As amigas aproveitaram o tempo de viagem entre a Philadelphia e Rosewood para colocar o papo em dia. Aria contou como estava sendo a experiência como fotógrafa. Apesar da limitada perspectiva de crescimento profissional em uma cidade pequena como Rosewood, amava sua profissão, e financeiramente, lhe permitia sobreviver, então, era feliz com o que fazia.

Durante a conversa, Emily confidenciou como havia descoberto que apesar de amar a natação, não era aquela a carreira que desejava seguir pelo resto de sua vida. Explicou à amiga que havia se apaixonado pela publicidade e como surgiu a ideia de abrir um escritório em Boston com uma companheira de faculdade.

As duas não pararam de falar sequer um minuto. Eram muitas histórias para contar, e o entusiasmo tomou conta das amigas. A morena ficaria hospedada na casa de Aria, já que das três, era a única que já não possuía casa na cidade, por seus pais a terem vendido ao se mudar para o Texas.

Ao passar pela entrada da cidade, imediatamente Emily foi tomada por um misto de sensações. Nostalgia, felicidade, certa tristeza, e... medo. Esse sentimento que esteve tão presente em boa parte de sua adolescência estava diretamente relacionado àquela cidade, o que fez com que a morena se perguntasse se estava pronta, mesmo depois de tanto tempo, para voltar à Rosewood.

Aria estacionou em frente à sua casa e, após retirarem as malas, as duas entraram. Ella, mãe de Aria, ao ouvi-las entrando, foi recebê-las.

– Emily! - disse Ella, dando um abraço afetuoso na jovem. - É tão bom ter você aqui! Deixe-me olhar para você. - a mãe de sua amiga deu uma examinada em sua aparência e sorriu. - Você está com a mesma carinha, mas, o corpo é de uma mulher. Em que momento vocês se tornaram adultas tão rápido? - disse, com um sorriso melancólico.

– Mãe, por favor, não comece... - Aria disse com certa impaciência, mas sorrindo. - Ela sempre fica emotiva quando percebe que nós crescemos. - dirigindo-se à amiga.

– Eu tenho o direito de estar emotiva. Minha única filha está se casando e eu ficarei definitivamente sozinha. - choramingou Ella.

Desde que se separara de Byron, Ella não havia se relacionado seriamente com ninguém. Haviam alguns encontros, mas dificilmente passavam do primeiro, e jamais chegavam ao quinto. E desde que Mike havia ido para a faculdade, Aria era sua única companhia.

– Bom, Aria, porque você não leva Emily ao seu quarto para que ela acomode suas coisas e tome um banho, enquanto eu termino o jantar?

–É verdade, você deve estar exausta e querendo desesperadamente um banho. - concluiu Aria enquanto ajudava a amiga a subir com as malas.

– Isso é alguma indireta para dizer que eu estou fedendo? - brincou Emily.

– Bom, eu queria dizer isso de uma forma delicada, mas já que você prefere que eu seja direta... - embarcando na brincadeira da amiga.

As duas continuaram um papo descontraído, enquanto Emily organizava suas coisas em uma gaveta da cômoda, que haviam reservado para ela usar durante sua estadia.

– Então, a que horas as meninas chegam? - perguntou Emily.

– Spencer chega às 20:00, ela disse que viria direto para cá, mas Hanna só conseguiu voo para amanhã de manhã.

Emily lutou para disfarçar sua decepção. Talvez fosse horrível de sua parte admitir, ainda que só para ela mesma, que quem mais ela desejava rever era Hanna. As duas haviam compartido uma conexão especial durante a adolescência. Às vezes, essa forte amizade causava até certo ciúmes por parte de Aria e Spencer, que se sentiam, em muitas ocasiões, excluídas desse restrito submundo "Hannily", como elas mesmas gostavam de chamar.

