A Bela e a Fera escrita por Acyd-chan


Capítulo 3
Capítulo 3




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A pesar da generosa dose de vinho, Inuyasha continuava tenso. Na companhia dos três irmãos de Kagome, ele esperava pela noiva e notava que os três rapazes também exibiam traços surpreendente belos. Legres e vigorosos, faziam o possível para mantê-lo relaxando, mas o esforço era inútil, para seu desânimo. Nem mesmo o ambiente de camaradagem podia dispensar os sussurros em torno dele ou cegá-lo para os olhares lançados em sua direção. Piedade. Era esse o sentimento dos convidados pela noiva. Todos ali sentiam que a beleza da noiva seria desperdiçada ao lado de um homem como ele, e era impossível não concordar com aquelas pessoas.

-#Sinto que temos o dever de preveni-lo sobre o caráter de nossa irmã. - Hakudoushi piscou para Inuyasha e riu.

Inuyasha conseguiu sorrir para o rapaz.

-#Pretendo relacionar os defeitos dela?

Souta, o irmão mais velho, assumiu um ar de falso ultraje.

-#Nossa irmã não tem defeitos. Apenas um ou dois arranhões em sua perfeição.

-#Disse bem – murmurou Inuyasha.

Souta acrescentou:

-#Ela não foi mimada, mas tem sido coberta de muitos cuidados cuidados, com Sango, que a acompanhará. Ambas foram protegidas como duas donzelas devem ser.

-#Isso é evidente nas maneiras de ambas. Sossegue seus temores, Souta. Pretendo ser um bom marido para Kagome.

-#Em alguns momentos vai sentir que sua paciência está por um fio.

-#Souta tem razão – confirmou Suikotsu. - Nossa irmã sempre teve liberdade para expressar opiniões.

Souta assentiu e acrescentou:

-#E é comum que seu senso de humor pareça estranho.

Juntando-se ao quarteto, o pai de Kagome disse:

-#E ela insiste em ser ouvida. Não nos interprete mal. Não estamos querendo convencê-lo de que vai se casar com um megera intolerável. Não é isso. O fato é que ela nunca acata ordens num silêncio submisso, porque sempre insiste em obter explicações. Sim, e quer ter também uma chance de expressar sua opinião sobre o assunto. E ela é muito obstinada nesse sentido.

-#Sim – confirmou Suikotsu - , ela é conhecida por se agarrar às coisas até ser ouvida.

Momentaneamente distraído de suas preocupações, Inuyasha sorriu.

-#Ela se agarra às coisa?

O pai de Kagome suspirou?

-#Mesas, cadeiras, até pessoas. Agarra-se como musgo. É impossível de movê-la.

Inuyasha riu.

-#O que o destino reservou pra mim?

Lorde John sorriu.

-#Ela não será uma esposa tediosa. A muito o que dizer em favor disso.

Antes que Inuyasha pudesse responder, Miroku se aproximou e perguntou:

-#Alguém viu Hojo ou aquele tio dele?

-#Sim – respondeu lorde John. - Partiram antes do nascer do sol.

Inuyasha franziu a testa ao receber essa informação. Havia presumido que a falta de retribuição imediata deixaria clara sua intenção de dar à dupla o benefício da dúvida. Não havia razão para a fuga desesperada. Em sua opinião, o ato servia para confirmar a culpa dos dois, mas ele baniu da mente todo e qualquer pensamento sobre ambos.

A chegada de Kagome interrompeu a reflexão e o deixou sem ar. Sua beleza era acentuada pela evidente falta de vaidade e pela simplicidade que iluminava seus traços perfeitos. Ela se aproximava devagar, parando aqui e ali para cumprimentar os convidados que queriam desejar felicidade e sorte. Seu sorriso era tímido, mas não havia nele sinal de relutância. Isso só serviu para reduzir um pouco a tenção que o afligia.

