Nada Alem De Silent Hill escrita por Kay Colchester


Capítulo 5
Capítulo 4 - O quebra-cabeça começa a se revelar




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–Já disse que meu nome é ALBERT. Não errem novamente.

–Seu... Seu... Que lugar é este? –Diz Edward Irado.

–Esse é o lugar onde guardo os corpos das pessoas de quem arruíno a vida. Seu irmão está aqui Edward. E logo você estará também. –Ele diz e desaparece.

–Vamos sair daqui Edward.

Enquanto eles subiam as escadas, a criatura de duas cabeças chega ao lugar. Tyler dá um chute na espada em seu peito que atravessa. O monstro cai e com suas últimas forças emite um último grunhido e morre. Edward pega a espada onde havia uma escritura dizendo: “Espada da Obediência”.

–O que é isso Eddy? –Pergunta Tyler curioso.

–Algum tipo de espada, eu acho. Nunca vi nada do tipo. Mas parece ser bem destrutiva. –Diz Edward testando-a no vento. -Vamos.

Eles correm e chegam à margem de um rio onde tinha um bote. Eles sobem e Tyler começa a remar até que eles chegam a um lago onde havia uma placa dizendo. “Lago Toluca”.

–Já ouvi falar desse lugar. Acho que em uma reportagem. Dizia que foram encontrados alguns corpos nesse lago. –Disse Tyler analisando a placa.

–Acho que eu li essa reportagem. Espero que não seja mais uma armadilha de Albert.

Algumas bolhas no meio do lago. Uma sombra estranha. Um som abafado pela água. “Há alguma coisa muito estranha por aqui” pensava Eddy. Logo em seguida aquele som de sirene é ouvido mais uma vez. As bolhas aumentam. A sombra se torna mais aparente. O som abafado agora era bem nítido. Um corpo apareceu flutuando, logo em seguida outro, mais outro, e assim foi deixando o lago repleto de corpos.

–O que é isso? –Diz Tyler. –Acho que nunca vou entender esse mundo.

–É melhor irmos andando antes que outra dessas coisas apareça. –Diz Eddy andando em direção a uma trilha que havia ali.

–Tarde demais Eddy. –Diz Tyler apontando para a trilha.

Uma mulher com os cabelos compridos e molhados anda na direção deles com o corpo deformado, com seus braços e pernas semelhantes aos do zumbi que saltou do prédio. O som de sua respiração apavorante. Ela trazia uma cabeça em sua mão.

–Lucy! –Grita Tyler correndo para perto da criatura e a acertando um golpe no rosto.

Sua cabeça rola até bater em uma árvore e ainda emitia aquele som horripilante. Seu corpo continua em movimento. Tyler pega a cabeça rapidamente. O corpo dela toma um tiro e cai. Letíshia aparece atrás na floresta e diz:

–Corram. Meu carro está logo ali.

–Não sei se posso confiar em você depois de ter nos deixado na floresta e ido embora sem dizer nada. –Diz Edward.

–Ou vocês vêm comigo ou terão que enfrentar essa aberração sozinhos.

–Não temos muita escolha Eddy. –Diz Tyler seguindo com a moça.

Depois de andar um pouco pela trilha no meio da floresta eles chegam ao carro dela. John estava morto. Letíshia retira o homem de lá e pega a direção saindo o mais rápido possível. Com o vidro intermediário aberto eles podiam conversar.

–Como chegaram aqui tão rápido? –Pergunta Letíshia.

–Em um bote que encontramos no rio que desembocava aqui nesse lago. –Diz Tyler ofegante depois de tanto correr.

–Esse lugar me assusta. Que cabeça é essa? –Pergunta Edward a Tyler.

–Lucy, minha falecida esposa. Achei familiar sua história sobre Dante, mas pensei ser só coincidência. –Diz Tyler olhando para a cabeça em seus braços.

–Continue. –Diz Eddy interessado em sua história.

–Nos conhecemos em 1988, em New York. Ela estava no Central Park cuidando de seus cachorros, e eu em treinamento no exército. Quando a vi, eu paralisei, desci um cargo aquele dia, mas valeu à pena porque conheci Lucy Ashfield. Nesse dia saímos para jantar e eu a pedi em namoro. Alguns meses depois, nos casamos, tivemos gêmeos. Mas com o passar do tempo ela começou a se portar estranhamente. Já não a reconhecia mais. Ela saía à noite e voltava dois dias depois, foi demitida do emprego, pois quebrou uma garrafa na cabeça de seu chefe, batia nas crianças frequentemente, se afastou de mim, das crianças, e antes que eu pudesse pedir o divórcio ela simplesmente sumiu e não voltou mais. Eu ainda a amo muito, não queria me divorciar, mas as crianças não podiam conviver com brigas o tempo todo. Eu acabei por querer superar a perda dela, mas acho que não consegui. –Explica Tyler ainda acariciando a cabeça de Lucy.

–Então, o mesmo comportamento destrutivo de Dante e de Lucy é comum por causa de Albert. Parece que as coisas estão finalmente se encaixando. – Diz Eddy com a mão no queixo.

–Se eu fosse você, não contaria com isso até descobrir mais. –Diz Letíshia. –Quando ela sumiu Tyler?

–Em 17 de Abril de 1993.

Edward se espanta.

–Meu irmão também sumiu nesta data. –Diz Edward.

–Então não é coincidência meu pai ter desaparecido na mesma data, tendo os mesmos comportamentos estranhos. –Diz Letíshia.

–Seu pai também? Como que Albert faz isso? –Intrigado diz o menino Edward.

