Retribution: Vingança em Família escrita por LYEL


Capítulo 3
Segredos Selados


Notas iniciais do capítulo

Byakuya inicia sua busca por respostas em documentos antigos da família, nada é encontrado até que o capitão do 6º esquadrão lembra do antigo diário de seu avô e passa a acreditar que nele possam estar as pistas para suas primeiras respostas.



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QFVDC - Memórias - Deai

O jantar havia terminado há algum tempo, Hisana já estava em seu quarto assim como seus pais, apenas Byakuya permanecia sem sono naquela noite, ele estava deitado em seu futon olhando para o teto de seu quarto pensativo sobre qual passo dar no dia seguinte, às vezes sorria ao lembrar-se da cumplicidade de sua família que concordara em ajudá-lo, isso deixava Byakuya feliz e fazia esquecer que um dia tentou matar Ichigo quando ele veio pedir a mão de sua irmã em casamento.

– Eu... Posso confiar. - É tudo o que ele diz antes de acomodar-se para dormir.

Bem antes disso, Hisana já havia trocado de roupa para dormir, então deita e sem hesitar fecha os olhos, afinal, suas costas ainda doíam seus ombros ainda estavam inchados e seus tornozelos ainda rangiam, pelo menos, seus irmãos dormiam tranquilamente.

– Que droga, eu estou um caco! – Ela resmunga não conseguindo encontrar uma posição para dormir sem ouvir algum osso protestando e quando finalmente encontra uma posição...

Um cheiro horripilante se espalha pelo quarto.

– Argh! Que cheiro é esse?! – Ela se assusta levantando e tapando o nariz.

Masaki acorda ao mesmo tempo em que Hisana resmungava do mau cheiro.

– Eca! Alguém pisou em cocô mana! – Ela esbraveja abanando com as mãos e fazendo cara de sono misturada com nojo.

– Desculpa maninha fui eu...

Kaien! – As duas irmãs gritam ao mesmo tempo olhando para ele.

– Mas eu não tenho culpa foi o repolho, a comida estava envenenada! – Ele tenta se justificar.

Instantes depois Hisana estava segurando Kaien no ar e com os olhos revoltados arremessa o garoto para fora do quarto.

– E só volte aqui quando esse repolho sair! – A irmã mais velha repreende.

– E quando lavar as mãos! – A irmãzinha retruca.

As duas batem a porta na cara do garoto e se trancam.

Kaien fica sentado no chão ponderando a situação e com olhar intrigado se levanta reclamando e tirando a sujeira da roupa.

– Mulheres... Até parece que não peidam... – Ele diz indo em direção ao banheiro e resmungando sozinho.

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Ichigo estava quieto e deitado na cama esperando Rukia que limpava o rosto na frente do espelho com algum produto antes de dormir, ele vira de lado e apoia a cabeça com a mão.

– Rukia?

– Uhm? – Ela continuava limpando o rosto.

– Você acha certo deixarmos o seu irmão sozinho fazendo as coisas?

– Como assim? – Ela rebate.

– Tipo deixar procurar informações e se arriscar sozinho, sendo que nem ele e nem nós ainda sabemos com quem estamos nos metendo.

– O Nii-sama sabe se virar Ichigo, ele não diria que faria isso sozinho se não soubesse o que está fazendo. – Ela termina de limpar o rosto e joga o algodão em uma lixeirinha ao lado.

– Tem certeza? – Ichigo pergunta outra vez.

– Claro, além do mais ele pediu que agíssemos naturalmente para não desconfiarem das ações dele. – Rukia se levanta e pega uma camisola transparente em um cabide e põe sobre o pijama que vestia indo em direção à cama.

– Você que sabe... Só não quero que fique preocupada depois, até porque ainda temos que cuidar das crianças aqui. – Ichigo se ajeita para abrir espaço na cama para Rukia.

Ela se deita acomodando-se em seus braços e ele os cobre com os lençóis.

– Ichigo, nós vamos ajudar o Nii-sama, de qualquer modo, eu não vou ficar indiferente a essa situação, Hisana era minha irmã e eu tenho direito de agir também.

– Eu sei, por isso que vou ajudar, não quero ver você chorando de novo. – Ichigo beija a testa de Rukia.

– Obrigada meu amor. – Ela também o beija.

– Sabe... – Ichigo muda de assunto e começa a desabotoar a camisola de Rukia. – Não precisava colocar a camisola. – Ele insinua com a voz.