Kagome caminhava para o futuro marido com passos seguros. Estava um pouco nervosa, mas alegre, também, e não havia sentido nada parecido com Sesshoumaru ou Hojo. Só com Inuyasha. Sesshoumaru e Hojo não haviam dado a seus sonhos uma dose de sensualidade. Só Inuyasha Taishi. Esses sonhos haviam despertado nela uma certa curiosidade. Ao pousar sua mão sobre a de Inuyasha, ela descobriu que esperava ansiosa pela noite de núpcias, apesar de receio gerado pela inexperiência.

A cerimônia foi mais rápida do que ela havia previsto. Suspeitava de que o nervosismo a roubava da noção do tempo real. Toda a sua atenção estava concentrada no sacerdote, nas palavras que ele dizia, nas voz rica e profunda de Inuyasha repetindo seus votos. Ela se ajoelhou ao lado dele inundada pelo conhecimento de que, quaisquer que fossem os problemas no futuro, seu lugar era bem ali, ao lado do marido. Quando a cerimônia a separou de Inuyasha, ela se descobriu aborrecida por isso.

A celebração prosseguia animada quando Miroku conseguiu um momento a sós com Inuyasha.

-#Uma noiva encantadora, Inuyasha.

-#Não há criatura viva capaz de discordar disso.

-#Mas você ficaria mais feliz se ela fosse desprovida de encantos.

-#Sim, embora muitos me considere maluco por isso. Você, inclusive. Olhe ali. Estamos casados há poucas horas, e ela já está cercada de admiradores.

-#Sim, mas note os olhos dela, meu amigo. Aquele olhas doce sempre recai sobre você, ignorando os homens que a cercam. Não seja injusto. Não a condene sem provas ou julgamento.

Inuyasha suspirou profundamente.

-#Eu sei que seria melhor se ela não fosse tão bela. Por outro lado, essa será uma vitória conquistada com muito esforço. Muitos buscam alimentar meus temores. Muitos dizem que meu casamento é um passo grande demais para minha posição, que agora possuo algo mais valioso do que eu mesmo. Lembraram-me de que sempre haverá alguém tentando roubar-me o troféu.

-#Não ouça o que dizem.

-#Não é tão fácil.

-#Se sua apreensão tem fundamento e a jovem só procura um rosto bonito, então ela não é digna de sua preocupação e de seu sofrimento.

-#Eu sei. - Inuyasha olhou para a esposa esperando poder absorver essas palavras de sabedoria.

O rosto que Kagome buscava constantemente na multidão era julgado por muitos de excessiva beleza, fato que muitos se viam obrigados a elogiar e comentar com ela. Kagome sorria e era sempre polida com os rapazes que a assediavam, mas seguia Inuyasha com o olhar. Por mais que tentasse fazê-lo entender que desejava ser resgatada de seus admiradores, ele não captava a mensagem. Finalmente, ela procurou pelo pai disposta a pedir sua ajuda. No mesmo instante, ele a salvou do grupo ávido.

Infelizmente, ele não a levou para Inuyasha, mas para um grupo de jovens mulheres do qual fazia parte Sango, o que a agradou muito. Mas logo ela compreendeu que essa seria sua única satisfação. A prima era a única que sabia conter a língua. As outras manifestavam piedade por ela ter de aceitar a péssima escolha feita em seu nome, um marido feio e desprovido de graça e riqueza, e apesar do esforço para manter a calma e ignorá-las, Kagome ia ficando cada vez mais zangada.

Uma jovem chamada Yura suspirou profundamente.

-#Ah, você é tão corajosa! Como suporta bem o infortúnio.

-#Não sofri nenhum infortúnio – Kagome falava por entre os dentes, mas nenhuma delas parecia perceber sua ira.

Sua prima Kagura falou num tom excessivamente doce e falso:

-#Não precisa esconder o que sente. Ele é horrível.

Kagome se ressentiu com as palavras usadas para descrever seu marido.

-#Ele é um homem bom e forte. Sua coragem foi provada muitas vezes.

