E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 27
Eu não suportaria perder você...


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee! Blz amores?
Bom tenho certeza que muita gente ficou decepicionado na cap anterior pensando que haveria um beijo, não? Bom não digo que tera bjss nesse, mas...
Boa leitura!



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WALT/ANÚBIS



No meio da noite comecei a sentir um desconforto que se espalhava pelo meu corpo e mente. Meus sonhos fantasiosos em que eu tinha Sadie nos braços sumiram e a escuridão incomoda se fez presente. Depois de resistir à sensação por um bom tempo abri os olhos e ainda sem enxergar me sentei na cama. Eu estava no quarto no fim do corredor que há muito tempo atrás havia pertencido a Carter. Esfreguei os olhos e minha visão melhorou consideravelmente. Me pus de pé e comecei a andar sem nem saber o porque de tal feito. Sem que me desse conta, eu já estava parado na frente da porta do quarto da loira; a porta entreaberta me chamou a atenção.



...A roupa que a menina usava na noite passada estava jogada no chão, as cobertas reviradas e o resto do quarto parecia frio, como se Sadie tivesse saído a muito tempo. Meu coração errou algumas batidas quando o sono me deixou. O desconforto vinha de Sadie e não de mim! Abri as portas da sacada e me dirigi até a muretinha, observei toda a vista procurando um ponto dourado no meio de todo o verde e azul escuro. Eram 06h47min no relógio no canto do quarto e Sadie não acordava cedo. Sai do quarto e passei em todos os cômodos da casa e nenhum sinal da menina.

Meus nervos já estavam à flor da pele. Ela não estava em casa. Voltei ao quarto temporariamente meu, arranquei as roupas leves do pijama e pus um jeans, uma camiseta qualquer e um tênis. Já saia do quarto quando pensei em pegar um casaco.

Sai da casa e agradeci ao meu bom senso por pegar o casaco; o vento era fraco, mas não deixava de ser frio. A vista seria linda se eu não estivesse tão inquieto: a grama, as flores e demais coisas estavam cobertas por uma camada cristalina de orvalho e o sol estava apenas pensando em nascer, de modo que o céu se encontrava em uma mistura de cores. Passei a dar passos largos e rápidos em volta da casa procurando qualquer sinal dela... Nada. Não havia qualquer traço da menina!

Aproximei-me dos estábulos já desanimado e quase perto do abismo chamado desespero. As grandes portas estavam abertas e de lá pude ver minha loira escovando um cavalo branco quase prateado. Suspirei aliviado e vi a menina tremer de frio e me aproximei de vagar tirei o casaco e o coloquei em volta dos ombros da minha pequena. Lentamente ela olhou em meus olhos, levantou e eu a ajudei a colocar o casaco. Bom, eu estava tentando me acostumar com a mínima distancia então comentei:

–Você não costumava acordar cedo.

–Acredite isso é uma novidade pra mim do mesmo jeito que é pra você. – ela forçou um sorriso, mas desviou os olhos e voltou a escovar o pelo branco já brilhante do animal.

– O que aconteceu?

–Não consegui dormir. – ela disse de forma vaga me escondendo algo.

–Sonhos ruins? – seu corpo ficou imóvel por um momento e depois um longo suspiro escapou.

–Talvez. – ela estava sendo muito vaga em relação a tudo isso; ela virou para mim e se afastou do cavalo pegou algo que eu não identifiquei de primeira e o lançou no ar na minha direção. Agarrei a escova ainda no ar e ela sorriu – Bom, pode começar. – e se voltou para o próprio cavalo. Fiquei alguns segundos parado só olhando para ela – Vamos Walt!

Continuei imóvel e ela riu. Tirou um cavalo negro da bainha e o trouxe até perto de mim. O cavalo era esguio e bastante belo, a pelagem era tão negra que às vezes se via reflexos azuis.

–Esse é o Noite. – Sadie me apresentou ao cavalo sorrindo – Você vai cuidar dele hoje.

