Heart Attack escrita por ariiuu


Capítulo 13
Mudança de rumo


Notas iniciais do capítulo

Ia trazer no sábado mas nem deu... Me perdoem pela falta de tempo. E ainda que muitos digam para não me esforçar, não dá... Eu preciso e quero muito escrever... Se vocês estão ansiosos, o que posso dizer de mim?? Estou ansiosa pra escrever tudo o que bolei nesses últimos dias... Estamos chegando à fase mais importante da fic...
Esse capítulo também está light... Talvez um pouco mais pesado, mas espero que gostem.
Divirtam-se.



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Heart Attack


Mudança de rumo





...




“Mesmo que o mundo esteja acabando e o desejo ardente de ver a face de sua irmã seja a última coisa que lhe resta, eu não diria que Nojiko sonhasse que meu retorno fosse tão cedo... Isso se eu ainda a achar viva... – Só para concluir, esta última frase foi uma ironia... Porém não posso desviar do meu foco... Mudança de rumo! É isso!”




...




– Já de pé logo cedo...?

– Eu não tenho motivos para acordar tarde. Não precisei participar daquela festinha ridícula e fora de hora que virou a madrugada. – Law respondia com certa impaciência a pergunta da arqueóloga que se encontrava sentada numa cadeira em frente a uma pequena mesa redonda de madeira. A janela logo a frente deixava o vento soprar delicadamente as madeixas morenas, enquanto ela segurava a alça da xícara, degustava discretamente seu café e olhava para o jornal em cima da mesa.

Finalmente o episódio com Bepo teve um fim. Todos haviam chegado ao local onde a sequestradora mantinha o urso aprisionado depois de um grande debate onde ela e Zoro permaneceram por horas. A princesa fantasma cedeu às repreensões do espadachim... Muito relutante, mas cedeu... As consequências seguintes foi uma festa de despedida do urso com muito chá e choros por parte da garota e suas amigas. Sanji resolveu entrar no círculo repleto de garotas Lolitas e se encarregou de fazer a comida da festa. Os demais também participaram, e Zoro só entrou na roda por que havia zilhares de garrfas de sakê no meio.

Law se recusou a participar do circo.

Depois de tudo, eles voltaram para a pousada onde haviam se hospedado anteriormente, pois quando chegaram à ilha, não sabiam quanto tempo gastariam até achar Bepo.

Enquanto ajeitava o gorro na cabeça, Law observava cautelosamente o semblante tranquilo e sereno da morena. Muitas questões haviam sido levantadas em sua mente... E entre elas...

– Até agora nenhum de vocês se manifestou para ir atrás da navegadora. Por quê...?

Robin virou o rosto na direção do cirurgião e lhe lançou um doce sorriso.

– Por que está tão apreensivo...? Está preocupado com a Nami...? – De repente ele notou resquícios de sarcasmo naquela pergunta e odiou ser interpretado daquela forma.

– Se vocês não se importam... Então eu não deveria sequer perguntar. - Retorquiu incivil.

Robin depositou a xícara no prato. Ela o examinou certeiramente e o cirurgião obviamente notou.

– Eu desconfiei de algo desde o princípio... Talvez o que Shachi disse é verdade, pois não é do feitio dela sair sem avisar ninguém... Tampouco retornar para o East Blue sem ao menos avisar o Luffy...

– Se realmente for verdade, por que não foi atrás dela...? – Indagou impreciso.

– Tenho uma ideia do que poderia fazer com que ela pensasse em sair daqui imediatamente...

– Sei... Mas me desculpe... Essa garota é muito impulsiva e não podemos ter nossos planos abortados pelas decisões malucas dela...

– Com todo o respeito, Trafalgar Law... Eu concordo que a Nami é impulsiva, egoísta e medrosa algumas vezes, mas... Ela não é burra. – A feição de Robin se desfez em seriedade e seu olhar defrontou diretamente o dele, numa espécie de ataque invisível, como se estivesse defendendo sua amiga de acusações sem sentido. Mas repentinamente...

Ela sorriu.

– Logo ela entrará por essa porta e nos explicará por que sumiu. – E a morena voltou a ler o seu jornal.

Law percebera que aquela mulher era um tanto misteriosa, pois há poucos segundos a mesma parecia querer retalha-lo com os olhos. Um típico olhar assassino acompanhado de um falso sorriso, apenas para amenizar o mau clima que havia começado. Mas a questão era...

Como ela tinha tanta certeza que a navegadora logo estaria lá...?


ROBIN!

E como a arqueóloga havia dito anteriormente, a ruiva acabava de entrar pela porta e se dirigia até a sala onde ela e Law se encontravam.

