Retribution: Vingança em Família escrita por LYEL


Capítulo 5
Orgulho, Honra e Máscaras!


Notas iniciais do capítulo

A tragédia que paira a família Kuchiki é imensurável, contudo, mesmo diante da tragédia da morte, uma jovem tem seu coração mudado pela voz da esperança e na tênue linha que separa vida e morte ela se ergue cheia de determinação e assim junto de sua família traria justiça a eles com o fio de sua lâmina.
A Família Kuchiki se prepara para o contra-ataque!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360273/chapter/5

QFVDC - Crônicas - Lost Carol

Escuridão, não se via nada, ouvia nem se sentia nada naquele lugar, em meio à penumbra da morte aquela jovem jazia no vazio, esperando o seu momento de vagar para sempre na eternidade.

– “Acorde”.

Uma voz suave feminina ecoa no vazio.

– “Acorde”.

A voz parecia um sonho.

– “Abra os olhos”.

A voz calorosa chama outra vez.

A jovem abre os olhos vagarosamente e tudo continuava escuro, ela podia ver o reflexo distante da lua deformada pela agitação do pequeno lago e sangue que lhe saia do peito e misturava-se a água. Ela sabia que iria morrer ali, seus pulmões queimando sem ar e se tornando pesados à medida que mais sangue saia e mais afundava, ela se deixa sorrir, aquela era sua punição e era o fim merecido para alguém que deixou crianças inocentes morrerem quando era seu trabalho proteger.

– “Não morra”.

A voz doce sussurra na cabeça da jovem quase irreal.

Em meio ao seu estado ela acredita ser aquilo uma alucinação proporcionada pela proximidade da morte.

– “Viva”.

A voz ressoa em sua cabeça novamente querendo incentivá-la a agarrar-se àquilo que ela não dava mais valor.

Sua razão retorna.

– “Sobreviva”.

Agora era possível perceber a voz feminina que lhe dirigia a palavra, mais que isso, Hisana só poderia estar realmente alucinando, mas diante de si era possível ver uma silhueta feminina e uma mão sendo estendida em sua direção.

– “Eles precisam de você, seus pais, seu tio... Seus irmãos”.

Seus irmãos? Hisana estava ouvindo direito? Ela retorce a sua expressão em descrença.

– “Eles vivem, sinta-os em seu coração”.

Por alguma razão ela começa a sentir a presença distante dos irmãos, em algum lugar, seu coração bate em ritmo acelerado ao passo que suas esperanças voltam.

Hisana começa a chorar, lágrimas misturadas em agua vermelha, seus irmãos viviam cativos em algum lugar, ela não sabia aonde, mas podia sentir.

– “Eles precisam de você, agora vá e lute”!

A voz parecia uma ordem agora e convencia Hisana sem esforço, ela segura na mão daquela mulher que puxava seu corpo da morte e ela se sente sugada para fora de um grande abismo, uma força crescendo e fazendo seu coração pulsar mais forte conforme sentia o calor daquela mão que parecia lhe dar nova vida, seu espirito explodindo não se sabia de ódio ou alegria, ela se sentia viva, ela se sentia FURIOSA!

_____________________________________________________

Fora do lago a mulher de cabelos longos e negros limpava a espada.

– Viu? Eu disse a você que não precisava de ajuda, no estado em que ela se encontrava era uma tarefa fácil eliminá-la, agora nos resta terminar o serviço, o próximo alvo é Kurosaki Rukia que por ordem é quem está mais debilitada e vulnerável no momento, vá até nosso senhor e diga que logo mais chegarei com novidades.

Ela parecia falar sozinha, mas assim que termina de falar um pequeno galho de uma árvore balança e algumas folhas caem no chão, alguém estava na árvore e acabara de sair.

– Fufufu, em breve toda a família será destituída nossos planos darão certo. - Ela dá as costas ao lago e começa a caminhar calmamente em direção à floresta.

QFVDC - Crônicas - POWER TO STRIVE

Um barulho estranho na água chama sua atenção e ela se volta para trás.

– O que está acontecendo?

Do meio do lado onde Hisana havia sido jogada a água vermelha começa a ficar mais agitada e começa a borbulhar até entrar em completa ebulição.

– Não é possível! - A mulher retira sua espada novamente.

A água do meio do lago explode formando uma torrente vertical espiralada em direção ao céu que agita todo o lugar e dela Hisana pula dando uma cambalhota e caindo de joelhos na beira do lago ela vai se erguendo lentamente e fixa os olhos na mulher a sua frente, ela parecia bastante furiosa.

– O corte que eu lhe desferi deveria tê-la matado! Como é possível que ainda esteja de pé?! - A mulher pára de falar por um instante para observar Hisana e o corte em seu peito que estava totalmente cicatrizado.

