POV KATHERYNNE

Levantei-me do sofá cuidadosamente para não acorda-los. Espreguicei-me e olhei para o relógio. 19h21... Suspirei e lentamente me dirigi à cozinha, em busca de algo para comer. Abri o armário e percebi que teríamos logo que fazer compras. Havia alguns salgadinhos e pacotes de biscoito lá. Hm, que jantar...

Escrevi um bilhete avisando que iria as compras e que voltaria em pouco tempo. Peguei as chaves e dinheiro suficiente para a compra que faria e fui até o carro [É, elas têm carros] e dirigi até o destino. Ao entrar no supermercado, senti uma estranha atmosfera, mas ignorei.

– Katherynne? A MINHA Kat? – uma voz as minhas costas perguntou.

Virei-me lentamente, sem saber quem estaria lá.

–Ahn? Você me parece familiar... Mas não o reconheço... Quem é você?

– Não se lembra do seu melhor amigo? Que feio. – brincou.

– KENNY??! GLOB! Pensei que tivesse... Falecido.

– Eu também, mas... Aqui estou. – estendeu os braços para mim, como se oferecesse um abraço.

–Heh... E a puta... Quero dizer, e a sua “ADORÁVEL” namorada?

– Aquela vadia me abandonou na primeira oportunidade. –rosnou.

–Previsível. Provavelmente ela morreu depois, correto?

–Como você adivinhou? – perguntou surpreso.

–Eu leio mentes. – brinquei e nós rimos.

Eu continuei a selecionar os produtos e ele acabou por acompanhar-me e ajudar-me, no final das contas. Envergonhado, ele pediu para conhecer minha casa. “Esse garoto está tentando dar em cima de mim tanto tempo depois daquilo? E só por que levou um pé na bunda?! Risos eternos, porque eu o avisei e nem fodendo que ele tem outra chance, já dei milhares! Mas... Depois de tudo, ele ainda é meu melhor amigo... Por que não?” – pensei.

–Hm... Okay. Ajude-me a carregar as compras primeiro, por favor.

Naquele curto período de tempo que conversamos da porta até meu carro, ele parecia realmente não ter mudado nada. Isso é ótimo.

– Minha nossa! Um camaro vermelho?! – ficou boquiaberto.

–Err... Sim. Meus pais me deram de presente recentemente. Eu não sei de onde eles tiraram isso, mas estou MUITO feliz. – confessei.

Ele riu e guardamos as compras. Rapidamente, chegamos à mansão e ele novamente ficou surpreso. Ele parecia bem entusiasmado, chegou a parecer que era um clone dele ou algo do tipo. Espantei esses pensamentos nem tão idiotas e abri a porta da casa. Entramos silenciosamente e guardei as compras, deixando somente de fora a pizza congelada. A pus no forno e fui até a sala de estar, onde Kenny e Marshall estavam se encarando.

–Oi Kenny, quanto tempo, não é? – Ann perguntou tentando quebrar o estranho clima.

–Oi Ann. Como vão as coisas?

–Bem... Vão indo.

“Que conversa animada, não?” – pensei ironizando.

–Kat... Pode me ajudar com uma coisa na cozinha rapidinho? – Ann demonstrou estar preocupada.

Assenti e lá estávamos.

–O que é, Ann?

– Cara, vai rolar ‘treta’ se você não tirar o Kenny dali!

–Por quê?

–Porque o Marsh é ciumento e as vezes Kenneth[Kenny] pode ser bem... Digamos, babaca em relação ao passado.

–Você tem razão. –murmurei com o olhar voltado para baixo.

–Tipo, ele pode dizer o quão você era a fim dele e sei lá...

–Isso já passou. Hey, eu não acho que ele vá fazer isso...

–Hm, tenho minhas dúvidas. Anyway, fique de olho.

Assenti e voltamos para a sala. Liguei a TV e sentei-me ao lado de Marshall. Inconvenientemente, Kenny sentou ao meu lado. Ann foi minha salvadora e o fez afastar-se para ela sentar. Sussurrei um “Obrigada” para ela. Meu celular deu um toque. Uma mensagem.

Nikkie: Kat, eu estou indo pegar meu lápis de olho emprestado, O.K?

Kat: Okay, mas a atmosfera pode estar meio tensa.

Nikkie: Wow, you need backup. Vou te ajudar aí.

Kat: Valeu! Sério.

Os minutos intermináveis acabaram e ela finalmente chegou. Não fazia ideia de qual era o plano dela, mas qualquer ajuda é sempre bem vinda. Ela conversou com ele por algum tempo e o convenceu de alguma forma a sair dali para fazer alguma coisa. Obviamente não desconfiei dela, ela nunca trairia o namorado, a não ser por vingança. Entreguei o lápis do olho e eles foram embora.

Marshall olhava para mim com certo ar de ciúme. Ele parecia P da vida. Vish... E o que acontece agora?

Continua...