– Nami...? Onde estava...?

– Escute... Eu preciso que você chame todos aqui. Tenho algo para dizer a vocês...

– Certo, mas... Está tudo bem...?

– Não... Não está. – Ela respondia com um tom de voz ríspido e firme. A expressão da garota queimava em seriedade e apreensão. Era notável que parecia estar com pressa de algo.

– Por que você demorou tanto para voltar...? – A arqueóloga perguntava em tom de preocupação.

– Eu estava o tempo todo pensando no que fazer... Me desculpe se agi precipitadamente... – Nami abaixou a cabeça e mostrou o quanto estava em turbilhões de conflitos por dentro.

Robin se levantou da cadeira e foi até o cômodo onde os companheiros repousavam. Nami suspirou impaciente nesse intervalo.

Law a observou de canto de olho e se questionou internamente por que a navegadora estava agindo daquela forma. Parecia que algo realmente grave estava acontecendo.

– Eles estão levantando... Todos foram dormir tarde por causa da festa que deram... – Robin retornava à sala rapidamente.

– Acharam o urso?

– Sim.

– Ótimo. Um motivo a menos para eu estar aqui. Então antes de falar com todos, preciso entrar em contato com Luffy imediatamente. Será que você poderia me emprestar o seu Den Den Mushi? – A pergunta era direcionada para Law. Ele a encarou um tanto incerto, mas mesmo sem perguntar assentiu.

– Vocês podem me dar licença por um instante? É uma conversa particular. – Nami requeria com um tom de voz grave e sem contestar os dois saíram de dentro da sala.




...




– Então a Nami voltou mesmo...? O que ela quer com a gente...? – Usopp indagava enquanto esfregava os olhos pesados que se moviam pela sonolência.

– O que essa bruxa quer a essa hora da manhã!? Eu não dormi nada! – Zoro também reclamava por ter seu sono pesado interrompido.

– Você podia apenas dormir e nunca mais acordar... E assim eu e o Bepo seríamos felizes para sempre... – Perona também estava no meio. Ela não queria desgrudar nem um minuto do urso. Permaneceu agarrada a ele mesmo depois do término da festa.

– Perona-Sama... Eu preciso voltar... Prometo que um dia volto para brincarmos um pouco e-

CALE A BOCA! VOCÊ NUNCA QUIS SER MEU BRINQUEDO DESDE O INÍCIO!

– Será que você pode parar de fazer pirraça...? Se quer tanto um urso, vá até uma floresta e rapte um, pois esse cara faz parte de uma tripulação pirata e-

– É sempre assim!!! Vocês destruíram todos os zumbis de Thriller Bark e eu nunca mais verei o Kumashi! Depois de tudo você não quis ser o substituto dele e ainda tem a cara de pau de me tirar o único urso que pode substituí-lo! Você é cruel Zoro! Eu te odeio e nunca mais quero te ver na minha vidaaaaaaa!!! – A garota caia aos prantos, com seu típico choro irritante. Bepo se aproximou e ofereceu um lenço a ela. No final, ele se sentia triste por ter que deixa-la sozinha.

– Pare de ferir os sentimentos dela, seu marimo estúpido!!! – Sanji ameaçava dar um vigoroso chute no rosto do espadachim.

– Fique fora disso, cabeça de queijo!

– Eu defenderei a Perona-Chan quantas vezes forem necessárias!

– Eu não preciso que você me defenda seu mulherengo! – A garota repreendia exaltada.

– Adoro mulheres valentes! – O cozinheiro esbanjava seu característico olhar em forma de coração enquanto corria em volta da garota.

O cirurgião observava a cena esdrúxula e se sentia um idiota por estar no meio deles.

– Tsc... Pare com essa história de urso! Cresça de uma vez! – O espadachim continuava a briga de onde tinha parado.

– Eu posso gostar de ursos e coisas fofas, mas pelo menos sei trafegar sozinha pela Grandline sem precisar me perder!

Os dois se afrontavam através dos olhares que saíam faíscas.

Mas as faíscas cessaram pela presença da ruiva na sala que apresentava uma feição gravemente intensa.

– Nami...? – Usopp indagava ao perceber que a face dela estava assombrosa demais.

– Antes de qualquer coisa... Quero que saibam que o Luffy já consentiu.

– Consentiu o quê...? – Robin perguntava adiantado.

– Minha ida ao East Blue.


– O QUÊ!!? – Todos gritaram em uníssono, com exceção de Robin e Law.

– Por que você tem que ir pro East Blue!? – O atirador perguntava num tom alarmante.