– Atrevido... – Diz Rukia corada e sorrindo para o marido enquanto o abraçava na cama e lhe enchia de beijos sob os lençóis.

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QFVDC - Crônicas - Creeping Shadows

Do lado de fora da mansão uma sombra imponente observava os movimentos das pessoas dentro da casa e pelas áreas do jardim com sua reiatsu oculta aos outros.

Um homem encapuzado se aproxima dele com passos tímidos.

– Meu senhor?

O homem nas sombras sequer se vira para encará-lo.

– A família chegou hoje à tarde e neste instante se retiraram para descansar. – Responde o encapuzado de cabeça baixa em reverência.

– Bom trabalho, tudo transcorre como planejado, no momento faça apenas o que eu disse e escolha seu alvo, pois logo chegará o seu momento, porém... – O homem nas sombras se vira para ele e é possível enxergar os orbes acinzentados naquela negritude. – Lembre-se, Kuchiki Byakuya é meu.

– Com toda certeza meu lorde! – O homem encapuzado responde reverenciando-o e logo voltando para a mansão, esgueirando-se entre as sombras.

O homem imponente permanece observando e rastreando os movimentos de todos e com isso sorria satisfeito.

– Depois de tantos anos, finalmente, tudo acabará.

Atrás deste mesmo homem é possível ver em meio à escuridão e árvores que o cercavam inúmeros olhos brilhantes e sedentos observadores da mansão.

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QFVDC - Crônicas - WRAPPED IN KINDNESS

Na manhã seguinte, todos estavam à mesa tomando o desjejum quando Byakuya entra no recinto.

– Bom dia. – Ele diz cumprimentando todos.

– Bom dia Nii-sama.

– Dia, Byakuya. – Responde Ichigo fazendo um gesto com a mão.

– Bom dia tio. – Respondem Hisana e seus irmãos logo em seguida.

Byakuya senta à mesa e os criados servem seu desjejum retirando-se do recinto para dar-lhes privacidade.

– E então o que farão hoje? – Byakuya puxa assunto.

– Vou fazer uma visita aos esquadrões e dar um “oi” a todos, levarei Kaien e Masaki comigo. – Diz Ichigo.

– Eu vou manter distância do Zaraki e chamar o pessoal da associação feminina para um churrasco na piscina. – Hisana responde.

Depois de muito relutar, Byakuya não conseguiu convencer Hisana e Rukia que não queria ter uma piscina em sua casa. Ele fica olhando para a cara da sobrinha que finge nem estar percebendo.

– Nii-sama, fui eu que dei a idéia de chamá-las, fazia tempo que não nos reuníamos e por isso convidei todas para uma pequena confraternização.

– Desde que elas não destruam o meu jardim, embriaguem as minhas carpas, roubem o meu álbum de fotografias e fiquem tirando fotos minhas quando tento trocar de roupas ou tomar banho, por mim tudo bem. – Ele responde tranquilamente tomando um pouco de chá.

– Peraí, elas tentaram tirar uma foto sua nu Byakuya? – Exclama Ichigo fazendo uma cara esquisita.

– Ichigo... - Rukia fala em tom de repreensão.

– Que foi?

– Não vejo nada de extraordinário em ver o tio Byakuya nu, afinal, ele costumava dar banho na gente quando éramos crianças. – Diz Hisana naturalmente pondo uma porção de arroz na boca.

– É verdade. – Concorda Masaki.

Byakuya e principalmente Ichigo engasgam.

– Não tem nada de extraordinário lá que a gente já não tenha visto no papai. – Hisana continua falando enquanto pega alguns legumes e põe em seu prato.

– Até porque ele vive andando pelado lá em casa... – Lembra Kaien do “pequeno” detalhe. – Que homem mais sem educação... Nem respeitar as mulheres ele respeita...

Masaki só assente com a cabeça enquanto toma suco.

Byakuya e Ichigo começam a tossir descontroladamente virando a cabeça para fora da mesa.

Rukia fica olhando para os filhos que agiam na maior naturalidade, ela balança a cabeça, suspira e diz:

– Ai, ai... O que eu faço com vocês...?

O desjejum transcorre no mais absoluto silêncio enquanto Ichigo e Byakuya trocam olhares desconfiados.

