Fugitiva escrita por Leees


Capítulo 1
One shot


Notas iniciais do capítulo

Para Anne.



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  Fugiu.
  É essa a palavra que os anjos comentam entre si no céu, um anjo fugiu. Caiu do céu, fugiu, se escondeu no corpo de uma criança, com muito medo. Tem medo de voltar a sua vida tediosa e solítaria, quer novamente ter sua liberdade. Não quer mais estar preso a um único lugar.
  " Do que adianta ter asas, se são maiores que o céu? "
  Com esses pensamentos, o anjo, fugiu do reino das nuvens e tocou o mundo. Em forma de uma criança, uma garota. Como havia sido, quando ainda tinha uma vida na terra. E nem se quer tinha certeza da existência de anjos.
 Estava caida na neve nesse momento, sentia frio, mas não possuia forças para levantar. Então adormeceu. Pela primeira vez em muito tempo, havia sonhado. Há muito tempo não tocava o reino de Morpheus. Em seu sonho, estava com a família que há tanto tempo teve. Já não lembrava mais o próprio nome, porém em seus sonhos a chamavam por ele.
 Sua família se divertia em frente a sua casa, estava um dia ensolarado. Seus irmãos chamavam-na para brincarem, seu pai brincava com o cachorro enquanto sua mãe arrumava a mesa da varanda para eles almoçarem. Então ela acordou, não estava mais na neve. Estava em um quarto, cheio de brinquedos. Provavelmente o quarto de um menino.

 Levantou cuidadosamente, seu corpo doia. Saiu do quarto e avistou um garoto ruivo, ambos se encararam por um instante. O garoto observou os negros cabelos da garota, e se adimirou com os olhos vermelhos dela. A garota observou o cabelo ruivo e bagunçado do garoto, e por um momento desejou ter olhos verdes como os dele.
 - Eu te encontrei caída na neve... Então resolvi te ajudar... - Havia um pouco de medo na sua voz, mas havia muito mais inocencia do que medo. A garota caminhou até a janela e observou a tempestade de neve que acontecia, deixando a noite branca. - Qual seu nome?
 - Ayaname Nyuu... Obrigada, mas já vou embora. - Ela então caminhou em direção a porta.
 - Espere! - Porem de nada adiantou, a garota abriu a porta e saiu. Nesse momento, o garoto jurou ver asas.

 A garota voava com dificuldade, a neve não deixava ela ter uma visão plena, mas ainda assim queria voar. Tinha como destino sua antiga casa, será que alguém mora lá? Será que está abandonada? E sua família?
 Vagamente se lembrara de sua morte, havia se afogado. No rio perto da sua casa. No verão. Desobedeceu seus pais e foi nadar, sem ninguém por perto. Gritou. Mas ninguém ouviu. Então as águas a castigaram, levando-a cada vez mas pra baixo. Até que ficou sem folego, e morreu.

 Perdida em suas lembranças, e guiada pelo instinto ela chegou até sua antiga casa. Estava reformada, havia duas crianças brincando no jardim. Um menino e uma menina. Corriam um atrás do outro. O jardim tinha enormes roseiras. Eles corriam por elas. Não chegavam perto pois tinham espinhos afiados, e sua mãe havia proibido eles de estragarem suas flores. Como tanto haviam feito. Nyuu observou a cena. Do ínico da tarde até o por-do-sol, sem ser notada.

 Então as crianças entraram na casa, sua mãe havia chamado eles para jantarem. E a garota com asas percebeu que lá não era seu lugar. Novamente ergueu suas asas e voou pela noite sem direção. Não sentia cançaso enquanto voava, há muito tempo não sentia o vento bater no seu rosto daquele jeito, que tanto adorava. Podia voar por mil noites que não se cançaria. Então avistou algo que chamou sua atenção.
 Sem perceber havia dado voltas pelo local, até chegar ao rio onde havia morrido. Pousou silênciosamente em uma margem dele e observou sua correntesa, então percebeu na outra margem, um tumulo. O seu tumulo. Foi até lá, então viu pequenas flores brancas colocadas em frente ao tumulo. Sorriu. Novamente, saiu voando pela noite.

 O sol já estava nascendo, ela havia voado por toda a noite. Foi diminuindo a altura, até ficar bem próxima do chão. Logo avistou um orfanato, e um bebado com uma garrafa quebrada na mão. Lentamente e delicadamente ela se aproximou do bebado, sem fazer barulho. Aproveitou que ele estava atordoado, e retirou delicadamente a garrafa de sua mão. Ele não pareceu sentir falta dela.
 - O senhor devia cuidar melhor de sua vida... - Dizendo isso a garota colocou o bebado em sono profundo. Deixando-o caído um pouco longe do orfanato. Andou um pouco, e logo se rendeu ao cançaso e dormiu perto das terras do orfanato.
 Quando acordou, estava no orfanato. Uma das donas de lá disse que havia achado ela caída. Então decidiu traze-la pra cá, e que como ela estava sozinha poderia ficar por lá. A fugitiva não havia respondido. Por enquanto. Ia aceitar, uma casa não devia ser algo ruim, certo?

 


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Notas finais do capítulo

Acho que vou fazer uma continuação em breve...



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