– É uma longa história... Mas vou resumir... A minha vila está com sérios problemas climáticos e muitas pessoas já morreram por causa de um fenômeno que repentinamente apareceu por lá... Preciso ir atrás de Nojiko... Eu preciso saber se minha irmã está viva...

Todos a olharam perplexos, até mesmo Perona. Era notável que haviam entendido o que estava acontecendo com a navegadora.

– Então Luffy te deu permissão para ir...? – Zoro contestava.

– Sim.

– Sozinha...? – Dessa vez era Sanji quem indagava.

– Sim...

– Mas Nami... Viajar sozinha...? E como vamos continuar sem você...? Quem vai navegar o Sunny!? – Usopp estava mais alarmado do que qualquer um ali.

– Franky vai ser o navegador substituto. Já que formamos uma aliança com o Trafalgar, o Franky pode facilmente segui-lo.

– Mas...-

– Caso não tenha percebido... Meu meio de transporte é um submarino... Às vezes emergimos e ficamos dias dentro da água.

– Eu sei. Franky irá construir algo que funcione como um receptor enquanto o navegador dá as coordenadas. Isso será fácil, já que ele é um marceneiro e usa tecnologias proibidas...

Law lançou um olhar de perplexidade e sanha. Como ela podia deixar sua tripulação por um motivo...


Tão individualista...?


– Eu acho que você realmente não sabe com que iremos lidar futuramente... Estamos falando de um dos quatro imperadores... Precisamos de todos os tripulantes a bordo... Especialmente você...

Nami sorriu ternamente.

– Me desculpe pela decisão egoísta, mas... Eu preciso ir...

Law continuou a encarando de forma colérica. Há poucos dias ele havia se colocado à disposição para resgatá-la das mãos de Eustass Kid, e agora... Ela mostrava sua face miseravelmente mesquinha.


Sua vontade era de retalha-la em pedacinhos a ponto de nunca mais ter seu corpo restituído.


– Robin, você sabe como chego ao próximo Porto Internacional?

– Sim... Mas... O próximo porto fica...-

Em Mariejoa. – Law interrompia.

– Certo... Então é pra lá que eu vou.

Mais uma vez o cirurgião sentia a imensa vontade de mata-la da pior forma possível. Será que aquela garota era tão desprevenida ou estava sendo cínica apenas para provoca-lo? Law estava tão irritado que num impulso a pegou pelo braço e saiu lhe arrastando para fora da sala onde todos estavam.

Nami arregalou os olhos em resposta.

– Hey, aonde você pensa que vai com a Nami-San!!? – De longe Sanji gritava.

– Eu já trago a sua noiva de volta! – O cirurgião redarguia irônico e de modo furioso e implacável. Precisava colocar aquela garotinha mimada e inexperiente nos eixos, longe de seus companheiros.

Law bateu a porta com força.

– Você por acaso sabe aonde vai colocar os pés!?

– Hã...? – Nami arqueou uma sobrancelha.

– Você está indo para o lugar que os piratas consideram como o mais perigoso do mundo.

A ruiva o defrontou seriamente.

– Não se preocupe... Vou me disfarçar e embarcar num navio de passageiros de classe A. Eu tenho muito dinheiro sobrando pra suprir qualquer necessidade, então não levantarei suspeitas.

– Eu vou com você.

– O quê...? – Indagou irritada.

– Vou te acompanhar até o Porto de Mariejoa. Você não vai conseguir passar pela fronteira da ilha e nem comprar passagens sem documentos falsos.

– Como sabe de tudo isso...? – Nami questionava surpresa.

– Não faça perguntas difíceis... – Desconversava de modo incivil.

– Por que resolveu me ajudar...? Você não deveria me matar em vez disso...? – A navegadora contestava sarcástica.

– Eu queria que a aliança não existisse por um minuto, apenas para eu realizar o seu desejo. – Ele também respondia sarcástico enquanto mexia em alguns de seus pertences na mala.

– Não devia se sentir na obrigação de me ajudar... Eu não quero estar em débito com você... – Naquele momento a voz de Nami mostrava tristeza. Ela sabia que nos últimos tempos estava dando trabalho dobrado ao cirurgião e seu capitão. Sua consciência pesava intensamente.

– Eu não acho que uma garota tão fraca e sentimental como você tenha algo do mesmo peso para retribuir... Então não se sinta em débito comigo... Você não teria capacidade de me pagar...

Nami sentiu as palavras maçantes lhe dilacerarem por completo. Por que aquele pirata tão frio e ardiloso conseguia fazer com que sua autoestima desaparecesse por completo...?

– Você é inacreditável... Eu não preciso da sua ajuda! – A garota bradava com fúria a última frase.

Naquele momento, Nami percebeu o sorriso de canto do cirurgião. O mesmo sorriso obscuro e misterioso. Aquele que transparecia infinitas trevas...

