Louco Amor escrita por baboby


Capítulo 1
O Casamento


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D



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Eu me olho no espelho novamente. Eu não consigo acreditar que sou eu que estou com aquele vestido extremamente bufante, que, quando experimentei pela primeira vez achava que estava parecendo um bolo. Não acredito que conseguiram fazer com que eu realmente parecesse com uma noiva. A única coisa que me fazia ter certeza que o reflexo era meu, era acara de sonsa-boba apaixonada que eu estava, afinal: Eu finalmente ia me casar!

Sinto uma mão no meu ombro, e percebo que é o Pedro, ele está lindo, seu cabelo loiro está penteado pela primeira vez. Ele está lindo naquele terno cinza com uma gravata social, seus olhos pretos como uma noite fazendo contraste com a sua pele branca como a porcelana. Ele está lindo.

–Vamos minha noiva. – Ele disse e eu ri, ele continua o mesmo. Ele segura minha mão, a dele está tremendo tanto quanto a minha. De repente alguém me puxa para longe dele, nem preciso olhar pra saber quem é, conheço aquelas manias melhor que ninguém...

–O quê você pensa que está fazendo, Pedro? – Ele pergunta segurando o loiro pela gola da camisa.

–Ora, calma, Luan, eu só iria fazer como um bom amigo e levá-la ao altar, para você, claro... - Por que tive a impressão que ele estava sendo irônico?

–E o que você quis dizer com minha noiva? –Ah, eles não conseguem ficar sem brigar nunca?

–PAREM!- Eu gritei me colocando entre os dois. –Vocês têm que parar com isso! Achei que já tínhamos resolvido esse assunto.

– Olhei para Pedro. –Você vai me levar ao altar. Entendido?

–Claro como água.

–E você! – Me virei para o Luan. –VOCÊ É O CARA QUE VAI DIZER SIM QUANDO O PADRE PERGUNTAR! Entendeu amor? – Eu falei docemente.

–S-sim. – Ele fica tão fofo assustado.

– Então vai terminar de se arrumar, ok? – Eu dei um selinho nele.

Quando ele saiu, eu olhei bem para ele. Estava lindo! Devia estar mais nervoso que eu estava sem o paletó, ele a camisa branca fizeram um contraste maravilhoso. Ele é o homem perfeito: Negro, olhos azuis, ele é forte...

E ainda me escolheu!

A mim!

Minha pele parece doente de tão branca, meus olhos são castanho claro, uma cor comum, meu cabelo é comprido demais (quando eu corto, ele cresce o dobro então eu parei de cortar) e ainda por cima sou muito magrinha. Ainda não entendo como alguém tão maravilhoso assim me escolheu, ou melhor, não entendo como não fui escolhida só por um.

Quando parei de sonhar com o homem lindo com quem ia me casar, vi que Pedro estava de cara feia.

–Parou de sonhar ou prefere que eu coloque um babador em você?

Não pude deixar de rir.

–Ora, ora! O grande Pedro com ciúme de uma plebéia? –Ele ficou vermelho e eu ri.

Ele se aproximou dizendo: - E se for? E se eu estiver com ciúmes?

–Bom, não a nada a fazer, porque eu escolhi o Luan. - Eu o encarei com um sorriso.

–Porquê? - Ele se aproximou de mim.

–Bom, talvez porquê ele não me sequestrou. - Falei franzindo a testa.

–Você ainda lembra disso? - Ele perguntou como se disse-se: "Isso não foi nada de mais"

–Isso não é uma coisa que se esquece facilmente.

Ele se aproximou de mim, colou nossos narizes. Eu podia sentir sua respiração e ouvir seu coração. Estava acelerado assim como o meu.

–Não sobrou nenhuma duvida no seu coração?

Coloquei o buquê de rosas salmão entre os nossos rostos, e olhei para ele.

–Não. Eu já te disse isso há três anos não foi?

Ele suspirou derrotado.

–Essa foi minha ultima chance. Tem certeza que vai com ele?

Eu sorri.

–Absoluta. Não se preocupe eu vou ser feliz.

–É melhor ele tomar cuidado na primeira oportunidade eu pego você dele. – Ele disse se sentando numa cadeira.

–Ora, será que você não desiste nunca? -Eu perguntei me sentando perto dele.

–O que eu posso fazer? Você foi o meu primeiro amor e ai ele te rouba de mim.

–Eu sempre fui dele, só não tinha percebido ainda. - Eu falei encaixando minha cabeça no ombro dele.

Ele olhou para o relógio. - Bem, já estamos atrasados. Ou você mudou de idéia?! - Ele disse com os olhinhos esperançosos

–Espera só um pouco- eu tirei aqueles saltos que estavam apertando meu pé quase transformando o mindinho e o polegar numa coisa só. -Agora vamos

....

Quando as portas da igreja abriram, agradeci mentalmente por ter tirado o salto. Qual é! Aquilo tinha quase quinze centímetros, eu estava descalça e quase tropeçava a cada momento! Eu acho que Pedro percebeu, ele colocou a mão na minha cintura pra ajudar a firmar meu corpo, ou pra provocar o Luan (já não bastava o que ele tinha feito na minha despedida de solteira!), tinha que dar a alfinetada final. Pra minha sorte, Luan estava ocupado demais olhando pra mim todo bobo, eu acho que nunca tinha visto ele tão feliz.