-#Oh, ninguém duvida disso – disse uma loira chamada Edwina. - Ah, mas depois do doce Sesshoumaru? Deve ser terrível ver-se obrigada a casar com um homem tão carente de de beleza e elegância. E não esqueça, Kagome, que um homem casado com a espada raramente tem vida longa.

Kagome ergueu a taça com a evidente intenção de esvaziá-la sobre a cabeça de Edwina, mas alguém segurou seu pulso. A intervenção de seu irmão Souta não a agradou, e ela o encarou furiosa. O sorriso de Souta só alimentou sua ira, mas Kagome não protestou, porque seu irmão já a levara para longe do grupo, o que era um alívio.

Inuyasha observava a esposa e percebia sua contrariedade. Ele a seguiu quando Souta a afastou do grupo. Sango também corria atrás deles. Kagome se virou para fitá-lo quando sentiu a presença próxima, e Inuyasha se assustou com a fúria estampada nos olhos da esposa. Estava curioso quanto à causa de tão intensa emoção.

Souta balançou a cabeça e riu, arruinando o esforço para se mostrar austero.

-#Querida irmã, não é boa idéia lavar nossos convidados com vinho.

-#Era isso ou arrancar os olhos dela. - Kagome recuperou a taça que o irmão lhe havia roubado.

-#Que vocabulário! - Souta revirou os olhos numa expressão exagerada de falso desânimo.

Sango tocou o braço da prima oferecendo conforto.

-#Elas estão com inveja, só isso. Queriam que a festa fosse delas.

-#Ah – Inuyasha murmurou, levando a mão da esposa aos lábios - , elas foram venenosas com você, não é?

Um pouco mais calma, Kagome olhou para o homem que agora chamava de marido. A mão enorme envolvia completamente a dela, mas o toque era gentil, e essa gentileza se refletia nos olhos emoldurados por cílios longos e escuros.

-#Sim, mas eu já devia saber que tais tolices devem ser ignoradas. Receio ter um temperamento ligeiramente volátil. - Ela olhou para Souta com o ar debochado ao ouvir sua gargalhada. - Ignore esse tolo – disse a Inuyasha antes de beber mais um gole de vinho.

Os doir irmãos começaram a trocar provocações, e logo Miroku se juntou ao grupo. Inuyasha decidiu que tinha muitas preocupações, mas a família da esposa não era uma delas. Havia entre eles uma proximidade que se estendia para os novos membros, e esse era um importante benefício. Uma família problemática podia se tornar uma praga na vida de um homem. Depois de passar alguns momentos na companhia dos Higurashi, sabia que podia confiar neles. Gostaria de poder ter essa mesma confiança em Kagome.

Logo o baile começou, e em pouco tempo Inuyasha percebeu que a esposa adorava dançar. Infelizmente, ele mesmo dançava tão raramente que não confiava na própria habilidade. Mesmo assim, dançou com Kagome algumas vezes, odiando entregá-la a tantos cavalheiros que a olhavam com ar de cobiça. Para impedir que esses pretendentes ansiosos se aproximassem dela, ele recorreu a seus homens. Todos se dispuseram a dançar com ela. Confiava neles. Só por isso foi capaz de permitir à esposa o prazer de dançar e ainda desfrutar da alegria de observá-la.

Porém, foi com alívio que ele viu chegar o momento da consumação do casamento, um ritual testemunhado por um pequeno e seleto grupo. A permanência das pessoas nos aposentos do casal seria breve, e os comentários picantes eram recebidos com bom humor. Assim que a porta se fechou atrás dos convidados, Inuyasha se virou de lado para fitar a esposa.

Embora tivesse sido exposta ao grupo apenas por um breve momento, Kagome estava visivelmente constrangida. Ela se cobria com o lençol e tentava não corar. Quando Inuyasha ofereceu uma taça de vinho, ela a aceitou com um olhar tímido na direção do marido.

-#Está com medo, Kagome?

-#Não. Sim. Não sei ao certo. Não estou acostumada a ser observada – ela sussurrou. - E não gostei muito.