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QFVDC - Crônicas - Recollection_III

Muito longe dali em um lugar longínquo próximo das montanhas, uma enorme casa semelhante às grandes casas nobres em Seireitei fazia contraste com o ambiente, neste lugar, em um grande salão situado no centro da casa, um homem de cabelos negros corridos, olhos acinzentados e expressão rígida dirigia a palavra às várias pessoas que ali estavam.

– Ouçam todos meus irmãos, é chegada a hora de nossa grande vingança! – Ele diz erguendo a voz. – Depois de décadas vivendo isolados nas montanhas, alheios aos olhos daqueles que nos trouxeram apenas desgraça, NÓS finalmente iremos agir! - O homem termina de falar exaltando os ânimos dos que ali estavam.

– Viva ao senhor Kuchiki Kunrei! – Um homem grita.

Todos na sala ovacionam o homem e Kunrei faz sinal para fazerem silêncio.

– Desde o dia em que meu pai matou a minha mãe e me obrigou a viver em exílio, não existiu um único dia que eu não arquitetasse uma forma de vingar-me deste clã, por isso, durante anos, temos impedido que um herdeiro nascesse naquela casa, porém agora está na hora de abrir os olhos de Kuchiki Byakuya e todos aqueles que possuem algum tipo de laço com ele, desta forma, extinguiremos o legado da geração daquele homem e será imposto o meu legado!

Todos gritam novamente.

Ele continua.

– Agora, junto de vocês, traremos apenas, tristeza, arrependimento e morte para aqueles que ainda vivem ao lado dos traidores fazendo-os sofrer tudo o que temos sofrido até hoje esquecidos na escuridão!

– SIM SENHOR! Todos gritam.

– Preparem-se, a hora da vingança é agora!

– Vingança ao lorde Kunrei! Vingança ao lorde Kunrei! Vingança ao lorde Kunrei! – Todos repetiam enquanto erguiam os braços no ar.

Do lado de fora da grande mansão, era possível ver guerreiros espalhados por todos os lados, sedentos por batalhas e pelas ordens que encheriam suas mãos de sangue.

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QFVDC - Ascensão - Blumenkranz_Instrumental

Na mansão Hisana aproveitava o sol na piscina em cima de uma bóia que parecia uma tartaruga, Rangiku, junto de Isane faziam o churrasco e Rukia brincava de vôlei com as outras na piscina, a tarde estava calorosa e todas as mulheres presentes aproveitavam aquele momento muito bem.

– Rukia. – Rangiku chega perto da borda da piscina.

– Oi?

– Seu irmão está ai?

– Nem adianta Rangiku, o Nii-sama já disse que não é pra darmos saquê para as carpas e nem tirar fotos dele!

– Nyah... – Rangiku se decepciona.

– Por que insistem tanto em ver o tio pelado? – Pergunta Hisana.

– Oras por quê?! Porque o capitão é o homem mais sexy de toda Seireitei! Mas nunca conseguimos convencê-lo a posar para a nossa revista “olhos no paraíso”... – Rangiku lamenta.

Hisana ri enquanto toma limonada.

– Não tem nada de extraordinário ali Rangiku-san.

– Como assim Hisa-chan? Você já viu o capitão nu?

– Claro que já... – Ela diz olhando vitoriosa apenas para atiçar a curiosidade de todas.

Um monte de mulheres se reúne ao redor da garota.

– E como é o capitão Byakuya na forma como veio ao mundo!? – Uma delas pergunta.

Rukia fingia não estar vendo e nem ouvindo sua filha, ela apenas tenta aproveitar seu espetinho de carne.

– Ora... Como posso dizer... – Hisana pensa por um instante.

As mulheres ao seu redor fazem cara de suspense.

– O tio Byakuya nu... Parece... – Ela faz força para lembrar.

– Parece...?! – Todas ficam em suspense engolindo Hisana com os olhos.

– Parece o papai quando tá nu. – Ela responde chegando a uma conclusão brilhante.

– O quê!? – Todas rebatem surpresas e decepcionadas.

Rukia engasga com um pedaço de carne, lágrimas saindo dos olhos enquanto ela tenta puxar o ar que lhe faltava.

– E como é o Ichigo nu? – Pergunta Rangiku.

– Bem o papai nu parece...

– Já chega meninas, Hisana venha cá! – Rukia puxa Hisana pela orelha fazendo a bóia em que sua filha estava segui-la. – Você já teve sua dose de garota playboy de hoje.

