Damn Track escrita por NDixon


Capítulo 1
1 - Errantes


Notas iniciais do capítulo

Não ficou aquilo tudo, mas acredito que com o tempo, tudo vai melhorar! (:



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Norman

Já não sei mais quanto tempo faz que estou sem comer, o que arranjei a um tempo atrás serviu para alimentar Martha, não posso permitir que algo aconteça a ela. Tem bastante tempo que esses desgraçados dizimaram o mundo, trazendo dor, sofrimento e morte para todos aqueles que vivem em nosso mundo, sinto nojo e ao mesmo tempo pena dessas coisas, são dignos de piedade, nada disso foi culpa deles... ou foi?

A primeira coisa que eu fiz, quando tudo isso começou, foi embarcar no trem mais próximo em direção a Atlanta, segundo os noticiários a cidade seria o campo de refugiados, com bases militares e hospitais, teria abrigo para todos, porém a situação lá não era nada do que os repórteres disseram, muito pelo contrário: Estava tomada de zumbis, não tinha muito o que fazer, a não ser se esconder e esperar dar baixa, foi lá que conheci a Martha, que é um ano mais nova que eu, vi a mãe dela sendo atacada, implorando a Deus que poupasse sua filha, enquanto mais andarilhos se aproximavam da garotinha assustada, foi nessa hora que meus instintos atacaram e eu decidi ajudá-la.

Fui tirado dos meus devaneios por Martha.

- Norman? – Ouço a doce voz da garota no qual venho tentando proteger a todo custo desde que nos conhecemos, durante o caos.

- Fala, Martha. – Respondi de bom-humor, o que era raro.

- Estou com fome, vamos caçar? – Pergunta Martha.

- Já é hora né? Pega os facões e o Arco-e-Flecha. – Respondi com uma ordem, me apressando a certificar de que a bolsa estaria suficientemente limpa para carregar o necessário.

Martha alcançou nossas armas e voltou segurando dois facões, o arco-e-flecha e a aljava com as seis flechas que ainda restavam, estava ficando mais difícil caçar por aqui, faltavam menos de um dia para partimos, iríamos a cidade vizinha em busca de suprimentos e um novo abrigo. Saímos em direção a floresta,na esperança de encontrar frutos e animais ainda vivos que pudessem nos servir de alimento, quando...

SWISH!

Uma flecha passou voando acima de minha cabeça,acertando em cheio uma coruja-das-torres marrom, que caiu morta no chão, seguido pelos pulos de felicidade de Martha, que gritava para mim que havia, depois de muitos dias, matado uma coruja.

- Matei! Matei! Se ferrou, ave desgraçada! – Ela apontava pra coruja gargalhando, quando veio e me abraçou frenética.

- É campeã, temos jantar para hoje.- Disse, sorrindo.

- Quero pelo menos uns quatro esquilos e umas frutas, eu tô morta de fome!

Ri, sabia o quanto aquela garota sentia fome, nos últimos cinco meses a cada vinte coisas sobre as quais Martha falava, cinco eram sobre o quanto sentia falta dos Cheeseburguer’s.

- É garota, eu poderia comer um búfalo. – Complementei, por fim  

***

Jantamos, e logo após isso tratamos de subir na árvore que vinha nos servindo de abrigo a pelo menos um mês, por incrível que pareça a árvore era um tanto quando espaçosa e serviam pelo menos quatro pessoas sobre ela, bastou ser revestida nos galhos com algumas lonas e cobertores para resolver nosso problema com o frio, e um cobertor bastava para nos sentirmos confortáveis.

 - Foi um dos melhores jantares que tivemos em dias! – Disse Martha, enquanto olhava pra mim,com expressão sonolenta.

- Com toda a certeza... Pode ir dormir, eu fico de guarda. – Respondi para ela, que entreabriu a boca para questionar, porém percebeu que seus argumentos contra mim não seriam válidos, de tão sonolenta que estava acabou apoiando a cabeça no travesseiro improvisado e dormiu.

Sentei, virado para uma abertura na árvore, observando a estrada deserta, geralmente os andarilhos não apareciam por lá, e quando apareciam, eram logo abatidos por nós, o maior número que já chegou perto de nosso acampamento foram sete, que foram rapidamente abatidos, fiquei ali, empunhando meu revólver e quase adormecendo, devido ao tanto de frutas e carne de esquilo que havia devorado, minhas pálpebras pesavam, uma sensação de extremo vazio apoderava-se de minha cabeça, tudo foi ficando parado e não demorou muito para que eu estivesse entregue ao sono.

***

Despertei com o grito de Martha, e me apressei a pular para fora da árvores, para minha surpresa e profundo desgosto, um grupo de aproximadamente vinte zumbis infestavam o local, atordoado, tentava desesperadamente visualizar Martha, quando ouvi tiros e virei meu campo de visão para a esquerda, a tempo de ver minha parceira estourando a cabeça de dois zumbis.

- Atira só na cabeça! – Berrou pra mim, enquanto atirava sem desviar sua atenção do foco.

- Como se precisasse me avisar, né! – Respondi irritado, começando a atirar.

Os zumbis começaram a cair, porém não acabavam de chegar mais, estávamos ficando sem munição e sem esperança, quando me lembrei das armas brancas: Uns tacos de baseball, um taco de golfe e dois facões.

- Martha, segura! – Atirei minha arma pra ela que, com um rápido movimento, agarrou-a e começou a atirar, enquanto eu corria em uma incrível velocidade em direção ao topo da árvore.

Cheguei, ótimo. Alcancei os dois facões e tentei descer a árvore decentemente, mas afinal pra que? Não havia tempo para besteiras, pulei da metade da árvore, caindo de joelhos e ralando um deles. Me aproximei de Martha e lhe entreguei um dos facões, tomando minha arma em mãos, voltamos  a atirar e agora golpear alguns dos andarilhos na cabeça com os facões, até restar apenas um, que eu iria abater, se não fosse por um detalhe...

- MORRA DESGRAÇADO! – Martha pulou sobre um dos zumbis, desferindo centenas de golpes com o facão na cabeça, deformando cada vez mais o rosto apodrecido do zumbi.

- Chega, ele ta morto.. – Interrompi ela antes que se descontrolasse mais uma vez. – Lembra da última vez que isso aconteceu, pequena?

Ela pareceu cair em si, levantou e começou a chorar, correu até mim e me abraçou, enterrando o rosto no meu ombro e envolvendo seus braços na minha barriga, estava, pela milésima vez, deprimida.

- Calma pequena, eu sei que não era tua intenção.. – Respondi, retribuindo o abraço. – Agora vamos, temos que aproveitar o carro que encontramos na última semana para migrar, essa área não é mais segura!

Relutante, ela me largou e caminhou para a árvore, guardou alguns dos nossos pertences em uma caixa e, tomando todo o cuidado do mundo, desceu carregando a caixa, parecia pesada então me ocorreu que ela queria ajuda.

- Vem me ajudar, babaca! – Ela reclamou, então eu ri e caminhei em sua direção, lentamente.

-Qual a palavrinha mágica? – respondi.

- Se não me ajudar eu corto esse teu pinto pequeno. – Ela respondeu agressiva.

Decidi ajudá-la, carregamos o carro e demos partida, em direção a uma cidade vizinha.


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Notas finais do capítulo

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