Em silêncio, ele admitiu que também não havia apreciado muito a experiência. Escolhera Miroku, Hankotsu e Torr como suas testemunhas, e eles haviam olhado para Kagome com admiração reverente e com grande respeito. Mesmo assim, foi um alívio quando ela recebeu permissão para buscar refúgio sob as cobertas um instante depois de despir o robe. Inuyasha ressentia-se contra o sentimento de posse, mas era inútil negá-lo.

-#Eles agora são como sua família – disse, tentando acalmá-la. - Os homens que escolhi são muito próximos de mim, quase como meus parentes, mais do que Miroku, aquele tolo. Estão comigo desde o início, lutando ao meu lado por muitos anos. Não posso contar quantas vezes salvamos a vida uns dos outros. Além do mais, isso só é feito uma vez, minha querida, e já acabou.

Ela assentiu, um pouco mais relaxada, depois o encarou e recordou as palavras de Edwina.

-#Vai continuar sobrevivendo de sua espada?

-#Não. Agora sou um homem de posses. Não será mais necessário. Tenho a cama e a comida que antes precisava assegurar pela lâmina da minha espada. Porém, um homem precisa lutar de tempos em tempos, seja pelo rei ou por razões próprias. Considerando o lugar onde vivemos, duvido que minha espada enferruje por falta de uso. Além disso. A propriedade que agora me traz pelo casamento é muito próxima da problemática Gales. Pedi a meus homens para ficarem e integrarem minha guarda. Isso vai nos manter seguros e protegidos.

O sorriso aliviado de Kagome quase o fez jurar nunca mais erguer a espada. Ele deslizou a mão sobre o ombro nu da esposa e sentiu a pele quente e macia como a mais fina seda. Seus cílios eram longos, espessos e sedosos. Quando ela baixava as pálpebras, esses cílios projetavam sombras sobre suas faces coradas, e ele se inclinou para beijar o nariz delicado.

Inuyasha pensou nas mulheres de quem havia comprado favores sexuais recentemente e foi invadido por uma breve onda de culpa. Ele baniu o sentimento. Naquele tempo não era comprometido nem antecipava tal evento. E havia sido melhor assim. Sentia o sangue ferver nas veias mesmo tendo se deitado recentemente com meretrizes. Queria introduzir a esposa nos mistérios do leito conjugal com delicadeza e sem pressa, e, se houvesse passado muito tempo sem o conforto de um corpo feminino, isso acabaria sendo ainda mais difícil do que seria nas atuais circunstâncias.

Tirando a taça vazia da mão dela, ele a pôs sobre a mesa de cabeceira.

-#Tentarei não machucá-la, Kagome.

-# Sei que uma certa dor é inevitável. Minha criada Kanna, foi muito precisa em seu relato.

-#Sua criada? - Ele riu. - Sua mãe nunca conversou com você?

-#Sim. - Havia na voz dela um tremor que revelava nervosismo. - Mas com tanta hesitação e todos aqueles rubores, só consegui entender o trecho sobre dever e modéstia. Aprendi muito pouco com minha mãe. Estava justamente dizendo isso a Sango, quando Kana, que arrumava meu quarto naquele momento, começou a rir. Eu percebi que ela sabia mais sobre o assunto e a fiz falar.

-#Uma criada – ele murmurou. - Sim, vai precisar de uma criada. Acha que Kanna aceitaria nos acompanhar e ir viver em nossa casa?

-#Não imagino por que não. Ela não tem família ou amante que possam retê-la aqui. E sua idéia é brilhante! - deu um gritinho quando o marido começou a puxar as cobertas.

Inuyasha preferia o ambiente iluminado, mas sabia que, por enquanto, era melhor respeitar a modéstia da esposa. Ele se levantou para apagar todas as velas, deixando apenas as duas ao lado da cama. Quando retornou, foi impossível não sorrir da expressão atônita no rosto de Kagome. Ele deu de ombros. Estavam casados. Ela teria de se habituar com sua aparência. Não havia nada que ele pudesse fazer para melhorá-la.

