–Ah, as pessoas e suas maneiras de celebrar as coisas. – George estava parado na janela da cozinha d´A Toca observando os fogos de ano novo. – Vocês sabiam que essa época do ano é quando mais cachorros fogem, morrem ou são abandonados na rua por causa dos fogos de artifício?

O silêncio no aposento era palpável, George nunca tinha esses tipos de comentários antes, mas conforme o tempo passava eles ficaram mais constantes. Desde a morte de Fred ele estava em um estado de melancolia quase extrema, ele não conseguia parar de pensar no seu irmão e melhor amigo que nunca mais iria ver ou compartilhar piadas e pensamentos, conversas sem sentido nenhum durante a madrugada de insônia coletiva, ou até mesmo os momentos que passavam calados porque as palavras não eram necessárias para saber o que o outro estava pensando e, ou, sentindo.

Hermione oferecia seu colo para ele chorar quando a dor ficava muito insuportável, a dor de George afetava toda a família Weasley, quando ele chorava todos choravam, podia não ser a coisa mais certa a se fazer, pois ela deixava tudo para acalmá-lo, mas ela sempre fazia, os dois ficavam horas conversando, ela sempre o convencia de fazer algumas coisas, como voltar o contato com os amigos ou passar mais tempo se preocupando com a loja.

Aos poucos ele foi voltando a ser a pessoa que era, mas ao seu limite, ele nunca voltaria por completo, pois Fred o completava e a segunda cópia ruiva não voltaria mais. A cada conquista de George mais os Weasley´s mimoseavam a castanha. Ela fora de grande ajuda na recuperação de George, senão a peça mais importante.

Então o maroto solitário começou a namorar Angelina Johnson, e a festa na casa dos ruivos não poderia ter sido maior. A todo o momento algum membro da família Weasley ia falar com Hermione para agradecer pelo que tinha feito por George.

Ron abraçava a namorada, muito em breve noiva, com orgulho estampado na cara. Os dois estavam prestando atenção nas loucuras da Luna que falava sem parar sobre alguma coisa em relação a cientistas trouxas burros.

–... Era o animal mais antigo do mundo, como alguém mata o animal mais antigo do mundo “por acidente”? - Neville ria em silencio ao lado da namorada. Ele achava muito fofo quando ela dava esse tipo de ataque.

– A comida está pronta, crianças! Venham jantar. – a senhora Weasley gritou da cozinha, todos os ruivos saíram correndo em direção à voz da mãe como um bando de animais esfomeados, o que não era uma comparação muito longe da realidade, pois quando se tratava de comida, a boa educação dada por Molly e Arthur era esquecida.

Com um revirar de olhos de Hermione e uma gargalhada de Harry os quatro foram se juntar aos ruivos. Antes de chegarem à porta da cozinha Neville puxou Luna para um beijo.

Ele nunca era muito ousado com a loira, um dos fatores era pela sua timidez o outro era o respeito que tinha pela namorada. Ele era sempre muito carinhoso e meigo, não conseguia trata-la de outra forma, não que um dia tentou ou fosse tentar, a relação deles estava muito bem daquele jeito, obrigado, mas a curiosidade de saber como seria se ele fosse um pouquinho ousado surgiu em sua mente, então a trouxe mais para perto de seu corpo, não deixando nenhum espaço entre eles, beijando-a de um jeito menos Neville.

– Os dois pombinhos gostariam de um quarto? - perguntou George rindo descaradamente da expressão de surpresa na face dos dois. – Neville, que menino feio, a sobremesa vem depois, não antes. Vamos, vamos. Para cozinha! Já!

O casal não precisou de mais nenhuma chamada, em segundos estavam na porta da cozinha se sentando ao lado dos companheiros de escola. Luna se inclinou para falar alguma coisa no ouvido de Neville que o fez ficar mais vermelho que os cabelos da ruiva que sentava a sua esquerda. Gina olhou questionadora para a loira que lhe sorriu inocente, mas Gina sabia que nada de inocente podia causar a vermelhidão no rosto de Neville. Arqueando a sobrancelha direita e dando seu melhor sorriso Weasley ela decidiu que arrancaria tudo da amiga em alguns dias, ela querendo ou não.

Após o jantar onde, diga-se de passagem, não sobrou nenhuma comida, Ron e Mione foram os eleitos a lavarem a louça. Como sempre a castanha cantarolava enquanto fazia seu trabalho limpando as coisas, enquanto Ron ficava parado com as mãos sujas de sabão e um prato no meio do caminho da limpeza, encarando-a feito um idiota apaixonado, o que, mais uma vez, não era muito longe da verdade, ou melhor, Ronald era mesmo um idiota apaixonado.

– Quer casar comigo? – ele soltou antes que pudesse se segurar. Meio segundo depois ele se estapeou mentalmente, não era assim que ele tinha planejado isso.

– Desculpe, pode repetir? – pediu Hermione sorrindo pra ele.

É talvez não fosse tão ruim assim. Ele sorriu para ela do mesmo jeito que sorria quando a ficava observando estudando.

– Quer casar comigo? – então Hermione gargalhou. Assim que conseguiu se controlar se inclinou para o namorado

– Você é um idiota sabia? – e o beijou.