Elementares e as Cidades Secretas (Livro um) escrita por Lucas L Almeida, Dona As


Capítulo 3
O pior dia da minha vida - parte II


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capitulo ficou muito grande, então eu e "Dona As" resolvemos dividi-lo em duas partes. Os próximos capítulos iram ter mais ação (como prometido) e mais aproximação com a realidade, representação de lugares conhecidos mundialmente e etc. então não percam e, como sempre, comentem para que nós não percamos a força de vontade para criar esse mais novo mundo, então comentem pois precisamos de vocês!!!



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Sonhei que estava em um campo gramado com várias montanhas no horizonte e perto de uma casa com duas pessoas, não conseguia ver seus rostos, mas senti que eram conhecidos. Para aonde eu ia eles me seguiam, junto deles eu me sentia em paz, era como se eles fossem meus amigos. Porém a paisagem mudou, um ar frio congelou o campo e de longe pude ver duas nuvens pretas vindo em nossa direção em alta velocidade, em poucos segundo o medo me tomou e aquelas nuvens estavam sobre minha cabeça. Os meus “amigos”se desesperaram.

— Vamos nos esconder, rápido. — A voz masculina ao meu lado gritou. — Eles vão nos pegar, rápido, vamos!

— Espera... Quem, ou melhor, o que é isto? — Gritei desesperado — Não tem como se esconder.

— Não fuja crianças, só irão nos dar mais trabalho. — Esbravejou uma das nuvens, sua voz era feminina.

Tremulei, tentei escapar das nuvens, mas havia noventa e nove por cento de chances de aquilo acontecer. Não poderia pensar que era um sonho, estava real demais.

— Estúpidos! Esses idiotas ainda têm esperança. — Esta com voz masculina - Não há mais esperança na terra, o nosso mestre retornará.

Corri o mais rápido que pude, mas as nuvens me seguiam. Avistei uma pequena casa feita de madeira, era o único lugar que eu poderia me esconder. Entrei... O sonho mudou tudo estava branco, e em pé um homem velho. Seu rosto era sofrido e enrugado, suas vestes eram antigas e longas, ele era careca e tinha barba longa. O que soava engraçado, mas ele tinha uma expressão seria.

— Caro amigo, devo te avisar que algo terrível está por vir, é maior que você Michael. Mas se tiver fé, acabará tudo bem. E lembre-se sempre que o mais importante nessa jornada é a amizade.

— Do que você está falando?

— Não temos tempo. — Ele falou abanando as mãos. — Mas tenha cuidado.

A porta da casa se abriu e sai, um vazio me dominava, eu me senti sozinho precisava de amigos, porém parecia tarde de mais para conseguir um. Comecei a andar pelo campo ainda congelado, não havia sinal dos meus amigos nem das nuvens negras, foi quando vi duas pessoas mascaradas na minha frente elas me faziam sentir desolado e trêmulo. Não demoraram muito para elas pularem em cima de mim, corpos se chocaram contra o meu, unhas arranhavam o meu corpo e eu senti que era o meu único segundo de vida ali.

— Preciso proteger meus amigos, proteger meus amigos! — Gritei.

Então percebi que tudo fora um sonho, estava na sala de aula, todos os quarenta e quatro Colegas Zumbis olhando para mim com expressões maldosas.

— Enlouqueceu de vez! — alguns falavam — Decidiu que quer aparecer!

Meu olhar foi para Emme e Pedro, não senti mais a imensa vontade de brigar com os mesmos.

— Sr. Brass, você precisa de ajuda com alguma coisa? — Sr. Beckman falou de seu birô.

— Não senhor, eu apenas adormeci e acordei um pouco assustado.

— Vai dizer que passa a noite inteira trabalhando? — Esnobou Emme — Tenho certeza que era para aparecer.

— Não Emme, essa é a sua vida não se engane.

— Seu imbecil.

A roqueira raivosa se levantou veio até mim e me deu um belo soco — Ainda bem que levei um soco, pois ele me fez acordar do meu sonho — o problema é que Emme é muito boa no que faz, seu soco me faz cair no chão, quase quebrou meu maxilar, tive sorte de ela ter me dado apenas um soco ou eu teria que passar um grande tempo na enfermaria. Levantei-me do chão e acordei de vez, Emme Mala e o Projeto de Gênio são meus piores inimigos, como pensei que eles poderiam ser meus amigos? Sentei na minha carteira com a mão no queixo, massageando-o.

