O Sol Negro E A Lua Branca escrita por Gabby


Capítulo 16
Introdução ao mundo mágico


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Capítulo escrito na minha casa de praia, que é um lugar ótimo para se escrever.

Agradecimentos á:
Senbonzakura Kageioshi
Riven
Néphélibate
Rukia Kurosaki

Enjoy!



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O céu estava nublado nesse dia, as nuvens cinzentas estavam pinceladas com aquarela pelo céu. Rukia acordou sonolenta, seu cabelo parecia um ninho, um tufo embaraçado de cabelo. Estava com uma típica camisola branca, que ficava larga nela, e havia acordado em uma cama com um cobertor verde claro.

Sua cabeça doía enquanto ela saía do quarto. Cada passo era um desafio, doloroso e descalço no chão de madeira. Ela andou até chegar á uma sala, com um sofá e uma mesa redonda. Yoruichi, Urahara, Byakuya e Ichigo estavam lá. E então todas as memórias voltaram de repente, em um turbilhão, como uma cachoeira trazendo imagens em suas águas. Riruka, a garota com asas; o castelo das fadas; as coisas horríveis que eles faziam lá; o elfo e a fada a drogando; Lucius; a festa; garotos-fadas a convidando para sentar-se com eles...Seus pensamentos atordoantes romperam-se por uma voz familiar, firme e intensa. Seu irmão, Byakuya.

—Rukia, sente-se por favor. —Byakuya não olhava para ela, e sim para o copo de chá, que soltava um tracinho de vapor no ar. A fumaça era sinuosa como uma cobra, e ela se lembrou da fumaça das drogas do mundo das fadas.

Rukia obedeceu. Lançou um olhar á Ichigo, que parecia um rato, encolhido em um cobertor, eriçado, os olhos grandes e assustados. Estava sentado no braço do sofá, com roupas diferentes das de antes.

—Por quanto tempo eu dormi?

—Dois dias. —respondeu Yoruichi.

—Uma verdadeira bela adormecida. —comentou Urahara, tomando um gole de seu chá.

Yoruichi serviu dois copos, um que entregou á Rukia, outro que entregou á Ichigo. Ichigo, quando sentiu o calor do chá passando por sua garganta, pareceu levemente mais revigorado. Rukia nem tocou no chá.

—Vocês prometeram que, quando a Princesa Rukia acordasse, me diriam o que está acontecendo. —Ichigo disse.

—Sim, vamos. Vamos dizer para os dois. —respondeu Urahara —Mas primeiro seria melhor esperar que a Rukia acordasse totalmente, não acha? Seria bem ruim ter de repetir tudo depois!

—Estou bem acordada, Conde Urahara. —respondeu Rukia, muito séria. —Conte-nos o que está havendo, por favor.

Urahara olhou para Yoruichi, procurando apoio. Esta não falou nada, então ele suspirou e disse:

—Quanto vocês sabem?

—Sabemos que demônios existem, e sabemos que alguns podem invadir nosso mundo. —disse Rukia. —Sabemos da existência das fadas, e elas nos disseram que temos que proteger o mundo dos seres malignos que os desejam.

—A Rainha Unohana comentou algo sobre uma profecia também. Disse que salvaremos ou condenaremos o nosso mundo. —disse Ichigo.

—A profecia dos de sangue nobre. —explicou Yoruichi. —É como nós a chamamos.

Dois de sangue nobre

Uma filha do Homem e um filho do Anjo

Se unirão.

Eles condenarão ou salvarão o mundo

De quem o mais deseja.

O antigo portador da luz, agora portador das trevas e da podridão

Deseja mais que tudo o nosso mundo

Irá queima-lo e destruí-lo

Como vingança ao Deus misericordioso.”

—Nós somos a filha do Homem e o filho do Anjo. —traduziu Rukia—E o portador das trevas é...

—Quem vocês precisam derrotar. —disse Urahara.

—Quem nós precisamos derrotar. —corrigiu Byakuya. —Não deixarei minha irmã lutar sozinha contra o Diabo, pode ter certeza.

—Ela não está sozinha, está comigo. —falou Ichigo. —Eu vou protegê-la.

Byakuya olhou para Ichigo. Yoruichi disse:

—Byakuya, nosso encargo é prepará-los para lutar contra o Inimigo. A batalha final será travada entre eles e ele. —Byakuya olhou para Yoruichi, desolação no olhar. —Sinto muito, mas é verdade.

—O que a profecia quer dizer com o filho do Anjo? —perguntou Ichigo.

—Quer dizer você. —respondeu Urahara, muito simplesmente.

—Meu pai é ferreiro.

—E a sua mãe?

—Minha falecida mãe era um anjo em todos os sentidos, mas não nesse.

Urahara levantou uma das sobrancelhas.

—Acho que você deveria incluir mais esse sentido.

—O quê? Não!

—Ichigo, —começou Yoruichi. —eu conheci a sua mãe. Eu a ajudei depois que ela “caiu”. Era um dos anjos mais belos e gentis do paraíso, tão gentil que se apaixonou por um humano.

—Não! Cale a boca! —Ichigo se levantou, visivelmente alterado. —Minha família não mentiu para mim durante dezoito anos!

—Dou-lhe a minha palavra...

—Sua palavra não significa nada, Condessa Yoruichi! Você não me criou, não foi meu pai nem minha mãe; você não significa nada para mim! Eu nem ao menos sei o que você é!

Todos ficaram olhando muito pasmos para Ichigo, que saiu correndo assim que falou essas palavras. Yoruichi abaixou sua xícara muito vagarosamente, parecia ter levado um tapa na cara. Urahara a olhou, preocupado.

—Meu amor, você está bem?