– Vo... Cê! - Hisana grita. – Devolva os meus irmãos! - Ela cospe suas palavras rispidamente com sangue.

– Tola, seus irmãos estão mortos e você logo os fará companhia! - Ela libera sua zanpakutou sem chamá-la pelo nome, o que indicava seu domínio sobre ela.

– Mentiras! - Hisana explode em direção a sua inimiga sem nem mesmo pergunta-lhe o nome.

– Garota estúpida, eu sou mais forte que você! - Uma esfera de energia roxa se forma na ponta de sua espada e ela joga contra Hisana.

Hisana por sua vez na fúria ensandecida que se encontrava desfere um soco contra a esfera e explode junto com ela levantando fumaça e do meio dela sai em disparada com uma trilha de sangue descendo pelo rosto e cerrando os punhos desfere um soco violento na mulher que quebra duas árvores atrás de si e rola até se chocar contra uma pedra longe do lago, ela se levanta cambaleante.

– Droga! Isso não estava nos planos, que instinto assassino é esse? Ela realmente pretende me matar?! - A mulher reclama da situação para si e nem percebe Hisana nas proximidades.

QFVDC - Crônicas - Cometh the hour (Part B_Opus1)

– Matar? - A voz de Hisana parecia fria.

A mulher se assusta e volta-se para ela com a espada nas mãos.

Hisana vinha caminhando com os punhos cerrados na direção de sua adversária que tinha conseguido irritá-la, o sangue escorria pelo seu rosto e quando entra na boca ela vira a cabeça cuspindo no chão e olhando-a com a ponta dos olhos diz:

– Com quem você pensa que está falando? Não pense que eu sou como o meu pai que acha que todo o inimigo que derrota tem a obrigação de tornar-se seu amigo.

A reiatsu de Hisana muda de cor enquanto caminha e se torna negra e sem brilho.

– Como uma Kuchiki, meu tio me ensinou que o destino de um inimigo declarado só possui um único julgamento. - Hisana leva a mão direita ao rosto. - E esse julgamento leva à morte! - Ela faz um gesto puxando a mão para baixo e uma máscara hollow surge em seu rosto.

Ela possuía um desenho tribal na testa que ia até a altura dos olhos e alguns desenhos que mais pareciam setas indo em direção as extremidades do rosto, mas de forma bem discreta, quase como olheiras, na boca o conjunto pontiagudo de dentes era visível como em um animal carnívoro, além disso, sua reiatsu explodia cheia de ódio, como se alimentada pelo seu coração.

– O que significa isso? Esse é o poder de Kurosaki Ichigo! Você o herdou? Mas como? Nossos espiões nunca a viram usar!

– Por que essa é a primeira vez que mostro isso para alguém. - Hisana faz um gesto de empunhadura com a mão direita. – Transforme tudo em caos: Susanoo! - Uma zanpakutou com uma bainha ornamental negra surge na mão de Hisana, ela retira a lâmina e é possível ver cada detalhe daquela zanpakutou desenhada em ébano, ela era tão negra que se notava o brilho roxo fosco ao seu redor, além disso, ela parecia densa e pesada em mãos tão delicadas, seu cabo era negro e os mekugis brancos em contraste com o restante da lâmina.

– Maldição! - A mulher gira sua lâmina e com um passo rápido aparece na frente de Hisana, elas instantaneamente começam a trocar golpes que pouco a pouco mudam o cenário da floresta, como se não fosse o bastante destruir o ambiente ao redor, elas começam a digladiar no céu, a mulher desfere um soco em Hisana que gira o corpo no próprio eixo desviando-se pelas costas da inimiga para desferir um corte no pescoço, ao perceber o instinto assassino da jovem, ela some com um shunpo.

– Não é possível... Todo esse poder...

– Pare de se admirar com algo tão medíocre, esse é o pode que vou usar não apenas pra acabar com você, mas todos seus amiguinhos terão o mesmo destino.

Hisana não sorria, não brincava, não expressava nada em seus olhos vermelhos que não fosse ódio.

– Maldita! - A mulher corre novamente na direção de Hisana e desfere um corte longo e horizontal, Hisana dá um passo largo suficiente para desviar, a mulher continua a desferir seus cortes e Hisana esquiva ou defende sem parar de olhar com seus olhos penetrantes para sua inimiga que começava a cansar sem conseguir acertar mais nenhum golpe, Hisana percebe e chuta o rosto da mulher em um momento de vacilo apoiando-se em sua própria lâmina dando um mortal de costas e parando em pé no mesmo lugar, ela cospe sangue e alguns dentes voam de sua boca ao passo que ela ainda tem tempo de ver Hisana girar o punho e desferir um soco violento em seu estômago fazendo-a voar pelos ares quebrando tudo pelo caminho até bater em uma árvore que quebra ao meio, a mulher fica puxando golfadas de ar desesperados, ainda tentando entender o que tinha acontecido, ela se levanta e sente uma presença atrás de si, mas só consegue arregalar os olhos sem olhar para trás.

