Retribution: Vingança em Família escrita por LYEL


Capítulo 8
Conflitos de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Byakuya e sua família invadem a casa do inimigo, mas nada que fizessem os prepararia para o que encontrariam em seu caminho...O banho de sangue estava apenas começando.



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QFVDC - Memórias - Chronopolis

Após a visão aterradora de um exército formado pela própria Rukongai Byakuya e sua família temendo o pior apressam os passos em direção à fortaleza de Kunrei e não demoram a encontra-lo, assim que atravessa a densa floresta eles enxergam além das montanhas a enorme construção casteleira e ficam surpresos.

– Tá de brincadeira que existe uma construção desse tamanho por aqui e ninguém nunca viu nada!? – Hisana exclama de boca aberta.

– Para estar no meio das montanhas deve existir uma razão bem forte em manter esse lugar em segredo não é mesmo? Você viu o exército deles. – Ichigo replica.

– Mesmo assim é muito grande, uma verdadeira fortaleza. – Hisana diz.

– Esse lugar pode ser do jeito que for a única coisa que me interessa é achar meus filhos. – Rukia diz à Hisana.

– E já estamos perdendo tempo, vamos. – Byakuya continua a correr em direção ao grande castelo.

Eles se esgueiram entre pequenos montes e arvores que cercavam o enorme jardim a partir dali teriam que andar em campo aberto e tudo poderia ser mais perigoso.

– Avancem rápido e não deixem ninguém vê-los. – Byakuya some com shunpo.

Os três o seguem logo atrás.

Eles conseguem passar despercebidos e pulam uma alta coluna de madeira pegando impulso e conseguindo chegar ao topo de um grande muro de pedras cinza, lá eles ficam outra vez surpresos.

Um grande contingente de soldados ainda tinha ficado para trás, provavelmente a guarda de elite da mansão, detalhe fácil de deduzir pela armadura pesada que vestiam, além disso, eles não pareciam preocupados em ir à guerra, alguns deles trocavam golpes no meio do grande pátio.

– Tem gente demais aqui, não vai dar pra passar tio, como vamos fazer para achar a Masaki e o Kaien? – Diz a sobrinha preocupada.

Byakuya não pensa muito para conseguir achar a solução.

– Teremos de nos separar.

Rukia olha para o irmão desaprovando a idéia.

– Nii-sama nos separar? Você não pode dizer isso, já estamos aqui para nos reunirmos, se ficarmos separados em um lugar grande e desconhecido como esse podemos ter problemas! – Ela exclama em tom de sussurro.

– Mas se ficarmos juntos nada garante que encontremos Masaki e Kaien mais rápido e tempo é o que não temos, além do mais estamos na casa do inimigo quanto mais discreto formos, melhor e menos atenção chamaremos. – Byakuya rebate.

– Mas-Mas...!

Ichigo toca no ombro de sua esposa.

– Seu irmão tem razão Rukia, se nos separamos as chances de encontrarmos as crianças é maior.

Rukia olha para Byakuya e Hisana que assentem concordando com a idéia, ela suspira e balança a cabeça.

– Tudo bem, mas se encontrarem qualquer vestígio que leve às crianças usem o celular, tomem cuidado, se o inimigo nos pegarem em grande número nós estaremos cercados sem ninguém por perto para ajudar.

– E além do mais, aquele que encontrar as crianças primeiro deve leva-los para um lugar seguro custe o que custar. – Ichigo diz.

Hisana assente.

– Se cuidem e sejam cautelosos, a mansão deve estar cheia de armadilhas. – Byakuya alerta.

– Tomaremos. – Ichigo e Rukia se entreolham, eles sorriem e se abraçam.

– Tome cuidado meu amor. – Rukia toca no rosto de Ichigo.

– Você também querida. – Ichigo beija a testa de Rukia e olha para sua filha acenando com a cabeça e pulando do muro se esgueira na mansão.

– Tome cuidado minha filha, não faça nada se arrependa depois e qualquer coisa nos chame pelo celular.

– Pode deixar mamãe, eu vou achar as crianças e vamos dar o fora daqui rapidinho.

