O Jogo Da Morte escrita por Sakakibara Chiaki


Capítulo 3
O Azul Assassino


Notas iniciais do capítulo

Tá aí o próximo cap
Esse ficou um pouco maior que os outros. Pois é, eu tenho o problema de fazer caps mt grandes '-'
Se chama "a arte de enrolar"
Espero que gostem *-*



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Fazia duas semanas desde que o jogo havia iniciado. A primeira semana, era como se fosse uma eliminação. Os que eram ruins morreram logo, mas os que estavam lá para vencer mesmo, continuaram vivos. Na segunda semana, parou de morrer tanta gente, pois ficaram apenas os melhores.

Alguns morreram por desrespeito às regras. Certos homens usaram armas de fogo ou tentaram sair da cidade, e foram eliminados imediatamente pelos guardas que rondavam o local todo.

Homens fardados que serviam ao Rei estavam espalhados pela cidade inteira, rondando e vigiando os jogadores. Às vezes, eles até se disfarçavam de jogador, pois os participantes não desrespeitariam as regras na presença de um superior. O próprio Rei ficava vagando pela cidade, rodeado de seguranças, e observando os jogadores. Ele tinha criado o jogo para se divertir, e queria ver essa diversão ao vivo. Quando não estava vagando por aí, estava em sua base, o único local da cidade que não estava destruído.

Os participantes, como previsto ou temido, formaram amizades, e até romances. Algumas pessoas começaram a formar guildas, para se ajudarem. O objetivo das guildas era o seguinte: Eles compartilhavam alimentos, e se ajudavam, para que ninguém morresse. Porém, quando apenas a guilda restasse no jogo, eles se separariam e seria cada um por si.

Como já era de se imaginar, isso não deu muito certo, pois alguns membros das guildas foram pegos pelo morto e viraram seguidores da morte. Como o corpo é controlado inconscientemente, eles davam um jeito de trazer seus aliados até o morto, para que morressem também, sendo assim, traindo seus companheiros. Era massacre para todos os lados, banhos de sangue e lutas até a morte. As pessoas continuavam tentando matar umas às outras, mas às vezes não conseguiam.

Tinha um jogador, que podia ser considerado invencível. Várias pessoas já tentaram matá-lo, mas não conseguiram. Alguns o temiam, outros queriam vencê-lo. Esse jogador não matava sem ser ameaçado, por tanto, as pessoas que não o enfrentavam podiam se considerar seguras.

Ele já tinha sobrevivido a todos os ataques que teve de seguidores da morte. Sendo assim, ele criou um estoque de pedras negras que podiam ser trocadas por alimentos, curativos, roupas e armas novas. Os que tentavam roubá-lo morriam. Foi nomeado pelos corredores de Shinigami. O significado, Deus da morte, é por causa de sua grande habilidade em matar. O jogador, não é ninguém mais que um garoto de 18 anos de cabelos pretos e olhos castanhos: Riley Steves.

Riley desde pequeno treinava com espadas, por tanto, ficou muito ágil. Ele tinha pedras o suficiente para comprar uma arma nova e de melhor qualidade, mas nunca abandonava sua Katana. Ela esteve com ele em todos os momentos, e tinha virado um objeto da sorte, que ele tanto zelava.

Várias pessoas queriam enfrentar O Shinigami, mas ele não queria ser enfrentado. Todos que ele tinha matado, era apenas para se defender. Era matar ou morrer. A princípio, ele não tinha gostado da sensação de matar, mas acabou se acostumando. Se quisesse vencer, não poderia ter piedade de ninguém.

Riley já enfrentou vários seguidores da morte, mas como eles não morriam, tudo o que o garoto podia fazer era fugir. O moreno já tinha visto os seguidores da morte que já tinha enfrentado nas guildas, fingindo ainda estar vivo, mas não se dava ao trabalho de avisar aos outros jogadores. Além do mais, aqueles eram inimigos, não tinha porque ajudá-los. Por isso, ele jogava solo, e nunca aceitava propostas de se juntar a guildas.

"Faz apenas duas semanas, e isso já tá um massacre!" Pensava o garoto, enquanto repousava em uma casa velha, que acabou se tornado seu estabelecimento. "Eu peguei uma certa fama indesejada, e isso faz todos querem me matar. Será que vou sobreviver?" De repente, ele se levantou do colchão, que tinha conseguido comprar graças à quantidade de pedras que tinha acumulado. "Não! Não vou perder! Tenho que cumprir meus objetivos!"

Riley saiu da casa o foi andando pela rua, a procura de seguidores da morte para recolher mais pedras, pois já tinha gastado bastante. Ao ouvir um grito, ele entrou no beco de onde tinha vindo o som, na esperança de que fosse alguém enfrentando um seguidor.

Porém, se decepcionou ao ver que era outro daqueles que matavam os próprios participantes. Depois de retirar uma lança do estômago de sua vítima, o homem pardo se virou para Riley e disse convencidamente:

– Shinigami! Veio para morrer? - se aproximou colocando a lança em posição de ataque.