– Sabe qual é o problema dos assassinos?

A mulher suava frio, seus olhos querendo ver o que estava atrás de si, mas sua cabeça não obedecia.

– Assassinos são inescrupulosos, não medem esforços para alcançar seus objetivos, independente de prejudicarem inocentes no processo, vocês não possuem orgulho, não agem com honra!

A mulher segura firme o cabo da espada.

– Vocês sequestraram os meus irmãos, arquitetaram suas mortes, fizeram o coração de minha família sangrar e isso eu nunca vou perdoar!

A mulher gira o corpo com a espada firme para desferir um corte violento em Hisana, mas desfere o golpe ao vento, ela sente a reiatsu atrás de si novamente e gira outra vez em um ataque desesperado, mas Hisana desta vez desvia e desfere um golpe perfurante que transpassa o coração de sua inimiga que não grita surpresa pela dor, sua zanpakutou cai ao chão.

Hisana olhava séria nos olhos de sua assassina.

– Seu maior erro não foi tentar me matar e sim, fazer minha mãe chorar.

A mulher dá dois passos para trás e a lâmina de Hisana sai de seu peito sem esforço, ela fica inutilmente tentando estancar o sangue do peito que não parava.

– Volte para seu líder inútil e diga que estamos chegando!

A assassina cai de joelhos no chão olhando com pavor para a jovem que parecia um demônio agora.

– Isso não vai ficar assim... Kurosaki Hisana... Lorde... Kunrei...

A mulher desaparece com um shunpo deixando a jovem sozinha no meio da floresta.

_____________________________________________________

QFVDC - Crônicas - Chrono_Symphonic_The_Rising

Ao mesmo tempo em que Hisana começa a lutar, na Mansão Kuchiki, Byakuya estava sentado em frente a um quarto olhando para o pequeno lago de carpas, a porta atrás de si abre e Ichigo se aproxima.

– Ela conseguiu dormir? - Ele pergunta.

– Demorou bastante, mas depois de tanto chorar ela ficou cansada e dormiu. - Ichigo responde com semblante triste, então arruma um espaço e senta-se ao lado de Byakuya.

O silêncio impera por alguns instantes era evidente o como a família estava abalada.

– Eu... Não sei mais o que fazer... - Ichigo diz por fim.

– Enquanto não colocarmos um fim a tudo isso... A matança não vai parar... Eles tentarão destruir tudo pelo caminho. – Byakuya tenta raciocinar.

– Por que tiveram que começar pelas crianças...? – Ichigo coça os olhos visivelmente cansado.

Byakuya fica calado.

– Byakushi!!!

Só uma pessoa chamava Byakuya dessa maneira e por isso ele se levanta surpreso.

– Yachiru? O que faz aqui?

– Eu e a Hisa-chan havíamos combinado de sair hoje à noite depois da festa da piscina, mas ela não atendia o celular então resolvi vir aqui, mas... – Yachiru olha para a movimentação estranha na mansão. – O que está acontecendo?

– Yachiru... Masaki e Kaien foram assassinados.

A shinigami adolescente arregala os olhos.

– O quê?!

– Hisana inconformada saiu correndo sem rumo, não sabemos onde ela está... – Byakuya lamenta.

– A Hisa-chan...? – Yachiru olha afiado para ele. – Byakushi, para que lado ela foi?

– Não se envolva com isso Yachiru o assunto é complicado, a Soul Society não deve ser envolvida, volte para o seu esquadrão e esqueça o que viu e ouviu aqui, já mandei alguns guardas atrás dela, logo ela estará de volta. – Byakuya praticamente ordena.

– Não vou! – Ela grita repentinamente. – Maki-chan e Kai-kun eram meus amigos, não vou deixar a Hisa-chan sozinha por ai!

Byakuya observa Yachiru por um instante e percebe que ela parecia conter algumas lágrimas.

Ichigo toca em seu ombro.

– Obrigado Yachiru... – Ichigo olha com um sorriso cansado. – Hisana provavelmente não vai querer falar com a gente agora... Mas talvez sua melhor amiga seja capaz de encontrá-la e convencê-la a voltar... Então por favor...

Yachiru assente com a cabeça.

– Pode deixar Ichii! Eu vou trazer a Hisa-chan de volta!

A pequena sai correndo pela mansão e logo some com shunpo.

– Por favor, Hisana... Esteja bem... – Ichigo volta a colocar a mão no rosto.