Rukia sorri e beija a cabeça da filha fazendo carinho em seus cabelos, ela assente para Byakuya e ele faz o mesmo, a pequena shinigami logo segue pelo mesmo caminho que Ichigo e some dentro da fortaleza.

Hisana começa a se esgueirar pelas laterais dos muros.

– Hisana. – Byakuya a chama.

– Sim? – Ela se vira.

– ...

Byakuya e Hisana apenas trocam olhares, então ela sorri e assente com a cabeça saltando do muro atrás de uma grande cerejeira e corre pulando por uma janela infiltrando-se com sucesso dentro da fortaleza.

Quando está sozinho Byakuya observa cada milímetro da construção casteleira.

– A mansão lembra um pouco a mansão Kuchiki em alguns aspectos... Nesse caso... – Byakuya olha para uma parte mais superior ligada a um grande corredor cheio de lanternas de papel com desenhos ornamentais. – Ali deve ser...

Byakuya se infiltra na mansão.

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QFVDC - Memórias - Ante Up

Kunrei estava sentado em sua sala quando sua mensageira se aproxima mais uma vez.

– Meu senhor, eles se infiltraram na mansão. – Ela reporta.

– Muito bem Hayame prossiga como planejado e deixe que apenas Kuchiki Byakuya tenha o caminho livre até mim.

– Sim meu senhor.

– Kurosaki Hisana ficará a seus cuidados, faça como desejar.

Os olhos da guerreira brilham.

– Fico muito agradecida por sua gentileza meu lorde.

Ele apenas sorri apoiando sua expressão fria com a mão enquanto sentado espera pacientemente por sua visita.

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Ichigo corria o mais sorrateiro que podia pela fortaleza casteleira a cada porta que encontrava respirava fundo e segurava a respiração torcendo para não encontrar ninguém no recinto, mas sempre que abria não só encontrava o lugar vazio como não achava nenhum indício ou pista de como achar seus filhos naquele imenso lugar.

– Maldição desse jeito nunca vou conseguir encontra-los e não vai dar para continuar brincando de se esconder para sempre!

Ichigo ouve passos no corredor e se esconde dentro do quarto com o ouvido na parede prestando atenção a cada movimento.

– Parece que nosso senhor em breve dará início a última parte de sua vingança e mal posso esperar para começar! – uma voz masculina diz.

– É! Aqueles nobres malditos vão ter o que merecem por nos deixar na miséria! – O outro responde.

– Mas o que ele vai fazer com aqueles fedelhos na prisão? – A primeira voz pergunta.

– O que você acha? É claro que eles vão ser mortos, até parece que o senhor Kunrei iria manter aqueles pirralhos vivos sem um bom motivo.

– Se bem que nunca sabemos o que o senhor Kunrei pensa... Ele está em outro nível que não temos como alcançar...

– É tem razão. – O companheiro responde.

Eles começam a gargalhar pensando na possibilidade mórbida.

De onde está Ichigo estava de olhos arregalados e assustados suando frio quando mencionam o provável destino dos filhos, mas logo seu olhar se recompõe e passa a ser mortalmente sério.

– Há! Ele não vai poupar nenhum sangue azul mesmo heim?

– Eu estou esperando por isso!

A porta abre e Ichigo pula em cima dos dois que não têm tempo de reagir.

– Mas quem é você?!

– Maldito, de onde saiu?

– Onde estão meus filhos?! – Ichigo pergunta com olhos em fúria.

– Não me diga que você é...! – Um dos soldados exclama surpreso.

– Nosso convidado.

A voz pega Ichigo de surpresa vindo de suas costas, ele sua frio pulando por cima dos dois soldados presos sob seus pés e vira com sua espada em mãos para encarar quem o havia surpreendido.

Um homem de aparência sinistra e cabelos ruivos amarrados surge diante dos três, os dois soldados no chão se levantam e cumprimentam o guerreiro de cabelos rubros.

– Senhor Matsumura!

– Deem licença e deixem que eu mesmo me encarregue de recepcionar nosso convidado.