– Ai, ai, ai, mamãe minha orelha, se a senhora puxar demais eu vou ficar surda.

– Quando se trata do Ichigo a Rukia fica toda atiçada né? – Rangiku comenta maliciosamente.

– Claro, ele é meu marido! Que esposa ficaria feliz em ver outras mulheres comentando sobre suas partes íntimas!? Isso inclui você senhorita! – Enfatiza Rukia dando um cascudo na filha, que apenas geme e ri.

– Adoro quando a senhora desestressa. – Hisana ainda consegue tirar gracinhas da situação mesmo estando com a orelha inchada e um nódulo na cabeça.

– Hisana sua pestinha! – Rukia tenta dar uma tapa no traseiro da filha, mas a jovem é rápida o suficiente para esquivar rolando na água, ela nada rapidamente até a margem com Rukia vindo atrás tal qual um tubarão, no final as duas saem correndo como gato e rato pela mansão.

– Socorro! Tem uma mãe doida desorientada correndo atrás de mim!

– Hisana! Volta aqui! – Rukia corria com uma toalha na mão para ensinar à garota uma lição.

– Nem ferrando eu volto!

Rangiku e as outras mulheres da festa apenas observam, mas ela logo se vira com uma garrafa de saquê.

– Bem... Quem quer embebedar as carpas comigo?

– EEEUUU!!! Todas respondem.

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Ichigo passeava pela Seireitei com seus filhos pequenos, a maioria das pessoas os conheciam, principalmente Ichigo, o famoso substituto de shinigami que havia ajudado a Soul Society inúmeras vezes, Kaien e Masaki compravam doces e brinquedos e sempre que chegavam a um esquadrão eles gostavam de dividir com os amigos, no momento eles estavam na porta do 11º esquadrão com Ichigo suando frio.

– Aqui vamos nós...

Os três entram e milagrosamente nada acontece.

– Ué... Papai cadê todo mundo? – Kaien pergunta.

– Por que ninguém ainda tentou matar o senhor papai? – Masaki estranha.

– Não faço idéia, de qualquer forma vamos entrar.

– Alô! Kenpachi-sensei! - Masaki e Kaien gritam.

– SSSSSSSSHHHHHHHHHHH!!!

Os três de assustam quando ouve o zumbido para fazer silêncio, eles se viram rapidamente para ver quem havia feito este som.

– Yumichika! Ikkaku!

– Ichigo seu bocó faz silêncio! Quer acordar o capitão? – Ikkaku cochicha por detrás de uma moita.

– Mas...? Nós chegamos e não vimos ninguém por isso estranhamos. – Ichigo também cochicha se agachando atrás da moita junto de seus filhos.

– O capitão Zaraki tá dormindo porque ele foi derrotado pela Hisa-chan ontem, mas assim que acordar ele vai querer matar alguma coisa, de preferência quem estiver na frente! – Alerta Yumichika.

– Mas cadê a Yachiru? – Ichigo pergunta de novo.

– Ela não está no churrasco na mansão Kuchiki?

– Putz, é mesmo!

– É por isso que vocês estão escondidos? Cadê os outros Yumichika-san? –Pergunta Masaki com um cochicho.

Ele responde apontando alguns lugares aleatórios do esquadrão.

Ichigo e seus filhos avistam alguns shinigamis escondidos entre moitas, debaixo de tatames e alguns até mesmo usando técnicas ninjas para respirar debaixo d’água.

A coisa parecia séria.

Ichigo ri.

– Quer dizer que toda vez que o Kenpachi apanha ele acorda de TPM é? Ele brinca.

– Só se TPM significar “Tensão Psicológica Mortal”... Ikkaku diz.

– Como assim? – Ichigo pergunta.

Um urro vigoroso ecoa por todo o esquadrão.

Yumichika e Ikkaku se encolhem na moita puxando Ichigo e seus filhos.

– Ei caramba o que foi isso? – Ichigo cochicha assustado.

– O... Capitão... – Ikkaku estava nervoso.

Uma sombra exalando morte começa a surgir de dentro do esquadrão e um homem com cara de poucos amigos aparece.

– Ichigo! Eu sei que você está aqui! Eu ouvi a sua voz! – Zaraki grita.

– Ah droga...! – Ichigo bate na testa decepcionado consigo.

– Ichigo! - Zaraki grita novamente tentando farejá-lo.