Não foi difícil. Simpatizei com o cavalo logo de cara. Escovei seus pelos magníficos e pensava no quanto o nome lhe caia bem. Escovava o focinho com ternura quando pensei em perguntar a Sadie:

–Se este é o Noite, quem o seu amigo? – perguntei me referindo ao cavalo prateado. Sadie também escovava o focinho do animal e, portanto, estava de costas para mim, mas virou e sorriu.

–Não consegue adivinhar?

Pensei um pouco, mas não falei nada.

–Se esse cavalo representa a noite, o que esse poderia representar?

– A Lua talvez. – arrisquei e o cavalo relinchou alegremente enquanto Sadie ria e acariciava o pelo do animal. Ela virou para mim ainda sorrindo.

–Você acertou. - ela se afastou, mas virou para mim. – Vem cá.

Segui ela até um canto no estábulo.

–Pega a cela. – ela mandou e eu obedeci, voltamos aos cavalos e ela me ensinou como colocá-la no cavalo. Voltamos para o canto com mais celas e mais uma vez Sadie me mostrou como colocá-la no cavalo. Selei os dois e fiquei olhando a loira durante mais algum tempo.

–Você já montou? – ela perguntou sem olhar para mim, ainda conferindo as celas e os dois cavalos, Lua e Noite.

–Não.

–Sério? – ela pareceu surpresa, mas virou sorrindo para mim como se isso a agradasse. – Então eu te ensino.

Os próximos minutos foram agradáveis enquanto a minha pequena loira me ensinava o básico: ajeitava as rédeas e minha postura, depois ainda no chão me explicava como controlar o corcel negro. Depois ela montou a Lua e ambos saímos dos estábulos. Fomos devagar apenas apreciando o nascer do sol e a brisa fresca da manhã. Passamos pela casa e começamos a nos afastar por algumas colinas verdejantes e molhadas pelo orvalho. Ao mesmo tempo, Sadie e eu colocamos Noite e Lua a trote e logo mais a velocidade era aumentada. Sadie tinha os cabelos levados pelo vento e os olhos fechados. Aproveitava cada segundo e parecia se sentir livre da confusão que virara sua vida. Segui seu exemplo e fechei os olhos e senti a liberdade do momento, a ternura do vento e as boas vindas do sol. Depois de alguns minutos eu já podia sentir o suor escorrendo pelas minhas costas, mas essa sensação me foi agradável.

Demos voltas pelas colinas alterando entre marcha e trote. Curti o momento mais do que consigo admitir em palavras. Foi uma das poucas vezes em que me diverti de verdade em toda a vida; e todas essas poucas vezes foram com certa loira. Cavalgamos de volta para a casa e deixamos os dois cavalos sangue puro no pasto verde à-vontade para comerem. Entramos no sobrado e Sadie já tirou o casaco; seguimos até a cozinha e juntos preparamos um café da manhã merecido: suco de laranja bem fresquinho e torradas com manteiga, requeijão e geléias.

As horas haviam passado de forma rápida; quando terminamos de comer o relógio apontava 11h53min. Fomos para a varanda e nos sentamos na rede observando a calmaria do dia. Era quase grosseiro o modo como aquela vista exalava serenidade e a cidade de Londres só nos lembrasse dos perigos que corríamos lá. Perigos...

–Sadie... – comecei com a voz baixa e ela olhou para mim – você teve um pesadelo, não foi?

Ela desviou os olhos e os fixou no horizonte.

–Foi.

Mais alguns minutos em silencio e o ar pareceu ficar pesado.

–Foi muito ruim? – não consegui evitar a pergunta.

Ela conseguiu sorrir; sorriso esse que não chegou aos olhos.

– Você nem imagina!

–Vai me contar um dia? – manti a voz baixa; não havia motivos para falar alto, estávamos lado a lado e o assunto era quase sombrio. Sadie olhou em meus olhos com uma expressão próxima da tristeza.

–Vou. Mas não hoje.

Não consegui esconder o sorriso.

–Você sempre conta depois. – encostei meu ombro no dela, mas logo o tirei; por um segundo seu sorriso alcançou os olhos, mas seu rosto ficou inexpressivo depois.

–Foi o pior sonho que eu já tive. – sua voz era baixa e tristonha. Passei meu braço sobre o ombro dela e a trouxe para um abraço forte. Sadie se encostou ainda mais em meu corpo e essa simples aproximação fez meu coração disparar.