– Sim senhor!

Os dois soldados reverenciam o homem e saem correndo passando por ele e sumindo no longo corredor.

– Quem é você?! – Ichigo demanda.

QFVDC - Memórias - Akkadian Empire

O homem de braços cruzados sorri.

– Primeiro comandante das forças táticas operacionais Matsumura Karazu.

Quando ouve a introdução do homem Ichigo não deixa de ficar surpreso com a terminologia usada.

– Forças táticas... Operacionais...?

– Surpreso? Vejo que sim, afinal uma terminologia tão atual dado a um esquadrão deve deixa-lo na dúvida do quão informado possamos estar sobre o seu mundo não é mesmo?

Ichigo nada diz, mas seu suor nervoso é o suficiente como reação.

– Cada membro de sua família está sendo vigiado bem de perto Kurosaki Ichigo e em breve todos estarão em nossas mãos, se pretende resgatar os seus filhos... - Karazu aponta para baixo. – Eles estão alguns níveis abaixo de mim, mas para chegar até lá terá que passar não apenas por mim, mas pelos soldados da vigília.

– Então não tenho tempo a perder com você! – Diz Ichigo segurando firme o cabo de sua zampakutou e preparando-se para atacar.

O homem diante de Ichigo fita o ruivo com olhar matador e logo ele hesita antes do primeiro passo.

– Perder tempo... É tudo o que você pode fazer neste momento Kurosaki Ichigo...

(- Que intenção assassina monstruosa é essa?!) – Exclama o ruivo em pensamentos.

Karazu olha diretamente nos olhos de Ichigo e ambos se encaram por um bom tempo, a troca de energias é enorme e mesmo que não mexessem um único músculo sabiam que qualquer movimento em falso poderia ser o último.

Um flash rápido e os dois já mediam forças enquanto chocavam suas lâminas.

– Veremos o que o lendário Kurosaki Ichigo é capaz de fazer. – Karazu o encara como um verdadeiro assassino.

– Miserável! – O ruivo range os dentes enquanto faz força para não ser oprimido pelo inimigo.

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Hisana corria sem rumo e completamente perdida por corredores escuros iluminados apenas por velas há bastante tempo e já estava sem paciência.

– Puta merda não tem sequer uma placa para dizer onde fica o banheiro nessa joça?! – Resmunga abrindo uma porta e dando de cara com uma latrina fedida. – PUTA MERDA e eu tinha que perguntar?! – Fecha a porta outra vez sufocando e abanando para ventilar ar respirável.

A jovem continua correndo até dobrar em um corredor e dar de cara com um grupo de soldados vestidos de samurais em armaduras leves.

– Aquela é... Intrusa! – Um dos soldados olha confuso, mas em segundos recobra a compostura e anuncia a presença hostil de Hisana.

– AH! Atrás de você! – Hisana exclama com expressão de terror apontando para o corredor atrás dos soldados.

Por causa da curiosidade natural dos homens eles se viram para ver o que existia atrás, porém nada encontram e ao virarem outra vez para Hisana ela não estava mais lá.

– Fomos... Enganados?! – Um deles exclama revoltado.

– Peguem-na! Anunciem a intrusão!

QFVDC - Memórias - A Shadow Covering the Town

Eles começam a correr atrás da jovem e tocam os sinos de alarme da fortaleza.

– Mayday, mayday! – Hisana grita no celular tentando falar com alguém. – Nossa entrada discreta acabou de ser descoberta! – Mas a operadora do celular alerta: - Não consta em nosso sistema o pagamento da conta referente à este mês, por favor, dirija-se a uma casa lotérica mais próxima ou efetue o pagamento no banco de sua região, para mais informações referentes à sua conta digite um, para troca de serviços, cancelamentos ou pagamentos digite dois... – Ela olha com expressão petrificada para o aparelho.

– Intrusa! Pare agora mesmo! – Os gritos se aproximam.

– Até parece! Uaaaaa! – Ela grita desesperada correndo com as mãos para o alto.

Hisana acaba em um corredor sem saída ela tenta voltar, mas é cercada por seus inimigos que a encurralam no final do corredor.