– Nós podemos tentar... – Ichigo começava a falar, porém antes de terminar Ikkaku e Yumichika o pegam e jogam para fora da moita.

– AH! Ai está você Ichigo! – Zaraki retira sua espada e começa a correr na direção do pobre homem.

Ichigo primeiramente olha para Ikkaku e Yumichika fuzilando-os com os olhos em seguida ele se volta para Zaraki trocando seus olhos para algo mais desesperador.

– Por que EEEeeeeeuuuuuu...?! – Ele berra pulando por uma parte quebrada do muro sumindo no horizonte.

– Espera Ichigo! Eu vou cortá-lo em pedaços! – Grita Zaraki vindo logo atrás.

Ikkaku e Yumichika junto de todos os membros do seu esquadrão saem de seus esconderijos, os filhos de Ichigo fazem o mesmo.

– Masaki-chan, Kaien-kun, querem comer sanduíche e tomar suco? –Yumichika pergunta todo sorriso.

– Sim! – Os gêmeos respondem nem um pouco preocupados com o próprio pai.

Eles entram no quartel do décimo primeiro esquadrão para comer sanduíches e tomar suco em um dia que parecia estar sendo muito divertido.

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Byakuya lia alguns documentos mais antigos sobre sua família, alguns dos arquivos continham apenas dados irrelevantes, outros constavam de procedimentos administrativos realizados por outros líderes, embora quisesse muito descobrir os motivos que levaram à morte de sua esposa, Byakuya sabia que tinha que ser paciente, pois sua esposa poderia não ser a primeira vítima, além disso, ele temia que algo muito maior pudesse estar acontecendo.

– Isso não é nada bom, nada do que procuro pode ser encontrado em arquivos comuns como estes... Desvio de verba, movimentação ilícita dos administradores da casa, nada está aqui, então onde e em que tipo de documentos eu devo procurar?

–SoCoRrO!

A voz estridente de Hisana era ouvida ecoando pela mansão.

– Pelo menos alguém está se divertindo... – Diz Byakuya para si concentrado em um manuscrito.

– Hisana sua pestinha!

A voz de Rukia estava furiosa.

– É, como distração elas são ótimas, pelo menos assim não chamam a atenção de ninguém para o que eu estou fazendo...

BoooOmmMmm!

Byakuya se assusta com o barulho da explosão e corre até a porta de seu recinto, quando sai, vê Rukia com uma cara ensandecida arrastando Hisana pelos pés, ela estava atordoada falando coisas sem sentindo e quando passa na frente de Byakuya a garota ainda falava besteiras.

– Ei gatinho! Quer tomar sorvete comigo? Eu conheço uma sorveteria perto de casa que é um espetáculo! – Diz Hisana alucinando.

Byakuya levanta uma sobrancelha.

– Hisana ele é seu tio! – Sua mãe a repreende.

Hisana se corrige.

– Oi tio, que é um gatinho, quer sair pra tomar sorvete comigo? Eu conheço uma sorveteria perto de casa que é um espetáculo! – Ela ainda alucinava.

– Oh! Rei das almas... Para quem essa menina puxou...? – Rukia bate na testa lamentando.

Ela continua arrastando a filha e resmungando alguma coisa enquanto a leva de volta para a piscina, Hisana por sua vez, ainda bêbada pelo kidou que levou em cheio na cabeça manda inúmeros beijos e faz o típico gesto de “me liga” para seu próprio tio.

Byakuya suspira e volta para o seu quarto, ele se acomoda novamente na cadeira em que estava e pega novos documentos para ler.

– Tal pai... Tal filha... – Ele não deixa de comentar.

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Ichigo entra mancando no quartel do décimo primeiro esquadrão, ele mal conseguia se apoiar na gigantesca Zangetsu.

– Masaki!! Kaien!! Cadê vocês!?

– Estamos aqui papai! – Kaien grita enquanto sua irmã vem logo atrás.

– Vamos cair fora daqui o mais rápido possível, antes que aquele maluco do Zaraki...

– Achei você Ichigo!

Ichigo sente um frio na espinha e todos os pêlos de seu corpo eriçam.

Zaraki entra mancando pelos portões do esquadrão apoiado na espada, ambos estavam em frangalhos, mas apenas Zaraki insistia em continuar a lutar.

– Cai fora Zaraki eu quero ir pra casa, você tá doido em querer continuar! Eu já estou velho pra isso, eu vou embora com os meus filhos!

