo e Hanbre, o meu meio irmão Nathan, o feiticeiro Cosmo, Yukiw, todos eles foram personagens da minha história que lhe contei durante esse tempo em que esteve no hospital.

- Não pode ser. - Eu apenas pronunciei essas palavras, meus olhos estavam embaçados, as lágrimas agora percorriam pelo meu rosto. Como podia ser toda mentira? Eu não acreditava no que ele estava me contando.

- Sophie era a única forma que eu sentia que você estava viva, em alguns momentos da história eu senti seus dedos apertarem a minha mão e  foi assim que continuei a contar.

- Qual parte?

- Quando estávamos no carro na primeira vez e eu toquei a sua mão.

- Eu... estou confusa... eu nem sei se esses sentimentos são reais Bruce. E se for mais um...

- Feitiço do Cosmo? Acredite que não é Sophie, eu sei muito mais da história quanto você.

- Me deixa sozinha por enquanto Bruce.

****

Aquele feitiço tinha durado muito tempo, cada vez mais eu estava aceitando de que aquela era a realidade, já tinha durado quase um mês assim, a única notícia boa é que eu estava andando e minha evolução graças a fisioterapia foi bastante promissora. Eu me esforçava e me doava ao máximo, afinal aquilo era única coisa que me importava no momento, voltar andar.

- Está indo muito bem Sophie. - Bruce sorriu enquanto abria a porta do carro um pouco nervoso. Assim que ele sentou no banco eu percebi o seu nervosismo.

- O que houve, está bem Bruce?

-Estou é que...

Ele tentou ligar o carro, mas desistiu deixando ele ali parado estacionado na frente do hospital enquanto suspirava e tentava manter a calma.

- É a primeira vez que está sozinho comigo no carro novamente não é? Ei... eu nunca tive oportunidade de dizer que agradeço de verdade por ter ficado esse tempo lá comigo, eu sentia você de alguma forma.

Isso não era uma besteira, certamente eu sentia e era uma forma inexplicável. Eu sorri e instintivamente segurei a mão dele entre os meus dedos enquanto eu o olhava e ele permanecia um pouco quieto, ficamos naquele silêncio enquanto meu rosto se aproximou do seu e coloquei meus lábios em sua bochecha dando-lhe um beijo demorado. Assim que me afastei dele não sei como ele pareceu calmo e ligou o carro, eu tentei o distrair todo o percusso.

- Então como termina a história? Da última vez havia um misterioso forasteiro Eric.

- Sério que lembra disso? - Ele pareceu surpreso.

- Acho que foi essa história que me manteve viva. - Eu sorri com plena certeza daquilo.

- Então, eu não sei... eu pensei que o Eric podia ser o filho do Cosmo e foi se vingar da morte do pai, mas isso ele ia fazer Sophie se apaixonar por ele.

- Nossa que malvado, ia brincar com meus sentimentos. Então teria uma luta épica do Bruce com o vilão Eric para o coração da Sophie.

Nós dois sorrimos e foi quando eu percebi que ele havia parado o carro perto da praia, já era tarde e a lua estava cheia iluminando todo o local.

- Aquela festa nunca aconteceu não é? - Eu continuei a perguntar.

- Aconteceu, você só não estava presente fisicamente. - Ele sorriu enquanto me respondia.

- Então, o Noah, Jensen, Paul, John, Priscila e Natália existem?

- Sim, todos eles são da minha escola.

- São exatamente como me contou?

- Sim.

- Então... você e a Priscila ainda são namorados?

- Essa.. parte.. foi ficção. Só pra dar mais romance na história.

- Omg. Romance? Ela é uma patricinha metida isso sim. E o Noah é gay?

- Sim, namora o Paul. Agora assumiu para todos. Ele foi te visitar uma vez.

- Jura? O que ele disse?

- Que entendia o porquê eu sumia durante a semana.

- É mesmo? Qual era o motivo.

- Bom... vamos na praia, sempre tive vontade de lhe trazer aqui. - Ele mudou de assunto enquanto tirava o cinto e caminhava na minha direção do outro lado do carro. Ele me ajudou a levantar e nós caminhamos até a areia enquanto eu sentia meu cabelo voar e o cheiro da brisa tocar meu rosto.

