O Jogo Da Morte escrita por Sakakibara Chiaki


Capítulo 10
O Brilho Dos Olhos


Notas iniciais do capítulo

Yoo o/ Pois é rsrs eu disse que ia postar o próximo cap antes de ontem, mas eu tava ocupada num evento de anime U.U
Enfim, não liguem para o nome do cap, escolhi na cagada pq tava sem criatividade.
Ah, e queria agradecer a todos que comentaram *-* Eu consegui atingir minha meta de 50 comentários XD
Bem, espero que gostem *-*



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- Arg! Não acredito que ela sumiu de novo! – reclamou Skyne assim que acordou e constatou que Lix não estava mais na casa.

Os dois já estavam acostumados com os desaparecimentos repentinos de Lix, mas não podiam negar que ficavam preocupados. Riley, por sua vez, só ficava mais desconfiado a cada vez que ela desaparecia, mas toda vez, ela reaparecia com uma surpresa diferente, que a tirava das suspeitas.

- Daqui a pouco ela volta, como sempre – Riley revirou os olhos.

O loiro já ia falar alguma coisa, porém, fora impedido por Lix, que acabara de entrar na casa.

- Onde você estava? – perguntou Skyne preocupado, logo depois colocando a mão na cabeça devido à ressaca – Não pode sumir no meio da noite!

- Estava por aí... – respondeu a garota friamente.

Riley e Skyne se surpreenderam, afinal, Lix não costumava ser fria daquele jeito. A garota se sentou em um canto da casa e ficou olhando para o nada, distante.

- Vocês não deviam ter me deixado beber daquele jeito! – brincou o de olhos verdes, tentando quebrar o clima tenso que pairava pelo local – Vocês fizeram de propósito!

Riley revirou os olhos, dando uma leve risada, mas a garota nada respondeu. O garoto de cabelos negros percebeu que havia algo estranho com Lix. Além de ela estar fria e distante, havia uma certa diferença naqueles olhos azuis. O olhar dela estava frio, sem brilho, sem vida.

Skyne continuou tentando quebrar o clima com brincadeiras, mas em vão. Parecia que nada ia mudar o humor da garota de cabelos bicolores.

- É a minha vez de comprar alimentos né? – Riley disse, se levantando do canto que estava sentado – Estou indo então.

O garoto pegou algumas pedras do estoque e saiu em direção à base do rei. Na verdade, ele só estava querendo sair de lá, pois o clima estava muito tenso.

O moreno decidiu pegar o caminho maior, para poder pensar um pouco. “O que aconteceu com ela? Ela sempre foi diferente, um pouco esquisita e imprevisível, mas nunca foi fria dessa forma. Está tão diferente de ontem... Será que ela ficou com raiva de mim?”

Ainda pensando nisso, Riley caminhou até a base e comprou o que precisava. Ele caminhava lentamente pela cidade melancólica, refletindo. Ele desconfiava de Lix, mas não podia negar que se preocupava com ela. No fundo, ele desejava que aquilo não passasse de coisa da sua cabeça, e que Lix não fosse o morto. Principalmente, ele tentava entender o que sentia por ela.

Riley adentrou em um beco, indo em direção à casa de Skyne, mas fora surpreendido por Lix, que apareceu magicamente naquele local.

- Lix? O que está fazendo aqui? – perguntou Riley surpreso – Era pra você esperar na casa com Skyne.

A garota não respondeu, apenas se aproximou de Riley e o abraçou. O de olhos castanhos ficou ainda mais surpreso com aquela mudança repentina de humor. “Ela é mais bipolar do que eu pensei”.

- Achei que estava com raiva de mim – disse Riley, retribuindo o abraço.

Lix retirou sua cabeça do peito de Riley e olhou para ele, sorrindo.

- Desculpe se estava meio fria agora a pouco, estava pensando em uma coisa.

Riley estava mais tranquilo agora que ela voltou a ser animada, mas continuou intrigado quanto ao olhar. Os azuis continuavam sem o brilho que ela sempre teve.