– Nem pensar! – Zaraki ergue a espada no que parecia estar sendo feito em câmera lenta, Ichigo consegue desviar miseravelmente do golpe desferido.

– Eu não vou mais lutar! – Diz Ichigo correndo como uma lesma.

– Vai sim! – Retruca Zaraki que mais arrastava os pés do que corria.

Para Kaien, Masaki, Yumichika e Ikkaku, Ichigo e Zaraki pareciam dois velhos sofrendo de reumatismo “correndo” como tartarugas.

– Olha maninho parece aquele filme antigo que passou na TV!

– Parece Matrix!

– Pois para mim tá parecendo mais com dois atores ensaiando uma cena de luta em Slow Motion. - Diz Yumichika.

Ikkaku concorda. E os dois “velhos” continuavam a correr...

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Byakuya havia desistido de procurar algo útil em documentos pessoais que estavam em sua posse, naquele instante ele terminava de guardar tudo na estante.

–... Onde devo procurar...?

Ele pensa por um momento e lembra que seu avô Kuchiki Ginrei costumava guardar alguns documentos pessoais em seu antigo quarto, mas em respeito ao avô, Byakuya nunca tinha olhado tais documentos, porém ele se lembra de algo muito importante.

Uma lembrança lhe vem à mente.

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Em um quarto particular da família, Ginrei e seu jovem neto, Byakuya conversavam.

– Byakuya. – Diz Ginrei sentando a frente de seu neto que algum dia lhe sucederia no comando da família. – Um dia, quando nossa família estiver em perigo, talvez haja a necessidade de procurar algo a mais que a própria força.

– Perigo? Que perigo vovô? – Pergunta o jovem.

– Desde o dia em que assumi a família tenho mantido arquivos pessoais de minha própria autoria guardados em um lugar que mais ninguém além daquele que me sucederá tem o direito de saber.

–... Documentos?

Ginrei retira de seu quimono algo que parecia um diário, porém ele faz uma expressão de tristeza.

– Byakuya, quando se tornar o líder desta família, você entenderá que não há nada que não se faça para manter a integridade de uma casa... Porém... Às vezes isso nos leva a cometer pecados. – Ginrei fecha os olhos, seus pensamentos estavam visivelmente em outro lugar.

– Vovô? – Byakuya o chama, sua expressão era confusa.

– Todas as informações que considero as mais importantes estão aqui. – Diz ele mostrando o diário para o neto. – Porém me prometa que só o abrirá quando nossa família estiver em perigo, até lá, sua missão é protegê-lo.

– Sim senhor, eu prometo vovô.

– Byakuya?

– Sim?

– Me perdoe.

– Uhm? Disse alguma coisa vovô?

– Nada...

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QFVDC - Ascensão - Coroa de Flores (Blumenkranz) Piano Ver.

Byakuya volta a si após lembrar-se da conversa e que momento seria mais oportuno do que este para desvendar os mistérios de seu avô?

– Se é para abri-lo em uma emergência, então esta é a hora.

Byakuya se dirige ao quarto de seu avô, somente ele tinha a chave e lógico, suas criadas mais fiéis lhe pediam para limpar o quarto uma vez por semana desde que não mexessem em nada.

A primeira vista o quarto estava impecável, bem arrumado e sem poeira, os móveis estavam do jeito que ele se lembrava quando era mais jovem, o quarto de seu avô havia se convertido em um santuário, do lado da cama havia uma escrivaninha e do lado desta uma estante cheia de livros, era ali que ele sabia que encontraria o que procurava.

Devagar, Byakuya se aproxima dos livros, alguns eram temas comuns, tinha até mesmo alguns romances, mas logo algo chama sua atenção, o diário de seu avô, assim que puxa da estante Byakuya nota algo que nunca havia percebido antes: Um selo.

– Um selo? Ele diz.

Byakuya abre o diário, pelo menos tenta, assim que o faz o diário treme em suas mãos e emite uma descarga elétrica que faz Byakuya largá-lo no chão.

– Droga! Mas qual o significado disto?

Ele pega o diário no chão e sai do quarto trancando-o logo em seguida, guarda o seu documento no quimono e resolve ligar para Ichigo.

O cunhado atende e sua voz não parecia muito normal, ele estava nervoso do outro lado da linha.

– Alô!

– Ichigo?

– Que foi Byakuya?

– Encontrei algo que pode ter relação com o que procuramos.