—Sim, não se preocupe; foi um choque muito grande para ele suportar.

—Mas uma coisa que o Ichigo disse realmente foi prudente. —prosseguiu Rukia, com muito cuidado. —Não sabemos o que você é, Condessa. Não sabemos o que você é, Conde. Não sabemos nem mesmo o que você é, meu irmão.

Byakuya, pela primeira vez, olhou nos olhos de Rukia. Os olhos dele estavam brilhantes e feridos.

—Como assim, Rukia? Eu sou o que sempre fui: seu irmão mais velho.

—E é humano? Porque sabemos que o senhor e eu não somos parentes de sangue de verdade; eu era irmã de Hisana, a mulher que o senhor amou —se essa realmente for a verdade.

—É claro que é! —Byakuya exclamou, seu rosto cheio de sentimento. Foi a única vez que Rukia viu o irmão tão emocionado. —Eu sempre amarei a Hisana, e não suporto a ideia de que você pense que isso é mentira!

—É que o senhor já mentiu tanto para mim. —disse Rukia, a face não demonstrando emoção alguma.

Byakuaya já abria a boca para responder, chocado, mas Yoruichi falou primeiro.

—Rukia, ele só estava tentando te proteger. A família Kuchiki é uma família muito antiga de caçadores de demônios, e ele não queria te envolver nesse mundo.

—Acho que ele não fez um bom trabalho, então. —Rukia soltou, amarga. E saiu da sala correndo.

ﭷאָאּאּﭷ

Dos seus olhos, de um azul tão profundo que às vezes tornava-se violeta, deveriam ter vazado uma ou duas lágrimas, que ardiam e eram ácidas aos olhos. Enquanto ela corria pela casa, que não era muito grande, havia engolido todas as suas mágoas— e tinham um sabor salgado como água do mar.

Ela nem sabia ao certo o que estava procurando, só queria se afastar —afastar-se não só de seu irmão, mas das lembranças, daquele mundo escondido. Queria que sua vida voltasse ao comum: as obrigações chatas e tediosas de uma princesa.

E então ouviu os soluços, que vinham de uma porta entreaberta. Se aproximou, vendo um menino muito familiar sentado na cama. Ichigo. E ele chorava de um jeito doloroso. Tentava não fazer barulho, tampando a boca com a mão; mas os soluços saíam incontrolados de sua boca.

Pensou em não entrar, já que: 1) ele provavelmente queria ficar sozinho; 2) seria inapropriado uma dama entrar no quarto de um rapaz assim; 3) ele não queria que as pessoas soubessem que estava chorando, e ficaria muito envergonhado se ela entrasse. Mas, sabiamente, ignorou isso tudo.

Sentou ao lado dele na cama.

—Rukia? Rukia, é você? —perguntou ele, tentando limpar o rosto, já que as lágrimas borravam sua visão.

Ela, que provavelmente iria se arrepender muito amanhã, colocou sua mão na bochecha dele e usou o dedão para limpar as lágrimas. Aproveitando que sua mão estava ali, virou o rosto de Ichigo para si, assim olhando-o nos olhos. Sua pele era quente, e surpreendentemente macia.

—Deus, que vergonha! —ele disse, se desvencilhando de seu toque e virando o rosto, secando o resto das lágrimas. —Um homem chorando desse jeito, e ainda sendo consolado por uma dama...

—Eu não ligo. —falou Rukia. —As pessoas á minha volta, principalmente os homens, sempre foram muito frios. É bom ver que você tem um coração, Ichigo.

Ele virou para ela, sorrindo. Os dois foram se aproximando, vagarosamente, a mente de ambos muito enosada para pensar, até que se beijaram. Começou com um leve toque de lábios, até que tornou-se algo mais intenso. Mais guloso. Os braços de Ichigo rodearam Rukia, a abraçando. E Rukia agarrou o cabelo de Ichigo dolorosamente.

Queriam estar cada vez mais perto um dos outro, mesmo que isso fosse impossível. Os cabelos estavam grudados em seu rostos, de suor, saliva e lágrimas. Seus corpos encaixavam-se perfeitamente. O peito de ambos doía, o coração batendo acelerado.

E de repente Rukia lembrou, em um flash, das coisas pútridas e indecentes que vira no mundo das fadas. E que as fadas beijavam os humanos como eles estavam se beijando agora, com loucura e desejo. Lembrou-se de quanto inapropriada essa cena era: uma princesa, de roupa de dormir, sozinha no quarto de um pobre homem. E o que eles estavam fazendo, na cama dele...E estava noiva, ainda por cima.

Rompeu o beijo, empurrando Ichigo com uma força que nem ela sabe de onde buscou. Foi inexplicavelmente doloroso separar-se dele. Ainda mais dolorosa foi a sua expressão de confusão.

—O que foi? —perguntou. —Fiz algo errado?

Nós fizemos algo errado, Ichigo. Isso é errado. Estou noiva, estamos confusos... Não é certo.

Ah, sim! Ulquiorra havia contado para ele que a princesa estava noiva, mas isso parecia ter sido há tanto tempo... Esta lembrança estava tão distante, tão esquecida no passado...

—Tem razão, Princesa Kuchiki. —Ichigo desculpou-se. —Fui um idiota, mas me perdoe, por favor. Nunca mais irá acontecer de novo, eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Prevejo ameaças de morte!! Mas, calma gente, se me matarem agora não vão saber o que a Yoruichi realmente é! ~risada maligna ~Se todos que lerem esse capítulo postarem comentários grandões, prometo que vou adiantar o lançamento do próximo capítulo. E não precisa comentar apenas elogios, críticas construtivas são sempre bem-vindas!
Byeee!