O moreno já ia falar alguma coisa, porém, fora calado por um beijo de Lix. Riley arregalou os olhos castanhos, surpreso, mas feliz ao mesmo tempo. Sem que percebesse, ele retribuiu ao beijo, abraçando-a e trazendo-a mais para perto de si.

Assim que se separaram, os dois sorriram, então Lix entrelaçou seus dedos aos de Riley e disse:

- Eu quero te mostrar uma coisa, vem comigo – ela começou a andar, puxando-o.

- O quê? – perguntou Riley curioso.

- É surpresa, só me siga – respondeu sorrindo, sem parar de puxá-lo.

Os dois já estavam saindo do beco, ainda de mãos dadas, até que escutaram um grito de uma voz conhecida:

- Riley!!! Não vá com ela!!!

Os dois olharam para trás e viram Skyne ofegante, com um olhar demoníaco. Mas o que mais intrigava Riley era o ferimento no ombro do loiro, que fazia o sangue escorrer pelo seu braço.

- Skyne, o que aconteceu? – perguntou Lix, com um tom preocupado.

Isso só fez com que o de olhos verdes intensificasse sua expressão irritada. Skyne sacou uma flecha e a colocou em posição de ataque, gritando:

- Vadia!!!

E com isso, ele lançou a flecha. Riley pôde ver diante de seus olhos, a flecha que Skyne acabara de lançar penetrar bem no meio da testa de Lix, atravessando sua cabeça. O choque foi tão grande, que Riley viu quase que em câmera lenta, a garota caindo para trás, com os olhos arregalados, e com os cabelos esvoaçados.

Assim que Lix caiu no chão, Riley se sentiu petrificado. Seus olhos estavam arregalados e o corpo tremendo. Segundos depois, sentiu seu sangue ferver. Retirou sua Katana da bainha e foi avançando em Skyne, gritando:

- Seu desgraçado!!!

O loiro deu um pulo para trás, levantando as mãos tentando impedir Riley de machucá-lo, enquanto gritava:

- Riley! Olha para ela!

O moreno pensou que Skyne estivesse apenas usando aquele truque clichê, de fazer o inimigo olhar para o outro lado e aproveitar para dar o bote, mas teve a impressão de ter algo se mexendo atrás de si, então olhou para trás.

Os dois puderam ver Lix se levantando, com o olhar mais demoníaco que ela já tinha feito. Assim que se colocou em pé novamente, segurou a flecha que ainda estava na sua cabeça e a arrancou de uma vez, quebrando-a e jogando-a no chão.

Riley sentiu um enorme aperto ao ver sangue negro escorrendo pelo rosto da garota, que logo caiu do queixo e se petrificou. E finalmente as resposta surgiram. O fato de Lix estar estranha, com um olhar sem brilho, e ter tentado enganá-los, foi porque tinha virado uma seguidora da morte.

Lix, sem desfazer o olhar, sacou seus dois punhais e avançou em Skyne, dando um longo grito de ataque.

O loiro se defendeu e atirou algumas flechas, mas era um pouco difícil, pois um arqueiro foi feito para atirar de longe.

- Riley, me ajuda!!! – gritou Skyne, ainda em combate.

O moreno nem se moveu, estava paralisado. Não conseguia se mexer, devido ao choque. Seus olhos arregalados observavam aquela briga, que parecia que estava acirrada. O garoto quase não conseguia respirar, estava sentindo um grande aperto dentro de si.

Skyne percebeu que Riley não iria ajudá-lo, então praticamente arrancou a espada da mão dele e a utilizou para cortar o pescoço de Lix. O loiro não conseguiu arrancar completamente a cabeça da garota, fazendo-a ficar pendurada no pescoço partido.

Skyne observou o corpo caído ao chão, que se contorcia, ainda tentando batalhar. Ele sabia que logo ela iria se regenerar, então correu em direção ao amigo petrificado e o segurou pelos pulsos, começando a correr.

O de olhos verdes sabia que não podia voltar para a casa, pois Lix voltaria lá e poderia tentar matá-lo novamente, assim como fez quando Riley foi comprar alimentos.

