Stay [Roy X Riza] escrita por Mile Mieko Chan


Capítulo 1
Chapter 1 - Darling


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfiction é bastante curta, apresentando apenas 3 (três) capítulos. É uma homenagem às personagens Roy Mustang e Riza Hawkeye, tendo foco em Fullmetal Alchemist Brotherhood, de Hiromu Arakawa.

*Nota: Existem outras personagens além das citadas na descrição.

Kissus,
Hope that you enjoy it!



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Já não era mais tão fácil carregar o fardo da morte. Não que esta fosse de alguém próximo, mas sim de pessoas que mal conhecia. Havia tomado uma decisão e voltar atrás estava longe de ser uma ideia. Aqueles tempos o marcaram profundamente.

—x-

   Levantou-se. O clima em sua velha sala já não era mais o mesmo desde que cada um de seus subordinados fora para locais diferentes em sua zona de comando. Estava prestes a alcançar seu sonho, mas algo faltava. Depois que tudo finalmente acabou, depois que resolveram se reerguer do passado, não se teve mais notícias dela. Ela, o falcão mais belo e nobre que já vira.

   Deixou o Quartel General; o sol estava se pondo e o céu era de um laranja intenso. Quando chegou ao seu destino já era noite. Entrou no estabelecimento e encontrou os mesmos nos quais estava a pensar pouco antes. Até uma pequena festa de comemoração não era bem-vinda estando naquele estado. Havoc foi o primeiro a perceber.

   - Por que essa cara, Coronel? Ou melhor dizendo...

   - O Havoc tem razão – Fuery complementou. – Logo você receberá o cargo de Führer. Deveria estar mais feliz, Coronel.

   - Esta ocasião é digna de um abraço! – dizia o General Armstrong, já tirando a camisa e exibindo os músculos, como de costume.

   - Alguém tem notícias dela? – perguntou gerando um abrupto silêncio nos presentes à mesa em sua frente, que pelo horário eram os únicos no local.

   Ficaram sem vontade de falar de repente e o clima de felicidade diminuiu. Alguns abaixaram a cabeça ou se remexeram de mau jeito na cadeira evitando tocar no assunto, mas Breda conseguiu pronunciar a resposta que era a mesma há algum tempo.

   - Por hora, nada, senhor Mustang. Mas não se preocupe, sinto que estamos quase lá...

   - Assim que ela for encontrada será avisado com precisão, Coronel – Fallman mantinha um ar sério e discretamente lúgubre.

   Mustang ficou mais um tempo fitando o chão, apenas escutando as poucas palavras que os outros conseguiam dizer. Seu rosto não estava muito visível, mas sabiam que sua cara não era das boas. Era como se voltassem à época em que perdeu seu melhor amigo, se assim podia dizer.

   Antes de se afastar para uma mesa mais ao fundo do pequeno bar e começar a beber sozinho, falou algo que não deveria, mas deixou-os piores do que já estavam.

   - Por favor... Não me chamem de Coronel... – e distanciou-se.

   - S-Sim, senhor Mustang – disse Fallman fazendo sinal de sentido e sendo acompanhado pelos outros subordinados.

   Observaram o estado dele momentaneamente e acabaram desistindo de comemorar qualquer que fosse a coisa.

   - Realmente não foi uma boa ideia fazer isso – disse Fuery, cabisbaixo.

   - Todos sabiam que ele não se animaria com isso – Breda continha razão em sua voz. – Até pensei que iria ficar tentando esconder, mas me enganei...

   - É mesmo, isso é bem típico do coronel... Quero dizer, do Mustang. Mas o que vamos fazer? Bolar mais uma estratégia? – questionou Havoc, ascendendo um cigarro.

   - Minha opinião é que vocês deveriam falar com o pequeno Roy sobre isso – disse Madame Christmas aparecendo por trás do balcão, ao lado da mesa quadrada onde estavam os sete militares.

   - Mas ele mal abre a boca, como vamos fazer isso? – Armstrong inquiriu, vestido novamente.

   - Então nós dois falaremos com ele! – falou decidida a segunda-tenente [1] Ross, que, acompanhada do sargento Brosh, não haviam falado nada até agora.

   - Mas o que pretendem fazer? – perguntou Havoc.

   - Apenas observe – respondeu.

   Com passos firmes Ross e Brosh dirigiram-se à mesa em que estava o coronel, num local reservado do bar. Pararam a poucos passos dele e pronunciaram-se, desobedecendo a sua ordem anterior.

   - Coronel! – começou Ross num tom que o assustou e o fez virar-se para trás, encarando a postura firme de ambos. – Estamos dispostos a morrer a fim de encontrar e trazer de volta a primeira-tenente Hawkeye e não descansaremos até que esse objetivo seja cumprido!

   - Por isso, anunciamos que estamos deixando a Cidade Central neste momento para cumprir com nosso dever! – complementou Brosh, agora acompanhando a colega de trabalho num nada hesitante gesto de sentido novamente.