Apesar do rubor intenso, Kagome o observava. Sabia que sua opinião era parcial, mas considerava o marido simplesmente adorável. Os cabelos prateados e as cicatrizes de inúmeras batalhas não a repeliam. Seus olhos registraram os ombros largos, e a cintura esguia, o quadril estreito e as pernas longas e musculosas. O corpo possuía uma graça quase animal, e a ereção só acentuava essa característica selvagem. Era impossível não pensar se sua figura tão pequenina poderia acomodá-lo. Apesar do esforço para não demonstrar medo, ela o olhou com receio quando o marido se deitou a se lado. Relutante, Kagome deixou-se descobrir.

Percebendo o receio da esposa, Inuyasha desejou poder aplacá-lo mas sabia que seria difícil de controlar sua necessidade. O sentimento se confirmou quando ele pôde ver o corpo nu de Kagome à luz pálida das velas. Um rubor de timidez tingia a pele acetinada, e ela agitava as mãos numa tentativa de cobrir-se. Gentilmente, ele a segurou pelos pulsos e apreciou a beleza escultural com total liberdade.

Os mamilos rosados se enrijeceram sob seu olhar. A cintura era delgada o bastante para ser contornada por uma de suas mãos, ou era essa a impressão que ele tinha. As pernas eram bem torneadas. Um ninho escuro ocultava a feminilidade. Inuyasha a encarou.

-#Kagome, minha esposa, você é realmente linda – ele murmurou antes de beijá-la.

Ela o abraçou e correspondeu ao beijo sem nenhuma hesitação. Inuyasha cobriu o corpo delicado com o dele e sentiu o tremor que a sacudiu.

Devagar, ele começou a acariciá-la. Kagome sentia-se inebriada pelos beijos ardentes. Um som rouco escapou de sua garganta quando ele tocou um seio, e apertou o mamilo entre os dedos e friccionando-o, enrijecendo-o. Era como se houvesse fogo correndo em suas veias. Seus lábios deixaram os dela para beijar-lhe o pescoço, acariciando-o com a ponta da língua.

-# Serei gentil com você – ele prometeu. - Confie em mim, minha querida.

-#Eu confio – ela murmurou com a voz rouca.

Inuyasha não viu sarcasmo em seus olhos, mas a resposta o deixou confuso.

-#Então, por que treme de medo, minha pequena?

-#Não é medo. - Era difícil falar enquanto ele acariciava seu seio, porque o toque das mãos fortes roubava-lhe a capacidade de raciocinar. - Não sei determinar o que me perturba.

-#O que sente, minha querida? - Ele acariciou-a no ventre e sentiu um novo tremor.

-#Sinto-me arder. É como se meu sangue fervesse. Isso me assusta um pouco.

Chocado por saber que suas carícias a inflamavam tanto, ele teve dificuldades para responder. A voz soou como um sussurro rouco.

-#Não há nada a temer nisso.

-#Não quero desapontá-lo. Ah, Inuyasha.... - Ela acariciou os abundantes cabelos prateados e o beijou com ardor.

-#Não vai me desapontar, querida. Como poderia? - ele indagou com voz rouca antes de beijar um dos seios.

-#Kagome se contorcia sob a língua quente e úmida. O temor foi superado pela paixão. Com uma certa timidez inicial, ela moveu as mãos pelas costas largas e pelos braços musculosos, e tocar a pele quente e firme alimentou seu desejo.

A maneira como ele a tocava nas coxas produzia uma estranha sensação de peso em suas pernas. Os dedos ávidos tocaram pêlos entre elas. Kagome se afastou fugindo ao contato. Com os olhos tomados pelo choque, ela o encarou.

Inuyasha segurou-a pelo quadril para mantê-la quieta. Decidido que a dor seria mais suportável se fosse rápida, ele a penetrou de uma só vez. O grito abafado o encheu de pesar, mas, encontrando a barreira da inocência, ele a superou com firmeza. Depois ficou imóvel, abraçando-a e tentando reacender o desejo da esposa.