Skyne e Riley correram para um beco sem saída, mas que era um bom esconderijo. Sentaram-se ao chão para descansar.

O silêncio predominou o local. O clima estava tenso, melancólico, triste. Riley não tinha dito uma palavra, e tinha o olhar desfocado. Skyne aproveitou para estancar o sangue que escorria de seu ombro com um pedaço que cortou de sua camisa.

- Riley, você está bem? – perguntou Skyne preocupado, quebrando o silêncio.

O moreno apenas fez que sim com a cabeça, ainda sem olhar para o loiro. Skyne suspirou aliviado, dizendo:

- Que bom. Ainda bem que cheguei a tempo.

- Foi ela que fez isso em você – Riley mudou de assunto friamente, se referindo ao ferimento de Skyne.

- Foi... – respondeu ele bem baixo, abaixando a cabeça também.

Novamente, o silêncio predominou. Os dois estavam lá, sentindo dor em seus corações, calados, olhando distantes para o nada.

- Riley... Eu estou triste – Skyne decidiu falar algo

- Eu também – respondeu Riley em um tom bem baixo.

Já que os dois entraram nesse assunto, Skyne decidiu perguntar, meio receoso:

- Será... Que ela se sentia pronta pra morrer?

- Sim, disso eu tenho certeza. – respondeu Riley, olhando para o outro pela primeira vez – Ela me disse ontem, que já tinha cumprido seu objetivo de vida, que já tinha cumprido sua missão no mundo. Disse que já se sentia preparada para a morte. Engraçado, não? – forçou uma risada – É como se ela já soubesse que ia morrer. Como se o que ela disse, fosse uma espécie de despedida. Um discurso final.

Lágrimas começaram a correr pelo rosto de Skyne, que não conseguia mais se segurar. Por impulso, o loiro abraçou Riley, passando os braços pela sua cintura e apoiando a cabeça em seu ombro.

- Desculpe... – disse Skyne no meio das lágrimas – Eu sei que você odeia abraços, mas... Eu preciso...

- Tudo bem – interrompeu Riley, retribuindo o abraço, além do mais, ele também estava precisando de consolo.

 E os dois assim ficaram. Skyne soluçava, mas Riley se mantinha firme. O moreno, não aguentando ver o amigo chorado daquele jeito, tentou falar algo para consolar:

- Sabe... Ela disse que o objetivo dela era provar para si mesma que não era inútil e fazer alguma diferença no mundo ou na vida de alguém. Bem, pra mim ela fez uma grande diferença. Ela foi muito importante para mim.

Skyne enxugou as lágrimas, mas sem sair do abraço. Decidiu desabafar também:

- Ela também foi muito importante pra mim. E você também. Durante toda a minha vida, eu nunca tive amigos de verdade. Eu cresci num lugar onde todos tinham que ser perfeitos e ter ordem. Eu era diferente, meio animado de mais para eles, então todos se afastavam de mim. Tive amigos falsos, mas sempre estive sozinho. Nunca tive alguém que eu pudesse contar de verdade, ou que realmente me fizesse feliz. Acho que no fundo, eu só queria, em toda a minha vida, achar um amigo verdadeiro e fazer algo importante por ele. Por isso vocês dois são tão importantes para mim.

O de cabelos negros, depois de ouvir atentamente tudo que Skyne tinha dito, deu um leve sorriso e respondeu:

- Que bom... Obrigado

De repente, Skyne saiu do abraço, voltando a se encostar à parede. Limpou o rosto com as mãos e disse:

- Desculpe, hehe, – forçou uma risada – acho que chorei de mais. Eu nunca consigo conter as lágrimas. Queria poder ser forte como você.