O sinal soou, era aula da Sra. Coten, uma mulher que tentava ser legal, era loura e sempre estava de cabelos presos, usava saia um pouco longa e um casaco marrom, ela era a professora de física na qual nunca consegui entender.

— Não abram os livros — disse — Vamos fazer uma dinâmica!

Todos ficaram surpresos e animados. Ela era a professora mais chata que tínhamos, nunca fez uma dinâmica e provavelmente só dava Bom Dia porque é uma professora e cobra educação.

— Que tipo de dinâmica Sra. Coten? — Jacob, um dos meus colegas de classe, perguntou animado.

— Ela é mais conhecida como estatua, vou fazer uma pergunta de física e quem não souber terá que ficar parado.

— Vamos começar. Afastem as cadeiras e formem um circulo.

Ótimo! Iria passar a aula inteira parado junto com quase toda a classe. Só me movi para ir até o circulo no meio da sala. Pedro, Emme e eu estávamos desanimados, não queríamos nenhum pouco participar da tentativa de dinâmica.

— A primeira pergunta... O que seria grandeza Escalar e Veto...

A professora nem acabou a pergunta e todos já estavam parados, os segundos se passaram e eles não se mexeram mais, baguncei o cabelo de uma menina que estava do meu lado na tentativa de fazê-la se mexer, mas em vão. Fiquei paralisado de medo, era como estar de volta ao meu sonho.

— Sra. Coten o que está acontecendo? — Minha voz era falha. — Que tipo de brincadeira é essa?

— O que? — Emme levantou a cabeça olhando em volta. — O que está acontecendo aqui? O que você fez?

— Quem fez o quê? — Pedro me perguntou. — Que droga é essa? Por que ninguém se mexe?

Pedro podia ser comparado com uma garota assustada de um filme de terror, principalmente aquelas que morrem no final. Eu estava ficando mais assustado ainda.

— O tempo parou. Provavelmente o melhor mágico do mundo passou por aqui e ninguém nos avisou. — falei.

— Não é hora para brincadeiras Michael — advertiu Emme.

— Então quais suas explicações por isso?

— Não sei de nada. — Olhamos para Pedro quando Emme terminou de falar.

— Não olhem pra mim.

Por incrível que pareça não estávamos muitos nervosos, até que as minhas idéias de “isso é normal” mudaram, pois percebi que o tempo havia se transformado aterrorizadamente, Pedro, Emme e eu fomos ver da janela o que estava acontecendo. Avistamos uma grande tempestade com trovões no céu; acho que quando o mundo acabasse seria daquele jeito, o sol que brilhava foi coberto por nuvens tão negras quanto as do meu sonho.

— Vamos sair daqui, agora! — gritou Pedro.

Não deu tempo para nada, em fração de segundos o vendaval alcançou a escola, o vidro das janelas foram quebrados e a rajada de vento que entrou por elas nos fez chocar-se contra o quadro.

— Ai! — Emme gritou.

— Ah! Nunca pensei que “com a cara nos estudos” doesse tanto — retrucou Pedro.

— Minhas costelas estão arrebentadas — falei.

Não nos machucamos grave mente, mas não caio bem um empurrão direto para o quadro, ajudei Emme e Pedro a se levantarem. As janelas de vidro estavam quebradas, o chão estava completo de cacos de vidro dava até para ver os reflexos dos meus Colegas Zumbis que estavam totalmente parados e — não sei como — sem nenhum arranhão.

Ou o mundo estava hibernando ou estava usando drogas e não percebi.

— O que você fez? — Pedro perguntou a Emme.

— Nada, eu só escuto rock.

— Algo de errado está acontecendo — Peguei um lápis da boca da garota que se encontrava mais perto de mim e completamente petrificada, congelada... sei lá — Isso está muito estranho.

— Sério? Acredita que ainda não percebi? — Emme resmungou e eu pude me sentir um idiota.

— Vocês estão bem? — Pedro perguntou por educação.

— Sim Pedro, obrigado. — Resmunguei.