-#Calma, meu amor. - Ele a beijou, tranqüilizando-a. - Abra-se para mim, querida, entregue-me seus segredos.

Kagome descobriu que não tinha escolha. Ele a beijava entre os lábios e os seios, cobrindo cada centímetro de pele. O fogo voltou a arder com força redobrada. As carícias que antes ela oferecia hesitante e tímida agora se tornavam frenéticas.

As sensações eram tão envolventes que ela mal percebeu a mudança de posição. Quando sentiu a prova concreta do desejo do marido dentro de seu corpo, ela gemeu e começou uma dança ritual mais antiga que o mundo, esfregando sua pele na dele numa urgência instintiva. Só quando ele também começou a se mover a paixão arrefeceu. Tensão e antecipação a tomaram de assalto. O que estava acontecendo?

Por que sentia aquela crescente tensão na região do ventre?

Kagome o fitava assustada. Os olhos dele brilhavam intensamente. Algo dilatara suas pupilas e ele tinha o rosto corado. A dor breve e aguda havia desaparecido. Ela percebia novamente o encaixe perfeito entre os corpos, quase como se fossem um só. O estranho calor que ele era capaz de provocar voltava a inundar suas veias, alimentado pelos beijos suaves, mas úmidos e quentes.

-#Tive medo de não poder acomodá-lo – ela revelou com voz trêmula, surpresa com a própria ousadia.

Inuyasha riu, traçando com a língua o desenho da orelha delicada.

-#Estou muito bem acomodado. Quase como se penetrasse o paraíso. Agora, envolva meu corpo com suas pernas, querida.

-#Assim? - Ela enlaçou a cintura do marido com as pernas.

-# Sim. - Inuyasha se movia devagar, ouvindo os gemidos de prazer e surpresa. - Ainda sente dor?

-#Não. - O prazer a fez fechar os olhos.

Ele a observava encantado.

-#Temia me sentir repelida pelo ato..... Ou aborrecê-lo expressando excessiva apreciação....

Ele balançou a cabeça numa resposta negativa.

-#Sei que outros homens discordam de mim, mas uma esposa que corresponde ao meu desejo me agrada muito mais.

-#Você..... gostou?

Ele afagou o rosto delicado.

-#Nunca gostei tanto antes. - Inuyasha beijou-a. - Gostei tanto, que acho que vou repetir a experiência.

Kagome suspirou satisfeita.

-#Imediatamente?

A inocência da esposa o encantava, e ele decidiu preservá-la. Kagome teria toda a vida para compreender que o ato sexual ia muito além do que ela havia experimentado até então.

-#Por quê? Está dolorida, pequena?

-#Não. Não realmente.

-#Isso era tudo que eu precisava saber.

Mais uma vez, ele reacendeu a paixão que ainda não chagara em seu apogeu. Agora que havia superado o temor, ela se sentia livre pra apreciar ainda mais o prazer proporcionado pela experiência. Os sentimentos que Inuyasha despertava eram deliciosos.

Ele a amava com menos controle, extravasando a paixão sem reservas. Os sinais que antes questionara agora sabia serem indicações do desejo da esposa por ele. O conhecimento era quase tão excitante quanto a própria melher.

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A luz da manhã penetrava no quarto quando Inuyasha acordou e olhou para a delicada criatura que dormia com a cabeça apoiada em seu peito. Logo o desjejum nupcial seria levado ao quarto, e então o lençol manchado seria exibido a um seleto grupo de testemunhas para comprovar a inocência de sua esposa e a consumação do casamento. Ele levantou, pensando que seria melhor evitar que Kagome fosse novamente estudada em sua intimidade. Um sorriso distendeu seus lábios quando, ainda dormindo, ela murmurou seu nome. Ele correu para ir buscar robes para os dois. Já vestido, Inuyasha descobriu que acordar a esposa não era tarefa fácil.

