Nada Alem De Silent Hill escrita por Kay Colchester


Capítulo 11
Capítulo 10 - Assuntos Inacabados


Notas iniciais do capítulo

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Imagem referente a (I)



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Ela não respondia. Estava desacordada. Uma marca em sua nuca muito estranha. Se parecia com traços irregulares mostrando o que parecia um “F” ao contrário. Ele não sabia o que queria dizer aquilo. E não conseguia pegar o livro. Ela o segurava com bastante força. Ele então a pegou no colo e continuou o caminho. Passou pelo portão chegou àquela passarela espiral do lado de fora da Water Prision. Saiu pela porta onde não conseguira abrir antes. Desceu a passarela e chegou ao andar onde ficou preso na cela junto com Fer e pensou em procurar a cela onde Letíshia havia sido presa. Quando chega, encontra a camisa que ela havia mencionado. Um novo símbolo foi encontrado na blusa. Parecia com a letra “E”virada para baixo um pouco arredondada. A parte maior arredondada para fora, e os traços externos arredondados para o centro.

–O que é isso? Cada vez um símbolo diferente.

Ele encontra um mapa em baixo da blusa. Na mesma, estirada no chão, havia muito sangue em baixo. O mapa mostra que há uma passagem para o centro da prisão. Aquela janela redonda na parte menor da cela era uma sala.

–Sempre nos observará. Sempre... Sempre... –Disse Letíshia involuntariamente.

–O que? Como assim ele sempre nos observará. Não entendo. Talvez aquela palavra resolva o problema. Watneyke. –Diz Eddy.

Logo que termina de falar, ele começa a ver tudo em tom vermelho. Um barulho agudo ensurdecedor é ouvido. Sua cabeça latejava. Letíshia começou a se mexer. Levantou-se e flutuou no ar. Suas unhas enormes. Seus olhos vermelhos. Sua pele podre. Uma fumaça invadiu o lugar vindo da janela circular. O símbolo jorrava sangue.

–Eddy... Eddy... –A Voz de Letíshia podia ser ouvida, mas foi interrompida pela voz de Albert. –Eddy... Vejo que descobriu como voltar e como acordar o espírito de Silent Hill. Mas seus conhecimentos atuais são inúteis por hora. –Um último suspiro e ela cai novamente desacordada.

Edward toma uma bebida de nutrição que havia encontrado pois estava fraco e cansado, mas estava em Silent Hill. Ele sai da cela e corre, ainda carregando-a no ombro, para a escadaria interior do prédio, até que chega à sala da roda de água. Havia mais duas portas que ele não tinha notado na vez anterior. Uma na frente da roda e a outra atrás. O precipício agora estava cheio de água, mas a roda ainda estava parada. Ele entra em uma das salas e vê uma escada de metal que terminava em um buraco no teto. Lá era uma sala branca com uma mesa no canto e oito janelinhas redondas. Ele conseguia ver o interior das celas pela janela. Mais uma escada em outro buraco no teto. Mais uma sala com vista para o interior das celas. E uma última escada para mais um buraco no teto que dava na última sala. Lá havia uma escrivaninha com um papel. Esse papel vermelho fazia parte do “Diário Vermelho de Albert”. Ele abre e coloca a folha no lugar e começa a lê-lo. Não havia muitas páginas escritas.

“Albert Worluck Ekyentaw

Memórias para meus sucessores. Hoje me tornei Albert Worluck. Não apenas o Albert que trabalhava na fábrica, que mesmo com muito potencial nunca era promovido, visto, nem se quer, notado. Esse Albert morreu. Agora vive o Albert Worluck. Sou poder supremo. Depois daquele acidente, fiquei certo tempo sem poder trabalhar ou fazer qualquer outra coisa. Meu filho tinha Câncer, AIDS por herança da mãe, Diabetes e morreu com tuberculose. Essa perda foi horrível para mim. Mas acabei por vir para Silent Hill e aqui descobri o que posso fazer. Em pouco tempo desvendei todos os segredos desse lugar e virei líder. Só existe mais uma pessoa acima de mim. Embasei-me nos pecados para fazer meu reinado. Virou uma obsessão. Tudo o que eu queria era isso. Comecei então a trazer pessoas para cá. Eu vi que a morte delas me dava mais vida. As crianças eu trago para cá pois elas têm mas vitalidade. Trago as crianças com doenças pois assim talvez conseguisse trazer meu filho a vida. Eu consegui. Terry está bem vivo. E agora nunca mais correrá o risco de morrer. Por que dia 17 de Abril de 1993? Porque eu comecei meu reinado de fato nessa data. Controlava o comportamento das pessoas de longe. Mas 13 de Abril de 1993 eu completei a passagem e meu filho foi o primeiro a vir. Terry Kamira Worluck. Eu criei os símbolos que regem a forma com que eu controlo os mortos. (Uma lista com os símbolos seguia anexa às folhas).[(I) ver notas iniciais do capítulo]

Edward terminou de ler e ficou sem reação.

–Como assim Terry é filho de Albert? Eu conhecia seus pais e não era Albert. Talvez ele seja o pai biológico dele. Por isso que ele o queria tanto? E por que ele quer um sucessor? Quem é esse superior que eu não conheço? Será aquele monstro com a cabeça de pirâmide? Não. Provavelmente Não. Tenho que descobrir. Cada vez vejo mais coisas sem sentido nesse mundo.