– O que é? Ai cacete cuidado com isso ai! – Grita Ichigo repentinamente.

–... Não é recomendável que falemos por telefone.

– Tá bom! Assim que eu terminar aqui volto pra casa, chama a Rukia e a Hisana logo.

– É o que farei.

– Beleza! Ei! Opa! Essa passou perto!

– Ichigo?

– Sim Byakuya!

– Se acontecer algo com os meus sobrinhos, você é um homem morto.

–...

Byakuya desliga o celular, ele vai em direção a piscina chamar por sua irmã e sobrinha.

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Rukia, Rangiku, Isane, Yachiru entre outras brincavam na piscina há horas, quando Byakuya vem até elas.

– Olhem é o capitão Kuchiki!

– KYAHHHH!!!!

Gritos histéricos se espalham pela piscina quando uma manada de mulheres apenas de biquíni ou maiô vem até ele.

Byakuya engole seco e fica parado.

– Capitão! Capitão tira uma foto comigo para colocar no mural da associação! – Grita uma shinigami.

– Capitão quando o senhor vai aceitar o convite de posar para nossa revista? - Pergunta outra.

– Nunca. - Ele automaticamente responde.

– O senhor aceita fazer uma entrevista sobre sua vida para o catálogo semanal capitão?

– Talvez...

– E quando o festival de inverno começar o senhor participará da sessão de fotos para o “Senhor Calendário”?

–...

Byakuya olha para Rukia que estava em algum lugar perto da piscina, seus olhos discretamente implorando por ajuda.

Rukia ri.

Byakuya estava ficando tonto, aquelas mulheres eram demais para sua sanidade.

– Já chega pessoal, vocês tão sufocando o meu Nii-sama! – Esbraveja Rukia.

– Mas Rukia-chan, o capitão é a maior celebridade do catálogo “O capitão com quem eu aceitaria me casar” todas querem conhecê-lo pessoalmente! – Diz Isane.

– O Bya-kun é um homem de sorte por viver cercado de tanta mulher bonita né? - Diz Yachiru.

Byakuya retira um bolinho de seu quimono e enfia goela abaixo de Yachiru, que cala a boca.

– Rukia, preciso falar com você e com Hisana, eu encontrei algo.

– Tudo bem.

Byakuya nota algo.

– Onde está Hisana?

– Ela disse que tinha visto algo estranho enquanto voltávamos para a piscina e disse que iria ver o que era.

– Onde?

– Perto da lagoa das carpas.

Byakuya e Rukia vão até lá, as mulheres da associação os seguem.

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Quando chegam, Hisana estava de joelhos olhando para a lagoa.

– Hisana? - Byakuya chama sua atenção.

– Tio? Mãe? – Hisana se vira para eles e aproveita para se levantar do chão.

– O que está fazendo aqui? - Ele pergunta.

– Oh, eu? Bem, é que eu vi que as carpas estavam se comportando de maneira estranha e vim ver se tinha algo de errado com elas, olha só. – Hisana aponta para a lagoa.

Byakuya se aproxima junto das demais mulheres e ele especialmente, não fica nada feliz com o que vê.

As carpas nadavam de cabeça para baixo soltando bolhas pela boca e rodopiando dentro da lagoa, algumas ainda se arriscavam pular dando cambalhotas no ar antes de mergulharem novamente.

– Não falei que elas estavam estranhas? - Comenta Hisana.

Byakuya se ajoelha e prova com a ponta dos dedos a água da lagoa, existia um alto teor alcoólico no lugar.

– Hahaha, olha como elas pulam, não disse que elas ficam engraçadas quando estão bêbadas!? - Gargalha Rangiku

As outras mulheres riem junto.

Rukia e Hisana estavam boquiabertas, só elas, das que estavam ali, tinham noção do ciúme que Byakuya tinha daquelas carpas.

A reiatsu de Byakuya começa a tornar-se mais agressiva.

– Capitão? - Rangiku suava frio.

As outras mulheres da associação começavam a tremer.

– Então foram vocês que embebedaram as minhas carpas... – Byakuya virava-se para elas, sua expressão completamente alterada.

– Nii-sama espere! - Rukia tenta acalmá-lo, mas é tarde demais.

– Chire!

– Ei, tio calma ai! - Hisana também tenta acalmá-lo.

– Senbonzakura!