– Te pergunto o mesmo - o garoto retirou sua Katana da bainha.

Sem cerimônia, o homem veio em direção ao menor, dando um grito de ataque. Riley defendeu com a espada, como de esperado. Ficaram um tempo nesse ataca e defende. Cada um atacava de alguma forma, mas era bloqueado. Os dois tinham se feito apenas alguns arranhões, mas nada grave.

"Tsc! Esse cara é habilidoso!" Pensou Riley, enquanto se defendia dos ataques. "É diferente dos outros que enfrentei. Eles morriam bem fácil. Merda! Isso vai demorar!"

O garoto acabou conseguindo esbarrar a Katana no rosto do outro, fazendo-lhe uma cicatriz no olho. Enquanto o pardo se recuperava da dor, se afastando um pouco, Riley se viu em um dilema: "Eu posso fugir enquanto ainda tenho chance. Mas aí, estaria desistindo da luta. Seria o mesmo que perder. Meu orgulho não permitiria isso"

Por ser um garoto orgulhoso, ele decidiu continuar, e foi em direção ao homem, na intenção de atacá-lo. Porém, teve uma reviravolta ao ver que o mais velho estava apenas fingindo se recuperar e preparava um bote.

O homem deu um jeito de esbarrar na Katana de Riley, fazendo-a cair de suas mãos, e com um golpe, o abateu, deixando abaixo de seu corpo.

O de cabelos negros se assustou ao sentir o outro montado em cima de si. Demonstrou isso através de seu rosto amedrontado. Tentou fugir, mas o outro era mais forte.

– Não acredito nisso! - o homem riu, enquanto apontava o lança para Riley - O Shinigami, perdeu?

O garoto não gostou da provocação e ficou ainda mais nervoso. Esticou seu braço para tentar recuperar a espada, mas foi impedido por uma lança encravando em seu ombro.

Riley gritou e se contorceu de dor, enquanto seu ombro sangrava, manchando suas roupas. O homem retirou a arma do ombro do menor e apontou para sua barriga, onde seria um golpe fatal.

– E agora, você morrerá! - riu insanamente

O garoto se desesperou: "Será esse... Meu fim?" Fechou os olhos, para não ver a cena de sua morte. Não havia como fugir, seria ali, e agora.

Ele apenas desapertou os olhos ao perceber que o maior não o atacara. Assim que abriu seus olhos castanhos, pode ver um punhal encravado nas costas do homem. O pardo, que estava semi vivo, caiu para o lado, fazendo assim, Riley poder ver quem o matara.

Riley pôde ver uma garota. Uma linda garota usando roupas de couro preto. Ela tinha cabelos brancos com as pontas azuis escuro e mechas azuis claro. Aparentemente, ela parecia inocente e pura, porém, se via em seus olhos azuis cristalinos, que acabara de matar sem pena nenhuma.

Riley se levantou, segurando em seu ombro, tentando impedir o sangramento. Observou a garota retirar o punhal do corpo já morto e guardá-lo de volta na capa.

– Por que me salvou? - Riley perguntou curioso

A menina olhou para ele meio com dúvida, e depois pôs-se a rir.

– Ah, achou que eu tinha te salvado? - ela disse. Sua voz era doce, mas o tom era sarcástico - Se enganou!

Riley não entendeu o que ela quis dizer com aquilo, afinal, ela acabara de impedi-lo de morrer. Ele viu a garota retirar outro punhal da lateral do corpo, que não estava sujo de sangue.

– Eu só queria te monopolizar. - ela apontou a arma para ele, dando um sorriso malicioso - Seria uma honra te matar sozinha, Shinigami.

"Porra! Outro querendo me matar? As pessoas me odeiam tanto assim?" O garoto logo recolheu sua Katana do chão e se defendeu do ataque.

Enquanto lutavam, ele percebeu que a garota era muito habilidosa, mais até do que o que ele acabara de enfrentar. Ele novamente achou que iria morrer, pois se não pôde ganhar daquele homem, jamais iria ganha dela.

Ele se encontrou em um momento de tensão de novo. A de olhos azuis estava com o punhal em seu pescoço, e faltavam segundos para sua morte.

Porém, de repente, os dois ouviram um estrondo ecoando pelo local. A garota se afastou assustada, fazendo Riley pensar: "Caralho! Eu sou muito sortudo! Tenho que apostar nessa sorte!"

Apareceu no beco, outro homem, desta vez ruivo, que parecia intacto.

– Merda! - reclamou a garota.

O homem atirou uma adaga em direção aos dois. Ia atingir bem no rosto de Riley, se não fosse pela garota de cabelos bicolores, que bloqueou o ataque com seu punhal.

"Ela... Me salvou de novo?" O de cabelos negros estava cada vez mais confuso. Mas para deixá-lo ainda mais sem entender, a garota o puxou pelo pulso e começou a correr para fora do beco, na direção contrária ao homem.

