Como Assim Eu Sou Uma Meio Sangue? escrita por Lise Muniz


Capítulo 11
Capítulo 11 - Não me assuste se não quiser morrer


Notas iniciais do capítulo

O Nyah anda contando minhas palavras de um jeito estranho... É como se ele as comesse... Por isso o número de palavras engana.



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Meus instintos de semideusa entraram em ação mais rápido do que pude pensar. Saquei a espada, dei um giro e encostei sua ponta na garganta de... Connor.

– Por favor, não me mate. Juro que não roubei nada da sua mochila. – ele disse com a voz finíssima

– Não me assusta assim! – soquei o braço dele – Eu podia ter te matado!

– Ai! Desculpa. Achei que vocês tinham me visto chegar.

– Não, não vimos. – Annabeth disse e seus olhos voaram para a minha espada, que eu estava segurando por todo aquele tempo – Por que ainda está com isso na mão? Não sabe transformá-la de volta?

– Ahn... Não.

– Dê-me ela aqui.

Eu dei a espada na mão dela. Ela observou-a por um momento, puxou de um lado, empurrou do outro e então o punho pareceu deslocar-se do lugar. Ela empurrou o punho cada vez mais para cima até que a lâmina sumiu, e a espada voltou a ser um pingente em forma de sigma.

– Woah! – eu disse – Eu nunca teria descoberto isso.

Connor então pegou o colar com Annabeth e por algum motivo o pôs no meu pescoço pra mim.

– Stoll, que história é essa de que eu sou sua namorada? – perguntei, estranhando seu gesto

Ele me encarou com uma sobrancelha arqueada e um sorriso idiota.

– Não sei. Nós somos?

– É claro que não somos!

– Então porque perguntou?

– Porque todo mundo no Acampamento tá dizendo isso!

– Sério?

– Sim. – cruzei os braços

– Hm... Então... Quer dizer que não vai rolar nem um beijinho? – ele disse com o sorriso mais safado do mundo e foi se aproximando de mim, pronto pra me roubar um beijo

Enchi a mão e dei na cara dele, deixando a marca dos meus cinco dedos em sua bochecha. Annabeth e Rachel começaram a rir descontroladamente, enquanto Connor olhava para mim, abismado e punha a mão sobre a marca da minha mão em sua bochecha onde devia estar ardendo pra caramba.

– V-você... Você não...

– Eu não vou te beijar, seu idiota! – falei furiosa

Ele me olhou atônito por um momento, mas não demorou para que a raiva tomasse conta de sua expressão. Ele ficou tão furioso que por um momento achei que ele ia me bater. Mas então ele girou em seus calcanhares e foi embora. Eu olhei para trás, esperando que alguém me dissesse o que eu devia fazer e Rachel murmurou:

– Vá atrás dele!

Anuí e saí correndo para a entrada da gruta. Não queria perder a amizade de Connor assim.

– Vlacas! A Lorena ainda me paga! – ouvi-o resmungar do lado de fora e resolvi me esconder – Não acredito que ela me pregou outra peça!

Lorena? Pregar peças? Como assim? Por que Connor estava com as mãos nos bolsos como um galã revoltado de filme de romance?

– E pensar que podia acreditar ao menos uma vez nela. – ele continuou a resmungar depois de chutar uma pedra e então começou a falar em falsete – "Ah! Oi Connor! Não precisa correr não, eu não vou te bater dessa vez. A Susanna acordou e está te chamando pra se encontrar com ela na gruta da Rachel. Ela disse que precisa falar com você ‘em particular’.”.

Sério que eu tinha acabado de conhecer a garota e ela já estava armando pra mim? Eu precisava tirar essa história a limpo.

Procurei-a por metade do Acampamento até que parei em frente a Casa Grande e lembrei que precisava fazer uma ligação.

;)

– Você quer ligar pra sua mãe? – Quíron perguntou e eu anuí – Tudo bem, mas não pode demorar muito, ok?

– Vou tentar.

Ele me levou até seu escritório, mostrou-me o telefone e saiu da sala pra me dar privacidade. Olhei a hora no relógio. 6 horas da tarde de quarta-feira. Droga. Minha mãe ainda estava na Cafeteria.

– Quíron! – chamei

Ele abriu a porta e pôs a cabeça pra dentro do escritório.

– Eu... Posso ligar do meu celular para a minha mãe? Ela ainda está no trabalho...

– Você trouxe um celular para o Acampamento? – ele levantou uma sobrancelha

– Eu achei que poderia ser necessário... Mas está desligado. Assim como Annabeth, eu só usarei o meu para emergências.

– Acho que os escudos conseguem barrar o sinal por um tempo. Não demore.

– Obrigada.

Ele se foi e eu peguei meu celular de dentro da mochila (que eu levava nas costas desde a hora que eu tinha acordado). Liguei-o e disquei o número do celular da minha mãe que eu já sabia de cor. Ela atendeu ao segundo toque.

– Alô?

– Mãe?

– Susie!? Ah meu Deus! Onde você está? Você está bem? Está machucada? Por que...

– Mãe, calma. Eu estou bem. Não estou machucada e nem nada. Eu estou em Long Island, em um acampamento de verão. Desculpe ter saído sem avisar e só ter ligado agora, mas só consegui sinal de telefone no canto mais afastado da minha cabana. Eu tenho tentando ligar pra senhora do telefone fixo daqui, mas nunca a encontro em casa. E toda vez que a senhora ligava, eu não estava perto. – menti

– Mas... Por que você se foi? Por que não me pediu pra ir junto com você? Eu teria deixado a Cafeteria nas mãos da Joana.

– Mãe... É complicado de explicar e acho que não devemos ter essa conversa por telefone. Tentarei voltar pra casa daqui a mais ou menos duas semanas. Não posso deixar esse lugar antes disso, mas não poderei ficar aí. Precisarei voltar. Talvez no mesmo dia. Provavelmente irei com um amigo que a senhora não conhece por motivos que lhe explicarei quando conversarmos. Tem algumas coisas que ainda preciso descobrir aqui. Eu preciso ir. Estão me chamando.

– Susie, espera! Só saiba que... Eu te amo, filha.

– Eu também te amo, mãe.

Desliguei o celular e deixei-me afundar em uma poltrona que havia ali no escritório. Eu tinha duas semanas para descobrir uma maneira de contar uma história que fizesse algum sentido para minha mãe de modo que ela acreditasse. Ou duas semanas para descobrir toda a verdade e contá-la toda a minha mãe. Como eu minto mal, a segunda opção será a que provavelmente usarei.


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Notas finais do capítulo

Esqueci de perguntar no outro capítulo se vcs tinham gostado da Lorena... E aí? O que acham dela?



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