Pela primeira vez Byakuya realmente não sabia o que fazer, assim como Ichigo, ele parecia sem forças.

_____________________________________________________

QFVDC - Crônicas - Blood_Lust

No comando geral, um homem encapuzado do segundo esquadrão reportava.

– Notamos a mudança de comportamento dos membros da família Kuchiki senhor, porém nada que indique alteração no padrão instituído pela lei, eles parecem mais cautelosos, além disso, é possível ver um número maior de soldados ao redor da mansão e está proibida a entrada de qualquer pessoa sem patente na propriedade Kuchiki.

– Isso é tudo? - Pergunta o comandante com suas mãos entrelaçadas escondendo metade do rosto..

– Sim, senhor!

– Bom trabalho.

O homem faz um gesto em reverência e some com shunpo.

Yamamoto apoia as costas na cadeira.

– O que acha? - Ele pergunta para o nada.

– Tudo indica que seja algo que diz respeito somente à família Kuchiki, o fato de aumentar a guarda de sua propriedade é a prova que ele quer nos proteger e se proteger de algo.

– Mas o que seria isso? - Yamamoto pergunta outra vez a uma silhueta em meio às sombras atrás de si.

– Que provavelmente “ele” está de volta comandante e o senhor sabe o que ele quer.

Yamamoto fecha os olhos, ele parecia lembrar-se de algo agora.

– Vai começar tudo novamente.

– Eu manterei o senhor informado na medida do possível.

– Faça isso, mas não deixe que descubram nossas intenções.

– Sim senhor, nós não podemos fugir, pois essa luta é nossa também.

– Porém ele é o que mais corre perigo.

A pessoa nas sombras parece sorrir.

– Byakuya vai conseguir, afinal, ele não está sozinho.

Yamamoto demonstrava uma expressão mais cautelosa.

_____________________________________________________

O tempo limite da máscara de Hisana acaba fazendo-a sumir de seu rosto, ela cai de joelhos no chão, seu ferimento voltando a abrir, sua zanpakutou desaparece e ela se apoia com as duas mãos no chão, completamente vulnerável e debilitada.

– Eu tenho... Que salvá-los...

A dor era alucinante, mas a jovem não desiste e tenta ficar em pé.

– Droga, Hisana sua preguiçosa, de pé!

Em um último impulso ela se levanta de uma vez e anda cambaleante para frente, mas cai de cara no chão.

– Maldição... Minhas forças... Está ficando difícil respirar...

– Hisa-chan!!!

Uma voz familiar ecoa pela floresta lhe chamando e ela imediatamente fica em alerta tentado se levantar de novo, mas o máximo que consegue é ficar de joelhos.

– Hisa-chan!!!

– Essa voz... Será que...?

Os arbustos se mexem e dela sai Yachiru que imediatamente enxerga Hisana ferida no chão.

– Hisa-chan! – Yachiru corre.

– Não se aproxime!

Yachiru fica parada e assustada, quando Hisana grita e tosse sangue.

– Hisa...!

– Me prove que você é a Yachiru, não vou cair no mesmo truque duas vezes! – Hisana ordena invocando sua espada outra vez, mas a verdade é que não enxergava mais nada, a espada tremia na sua mão e ela já havia perdido tanto sangue que tinha olheiras profundas e suava frio respirando descompassada.

– Provar que eu sou eu? Do que está falando sua idiota?! Byakushi e Ichii estão preocupados com você! Eu liguei quinhentas vezes por que tínhamos combinado de sair e você não atendeu nenhuma vez, quando cheguei à mansão tudo estava um caos e eu soube do que aconteceu... Sobre Maki-chan... Kai-kun... Eu não tenho que te provar nada, o que eu tenho que fazer agora é te ajudar!

Sem pedir licença ela simplesmente se ajoelha e apoia Hisana que já estava quase inconsciente.

– Yachi...

– Não fale, guarde suas forças!

– Estão vivos...

Hisana desmaia.

– Hisa-chan? Hisa-chan!? Droga!

Yachiru corre a toda velocidade de volta à mansão e no caminho pega o celular e faz uma chamada de emergência à Byakuya.

_____________________________________________________

Ichigo havia voltado para o quarto e velava o sono pesado de Rukia quando Byakuya entra com expressão de urgência, ele se levanta tentando não acordá-la e temendo o pior, quando sai do quarto Byakuya imediatamente fala:

– Yachiru encontrou Hisana.

– Onde ela está?! Por que está fazendo essa cara?

– Por que Yachiru a encontrou muito ferida no meio da floresta e está vindo para cá o mais rápido possível, vou chamar os médicos da mansão.

– O que houve com ela?!

– Ainda não sei e Yachiru não soube explicar muito bem, primeiro vamos nos preocupar com Hisana, podemos perguntar sobre os detalhes depois.