Em algum momento, não lembro exatamente qual, eu não conseguia enxergar mais nada, meus olhos estavam embaçados demais com as lágrimas, foi em algum momento depois do Pedro começar a chorar (por motivos desconhecidos para mim) e momentos antes do Luan dizer "sim".

Essas foram às únicas coisas que me lembro do casamento. As únicas importantes.

...

Quando estávamos na festa tirando aquelas "fotos recordações", e cumprimentando pessoas que metade nunca mais vou ver, em algum momento pudemos sentar e ficarmos simplesmente nos olhando, pensando na loucura que é um casamento.

–A festa está linda... -Eu disse sorrindo. - Mas podia ter sido algo mais simples... Mas se sua família ofereceu não tinha como negar, certo?

–Não. - Ele falou confuso, eu achei que sua família tinha oferecido, eu também preferia um casamento simples.

–Mas se não foi você, não fui eu, quem pagou o casamento? - Eu disse torcendo que minhas suspeitas estivessem erradas.

–Fui eu. - Pedro disse aparecendo magicamente ao meu lado com um prato de salgadinhos nas mãos.

–Como você?!- O Luan perguntou desesperado - Quer dizer que o terno que eu to vestindo foi pago por você?!!! -Eu já estava vendo a hora que ele ia começar a fazer um escândalo e rasgar as próprias roupas.

–Você mentiu pra mim Pedro? - Eu perguntei com falsa (totalmente falsa) tristeza.

–Claro que não Thais, eu disse que foi pago por alguém da família dele, só não contei a verdade para ele porque ele não aceitaria. Não é?

Pequeno detalhe que eu me esqueci de mencionar Pedro e Luan são primos.

–É claro que não aceitaria, tenho meu orgulho e honra. - Aw! Ele fica tão lindo quando banca o orgulhoso.

–Você ficava melhor quando me obedecia cegamente. - Ele disse fazendo o Luan ficar vermelho de vergonha.

–Vocês dois, parem! -Eu disse nervosa. -Essa pode ser a ultima vez que vão se ver, ok? Por favor, tentem se dar bem pelo menos essa noite. - Eles já haviam brigado demais por causa de mim, mas essa noite eu não permitirei.

–É por isso que eu te amo. -Disseram os dois ao mesmo tempo. Eu fiquei vermelha.

–B-bem, p-por i-i-is-sso qu-e d-devemos nos dar bem. -Eu quase nunca fico nervosa. Quando fico não consigo disfarçar.

–Nada mais será igual- Pedro disse um pouco triste. - Hoje, nada mais vai ser igual.

Ele tinha razão, a linha que nós três mantínhamos acaba hoje.

–Por favor, o trio sorria para a foto. -Um fotógrafo disse para nós. Eu abracei os dois de surpresa e tiramos uma foto como a do parque de diversões. Provavelmente a última.

...

Eu quase não acreditei quando vi, eu iria morar com ele naquela casa maravilhosa, nós estávamos num condomínio fechado, muito luxuoso, nem havíamos pensado em lua-de-mel. Simplesmente, estarmos em um lugar só nosso nos fazia bem. Estranho né? Acho que é porque em todo lugar que estou com ele me faz bem.

Mal entramos na casa ele fechou a porta com força, me prensou contra a parede e me beijou intensamente, como quando ele tentava mostrar que eu pertencia, a ele, somente a ele. Ele me beijou de uma maneira que me deixou em chamas, eu queria, eu precisava de mais.

–Eu acho que estou interrompendo alguma coisa. -Disse alguém na porta.

Quando eu me virei eu não acreditei no que vi. Lá estava ele parado na porta, com um sorriso malicioso nos lábios.

–Pedro! - eu gritei vermelha de vergonha, eu olhei para o Luan e vi que ele estava pior que eu. Caramba! Eu abri camisa dele sem nem perceber.

–Eu lembro que eu prometi que faria isso certo? -Ele olhou pra mim e disse malicioso. -Seu corpo ainda é uma graça.

–O que você faz aqui?!!! - Luan perguntou "quase" descontrolado.

–Pois bem, eu estava ali em casa. -Ele disse apontando pra casa do outro lado da rua. -E resolvi fazer um café, só que percebi que quando eu me mudei pra cá semana passada eu me esqueci de trazer açúcar, venho pedir numa casa que eu neeem sabia quem morava aqui (n/a: imagina), e ai encontro isso, deve ser o destino. - Deus, como um homem pode ser tão cruel e maléfico?

Eu não vi o momento exato, acho que não acompanho a velocidade sônica de um marido em fúria, então só consegui ver o Pedro ser jogado no sofá, e o Luan tentar matá-lo com a almofada. Eu ia tentar apartá-los, mas não consegui. Comecei a rir, melhor, a gargalhar.

Tudo ainda é igual.

Eles ainda estão aqui.

Eles me amam.

Eu os amo (de maneiras diferentes).

Nada mudou.

Bom, com exceção de algumas coisas.


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Notas finais do capítulo

mereço algum review?



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