– Acabou garota, agora seja boazinha e venha conosco.

– Nem morta, eu vou e arrebentar a cara de todos vocês! – Hisana levanta as mangas da roupa.

– Agarrem-na! – O soldado mais à frente ordena.

Hisana se prepara para atacar, mas repentinamente um buraco abre sob seus pés e ela cai sem tempo de reação.

– Estou caiiiindooooo...! – O grito da jovem produz eco enquanto some na negritude da armadilha.

Os soldados ficam a ver navios e olhando confusos um para os outros, logo suas expressões murcham e eles dão à volta andando decepcionados em direção aos seus postos.

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A procura de Rukia por seus filhos a leva a um enorme salão central mais próximo ao subsolo da grande mansão fortaleza, enquanto atravessa ouve o sinal de alerta e fica imediatamente preocupada com Hisana.

– Será que ela está bem...?

– Difícil dizer.

Rukia pula no ar dando uma cambalhota sacando sua lâmina e olhando para o dono da voz.

Um homem de grande porte trajando roupas nunca antes vistas por Rukia em Seireitei olhava para a shinigami com olhar e expressões rígido.

– Chefe da guarda de proteção, Hashimoto Saito. – A voz forte do homem penetra os ouvidos da shinigami.

– Onde estão meus filhos? – Rukia não quer saber de apresentações.

– É falta de educação não se apresentar, não lhe ensinaram modos na família principal? – O grande homem pergunta outra vez ignorando a vontade de Rukia.

– Meus modos são para pessoas civilizadas e não para monstros como vocês que sequestram crianças e arquitetaram suas falsas mortes!

– Monstros? Nós? O que a faz pensar que “nós” somos os monstros “Kuchiki” Rukia?

– Não me venha com suas histórias, não tente me convencer que os motivos para fazerem isso são corretos ou que sua vingança é justiça, isso não existe, vocês são criminosos e vão pagar pelo que fizeram aos meus filhos! – Rukia desabafa com voz ríspida. – E meu nome é Kurosaki Rukia agora.

Ele gargalha alto e faz a shinigami se irritar atacando-o, mas sem olhar ele simplesmente some da visão de Rukia que fica surpresa ao continuar ouvindo suas gargalhas em sua retaguarda, ela se vira rapidamente para encará-lo outra vez e ele continuava rindo de costas para a shinigami. Saito se vira para Rukia e seu olhar já era outro.

– A Seireitei e suas luxúrias fizeram uma verdadeira lavagem cerebral em você, justo você que conviveu por tantos anos na miséria abandonada e sofrendo, vendo seus amigos morrer sem poder reagir... Justo você Kuchiki Rukia...

Rukia suava nervosa.

– Co-Como sabe tudo isso sobre mim?! – Ela pergunta assustada.

– Sabemos muitas coisas sobre todos vocês, mas se quiser encontrar respostas só está batalha lhe dirá.

Saito bate os punhos de frente aquecendo-os diante da pequena shinigami.

– Venha Kuchiki Rukia eu lhe darei respostas para perguntas que nunca ousou perguntar e abrirei seus olhos para a verdade que há anos ignora!

– Não quero respostas, só quero meus filhos!

– Só poderá encontra-los depois que passar por mim!

– Não pense que não vou fazê-lo! Mae, Sode no Shirayuki!

A espada branca surge em suas mãos e ela avança contra Saito em um grito de batalha, o guerreiro de Kunrei faz o mesmo com instinto predador investindo contra a pequena shinigami em fúria.

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QFVDC - Memórias - First Movement D-Evil

–UAaAaAa!

Hisana gritava fazendo escândalo a todo pulmões imaginando um poço cheio de cobras, crocodilos, estacas feitas de ossos de vítimas e prisioneiros ou piscina de ácido lhe aguardando no fundo daquele precipício que caia, a jovem ainda tenta se agarrar às paredes, mas elas eram lisas e o atrito queima sua mão fazendo com que ela assopre e balance desesperada, não demora e Hisana cai abrindo uma cratera no chão de onde se levanta andando cambaleante quase bêbada pela pancada forte.