– Tem razão!

Os dois se apressam em fazer os preparativos para receber Hisana.

_____________________________________________________

QFVDC - Crônicas - Always Be With Me in Mind (Instrumental)

Rukia estava tendo um sono pesado, mas enquanto dormia sonhava... Sonhava com suas crianças, que não veria nunca mais. Ela se lembrava de como foi o dia em que nasceram e como Ichigo parecia uma criança feliz quando ganha um brinquedo novo, de Hisana tentando carregar os dois pequenos, mas, mal conseguia carregar um deles, Byakuya exigindo que Ichigo os colocasse nas melhores escolas sendo que os bebês nem mesmo tinham aberto os olhos, Rukia se lembrava do primeiro banho, da primeira mamada, primeira troca de fraldas, eram lembranças tão fortes e reais que ela se vê sorrindo, abraçando e brincando.

Ela começa a chorar em seu leito.

Rukia vê seus três filhos chegando da escola e abraçando-a enquanto a enche de beijos, de como suas filhas gritavam apavoradas e revoltadas enquanto Kaien ria quando viam Ichigo saindo pelado do banheiro correndo para o quarto e molhando os corredores por sempre se esquecer de levar a toalha e dela mesma correndo atrás para ensiná-lo uma lição.

– Eu quero a minha família de volta...– Ela diz para si mesma em pensamentos.

Outra lembrança de Hisana, Byakuya e Rukia em uma sorveteria, enquanto Byakuya e Rukia tomavam um sorvete pequeno, Hisana tomava sozinha um sorvete para quatro pessoas, ela se lembrava do como sua filha tinha passado mal naquele dia e seus filhinhos cuidavam dela, os dias em família no cinema, datas comemorativas como o seu aniversário com café da manhã especial feito pela sua família...

– Eu, quero minha família de volta... Devolvam-me... Por favor...

Rukia começa a ouvir uma comoção pelos corredores, as pessoas falavam com tom de urgência e no meio de todas as vozes ela reconhece Ichigo e Byakuya proferindo ordens:

– Hisana! Levem-na para dentro o mais rápido possível, montem guarda e não deixem nada passar nem que lhes custe a vida! – Byakuya ordena.

– Yachiru! O que houve?! – Ichigo pergunta preocupado e com o coração acelerado ao ver o estado da filha.

– Eu não sei explicar, mas quando a encontrei ela estava com medo de mim! – A jovem responde suja do sangue da amiga.

– Não se preocupem com isso agora! – Byakuya se vira para eles.

– Yachiru, se acalme um pouco e vá se trocar, quando Hisana acordar vamos esclarecer tudo. – Ichigo toca no ombro da jovem.

Yachiru assente.

– Sim, vou logo!

Yachiru se ausenta.

Os médicos entram no mesmo quarto de Rukia carregando Hisana e colocando-a no futon, eles imediatamente começam a prestar os primeiros socorros, o barulho de ordens e materiais sendo deslocados acaba acordando a pequena shinigami que vira o rosto e vê a filha ensanguentada.

– Hisana... - Rukia faz uma expressão triste e começa a lembrar repentinamente de todas as coisas terríveis que tinha falado para a sua criança.

– Passem o hemostático, use o kidou para estancar a hemorragia no peito, passe as bandagens estéreis nos ferimentos maiores e comece a medicá-la! – O médico mais velho ordena.

– Sim senhor! – Um dos subordinados obedece.

As lágrimas de Rukia começam a descer e ela senta na beirada da cama, Ichigo entra no quarto e ao ver Rukia acordada se aproxima abraçando-a.

– Vai ficar tudo bem querida.

– I... Ichigo... Eu disse coisas horríveis para ela, isso tudo é culpa minha... Se nossa filha morrer eu nunca vou me perdoar! – Ela enterra o rosto no peito do marido.

– Não se preocupe, Hisana é forte, ela é nossa filha, isso não é o suficiente para fazê-la desistir.

– Mesmo assim... Mesmo assim...! – Ela soluça.

Ichigo segura o rosto de Rukia olhando-a nos olhos.

– Ela vai ficar bem. - Ele repete. – E quando acordar precisará da mãe de volta, então fique calma.

Ela assente e Ichigo a beija em meio às lágrimas.

_____________________________________________________

QFVDC - Crônicas - NOTH~1 - Nothing can be Explained

Algumas horas depois Ichigo segurava a mão de Hisana que deitava em uma cama agora e tinha os sinais vitais monitorados por médicos da mansão, ela tinha uma faixa na cabeça e no braço esquerdo além das ataduras recobrindo todo o peito, respirava lentamente enquanto Ichigo acariciava-lhe os cabelos.

A porta do recinto se abre e os médicos ao verem Byakuya e Yachiru fazem reverência retirando-se em seguida.