- Então... deixa eu perguntar mais coisas. Eu posso né? - Eu insisti e ele apenas fez uma careta enquanto nós caminhávamos.

- Então você é adotado também ou ...

- Sim

- Ah... Sabe que eu notei? Que você colocou algumas verdades na história. Como seus amigos, alguns sentimentos... eu fui um tipo de diário seu?

- É... eu nunca pensei assim, mas olhando nessa perspectiva, acho que sim.

Assim que terminamos de caminhar eu me cansei um pouco e resolvi sentar na areia e ele sentou do meu lado enquanto nós ficamos observando a luz da lua refletindo no mar.

- Então ...quem a Sophie ficaria no final da história?

- O que você acha? - Ele me perguntou um pouco tímido.

- Eu não sei... e eu te perguntei primeiro.

- Então... essa parte eu ainda não pensei pq você acordou antes

- Mentiroso

Eu peguei um pouco de areia e joguei na perna dele fazendo- o se sujar e comecei a gargalhar pela sua cara e me levantei o mais rápido que consegui. Eu sabia que ele iria revidar, de alguma forma eu sabia muitas coisas sobre o Bruce, talvez mais do que ele soubesse sobre mim.

- Volte aqui moçinha

Eu comecei a me cansar e a desacelerar a corrida e foi quando ele me pegou por trás e me girou no ar quase me ameaçando a me jogar no mar.

- Não Bruce não - Eu falava entre gargalhadas e foi quando nós dois ofegantes caímos na beira do mar já sujos e parcialmente molhados. Ambos sorríamos enquanto ele passava sua mão molhada na minha bochecha  limpando a sujeira da areia no meu rosto.

- De alguma forma eu sinto que você sabe quem eu sou e vice versa. - Eu afirmei.

-Eu me sinto... da mesma forma. Talvez a história tenha acontecido de alguma forma que....

- Não Bruce, não é isso. Não é uma lavagem cerebral de uma história que muda como me sinto mesmo aqui. Quando você toca minha bochecha a forma como essa energia é passada entende?

SHIT, eu tinha falado demais e isso me fez segurar um pouco a respiração, eu não tinha pensado e ele ficou quieto apenas me olhando enquanto eu sentia meu corpo com cala frios por dentro. Eu tinha falado uma merda enorme, resolvi levantar, tinha passado dos limites. De onde tirou isso? Realmente eu poderia estar gostando do Bruce da história, só que o Bruce da história talvez seja o mesmo Bruce e eu sabia disso pelas atitudes, mas ele não sabia  quem eu era, talvez de uma forma misteriosa sim, alguns momentos ele parecia saber o que eu estava pensando, tudo era uma loucura. Assim que caminhei para longe eu senti sua mão agarrar meu braço me fazendo virar na sua direção, nossos corpos ficaram mais perto do que o normal.

- Eu... me sinto da mesma forma e estou cansado de ficar confuso em relação a isso. Se eu posso mudar uma coisa do Bruce da história para esse que está diante de você , eu vou fazer.

Seus olhos se fecharam e agora seu rosto havia se aproximado do meu, nossos lábios se aproximaram enquanto suas mãos gentilmente ficaram envolta da minha cintura e aos poucos meu corpo com aquele choque que me fazia permanecer paralisada foi elevando minha mão na sua nuca e assim nossos lábios deslizaram um sobre o outro. Eu perdi a noção do tempo em que eu permaneci assim em seus braços, aos poucos nossos lábios foram se desgrudando e agora podia ver claramente o seu rosto enquanto nossa respiração ficava ofegante, aos poucos eu ouvi o seu sussurro saindo dos seus lábios:

- Temos um mundo todo para nós minha Rainha Sophie Calton.

Eu sorri afirmando, aquilo talvez fosse brega Rainha Sophie, mas naquele contexto em que eu estava eu tive a certeza de que nós dois construiríamos uma nova história no mundo real, talvez não tão cheio de criatividade, com situações chatas e cotidianas. Mas naquele momento eu só me importava em estar perto dele... 

- Sim meu Rei Bruce Sylian.

THE END.


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