– Cadê? Alguém já chamou a ambulância? – Hisana cai de bunda no chão para tentar se recompor, ela balança a cabeça e olha para o lugar onde estava.

O ambiente era mais escuro que o normal e suas paredes feitas de concreto davam ao lugar uma aparência sombria, para piorar a pouca luminosidade dilata as pupilas de Hisana que mesmo assim anda apoiando a mão na parede, ela pega uma tocha e continua seguindo em frente até sair em uma área mais aberta e cavernosa.

– Era só o que me faltava, por acaso entrei em um filme de aventura? Cadê o Spielberg? – Resmunga citando o diretor de cinema. – Fala sério! – A jovem começa a andar procurando por uma saída, após andar um pouco Hisana só consegue enxergar uma passagem passando por uma estreita trilha de pedras próxima a um penhasco, ela escora na parede de pedra e passa andando vagarosamente de lado.

– Fufufufu...

A risada cínica assusta Hisana que olha de um lado para o outro com auxilio da tocha.

– Quem está ai? – Ela pergunta suando frio.

A risada continua em forma de eco tornando impossível distinguir sua localização.

– Essa não eu conheço essa risada... Poltergeist! – Hisana tenta passar mais rápido pela trilha, mas uma parte dela quebra e no susto a jovem perde a tocha. – Droga eu não tenho visão noturna!

Tudo fica escuro e Hisana não consegue enxergar a própria mão.

– Estava esperando por você... Kurosaki Hisana...

O sussurro ecoa próximo do ouvido de Hisana e no susto ela quase tropeça.

– Droga! Droga! Apareça desgraçado?!

– Mas eu já estou aqui...

Hisana ouve a voz do lado direito e tenta socar sem se desprender com a outra mão, mas ela acerta apenas o vento.

– Pena que não consegue enxergar...

– Tch! – Hisana chuta o vento e continua andando sem enxergar nada.

– Assim são os sentidos dos nobres, eles ouvem nossas súplicas, mas não enxergam nossas necessidades...

– Essa voz... – Hisana começa a lembrar. – Você é...!? – Diz surpresa.

Tarde demais, Hisana não consegue chegar do outro lado da passagem, mas sente uma dor aguda e penetrante na barriga, ela cospe sangue e segura o objeto que a machucava sabendo que tinha sido transpassada por uma lâmina, suas mãos sangram na tentativa de impedir que o ferimento fosse maior.

– A mensageira... Da mansão... – Ela cospe sangue outra vez sem poder ver seu algoz. – Feh... Agora entendo por que quis me pegar no escuro... Sua cara deve estar horrível depois daquele soco! – Debocha com trilhas de sangue nas comissuras labiais.

– Pode até ser verdade... Mas como estará sua cara depois que cair neste abismo Kurosaki Hisana?

Hayame segura Hisana no ar ela tenta chutar sua inimiga, mas erra, mesmo que a jovem não enxergasse nada sua adversária parecia prever cada um de seus movimentos.

– Droga... Maldição...

– Caia... E morra...

Sem precisar fazer esforço algum Hayame apenas inclina sua lâmina no precipício e o corte da espada e gravidade somados ao peso de Hisana fazem o resto, a jovem cai ainda mais profundamente no labirinto cavernoso, ela ainda tenta se segurar em qualquer coisa durante a queda, mas machuca as mãos e bate o peito nas pedras da parede de rochas fazendo seu corpo cair de mal jeito e bater as costas no chão.

O mundo de Hisana que já estava escuro se enche de dor ao passo que sua respiração fica difícil.

– Masaki... Kaien... Me perdoem...

Ela fecha os olhos vagarosamente enquanto uma poça de sangue se forma ao seu redor.

De onde está Hayame ouve o choque do corpo de Hisana e quando percebe o silêncio não se contem e começa a rir maliciosamente da situação, satisfeita ela atravessa o precipício.

– Menos uma.

Diz caminhando de volta a mansão.