Aquele comentário irritou um pouco Riley. Ele aumentou um pouco o tom da voz, e protestou:

- Eu? Forte? Por que não estou chorando? Você entendeu tudo errado! – ele suspirou, se contendo um pouco, abaixando novamente o tom da voz – Eu não sou forte como todos pensam. Eu não sou insensível como todos pensam. Na verdade é ao contrário. Antes de minha família morrer, eu era normal. Sim, eu era reservado, meio antissocial e um pouco mal-humorado, mas eu era feliz. Eu... Eu sorria. Mas aí, quando eles se foram, eu sofri tanto, que me fechei mais ainda. Eu não queria me socializar com mais ninguém, nem sorrir mais. Mas isso era porque eu mesmo não permitia. Eu não me permitia ser feliz, porque uma hora aquilo ia acabar. Eu não me permitia me apegar às pessoas, porque sabia que uma hora poderia perdê-las de novo. Isso foi tudo por puro medo de sofrer. Eu me transformei num insensível por puro medo. Eu sou um fracote!

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Riley. Era a primeira vez que Skyne o via chorando, e aquilo só fez com que o loiro voltasse a chorar e abraçasse Riley novamente. Depois de um tempo desse jeito, Riley resolveu explicar:

- Por isso eu hesitei em me juntar a vocês. Eu sabia que uma hora ia acabar me apegando e sofreria se perdesse vocês. Eu sabia, que por mais que resistisse, ia acabar virando amigo de vocês. Vocês dois tinham um efeito estranho sobre mim.

Os dois riram um pouco e se afastaram do abraço novamente. Estavam se sentindo um pouco melhor depois de botar a tristeza para fora, mas ainda estavam abatidos. Depois de mais algum tempo de silêncio, Skyne se pronunciou:

- Riley... Eu posso te pedir um favor?

- Claro, o quê? – respondeu

O loiro hesitou um pouco, mas logo respirou fundo e disse:

- Quando esse jogo estiver no final. Quando só sobrar nós dois...

Riley engoliu a seco antes dele terminar a frase. Ele não queria pensar na possibilidade de ter que lutar contra Skyne, principalmente depois do que acabara de acontecer com Lix. Porém, para a surpresa do moreno, Skyne completou a frase:

- Eu quero que me mate.

- O quê??? – Riley se assustou com o que ouviu - Como assim?

- Eu não tenho motivos para vencer esse jogo. – explicou Skyne, olhando para baixo – Sei que você tem um ótimo objetivo que deve ser cumprido.

- Está desistindo do jogo? – ele continuava intrigado.

- Não faria sentido se eu ganhasse. – o loiro olhou para Riley – Quando fiz o contrato com o Phil, eu automaticamente comprometi minha própria alma. Assim que o jogo acabar, eu morrerei de qualquer forma, não tenho porque ganhar. Mas você, eu sei que seria um ótimo vencedor.

Riley ficou um tempo olhando para ele, pensando. O que Skyne tinha dito era verdade, mas o de cabelos negros não queria aquilo. Ele olhou para baixo e respondeu num tom também baixo:

- E-eu não vou ter coragem de te matar...

Skyne fez uma cara meio irritada, então respondeu, decidido:

- Se você não me matar, eu mesmo me mato!

Riley ficou um pouco assustado, mas só conseguiu dizer:

- Skyne...

- Eu quero que você cumpra seu objetivo de vida. – explicou sorrindo – E Eu estarei cumprindo o meu também. Eu vou fazer algo para ajudar meu amigo verdadeiro.

Riley sorriu também, sendo convencido por Skyne. É claro que ele sabia que não teria coragem de matá-lo, mas a dedicação de Skyne para fazê-lo vencer tinha o comovido. O loiro então sorriu novamente e disse decidido:

- Eu vou fazer você ganhar esse jogo!


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Notas finais do capítulo

Por favor, não venham querendo me matar pq fiz a Lix morrer U.U
Eu tbm estou triste ok? T-T Minha criação, minha filha T-T Ok, parei de drama kkkkk
Bem, só pra avisar, talvez eu demore pra postar o próximo cap, pq eu vou viajar e não sei se lá tem internet. (e mesmo se tiver, minha mãe não me deixaria ficar no pc o tempo todo pq não aproveitaria a viagem ¬¬)
Enfim, até sei lá quando o/