   Roy agora estava com os olhos arregalados. A princípio pensou ser imprudência, mas realmente estavam falando sério. Franziu a testa e olhou para baixo angustiado. Essa decisão não cabia a ninguém a menos que...

   - Não – foi o que disse.

  - Hum? Como assim “não”? – o tom incrédulo da segunda-tenente ecoou pelo local quase vazio.

  - Se é para o bem do senhor, Coronel, esse dever é de todos aqui! – explicou Brosh ainda olhando para ele.

   Roy pôs-se de pé. Agora atento, olhava para os subordinados que estavam mais atrás, próximos à entrada. Nessa troca de olhares, todos puderam perceber uma chama quase literalmente queimando em seus orbes negros. A expressão, agora mais determinada e séria, caminhou para a porta, pegando um sobretudo preto pendurado em um tripé ao lado desta e deixando-o cair sobre seus ombros. Apanhou um chapéu de um dos subordinados em cima da borda esquerda do balcão e, ajeitando-o na cabeça, abriu a plataforma de madeira.

   - Espere! Senhor Mustang, aonde o senhor vai? – Fuery estendeu um braço, em reflexo, para alcança-lo no ar.

   - Alguém verdadeiramente gentil não deve ficar fora da cidade por muito tempo – disse fazendo uma pausa e fechando os olhos para descontrair num sorriso de canto. – Realmente, eu estava errado... – concluiu saindo para encarar o vento um pouco severo do lado de fora do bar, indo em direção a um carro preto que comumente utilizava.

   A segunda-tenente Ross e o sargento Brosh não ficaram satisfeitos com tão poucas palavras e mesmo com a velocidade do gesto de sair correndo atrás de Mustang, só conseguiram ver um veículo distanciando-se rápido o suficiente para não se deixar seguir ao longo do final da rua, virando uma esquina logo depois.

   Entraram de volta e ela bateu a porta com um chute. Sentou-se bufando de raiva e a essa altura, ninguém estava entendendo mais nada.

   - Será que ele foi atrás dela? – indagou Armstrong.

   - Conhecendo aquela figura, com certeza foi – opinou Havoc dando mais um trago e completando. – Ele mesmo disse que almejava alcançar seu objetivo ao lado da moça que o salvou tantas vezes, não é mesmo? – falou sorrindo.

   - Sério que ele disse isso? – Breda beliscava um pedaço de pão.

   - Isso tudo é conversa fiada!! – gritou Ross, sem dar espaço para respostas. – Como ele pode sair para procurar o amor de sua vida assim, sem mais nem menos?! Nós deveríamos ir junto! Somos seus subordinados, afinal!!

   - Isso é uma coisa que só o pequeno Roy tem que fazer – disse Madame Christmas, tentando acalmá-los. – Entendo você, moça, mas como subordinados dele, devem deixar que resolva seus problemas pessoais sozinho.

   - Mas se ele não voltar logo, corre o risco de passarem o cargo de Führer para outra pessoa... – Brosh falava sem muita certeza do que dizia.

   - Segundo as regras da Central, ninguém poderia fazer isso. Olivia pode confirmar a informação, se quiser, sargento Brosh – mencionou a irmã com respeito.

   - Acredite, ele não vai demorar. Pode ser estúpido de vez em quando, mas deve ter se lembrado desse detalhe.

   - Havoc está certo. Mas por que o meu chapéu tinha que se envolver? Ele era novinho... – as quase lágrimas de lamentação eram visíveis na expressão do militar.

   - [Todos] {gota}

   - KYAHAHAHA!! Qual o problema, hein, Fallman? Está ficando careca? KYHAHA...

   - Respeite os mais velhos! Seu militarzinho de meia tigela!! – deixava o abatimento de lado para jogar sua irritação em Breda.

   - Vamos parar com isso e me ajudar a arrumar essa bagunça? – Madame Christmas os encarava com um sorriso satisfeito no rosto somado a um timbre autoritário.

   - Mas ainda podemos comemorar! – Fuery animou-se de repente.

   - O quê? – Ross ainda cerrava os dentes. – O fato de ter ido atrás da primeira-tenente?

   - Não é isso! Vamos comemorar por saber que com certeza eles voltarão.

 

 

[1] O correto, de acordo com a norma culta, é chamar independentemente do gênero de “segundo-tenente”, no masculino. Porém, tanto na dublagem da série animada quanto na tradução dos guias em mangá, as referências aparecem dessa forma.


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Notas finais do capítulo

Mereço comments? y.y'

ATUALIZAÇÃO 2017
Este capítulo foi corrigido, a fim de serem removidos possíveis erros e discordâncias gramaticais. :)
Se algum deles ainda estiver à solta por aí e incomodar você de qualquer forma, contribua com a estória, avisando nos comentários! ;D
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