As mulheres começam a gritar atônitas pulando pelos muros da mansão, outras pegando seus pertences e fugindo pelos portões algumas nem olhavam por onde andavam e simplesmente fugiam com shunpo.

Byakuya guarda sua espada.

Hisana levanta uma sobrancelha.

– Tio... Se o senhor queria que elas saíssem era só pedir com educação... - Ela diz.

– É o preço pago pelo que fizeram com minhas carpas. – Ele diz olhando para as duas. – Vamos, tem algo que gostaria de conversar com vocês.

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Algumas horas depois do banho e do jantar e de terem posto os gêmeos para dormir, Byakuya se reunia mais uma vez com sua família.

– O que conseguiu hoje Byakuya? – Pergunta Ichigo com a cabeça enfaixada.

– Isto. – Byakuya retira o diário de seu quimono e põe sobre a mesa.

– Olha! Um livro de receitas! – Exclama Hisana sorridente e sem noção.

Todos olham com uma expressão repreensiva para ela que resolve se agachar atrás da mesa para preservar a própria vida.

– O que é isso Nii-sama?

– O diário de meu avô e provavelmente nossas respostas estarão todas aqui.

– Provavelmente? – Pergunta Ichigo intrigado.

– Sim, pois eu ainda não consegui abri-lo.

– Pode deixar que eu abro pro senhor! - Hisana puxa o diário da mesa, ela inspeciona olhando de trás para frente, levanta-o no ar e resolve abrir.

Byakuya se assusta.

– Hisana não faça iss...!

Tarde demais.

Uma descarga elétrica passa pelo corpo de Hisana que fica tremendo enquanto bate os dentes e não consegue largar o diário, ela cai dura no chão com uma fumaça saindo de sua cabeça...

Ichigo cutuca Hisana para verificar se ela ainda estava viva.

Byakuya pega o diário.

– Bem, é por isso que eu ainda não consegui ler, meu avô tomou providências e colocou uma barreira de kidou que desconheço.

– Vixi, esse negócio de Kidou é grego para mim. – Retruca Ichigo, mas ele estava sendo sincero.

– Posso ver Nii-sama? – Rukia estica a mão para pegar o diário, ela olha os detalhes, o formato, faz um teste tátil e resolve fazer algo diferente, Rukia coloca o diário no chão e aponta a palma da mão aberta. – Hadou nº 33 Soukatsui! – A esfera azul de energia explode em cima do diário.

Byakuya a princípio se assusta com o ato repentino de Rukia, mas assim que a energia toca o diário, ele percebe que a esfera explode, mas uma pequena redoma amarela recobre o diário, fazendo com que ele permaneça intacto ao golpe.

– Percebeu Nii-sama?

– Sim... Tem uma barreira recobrindo o diário e um kidou de selamento guardando seu conteúdo.

– E vocês não conseguem quebrar esses encantamentos?

– Nunca tinha visto um Kidou desse tipo, provavelmente é um tipo acima do número cem.

– Então teremos que pesquisar uma forma de tirar esse selo, pois desconheço algum kidou que faça isso, se meu avô colocou, ele também deve ter escondido em algum lugar o contra-selo.

– O que eu faço? - Pergunta Ichigo.

– Preciso que você e Rukia se dirijam até a biblioteca da Seireitei e procurem os tipos de contra-selos registrados, vou fazer o mesmo, mas em arquivos deixados pelo meu avô.

– E Hisana? – Aponta Ichigo para a menina que ainda tinha fumaça saindo da cabeça.

– Quando ela acordar mande que cuide dos irmãos, essa tarefa será mais complicada e vocês não conseguirão dar muita atenção a eles.

– É verdade, tem razão Nii-sama.

– Por enquanto apenas descansem, durmam bem, amanhã teremos um dia mais atarefado.

– Sim, boa noite Nii-sama.

– Noite Byakuya. – Diz Ichigo pegando Hisana no chão.

– Boa noite. – Byakuya acena com a cabeça.

Assim que todos saem Byakuya fica olhando para o diário mais uma vez, ele estava com um mau pressentimento.

– O que o senhor quer tanto esconder de mim vovô?

Byakuya ficaria acordado até tarde naquela noite, ele buscaria nas lembranças aquela resposta.

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Capítulo 4 começa a desenrolar a história para outro rumo, então preparem os corações por que a história finalmente irá começar...
Obrigada a todos os leitores e aguardo vocês nas reviews.
Bjus da tia.



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