– Ei! Espere! Pra onde está me levando? - Riley pedia explicações, enquanto corria com a menina

– Aquele cara é seguidor da morte. - respondeu ela, meio ofegante por causa da corrida - Enfrentei ele há pouco tempo e agora ele está me perseguindo.

– E o que eu tenho a ver com isso? - com um puxão, ele se soltou das mãos delas e parou de correr

– Quer que ele te mate? Além dele ser ótimo em lutas ainda é imortal! Se quiser sobreviver, venha comigo!

"Hein? Se quiser sobreviver? Você mesma não estava tentando me matar agora há pouco?" Riley não entendia nada. Porém, ele decidiu segui-la.

Acabaram por entrar em uma casa bem escondida, que mal dava para ser vista das ruas. De lá, ficaram espreitando as ruas para ver se o seguidor da morte aparecia.

– Acho que despistamos ele - sussurrou ela

Mas eles se enganaram. Enquanto se concentrava em olhar as ruas, o seguidor que eles estavam fugindo se aproximou por trás. Os dois só perceberam que estavam prestes a receber o bote quando viram a sombra do homem.

A garota se assustou e se virou de frente. Sorte que ela desviou, pois se não tivesse percebido a presença dele, teria levado uma adaga na nuca.

Ela se levantou rapidamente e enfiou seu punhal no coração do seguidor. Seu sangue saiu parecendo petróleo, e logo se transformou em pedrinhas.

Bem, não era uma boa hora de se preocupar com pedras, por isso, Riley resolveu não recolhê-las e decidiu ajudar a garota que atacava o ser imortal. O garoto não gostava muito da ideia de ter que ajudar alguém que acabou de tentar matá-lo, mas ela também tinha o salvo duas vezes, e ele se sentia em dívida.

É claro que eles não conseguiriam matá-lo, mas poderiam atrasá-lo. Quantos mais ferimentos for feito em um seguidor da morte, mais ele demora a se regenerar, dando assim, tempo para os jogadores fugirem.

A garota perfurava com vontade todo o corpo já morto. Riley até se espantou com a fúria da menina que parecia ser tão inocente. O moreno a ajudava, impedindo as defesas do seguidor e fazendo ferimentos com sua Katana. Escorria sangue negro de seu corpo todo, e Riley até aproveitou para recolher algumas pedrinhas quando tinha chance.

Depois de amputar a cabeça do seguidor, a garota se levantou segurando-a pelos cabelos ruivos e arremessou-a para longe. Se a cabeça estivesse longe, o seguidor demoraria mais tempo para colocá-la de volta no lugar e se regenerar.

Vamos embora antes que ele se regenere! - ela disse, limpando seu punhal e colocando-o de volta na capa.

Riley a seguia sem saber por quê. Eles corriam pelas ruas desertas e procuravam um local distante onde o seguidor não pudesse os achar. O de olhos castanhos ainda mantinha a mão no ombro, que diminuiu um pouco o sangramento.

Acabaram se sentando atrás de uma caçamba de lixo. Local perfeito para quem não quer ser visto.

– Formamos uma bela dupla! - ela sorriu, limpando um pouco de suor da testa -Podíamos formar uma guilda.

– Como é que é? - ele parecia incrédulo - Você tem distúrbios de bipolaridade? Primeiro você me salva, depois tenta me matar, depois me salva de novo, e agora quer formar uma guilda???

– É!- respondeu ela num tom ignorante, como se fosse óbvio - Aceita ou não?

– Não! Além de eu achar que você é louca, eu jogo solo. Não faço guildas.

Ela ficou um tempo pensativa, mas logo se levantou sacudindo a poeira de suas roupas e disse, sorrindo:

– É, talvez eu seja louca mesmo. Mas qual a graça de ser normal? Bem, se você não quer, vou indo embora... Desisti de tentar te matar. Obrigada por ter me ajudado.

Ela ia indo embora, mas Riley a impediu:

– Espere! ela olhou para ele - Qual seu nome?

Ela sorriu e disse:

– Lix. Lix River.

O garoto tombou a cabeça para o lado, estranhando.

– Lix? Que nome incomum! - debochou

Ela lançou um sorriso malicioso e repetiu o que tinha dito antes:

– Qual a graça de ser normal?

E com isso, desapareceu pelas ruas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *-*
Gente, eu queria deixar avisado, que estarei de mudança e vou ficar um bom tempo sem internet, por isso o próximo vai demorar a chegar =|
Ah, só uma coisa. Eu queria explicar como é a pronúncia dos nomes, pq eu fico com uma puta raiva quando pronunciam os nomes dos meus personagens errado >:|
Riley Steves: Ráili (R de americano, enrolando a língua) Istívis
Lix River: Líks (se alguém falar "Láiks" eu mato) River (R de americano)
Acho que expliquei, bjs *-*