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Byakuya andava pela mansão e naquele momento já havia percebido uma coisa: Sua presença já havia sido notada e parecia esperada, ele não encontrava empecilhos por onde andava e os corredores não eram guardados. Seu raciocínio só consegue chegar a uma conclusão: O caminho que seguia possuía algo importante que simplesmente não precisava ser guardado.

– Kuchiki Kunrei...

No salão não muito adiante, mesmo que escondendo sua reiatsu Kuchiki Kunrei sentia a presença de Byakuya se aproximando e sorria esperando pacientemente como um bom anfitrião.

– A hora de minha vingança chegou Kuchiki Byakuya...

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Uma parede de madeira quebra e Ichigo junto de Karazu surgem chocando lâminas enquanto faíscas preenchem o lugar ao passo que os movimentos rápidos de suas lâminas criavam trilhas azuladas premeditadas em que os guerreiros reagiam apenas por instinto para não perder algum órgão vital.

– Seu estilo de luta! É igual ao de...!

– Kuchiki Byakuya?! Há! Kuchiki Ginrei ensinou seu primogênito a lutar nosso senhor passou seus ensinamentos a todos nós, mas!...

Karazu chuta o flanco de Ichigo surpreendendo-o por um instante fazendo-o baixar a guarda e levar um corte de raspão no ombro, o ruivo pula para trás apoiando a lâmina em uma mão e tentando estancar a hemorragia com a outra.

– Ao contrário de Kuchiki Byakuya o meu senhor aprimorou todas as técnicas da família Kuchiki e refinou sua lâmina até atingir a perfeição, além do mais, seus ensinamentos vão muito além das lutas, ele possui olhos em todos os lugares, inclusive em seu mundo e seu conhecimento é amplo e inteligência acima da média, vocês não fazem idéia do que somos capazes de fazer...

– Kuchiki Kunrei pode ser Deus se você quiser, mas vai pagar muito caro mesmo assim por ter sequestrado os meus filhos e qualquer um que estiver em meu caminho eu vou derrotar! – A reiatsu de Ichigo cresce. – Getsuga Tenshou!

– A presas lunares que abalam os céus... – Karazu fecha a defesa com a proteção de seus braços e defende o golpe de Ichigo sem recuar, em seguida ele abre a defesa e o golpe de Ichigo se despedaça em várias faíscas de reiatsu que quebram e somem como pedaços de vidro. – Interessante... Mas ridículo.

Ichigo estava se boca semiaberta, aquele golpe deveria ter feito um belo estrago em seu oponente, mas não só não fez um único arranhão como ele tinha ouvido bem? Seu inimigo tinha dito que seu golpe era ridículo?

– Como isso é possível? Como conseguiu defender esse golpe? – Pergunta ainda surpreso.

– Como eu consegui defender este golpe? Tem certeza que não consegue entender?

– Tch! – Ichigo concentra mais reiatsu ainda e desfere seu ataque outra vez, porém Karazu defende e mesmo que ande um pouco para trás o resultado é o mesmo. – Impossível! – Exclama Ichigo.

– Quantos anos faz que não luta de verdade Kurosaki Ichigo? Dez? Quinze anos? Sua rotina de trabalhar, comer e dormir fizeram o poder que tinha antes definhar e por causa disso tudo o que foi um dia não significa mais nada para alguém como nós.

Ichigo suava frio segurando firme sua espada.

Karazu aponta para o ruivo.

– A paz enfraqueceu você e o tornou unicamente humano, enquanto você sorria vivendo sua vida feliz, nós sofríamos a perseguição de nossas miseráveis existências até o dia que Kuchiki Kunrei veio nos libertar, pessoas sem nome como nós renasceram e ganharam o direito a ter até mesmo um sobrenome, o que a Seireitei não nos permitia ter e controlava para que nunca tivéssemos Nosso senhor nos deu, encontramos a liberdade que era nossa desde o princípio e hoje lutamos para reconquistar aquilo que nos roubam desde o dia de nossa morte!

– Você é louco a Soul Society nunca roubou nada de vocês, isso tudo não passam de devaneios e desculpas para destruírem a Seireitei e matar pessoas inocentes! – Braveja o shinigami.

