Quinn beijou o ombro dela preguiçosamente, seus dedos brincando com os fios longos do cabelo da morena. As marcas dos lençóis ainda estavam impressos na pele dela e Quinn tinha certeza de que suas bochechas estavam inchadas de sono.

"Isso faz cócegas," Rachel riu, e sentiu os lábios da loira sorrirem contra a sua pele.

"Vamos ficar em casa hoje," Ela sussurrou, beijando a fina penugem da nuca da namorada. Deslizou os lábios vagarosamente até a primeira vértebra e a beijou também.

"Mas você não tem uma reunião importante hoje?" Rachel perguntou rindo, se arrepiando com os beijos e a respiração morna em suas costas.

"Mas hoje é sexta..." Um beijo na segunda vértebra, outro na terceira.

"Na sexta-feira também se trabalha," A voz dela soou alguns decibéis mais baixos; seus ombros tremelicando quase que imperceptivelmente.

A quarta ganhou uma lambida.

"Quinn!"

A outra riu em resposta, secando a pele sobre a vértebra com o dedão antes de beijá-la também. O sol da manhã se esgueirava pela cortina e coloria o quarto em tons pastéis. Quinn sentiu o buraco em seu estômago grunhir em protesto aos maus tratos, mas ela decidiu ignorá-lo.

"Você vai querer ovos mexidos no café?" Rachel perguntou, virando o rosto para tentar enxergar a loira jogada em suas costas, mas sem fazer qualquer outro movimento para se levantar.

"Ovos parece bom," Quinn beijou a quinta e a sexta e a sétima. "O que você acha de bacon também?"

Ela arqueou as costas e deixou escapar um suspiro de contentamento. "Tudo bem... E café com leite, de soja, claro,"

Oitava, nona, décima, décima primeira. "Pra mim só o café,"

"E depois você vai para a reunião,"

Ela mordeu a décima segunda de leve, sem nem força o suficiente para marcar a pele.

"Mas eu achei que tínhamos combinado de ficarmos em casa hoje," Quinn reclamou, prosseguindo para a décima terceira.

"Eu não combinei nada," Rachel riu, puxando um dos travesseiros para perto e escondendo seu rosto nele.

Quinn a imitou e enfiou o rosto na curva de sua lombar, prensando seu nariz contra a coluna dela. "Estraga-prazeres," ela murmurou, mas suas palavras ficaram abafadas e acabaram se perdendo.

Rindo, ela levou uma mão até a cabeça da namorada e a desalojou de suas costas. Depois virou o corpo para olhá-la, um sorriso ainda um pouco sonolento colado em seus lábios, "Você tem que começar a levar suas obrigações mais a sério, Doutora!"

Quinn apoiou o cotovelo no colchão e a encarou com a expressão mais séria que conseguiu, "Eu levo elas muito a sério, e é exatamente por isso que digo que o melhor é ficarmos em casa hoje. Questão de segurança pública, até,"

"Claro," Rachel levantou uma sobrancelha para Quinn, cutucando-a com o pé, "Porque Nova York ainda não está preparada para suportar o poder do seu bafo,"

A loira pegou o pé distraída com as duas mãos e o levou aos lábios, "Nova York não está é preparada para o seu pé cascudo," e começou a soprar e morder e beijar a sola do pé dela onde sabia ser mais sensível.

"Ah—Ah, é?—Pois saiba que—que—Quinn!" a morena tentou responder antes de sua voz quebrar em várias risadinhas histéricas.

A médica deixou o inocente pé de lado e, segurando-a por debaixo dos joelhos, arrastando-a para si. "Agora você vai conhecer minha incrível técnica de persuasão!"

"Não, por favor, não! Eu tenho que chegar cedo ao Teatro—e—Não!—Quinn!"

Horas mais tarde, elas chegariam a seus respectivos compromissos devidamente despenteadas e sem fôlego, alegando que foram os ovos, o bacon e o café com leite – de soja, claro - os responsáveis por aquele atraso.

E ninguém acreditaria.