-#Já é de manhã? - ela perguntou sonolenta, sentando-se na cama e deixando-se vestir com o robe.

-#Sim, e logo as pessoas estarão chegando. Não é necessário exibir seus encantos pela segunda vez.

-#Quanta consideração.....

Coberta, Kagome bocejou e deixou a cabeça cair sobre o peito do marido.

Ele riu e a deitou novamente.

-#Ah, bem, sei que não deixei você dormir muito.

-#Hum..... Muito pouco. - Ela se aninhou nos braços fortes, sentindo-se aquecida e contente.

-#Podemos dormir agora.

Bocejando, ela fechou os olhos, indicando que aceitava a sugestão. Embora nunca tivesse sido uma pessoa preguiçosa, acordar cedo não era uma das tarefas favoritas de Kagome. Porém, nunca antes havia sido tão difícil. Nunca antes tivera um sono tão entrecortado. Noites de núpcias e sono eram duas coisas incompatíveis. O prazer de se aninhar no peito de Inuyasha a fazia odiar mais a idéia de deixar o paraíso da cama quente.

Ele estava quase adormecendo quando o grupo da noite anterior retornou ao quarto seguido por uma criada carregando uma bandeja. Quando não conseguiu acordar a esposa, Inuyasha teve de suportar muitos comentários maliciosos. A cerimônia do desjejum foi realizada com eles ainda na cama. Consternado, Inuyasha viu a esposa se agitar no sono, murmurar seu nome e esfregar o corpo no dele com evidente intenção sensual. As mulheres saíram do quarto correndo, corando e rindo. Os homens eram mais recalcitrantes.

Quando todos se retiraram, ele tentou comer ainda segurando a esposa adormecida, mas seus movimentos e o aroma da comida produziram o efeito esperado. Kagome começou a despertar. Ela se sentou devagar, piscando algumas vezes e esfregando os olhos. Era simplesmente adorável.

-#É melhor comer – ele disse, colocando a bandeja sobre seus joelhos - , antes que eu acabe com tudo.

Sorrindo sonolenta, ela se serviu. Sua timidez era evidente. Terminada a refeição, Inuyasha removeu a bandeja e Kagome se encolheu sob as cobertas.

Deitado de lado, ele tocou o rosto levemente corado.

-#Está muito quieta. Não vai dar uma beijo em seu marido?

Ela o beijou acanhada. Inuyasha se deu por satisfeito, mas só por um momento. Depois aprofundou o beijo. Quando ergueu a cabeça, ele arfava. Era satisfatório perceber que ela exibia a mesma reação.

-#É dia – Kagome murmurou, segurando o robe e adiando o próprio constrangimento.

Sorrindo, ele a despiu.

-#Sim, pequena, e conheço um jeito perfeito para celebrar o nascer do sol.

Ela não o repeliu, apesar da timidez, do cansaço e do corpo dolorido.

-#Não prefere a penumbra?

Apoiado sobre um cotovelo, ele apreciava seu corpo com desejo e evidente apetite.

-#Não, porque ela ocultaria de meus olhos toda a sua beleza.

Os dedos acariciavam um seio. Queria possuí-la à luz do dia para certificar-se de que a paixão da esposa não havia sido um sonho. Queria ver sua reação claramente livre da ilusão criada pela luz das velas.

Depois do inferno para o qual Kikyou o arrastara, havia jurado nunca mais se envolver com uma mulher de origem elevada e beleza mais do que mediana. Agora se via casado com uma. Pior, sentia no peito um calor traiçoeiro, uma resposta terna a cada sorriso ou olhar. Quando beijou aquele seio macio, ele sentiu o fogo invadi-lo e reconheceu o temor de fazer papel de tolo mais uma vez.

Kagome tremia de prazer. Ele a beijava e acariciava, e ela também o tocava sem reservas ou hesitação. Com abandono crescente, movia-se sob o corpo do marido e o tocava nas coxas, deslizando os dedos pela parte interna delas.