Enfim, quem espera cinco anos, pode esperar mais um dia. O importante era que estaria todo o verão com 3 das pessoas mais importantes de suas vidas. Separando uma roupa confortável e sua necessaire com pertences de higiene, Emily se dirigiu ao banheiro. Ao sair, Aria também já estava pronta para o jantar.

– Está se sentindo melhor? - perguntou Aria.

– Sim, eu realmente estava precisando de um banho relaxante. Não havia me dado conta de quão tensa eu estava até entrar debaixo da ducha quente. - Emily sorriu. - Vamos descer? Esse cheirinho de comida está fazendo meu estômago roncar.

– Ah, essa é uma das novidades. Desde que se separou, minha mãe ocupa todo seu tempo livre testando novas receitas.

– Bom, isso explica esses quilinhos a mais que eu percebi em você. - brincou a morena.

– Ei, isso foi realmente rude da sua parte. - Aria jogou um travesseiro na amiga, sorrindo. - Mas tudo bem, eu te perdoo porque sei que é verdade. E você também vai voltar para Boston com alguns quilos extra, pode acreditar, minha mãe não vai parar de te oferecer comida o dia todo.

As duas desceram e passaram o jantar conversando mais, atualizando uma à outra sobre os acontecimentos desses cinco anos. Aria estava lhe contando como Mona havia conquistado o homem mais rico - e velho - da cidade, com quem era casada, quando a campainha tocou.

As duas correram para a porta e ao abrir, se depararam com uma nova versão de Spencer Hastings. Uma sexy, poderosa e madura versão de Spencer Hastings. Emily e Aria estiveram muito preocupadas com Spencer depois da descoberta de que Toby era quem estava por trás das mensagens anônimas que as atormentavam. Mas essa visão demonstrava que definitivamente ela havia superado. Com certeza os ares de Washington e ocupar-se com o trabalho de advogada em ciências políticas para a Casa Branca tinham feito bem à amiga.

– Meu Deus, é você mesmo? - Aria estava em choque, mas conseguiu mover seus pés e abraçar a amiga.

– Sim, sou eu. Eu disse que havia mudado. - Spencer retribuiu o abraço sorrindo.

– Essa sim é uma maneira digna de voltar à cidade! - disse Emily, sorrindo e abraçando a jovem, que vestia um vestido preto simples, mas ajustado, com sapatos de salto e batom vermelhos.

– Você também está ótima, Emily! - Spencer entrou na sala da casa de Aria, seguida pelas outras jovens, e foi recebida por Ella.

– Spencer, como você está diferente! - Ella olhou para a amiga da filha, e puxou-a para um abraço. - Meu Deus, vocês já são todas mulheres, ainda não consigo me acostumar com a ideia...

– Não repare Spencer, minha mãe anda muito sentimental... - Aria deu um beijo na testa da mãe, abraçando-a. Ela iria sentir falta desse carinho protetor e essa preocupação maternal. Por mais que fossem morar a algumas quadras de distância, deixar a mãe sozinha lhe preocupava.

– Spencer, você quer jantar? Eu fiz comida suficiente para uma manada de bois... - Ella ofereceu.

– Não, obrigada, Sra. Montgomery, eu comi uma saladinha antes de vir para cá. Não posso sair da minha dieta, estou deixando as extravagâncias para o casamento. - Spencer sorriu e então todos puderam entender como ela mantinha a boa forma que havia adquirido.

– Podem deixar que eu tiro a mesa, tenho certeza que vocês tem muito o que conversar. - Ella deu um beijo na testa de cada uma, como costumava fazer quando eram mais novas, e seu coração foi invadido por uma onda de nostalgia. Ia ser difícil conviver com o fato de que elas já não eram aquelas meninas, agora eram mulheres.

As 3 amigas subiram para o quarto de Aria, onde, por muitas vezes trocaram confidências, riram e choraram, enquanto tentavam descobrir o mistério por trás das mensagens que por muito tempo lhes atormentaram.