– Ichii... – Yachiru sussurra.

– Os médicos disseram que ela perdeu muito sangue e que talvez demore a se recuperar completamente, mas que não corre mais riscos precisando apenas de descanso.

– Que... Bom. – Byakuya parece aliviado.

Ichigo se vira para Rukia.

– Como se sente?

– Eu preciso falar com ela... – A pequena shinigami se levanta da cama.

– Mas ela está dormindo agora, não precisa ter pressa querida.

– Eu... Preciso falar... Mesmo que ela não me ouça... Eu tenho que falar...

Ichigo olha para Yachiru e Byakuya que faz um sinal com a cabeça para que saiam.

– Tudo bem então. - Ichigo se levanta e beija a testa da esposa saindo em seguida acompanhado dos outros.

O silêncio impera no recinto, Rukia olha para trás e a porta estava fechada, em seguida olha para sua filha que respirava com dificuldades e quando vê cada um daqueles ferimentos começa a soluçar e suas lágrimas vão de encontro ao chão ao mesmo tempo em que a passos apressados ela se senta onde Ichigo estava e abraça sua filha.

– Me perdoe...! Por favor, me perdoe! - Diz ela aos prantos abraçada à jovem.

O corpo de Hisana estava imóvel e em sono profundo.

– Eu não... Sabia o que estava dizendo, perdi a cabeça, eu... Não sabia o que fazer!... Quando vi as crianças... Precisava culpar alguém pela minha dor... Por que eu tive que escolher você... Como me arrependo...! - Continuava a soluçar.

Só se ouvia a respiração de Hisana.

– O que eu não daria para estar no seu lugar...

A mão de Hisana se mexe.

Rukia sente ela se mexer e para de abraçá-la, observando se havia alguma reação.

– Hisana...?

A mão da jovem se mexe novamente.

– Minha filha, você pode me ouvir?

Hisana abre lentamente os olhos.

– Hisana?! - Rukia exclama eufórica.

– Mãe...? - Diz ela com voz bem fraca como um cochicho.

– RUKIA! - Gritam Ichigo e Byakuya alarmados entrando no quarto seguidos por Yachiru.

– Hisana acordou! – Rukia se vira sorrindo aliviada.

Eles se aproximam da cama onde Hisana deitava agora e sorriam felizes for vê-la bem.

– Como se sente minha filha? – Ichigo pergunta.

– Como um cachorro atropelado. – Responde.

– Ela vai sobreviver. – Deduz Byakuya.

– Hisa-chan! – Yachiru pula na cama abraçando Hisana.

– Yachiru!!! - Hisana sorri entre gemidos e resmungos. – Como você me encontrou naquela hora!?

– Eu deduzi que talvez você estivesse lá por que aquele é o nosso lugar secreto para treinar.

– Nem tinha pensado nisso.

– Sua baka! Por que não me chamou quando mais precisava de mim?! Por que reagiu daquele jeito quando me viu? – Yachiru reclama.

Hisana imediatamente se lembra.

– Por que... – Ela olha para a amiga. – “Você tentou me matar”.

– Ehm?! – A jovem de cabelos rosa se assusta desgrudando de Hisana e sentando na cama junto com ela.

Hisana também senta encolhendo as pernas e olhando para todos.

– Enquanto brincava com as crianças na mansão à tarde Yachiru veio me visitar e saímos pela Seireitei, como havíamos combinado de sair à noite as crianças estariam cansadas e não iriam com a gente caso fosse tão tarde...

– Peraí! Eu não vim à tarde para a mansão! Eu estava com o Ken-chan no quartel do 11º!

Eles se entreolham e Yachiru entende.

– Então... Está dizendo que alguém usou a minha imagem e atacou as crianças e... – A jovem baixa a cabeça.

–... E depois tentou me matar, o meu celular tocou e eu vi que era você ligando, mas achei estranho por que você estava lá comigo, então quando entendi o que realmente estava acontecendo ela me atacou desprevenida e eu acabei caindo no lago e me afogando.

– Mas... – Ichigo olha para os ferimentos dela. – Como conseguiu...? – Pergunta se referindo a ter saído viva com aquele ferimento.

Hisana fica calada e olha esquiva para a mãe.

– Eu... Queria ter morrido, mas quando pensei que seria o meu fim alguma coisa me puxou para fora do lago, não me lembro o que foi, mas me pareceu tão familiar e reconfortante... A única coisa que eu sei é que depois disso eu fiquei com muita vontade de viver e eu sabia que tinha que sobreviver para salvar o meus irmãos.

– Salvá-los? Mas Hisana seus irmãos... Eles... – Yachiru se interrompe para não falar o indesejado.