– Um homem como você jamais entenderia, até por que é descendente de uma família nobre e em suas veias corre o sangue dos injustos. – Karazu mede a imagem de Ichigo com os olhos.

– Kuchiki Kunrei fez uma lavagem cerebral em vocês e os encheu de ideologias torpes para que fizessem tudo o que ele ordena sem questioná-lo!

– Não... Está errado Kurosaki Ichigo, O senhor Kunrei sempre nos deu escolhas e muitos decidiram seu próprio caminho, aqueles que seguem nosso senhor fazem de livre e espontânea vontade... Mas você jamais entenderá enquanto não ver com seus próprios olhos a grande transformação que se aproxima... – O líder de Kunrei anuncia.

– Transformação? Está falando daquele exercito que se dirige para a Soul Society? O Velho Yamamoto nunca vai deixar que eles consigam invadir aquele lugar e destruir tudo matando pessoas inocentes!

– Invadir? – Karazu ri. – Quem aqui está falando de invasão Kurosaki Ichigo? – Karazu olha de forma sombria para ele. – Nós seremos convidados...

– O quê?!

Exclama Ichigo e no vacilo Karazu o ataca.

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QFVDC - Memórias - Air Strike

Rukia estava lutando com ferocidade incomum e mesmo que seus golpes gélidos saíssem com potência anormal Saito esquivava ou defendia para amenizar os danos e após algum tempo Rukia começa a ofegar.

– Meus golpes... Não surtem efeito! – Ela diz surpresa.

– Eles surtem efeito Kuchiki Rukia, mas não da maneira que imaginava e pelo que estou vendo este é realmente todo o seu poder... Uma pena...

Saito corre e fechando o punho desfere um soco violento nos flancos da pequena shinigami que grita cuspindo sangue e voando em direção a uma coluna quebrando metade dela e fazendo-a cair de lado no chão desnorteada.

– Como Kunrei-sama havia previsto... Viver a boa vida sem preocupações dentro dos muros de Seireitei deu a vocês uma vida diferente das provações que temos todos os dias... Mesmo que existam guerreiros poderosos naquele lugar todos eles são frutos da miséria de Rukongai e sua determinação os obrigou a serem melhores entre todos aqueles que nasceram além dos muros.

– Está enganado, ser da família nobre nos impõe outras obrigações que jamais iriam entender... Existem fardos que temos de assumir mesmo contra a nossa vontade... – Rukia começa a se levantar trêmula enquanto uma trilha de sangue lhe escorre da boca.

– Kuchiki Rukia... Você esqueceu o que fardo significa há muito tempo, justo você que viveu os dois lados da moeda não é capaz de entender a nossa causa... E você se engana ao dizer que não entendemos... – Saito encara Rukia. – Nosso senhor também teve este privilégio, mas tomou o caminho inverso ao seu, ele teve olhos para enxergar a verdade e escolheu o caminho mais difícil para buscar a justiça que falsamente você e todos aqueles shinigamis fingem assumir...

– O que?! – Rukia não entende já ficando em pé.

Saito sorri medindo a imagem de Rukia com os olhos da mesma maneira que Karazu havia feito com Ichigo.

– Kuchiki Rukia... Você é manipulada desde o primeiro dia que se tornou shinigami fazendo a vontade de pessoas que sequer imagina existir... Proteger almas? Você e todos os seus companheiros não passam de fantoches nas mãos de nobres que regem as leis conforme as suas vontades apenas para nunca perder o poder...

– O que está querendo dizer?

– Feh! Nunca parou para pensar por que existe uma separação elitista entre os distritos de Rukongai? Nunca parou para pensar por que tão poucos vivem uma vida de luxúria enquanto Rukongai inteira afunda na miséria?

Rukia sua nervosa.

– Rukongai sempre foi dividida desta maneira, não tem nada na história que...

– Viu como você é induzida a pensar de maneira previsível e manipulada?

– Tch! – A shinigami range os dentes.

Saito assume posição de combate outra vez.