–Não sei. Mas temos que descobrir. –Tyler faz um paralelo entre as histórias. –Se isso aconteceu conosco, provavelmente aconteceu com mais pessoas. Não devemos ser os únicos. Você viu a quantidade de corpos que tinha naquele lugar, Eddy. Você sabe que, se Albert usa o mesmo método para todos, há muito mais corpos lá, e muito mais pessoas correndo o risco de vir parar aqui. Temos que salvar essas pessoas. Elas não podem passar por isso.

–E o que agente faz? –Pergunta Letíshia.

–Isso que precisamos descobrir. –Retruca Tyler

De repente, uma fumaça negra cobre o carro. Eles não conseguiam ver um palmo em frente a seus narizes. Letíshia não enxergava então o carro bateu em uma árvore. Quando a fumaça se dissipou, Tyler estava morto com uma marca em suas costas. Uma marca semelhante ao circulo de onde Dante surgiu em seu apartamento. Bem pequena quase imperceptível. Letíshia se levanta do airbag, e olha para trás. Edward estava bem também. Com alguns hematomas, mas bem.

–Tyler. Tyler. –Diz Edward tentando reanimar o amigo, e cada vez que ele não reagia, o menino ficava cada vez mais desesperado. –Enfim acho que você pôde encontrar sua esposa, amigo. –Uma lágrima lhe desce o rosto.

–Não há tempo para choramingos. Saia do carro. Temos que seguir a pé.

–Mas e ele? Vai ficar aqui sozinho? E se ele acordar? Não vai saber para onde fomos.

–Não importa, ele não segue mais com agente. Está morto. Olhe para ele Eddy. Nenhum movimento. Não há salvação para ele. Sigamos em frente.

Tyler começa a se mexer.

–Tyler. –Grita Edward eufórico.

Começa a sair uma fumaça branca de seu nariz durante sua respiração que emitia um som assustador. Tyler levanta se contorcendo um pouco e agarra Edward pelos ombros e começa a mordê-lo. Ele evita o amigo saindo carro e trancando-o lá dentro.

–Tenho um dispositivo que autodestrói o carro quando eu ativo. Vamos sair daqui. –Diz Letíshia andando para longe do carro.

Depois de alguns metros ela ativa o dispositivo e se vê o fogo da explosão subindo por entre as árvores.

–Acabou. –Diz Letíshia. –Tyler não existe mais.

Edward vira as costas e vai andando.

–Será que não tinha outro jeito? Será que ele não podia ser curado? Deve haver uma maneira. –Edward encucado com a tal marca nas costas de Tyler.

–Esqueça ele Eddy. Agora não há mais volta.

–É Edward. Esqueça ele. Não há mais volta. –Diz Albert que, novamente, aparece do nada.

–Albert. –Diz Eddy com um olhar de ódio.

–Ele foi um cara esperto Eddy. Por isso tive que levá-lo. Mas não se preocupe. Logo o verá. –Diz Albert andando ao redor deles. –Letíshia. Parece que foi ontem que levei seu pai. Ele era um homem bom. Talvez esse fosse o seu maior defeito.

–Não diga bobagens. Isso é uma virtude na qual você jamais conhecerá. –Diz Letíshia irada agachando-se em apenas uma de suas pernas e flexionando a outra.

–Acha que não sei que vais pegar sua faca amarrada na canela? Boa tentativa, Mas tenho planos melhores pra você.

Albert some em uma fumaça negra que agarra Letíshia e a carrega pela floresta em uma velocidade absurda.

–Maravilha! –Exclama Eddy. –Não bastava um ter morrido, e sequestram a outra. O que mais poderia dar errado? –Assim que termina de falar, ele cai em um buraco no chão e chega a um lugar muito escuro. –Onde estou?

–Nas catacumbas de Silent Hill. –Uma voz masculina responde. –Esta é uma cela. Prisão de Segurança máxima. Mais conhecida como Water Prision.

Uma chama é acesa. O lugar inóspito, hostil. Barulho de gotas de água caindo no chão molhado. O homem sentado na cama apoiando suas mãos na cabeça que estava olhando para o chão. Ele usava uma calça jeans velha, suja, uma blusa social azul e sapatos sociais. Um cabelo moderadamente bagunçado castanho escuro,  óculos quadrados, e uma pulseira de ouro. A cela só tinha uma portinhola para fora onde se via muita água no chão. Era trapezional sua forma com as bases arredondas para fora. A cama do lado direto da porta, uma mesa do lado esquerdo e um sanitário ao lado da mesa. Uma janela redonda na parte menor da cela onde não podia se ver muita coisa por estar no alto.

–Edward. –Um sussurro ecoa pela cela.

–Disse alguma coisa? –Pergunta Eddy.

–Não. Gostaria que ficasse quieto.

–Me deixe adivinhar. Veio parar aqui procurando algum parente que começou a se comportar estranhamente e sumiu no dia 17 de Abril de 1993. Acertei?

O homem levanta a cabeça lentamente e olha com medo para Eddy.

–Quem é você? E como sabe disso?

–Relaxa amigo. Aconteceu comigo e com várias outras pessoas também.

–Confortável Eddy? –Albert diz pela portinhola da porta da cela. –Você tem uma coisa que me pertence.

Ele vira fumaça e entra na cela pegando a espada que Edward havia arrancado do peito da criatura de duas cabeças, e sai.

–Acho que está muito só. Que tal uma companhia, hã? –Diz Albert depois some.

Um calor invadiu o lugar e um grunhido sombrio vinha da porta. De repente surge um zumbi saindo da mesma.

–TYLER! –Grita Edward.


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