Inuyasha não conteve um gemido rouco quando os dedos delicados encontraram sua pulsante e ereta masculinidade. Seu corpo tremia com a força do prazer. Surpresa, ela interrompeu a carícia, mas ele agarrou-lhe a mão e a levou de volta ao membro túrgido.

-#Sim, doce Kagome, toque-me. - O desejo fazia sua voz soar tensa, tornando as carícias mais ferozes. - Sim, meu amor, sim. Toque-me. Envolva-me com seus dedos.


Apesar do esforço para conter-se, sua paixão tornava-se selvagem. O toque de Kagome o induzia a esquecer a cautela. Para seu deleite, ela também ardia.

Kagome sentia prazer com a crescente ferocidade do marido, embora suas carícias fossem quase um assalto. A posse era quase dolorosa, mas ela sentia intenso prazer. Quando chegou ao clímax, ela soube que tinha a companhia do marido.

Inuyasha precisou de algum tempo para recuperar o equilíbrio. Então, ele olhou admirado para a mulher em seus braços, viu as marcas vermelhas na pele alva e foi tomado pelo remorso. Porém, as mãos que acari ciavam seu peito não revelaram raiva ou temor, somente uma letargia saciada.

Kagome afagava o peito musculoso e movia as pernas sobre as dele, deliciando-se com a sensação. A união entre os corpos era algo que ela apreciava.

-#Isso é maravilhoso, não é?

-#Maravilhoso? - Não sabia a que ela se referia com “isso”.

-#Somos tão diferentes, mas nos encaixamos com perfeição.

-#Sim, é verdade. Machuquei você?

-#Não. - Ela o fitou com um sorriso sugestivo. - Começo a pensar que talvez não tenham sido seus inimigos que o apelidaram de Diabo Branco. Talvez tenham sido as mulheres cuja cama você visitou.

-#Feiticeira. - Ela o beijou com ternura. - Você me incendeia, doce Kagome. Receio perder o controle.

-#Eu poderia entender.

-#Sim agora pode.

-#Sim, eu posso. Não me comporto como uma dama em certos momentos.

-#Bem, uma dama nem sempre satisfaz um homem na cama. - Ele a aninhou contra o peito. - Uma certa ousadia é apreciável em uma esposa – provocou rindo.

Kagome riu sonolenta.

-#Homem pervertido. Logo teremos de sair da cama.

-#Descanse um pouco, querida.

-#Parece um pecado continuar deitada até tão tarde.

-#Ninguém sentirá nossa falta. Também preciso traçar os planos para os próximos dias, planejar a viajem.....

-#Mais uma razão para nos levantarmos.

-#Descanse, minha linda. Isso tudo pode esperar.

-#Como você decidir.

-#Essa é uma atitude apropriada para uma esposa.

Rindo, ela se ajeitou nos braços do marido. Não desejava outro lugar. Fazer amor com Inuyasha só intensificara a sensação de ter encontrado seu lugar no mundo. Só uma coisa a perturbava. Apesar do ardor da paixão, sentia em Inuyasha uma reticência, como se ele quisesse se manter distante. Ele precisaria de tempo. Faria tudo que pudesse para demonstrar que a união entre eles era perfeita. Quando adormeceu, ela sonhou com os filhos que teriam e com o futuro de paz que os aguardava. Estava certa de que logo ele partilharia desses sonhos.

Inuyasha olhava para esposa e era tomado por uma intensa admiração. Apesar do fogo que o consumira, pudera observá-la e certificar-se de que a paixão não havia sido ilusão ou truque da luz. Ela realmente ardia sob seu toque. A constatação era inebriante, mas também era uma fonte de consternação. Agora que a apresentara às delícias da paixão, ela não esbofetearia tão rapidamente um galante oportunista. Sua moralidade anterior podia ter sido fruto da ignorância. Agora ela veria homens e mulheres com olhos de adulta, não mais com a ingenuidade de uma criança. Temia ter selado o próprio destino, o de marido traído e infeliz.


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