Letíshia ainda desacordada matinha o livro em suas mãos. O resto do diário estava em branco. Mas havia umas palavras sem sentido ali. Watneyke Kculrow Trebla. Palavras estranhas. Muito estranhas. Ele pegou Letíshia no ombro e desceu as escadas. Chegou à sala da roda de água e entrou na outra porta. Uma sala parecia um depósito com uma estante cheia de objetos. A sala de tijolos inacabada tinha somente uma luz pendurada e balançando de um lado para o outro. Ele procurou alguma coisa útil na estante e encontrou uma esfera preta ligada a um pedaço de metal. Parecia uma alavanca. Ele derrubou a estante e puxou a alavanca para baixo. Um barulho estrondoso veio de fora. Ele assustou-se e saiu rapidamente. Do lado de fora, a roda de água ligou. Estava girando para o lado da porta que ele não tinha entrado ainda, apenas na outra vez. Então ele entra ainda bem receoso.

Aquela passarela espiral suspensa para baixo novamente.

Ele saiu no buraco que havia pulado no matadouro. Estranhamente não havia nada assustador. Apenas o que estava ali antes. A sirene voltou a soar. Barulhos de correntes se aproximavam pelo chão. Um eco estranho e apavorante de dentro de algo metálico. Aquela criatura com cabeça de pirâmide estava lá. Eddy assustou-se e arrancou a arma do tornozelo de Letíshia enquanto a criatura se virava lentamente com a espada apoiada em seu ombro. Uma fumaça branca saia da pirâmide de aço como sua respiração. Ele puxou a espada para frente e fez um circulo com ela de frente para traz e de novo para frente parando com ela no chão, enfiada como um garfo antes de partir a carne do prato. Eddy começou a disparar contra a criatura, mas não surtia muito efeito, então decidiu procurar algo útil. Enquanto procurava pensava friamente: “Na última vez que estive aqui, Dante apareceu com aquela forma estranha e veio me atacar. Albert quis me confundir. Eu tenho certeza de que ele está vivo, ou, pelo ou menos, que haja uma maneira de trazê-lo de volta. Eu tenho um plano”. Ele volta para o corredor principal do matadouro onde ficam as mesas de abate. Ele observa a corrente do teto que levava as vítimas para mortes mais frias e dolorosas, e notou que em um dos ganchos havia um corpo inteiro sem face pendurado de ponta-cabeça com uma faca enfiada no peito com um símbolo. “Gluttony”. “Símbolo da Gula. Parece que vou precisar disto”. Porém, o corpo estava pendurado muito alto para ele alcançar normalmente, então pegou algumas das facas e arremessou na corrente para cortá-la. Depois de umas 4 tentativas ele conseguiu acertar o pé que desprendeu o resto do corpo. Ele caiu sobre uma das três mesas encima de outro corpo sem face. Eddy Arranca a faca, e a criatura se desfaz, quase que instantaneamente, porém mostra um rosto antes de terminar. Eddy não o conhecia. No outro corpo não havia uma faca, mas uma chave com o símbolo da Gula. O corpo se desfez e mostrou outro rosto desconhecido. Quando arrancou a chave, a criatura com cabeça de pirâmide expeliu um grito de dor e ao mesmo tempo de assombro. Letíshia flutuou novamente como se estivesse incorporada e gritou “Albert Worluck Ekyentaw”, depois caiu novamente desacordada. A criatura se envolveu em uma fumaça negra e sumiu. Sons muito estranhos vinham do fim do matadouro. Uma porta que Eddy ainda não tinha entrado com o símbolo da Gula. Ele usa a chave para abrir e chega a uma sala gelada com uma mesa comprida e um banquete em cima. Candelabros, castiçais, velas, bandejas, pratos, talheres, tudo limpo. Impecável. Talvez até demais. Ele enche os olhos, pois não come desde quando voltou do mundo real. Apenas duas cadeiras. Uma perto da porta que estava vazia, e a outra do lado oposto da mesa, mas estava sendo usada. Alguém estava sentado nela comendo como um porco. Ele parou de comer e olhou para Eddy. Os olhos vermelhos, gordo como um porco, dentes afiados e enormes escorriam baba, sujos. Ele era completamente preto com algumas rachaduras vermelhas na pele, como as de um solo pobre e desértico. Uma boca exatamente igual a da face em sua barriga, e mais duas nas mãos. Sua língua ficava pendurada balançando para os lados. Ele se levantou e foi andando lentamente até o menino Eddy, que estava apavorado.

– Watneyke. – Diz Eddy com alguma esperança de ajudar.

A faca brilha e sua lâmina cresce formando uma espada. Ele corre para acertar o monstro com a mesma, porém ele é detido por uma língua demasiadamente grande, afiada, e com espinhos por todo seu comprimento que saia da boca de suas mãos. A língua e a espada se entrelaçaram. A espada caiu um pouco longe e Eddy, que corre para pega-la. Gluttony aponta as palmas das mãos para ele e uma língua sai de cada boca e o segura pelos pés. Ele cai e se arrasta um pouco para pegar a espada. Quando consegue, ele corta as línguas. O Monstro cai ajoelhado no chão olhando para as mãos emitindo um grunhido de dor. Eddy aproveita o momento de distração e enfia a espada no meio da testa do monstro onde havia o símbolo da Gula. Ele emite um novo grunhido de dor e para. O símbolo vira sangue e entra na espada que volta a ser faca. O Gluttony cai e vira uma poça de sangue. Edward, muito cansado, cai ajoelhado, bem ofegante. Ele olha para a faca em suas mãos, olha para frente com o olhar perdido e guarda a faca.


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