– Não se trata de você... Mas sim do Chapéu de Palha... Para chegar ao meu objetivo, vou honrar todos os meus compromissos, ainda que haja obstáculos no meio do caminho... Então você terá que aceitar a minha ajuda mesmo que não queira...

Por mais que quisesse contestar, Nami sabia que seria inútil. Com toda a certeza, Trafalgar Law cumpriria com perfeição seu papel enquanto a aliança com Luffy continuasse. A ruiva teve que engolir todo o seu orgulho e agir com a razão, por que não haveria lógica discutir como uma criança. Mas...

Por ora, ela deixaria que o cirurgião ganhasse aquela batalha... Mas a guerra entre ambos continuaria.




...




– Nami... Preste atenção... Quando ultrapassar a Redline, você embarcará num navio para Water 7 e de lá pegará o Trem do Oceano. De lá fará baldeação para outras ilhas até atravessar novamente a Redline e-

– Não se preocupe Robin... Eu decorei muito bem o trajeto até aqui. – A navegadora sorria despreocupada.

– Nami-San... Se cuide. Não se esqueça de se alimentar bem no caminho.

– Pode deixar Sanji-Kun! – A ruiva sorria para o companheiro enquanto segurava uma pequena mala.

– Nami tome cuidado para não ser reconhecida pela marinha... – Usopp dizia com seu típico sensor voltado para o pessimismo.

– Não se preocupe. Isso não vai acontecer... Logo estarei de volta!

– Vá e salve sua irmã e sua vila... Não roube ninguém no caminho, entendeu...?

– Não sei se isso será possível, pois se você tivesse me pagado a dívida feita em Loguetown há dois anos, talvez tivesse sobrado um dinheiro extra pra essa viagem... – Ela respondia num tom de provocação.

– Quanta dissimulação... Provavelmente teria gastado tudo em roupas há muito tempo... – O espadachim respondia convencido.

– Nami...

– Sim...?

– Me prometa uma coisa...

– Qualquer coisa Robin. – A ruiva atendia ao pedido da companheira, pois sabia que a mesma havia viajado por muitos anos e sempre muito cautelosa para não ser pega. Naquele momento, tudo o que a arqueóloga lhe dissesse era essencial.

– Eu nunca entrei em Mariejoa, mas tenho ideia de como esse lugar é perigoso... Então... Obedeça ao Law e não aja sozinha... Em hipótese alguma.

– Unf... Obedecer a ele...? Mas que pedido mais difícil... – A navegadora suspirou exasperada.

– Prometa.

– Tá... Eu prometo... – Relutantemente a navegadora consentia enquanto fazia uma careta incompreensível.

– Então, te desejo boa viagem...

– Obrigada Robin... – Nami e Robin se abraçaram. Era nítido que as duas tinham uma profunda ligação ao qual os outros membros não compreendiam totalmente.

– Só a Robin-Chwan ganha abraço...!? – Sanji enxugava as lágrimas na manga de sua camisa.



No porto de Toy House que estava incrivelmente cheio, todos acenavam para a ruiva que também acenava de volta e sorria enquanto tentava conter algumas lágrimas. Aquela era a segunda vez que se separaria de seus companheiros por motivos trágicos... Mas dessa vez ela sabia que todos estavam bem e isso já lhe confortara.



Perto do toalete feminino do Porto, Nami se encontrou com Law.

– Por que aqui...? É constrangedor...! – A ruiva disfarçava o rubor ao estar na frente do toalete feminino com o cirurgião.

– Aqui está o seu passaporte. – Ele dizia mais baixo que o comum enquanto entregava um papel na mão dela.

– Onde arrumou isso...?

– Leve essa bolsa com você e se troque no toalete. Use tudo o que está aí.

– O que tem aqui dentro...?

– Suas novas roupas e outros acessórios. A partir de agora até sair de Mariejoa você não é mais a Gata Ladra...

– Mas e você...?

– Eu também deixarei de ser o que os cartazes de procurado chamam de... Cirurgião da Morte.


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Notas finais do capítulo

E agora...? Alguém arrisca dizer o que vai acontecer daqui pra frente...? Só pra não alimentar esperanças em vocês: Não, o Law não vai pro East Blue com a Nami. E também não teremos a participação do Kid (ainda).
A Bonney ficou de aparecer nesse capítulo, mas ele ficou comprido e não tive como estender... Vou me esforçar pra coloca-la no próximo.
E é isso... Espero que daqui para frente vocês estejam preparados para a carnificina... Ehehehe, zuera, mas vai ser algo derivado disso...
Nos vemos no próximo ^/