Emme nem ao menos respondeu, caminhamos pelos corredores e tudo estava estranhamente quieto, pela primeira vez não consegui ouvir nada. Lembrei-me do sonho, do campo todo congelado e como isso soava semelhante. Ainda não acreditava que Emme não teria nenhuma responsabilidade por isso. Do outro lado do corredor um menino estava no bebedouro, tentando beber a água que estava parada no ar. Mais a frente um menino estava no ar, prestes a cair e outros com sorrisos maldosos olhando para ele e como Emme é mais maldosa todos, nos fez parar no meio do caminho e pediu para ajudá-la a colocar o pobre menino em cima dos outros.

— Emme você é genial. — Pedro gritou.

— Eu sei.

Revirei os olhos com a conversa dos dois.

Nesse meio tempo avistei duas pessoas com roupas pretas, ainda me perguntei se seriam os pais de Emme, eram uma mulher e um homem, o homem parecia bem imbecil tinha cabelos um pouco grandes e pretos, uma barba mal feita e um olhar de assassino, tinha a pele morena, seus olhos eram estranhos mudavam de cor constantemente e tinha a aparência de ser bem forte. A mulher parecia fria e calculista, tinha a pele clara; feito a branca de neve, olhos castanhos, cabelo estilo Chanel, era magra... Notei também que as suas unhas não eram normais além de muito grandes estavam meios podres.

— Eles estão ali. — A mulher apontou para nós.

— Vai ser tão fácil. — Gritou o homem.

Meu corpo parecia que iria ter um colapso nervoso, eram as vozes das nuvens que eu havia sonhado e novamente estavam atrás de mim.

— Corram! — Gritei.

Cada um foi para um lado diferente, não sei a direção exata, mas nos separamos. Éramos três e eles somente dois, por que o homem tinha justo que me seguir? Cheguei à quadra cansado, já tinha corrido o colégio todo e esse cara não saia do meu pé. Entrei no vestiário e encontrei um armário aberto, entrei nele e puxei a porta, não a deixando fechar. Não faço a menor idéia de como entrei ali, o espaço era mínimo, mas deu certo. Fiquei olhando pelas brechas e vi quando o homem sinistro passou. Não sei se preferia está correndo desse homem ou preso nesse armário mal cheiroso, para mim as duas opções eram bem ruins.

— Garoto miserável. — Ele deu um murro no armário ao lado. — Apareça e facilite as coisas.

Ouvi seus passos se distanciarem, esperei alguns minutos antes de sair do armário e comecei a correr para longe do vestiário. Eu apenas pensava em sair logo desse colégio. Comecei a andar devagar quando ouvi gritos de frustração femininos. Cheguei ao ginásio a tempo de ver Emme entrando na piscina. Fiquei um tempo esperando ela voltar para irmos embora, mas os minutos se passavam e era como se ela conseguisse respirar na água.

Escondendo-me nas espreitas cada vez mais ia chegando perto da saída dos fundos do colégio que era usada pelos seladores. . Ao sair corri para uma praça de frente da porta dos fundos da escola e me escondi nas árvores; vi Pedro se esgueirando para me chamar.

— Michael! — ele gritou.

Fui até ele.

— Onde você estava? — Perguntei.

— Estava no laboratório àquela mulher estava atrás de mim, consegui me esconder e quando ela saiu da sala corri. — Ele falou rápido demais. – Você sabe onde está Emme?

— Sim, na piscina.

— Na piscina? Emme não é muito fã de piscina.

— É... Pelo que eu vi, não parecia que ela não gostava...

Virei-me para a porta dos fundos do colégio e vimos Emme correndo totalmente encharcada até nós, sua maquiagem preta estava totalmente borrada e parecia que ela andou chorando lagrimas pretas.

— O que os dois palermas estão olhando?

— Nada. — Pedro falou.

— Espero — Ameaçou Emme.

Com certeza se eu contasse essa “aventura” para qualquer um, ninguém acreditaria nem mesmo eu acreditaria. Coisas estranhas aconteceram naquele dia, acordei sozinho e cedo, consegui tomar café da manhã, quase esqueci que Emme e Pedro eram meus inimigos, Sr. Beckman pela primeira vez usa os módulos, tenho um sonho mais que real, a professora de física passa uma dinâmica, o tempo parou, fui perseguido por um casal sinistro, Emme enfrenta totalmente a capacidade humana e fica um tempo sem respirar de baixo d’água. Sem duvidas, esse foi o pior dia da minha vida.


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Notas finais do capítulo

OK, primeiro capítulo postado, esperamos que gostem e o próximo passo é conhecer a família de Michael, vocês não podem perder...



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