– Estão vivos, eu sei que estão! – Hisana corta as palavras da amiga e olha para sua família. – Eu não sei explicar como, mas Kaien e Masaki estão vivos em algum lugar, aqueles corpos não são os meus irmãos!

– Como pode ter certeza? – Byakuya tenta entender.

– É um palpite e uma esperança.

Rukia e Ichigo se entreolham e voltam a fitar a filha que olhava séria para eles.

– Quando eu derrotei a nossa inimiga ela não se importou em fugir, se o objetivo dela era me matar ela tentaria fazer isso ao custo da própria vida, agora eles saberão que estaremos preparados e para isso precisarão de um motivo para nos fazer reagir.

– Então... De quem são aqueles corpos? – Ichigo pergunta intrigado.

O raciocínio lógico de Byakuya volta e ele rapidamente demonstra uma expressão fria e calculista, sua sobrinha estava certa, como ele não pensou nisso antes, é claro que aquilo tudo era um jogo psicológico para deixá-los mais vulneráveis, e pior, uma coisa lhe passa pela cabeça e ele simplesmente fica furioso.

– Com licença.

Byakuya faz uma reverência respeitosa e se retira do quarto.

– O... O que deu no Byakushi? – Yachiru levanta a sobrancelha.

– Não sei... Mas estou com um mau pressentimento.

– Hisana...

A jovem olha para sua mãe.

– Minha filha eu... Eu sinto muito por tudo aquilo, eu sei que a machuquei muito com aquelas palavras... Uma mãe jamais deveria dizer uma coisa daquelas para a própria filha, eu não sabia o que dizer e nem o que fazer, eu estava perdida... Eu...

– Está tudo bem mamãe. – Hisana sorri. – Eu entendo.

Rukia ainda não se conformava com a própria atitude, mas Hisana a abraça e por um momento Rukia parece não querer larga-la.

Ichigo e Yachiru se entreolham sorrindo.

_____________________________________________________

Byakuya praticamente arromba a porta do quarto onde estavam os corpos envoltos em panos de seus sobrinhos, coisa que deixa os seus servos confusos, mas com medo de perguntar o que estava acontecendo com seu capitão, ainda mais quando Byakuya entrava com os olhos cheios de ira.

Ele caminha a passos largos até ficar de frente para os dois.

– Levantem-se! - Ele ordena aos corpos das crianças.

Os servos ficam mais confusos ainda e começam a pensar que o capitão estava ficando louco por causa da tristeza.

– É muita ousadia usarem um kidou proibido há séculos para roubarem a imagem de meus sobrinhos para enganar minha família e esperar um momento mais apropriado para tentar nos assassinar, mais ousadia ainda é ouvirem a ordem de Kuchiki Byakuya e não obedecer.

Os corpos continuavam imóveis e os servos mais imóveis ainda completamente curiosos tentando entender o que se passava e cochichando uns para os outros.

– Se é assim que desejam... - Byakuya retira sua zanpakutou. – Chire...

Os corpos somem com um shunpo e antes de terminar de invocar seu golpe Byakuya se vê obrigado a utilizar sua lâmina para se defender de dois assassinos que se disfarçavam de seus sobrinhos, eles usavam espadas prontos para matar.

Os servos gritam assustados e soam o alarme da mansão.

_____________________________________________________

FINAL FANTASY XV - 13. OMNIS LACRIMA

– O que foi isso? É o alarme da mansão?! – Ichigo se vira.

– É o tio Byakuya! – Hisana tenta se levantar, mas logo volta a sentar quando a dor alucinante se espalha por seu corpo.

– Yachiru, por favor, cuide de Hisana! – Rukia fica de pé.

– Hai!

Ichigo e Rukia saem correndo.

– Pai, mãe, espere! – Hisana tenta se levantar outra vez, mas faz careta quando a dor no peito volta e ela pousa a mão sobre o ferimento.

– Hisa-chan você não pode, está muito ferida!

– Tsc! – A jovem resmunga sendo amparada por Yachiru.

_____________________________________________________

Byakuya fazia força aparando as lâminas dos assassinos.

– Nós vamos matar todos vocês! Principalmente você Kuchiki Byakuya! - Os dois dizem em sincronismo forçando Byakuya para trás saindo do quarto e indo parar no jardim da mansão.

– Quem são vocês?! - Ele demanda.

– Um entre muitos! - Os dois dizem em uníssono novamente.

– Por que querem matar minha família? Por que mataram minha esposa Hisana?!

– Traidores devem morrer! A desonra deve sumir! Os fracos perecer!

– Quem é o líder de vocês?

– O herdeiro! - Eles respondem.

– Herdeiro?

Os dois se separam com um shunpo e atacam Byakuya pelos flancos, ele se desvia dos golpes e sente que já tinha visto aquela forma de lutar antes.