– Kunrei-sama nos deu uma missão e até o fim deste dia faremos com que vocês enxerguem o mundo com outros olhos.

– Kuchiki Kunrei é um fanático louco por vingança!

– Isso... Você só poderá ter certeza depois de conhecê-lo...

– Chega de conversa! Aaahh! – Rukia investe contra Saito com a espada em riste.

O guerreiro defende com suas omoplatas metálicas apenas inclinando-se um pouco, para espanto de Rukia que gira o corpo no próprio eixo para acertá-lo pelas costas, seu inimigo pula dando um mortal para trás passando por cima de Rukia e desferindo um violento chute na nuca, ela grita e cai para frente de cara no chão, mas sem tempo para divagar e mesmo sentindo muitas dores ela começa a rolar para os lados desviando das investidas com os pés de seu inimigo que deixavam marcas no chão, chega um momento que ela tem a chance de pegar impulso e ficar de pé, nesta oportunidade ela desfere um corte gélido de reiatsu no ar tentando atingi-lo e consegue, Saito voa até bater de costas em uma pilastra, ele se recompõe e parte novamente para cima de Rukia.

(- Por-por que parece que apenas os meus golpes não surtem efeito nele?!). – A pequena shinigami pensa vendo o enorme homem correr em sua direção.

– ROoOooaAaAaaArr!!!!

O rugido dele é intimidador e cheio de reiatsu fazendo Rukia vacilar de onde está, quando volta a se concentrar já é tarde demais e impossível evitar o soco no estômago que a faz ficar de olhos brancos, cuspir sangue e largar sua espada, a pequena shinigami é levantada no ar devido à violência do golpe e voa já perdendo a consciência e caindo de mau jeito no chão.

Hashimoto Saito se aproxima da shinigami e a tira do chão levando-a consigo para algum lugar segurando-a sob seus braços.

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QFVDC - Memórias - Arise

Byakuya se aproxima do lugar que supunha estar seu anfitrião e por isso sem cerimônias e sequer com espada em mãos ele entra no grande salão ornamentado com uma abóboda em madeira de lei e lustrosa simulando concreto, o ambiente dava uma visão nobre bem diferente do que ele estava acostumado a ver, mas a aparência limpa do lugar indicava a boa conservação e respeito dos que ali passavam.

O nobre capitão continua andando e mais ao fundo do salão ele começa a enxergar a silhueta de alguém sentado em uma grande cadeira, uma espécie de trono esculpida em madeira diferente da que dava cor ao salão e sustentada por duas pilastras com desenhos de dragões nas laterais que iam até o teto e se conectavam com as outras colunas que davam anatomia à grande abóbada central, uma cortina de seda impedia que se visse a real identidade de quem ali estava, mas era possível perceber a grandiosidade daquele homem.

Byakuya para de andar e fica diante do trono e com seu típico olhar faz ouvir sua voz.

– Kuchiki Kunrei, aqui estou eu... Como queria.

É possível ouvir o som de um riso satisfeito, o homem se levanta e vagarosamente faz sua presença visível diante de Byakuya, ele era maior que o capitão, tinha cabelos negros lisos e barba bem feita no rosto que lhe conferiam não apenas uma aparência mais velha que ele, mas impunha um ar de respeito e perigo que Byakuya imediatamente reconhece ao cruzar principalmente o seu olhar com os orbes cinza daquele homem misterioso que ele encontrava pela primeira vez na vida.

O homem que possuía um ar de nobreza incontestável vagarosamente fica à frente da cortina olhando com particular interesse para Kuchiki Byakuya, com um sorriso ele se apresenta e sua voz poderosa ecoa nos ouvidos do capitão:

– Seja bem vindo, Kuchiki Byakuya, eu sou Kuchiki Kunrei.

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Mais uma vez queria me desculpar gente pelo atraso deste capítulo, mas infelizmente é assim que pode começar a acontecer por causa de meu TCC e outros trabalhos da faculdade, espero que tenham gostado da leitura mesmo assim e aguardem o próximo capítulo que estará recheado de ação e política =X... Reflitam crianças...