Capítulo 14 – Jogo triplo

–Tens a certeza que não queres vir comigo? – indagou Caroline.

–Tenho – não queria mesmo. – Tu vais ter que sair mais cedo da festa para preparar o after-party e eu não te quero atrasar de forma alguma. Assim, cada uma vai no seu carro e eu saio às horas que quiser do Baile.

–OK – Caroline entrou no seu carro e eu vi-o a sair da propriedade, enquanto caminhava para o carro que não era meu, mas sim de Elijah.

Klaus usou a sua velocidade híbrida e abriu a porta do condutor para mim.

–Obrigada – agradeci, enquanto me sentava no banco.

–De nada – coloquei o cinto de segurança e olhei para ele, à espera que ele fechasse a porta do carro. – Há uma coisa.

–Eu sabia – revirei os olhos, nada surpreendida. – O que é?

–Eu quero a Cura. E tu vais dar-ma.

Suspirei alto. Primeiro Katherine, agora Klaus. Rebekah também queria a Cura. E eu? Eu também a queria. Os Salvatore também a queriam: Stefan para ele mesmo e Damon queria a Cura para Elena. A lista parecia nunca mais ter fim.

–E porque é que eu deveria dar-ta?

Ele sorriu demoniacamente.

–Ora, tu sabes bem porquê.

–Não, não sei – neguei.

Klaus enrugou a testa e fez o seu pequeno teatrinho:

–Coitadinha da Ashley, atropelada por um autocarro da escola. O condutor estava bêbedo. A pobre Ashley tinha sido empurrada para o meio da estrada por um coleguinha da escola, que corria para os braços da mãe e o condutor não conseguiu travar a tempo.

Engoli em seco.

–Isso é chantagem.

–Chama-lhe o que quiseres. Mas traz a Cura ainda esta noite, ou amanhã quem morre é a tua irmã. Aproveita a festa, Jo Forbes – o seu tom de voz tornou-se de novo alegre e jovial na última frase.

Fechou a porta do carro e eu liguei logo a ignição, arrancando com o carro, fazendo os pneus cantarem. Conduzi nervosa, claro. Havia demasiadas pessoas que queriam a Cura e havia ainda mais pessoas de quem eu gostava que podiam ser usadas pelos vilões.

Eu sabia que Katherine era esperta o suficiente para se aproximar de Elijah e espetar-lhe a adaga. Já Klaus, se matasse Ashley, Caroline jamais o perdoaria. A questão era que se tal acontecesse como ele me tinha contado, Caroline não pensaria sequer que aquelas pessoas tinham sido compelidas pelo Klaus para fazerem tal coisa. Matar uma criança era demasiado cruel.

Cheguei á festa e preparei-me para encontrar Rebekah. De certeza que ela saberia onde é que estava Elijah.

Não foi muito difícil encontrá-la, já que estava com um vestido amarelo canário e perfeitamente linda.

–Jo! Voltaste – a sua alegria era genuína, não duvidava disso.

–Sim, voltei.

–Estás tão linda. Vais concorrer para Rainha do Baile? – ela piscou o olho.

–Não – ri. – Estou à procura de Elijah. Sabes onde é que ele está?

–Por que não lhe telefonas?

–Não sabia se ele ia responder ou não – mordi o lábio.

–Oh, é claro que ele te ia responder! Afinal, ele ama-te.

Senti-me corar e olhei para o lado, envergonhada por estar a traí-lo desta forma. Por estar a trair Rebekah também. E Caroline.

–Eu mando-lhe SMS – comprometeu-se ela e foi até à sua maleta tirar o seu telemóvel. Discou algo rapidamente e pouco depois chegou a resposta. – Ele está em minha casa. Queres que eu vá ter contigo?

–Não! – exclamei e vi que a surpreendi. – Não, obrigada – falei mais docemente e forcei um sorriso. – Obrigada, Rebekah. Espero que ganhes hoje.

–Obrigada – agradeceu ela e eu fui-me embora da festa.

Segui de carro até à casa de Rebekah. Ela tinha-me contado uma vez que ela tinha arranjado esta casa. Não me tinha dado a morada específica, mas Mystic Falls não era muito grande e estas casas eram fáceis de procurar, já que se situavam quase todas ao pé umas das outras.

Eu ia buscar a Cura. Mas a quem é que a entregaria?

A Katherine?

A Klaus?

Não, eu iria tomar a Cura.

©AnaTheresaC