– Esta forma de lutar?! Quem a ensinou a vocês?!

Eles respondem partindo para cima novamente.

– Quem é o herdeiro!? – Byakuya pergunta novamente.

– Morra Kuchiki Byakuya! - Os dois cercam Byakuya e desferem golpes sincronizados pegando-o de surpresa.

(– Droga...) – Ele pensa surpreso vendo uma das lâminas se aproximar de seu rosto.

– Bakudou Nº 61: Rikujou Kourou!

Seis bastões de luz prendem o indivíduo com a imagem de Masaki que ameaçava Byakuya.

– Nii-sama!

– Byakuya!

Ichigo e Rukia chegam correndo até ele.

Quando param para observar melhor o que acontecia, Ichigo e Rukia ficam perplexos ao verem Kaien e Masaki, seus filhos atacando Byakuya!

– Não pode ser... - Rukia fala ficando muda em seguida.

Ichigo fazia uma cara de surpresa, mas segundo depois, volta a si.

– Rukia... Hisana tinha razão... Estes não são os nossos filhos... – Ichigo confirma.

Rukia estava com os olhos marejados e sorrindo de alegria.

– Rukia... Estes não são os nossos...!

– Eu... Sei querido, mas... Você não percebe...? Nossas crianças estão vivas em algum lugar, precisando de nós...

Ichigo e Byakuya assentem olhando afiados.

– Isso só significa uma coisa... - Rukia enxuga suas lágrimas e de repente seus olhos pareciam mais ousados e sérios quando olhava para aqueles que imitavam a imagem de suas crianças.

Um erro fatal por sinal.

– É... - Ichigo começa a falar enquanto sua reiatsu e a de Rukia começam a crescer.

– Não há por que hesitar... - Byakuya completa expandindo seu poder.

Os dois assassinos veem aquele turbilhão de reiatsu e começam a tremer apavorados, o que tinha o rosto de Masaki se desvencilha do bakudou e fica de pé, os servos da mansão que corriam tentando cercam a mansão ao sentirem as poderosas reiatsus de seus senhores tremem igualmente e alguns ficam paralisados mesmo as reiatsus não sendo direcionada para eles.

– Precisamos relatar ao nosso senhor!

Eles pulam com um passo rápido atravessando os muros da mansão, mas quando olham para frente dão de cara com Byakuya que havia surgido de lugar nenhum.

– Agora eu sei O que vocês quiseram dizer com herdeiro, me deram muito em que pensar. - Diz Byakuya vindo em suas direções com sua zanpakutou na mão.

Os assassinos não sabiam para onde olhar se viam acuados, eles haviam falhado em sua missão e sabiam que não poderiam voltar, cada um gira sua lâmina para si, eles cometeriam suicídio.

– Vocês não tem esse direito, Tsugi no Mae! Hakuren!– Rukia aponta sua zanpakutou em suas direções e os congela por completo deixando apenas suas cabeças de fora para assistirem horrorizados o que o líder do clã Kuchiki iria lhes fazer.

– Vocês ultrapassaram um limite imperdoável, uma linha tênue que perpetua há gerações, uma linha chamada orgulho que foi manchado nesta família e será renovado pelas mãos do líder deste clã. - Byakuya gira sua lâmina com a ponta voltada para baixo. – Vocês tirariam suas próprias vidas como se elas não tivessem valor?... Patético. - Byakuya solta a lâmina. – Bankai... – Sua voz soa calma e fria.

Os assassinos mexem a cabeça descontroladamente e começam a gritar apavorados quando enxergam enormes lâminas se formando ao redor cercando-os.

– Senkei Senbonzakura Kageyoshi!

Byakuya faz um gesto e aquelas espadas gigantes se despedaçam em incontáveis pétalas de cerejeira que caem como uma avalanche em cima de seus inimigos que são engolidos pela fúria de lâminas, até desaparecerem por completo. Ele faz um gesto embainhando sua espada na cintura e voltando-se para a mansão diz:

– Mesmo um assassino é capaz de compreender o valor da vida no momento de sua morte.

Ele começa a caminhar calmamente em direção à mansão.

A brincadeira tinha acabado alguém iria pagar muito caro por tudo aquilo e não haveria como mensurar o preço da ira de Kuchiki Byakuya.

_____________________________________________________

Continua...

_____________________________________________________


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Byakuya e sua família se preparam para o contra-ataque e desta vez eles levariam a luta direto a seus inimigos, e nada neste mundo iria pará-los.
Obrigada por terem lido galera, para quem acompanhou a primeira versão, as mudanças mais evidentes começam neste capítulo, a partir do próximo tudo será novidade.
Aguardem.
Bjus da tia Lyel!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Retribution: Vingança em Família" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.