– Eu sempre vou proteger você. Não precisa ter medo de nada. – sussurrei ainda apertando o seu corpo contra o meu. Sadie olhou em meus olhos.

–Dessa vez nem você pode me proteger, Walt. – ela levantou da rede e começou a se afastar pela varanda que dava a volta pela casa. Não agüentei ficar apenas observando, me levantei e a segui em passos firmes e ágeis. Alcancei-a e segurei seu pulso, ela parou sem resistir ao toque, mas não se virou para mim. Virei ela de forma lenta e delicada e seu corpo se aproximou do meu. De forma baixa, mas firme afirmei:

–Então eu vou morrer tentando. Daria tudo por você e quantas vezes isso fosse necessário. Onde, quando, como não me importa. Você é tudo pra mim. Tudo! – seus olhos brilhavam com o que me pareciam lágrimas. Eu segurava suas mãos entre as minhas, mas soltei uma delas e acaricie sua bochecha. Sadie fechou os olhos apreciando meu toque. Alisei seus cabelos e me aproximei ainda mais; ela não me impediu, mas também não disse nada. Seus olhos me convidavam a chegar cada vez mais perto. Seus lábios estavam quase nos meus; separados por milímetros... Nossos lábios se roçaram de leve; não era um selinho, mas o simples e muito leve toque fez meu corpo se arrepiar.

... O som de um motor fez com que virássemos para o lado. Um carro se aproximava pela estrada de terra. Nossos olhos voltaram a se encontrar; ambos brilhando de tristeza, incapacidade e desejo enquanto os rostos continuavam impassíveis.

– Não quero que se machuque. Não por minha causa, Walt. – as palavras saíram de uma forma quase dolorosa para ela e eu não soube bem como reagir. Separamo-nos de forma relutante e fomos para o jardim da frente. Os avôs da loira foram logo abraçá-la e saber como estava. Não neguei um sorriso à cena... Por enquanto, Sadie não precisava mais de mim.

Começava a me afastar quando uma voz me parou.

–Já vai rapaz? – o avô de Sadie se pronunciou. Sadie estava falando com sua avó, mas se virou quando ouviu a pergunta do avô e focou seus olhos em mim.

–Sua neta esta segura com vocês aqui. – respondi ao idoso, mas meus olhos estavam nela. – Não precisam de mim, por enquanto.

Sadie deu passos silenciosos na minha direção e eu não pude tirar os olhos dela, mesmo sabendo que mais dois pares de olhos estavam cravados em nós.

–Então, eu te vejo segunda? – ela perguntou

–É. Nos vemos segunda. – ela passou os braços ao redor do meu pescoço e eu a envolvi nos meus braços em um abraço apertado. Sua cabeça descansou em meus ombros e eu afaguei seus cabelos. Quebramos o abraço e eu comecei a me afastar.

Hei rapaz. – de novo o velinho me chamou e me virei para ele sem saber o que esperar – Por que não passa o resto do fim de semana conosco?

Sadie e eu estávamos surpresos, mas incrivelmente felizes. Ela olhou para mim e deu um sorriso meigo.

–Fica?

Eu sorri de volta.

–Fico!

Ela veio até mim e eu fui até ela. Mais um abraço apertada no qual eu a tirei do chão e a rodei no ar.

–Bom, vocês podem cuidar dos cavalos... – vovó começou, mas viu os dois cavalos muito bem tratados – Acho que vocês vão nos ajudar com o jardim.

Soltei Sadie e fomos logo aos canteiros. Passamos a tarde arrancando ervas daninhas e plantando diversas flores: margaridas, rosas e até girassóis. No fim não consegui não reparar em como a menina estava linda e serena... Mas não resisti a provocá-la.

–Sadie tem uma coisa no seu rosto. – comentei, mas ela não olhou para mim, continuava a mirar as flores.

– E o que isso seria? – ela perguntou.

–Isso. – enchi minha mão de lama e lambuzei toda a sua bochecha. Ela me olhou como se não acreditasse no que eu tinha feito enquanto eu ria satisfeito, mas ela se limitou a inclinar a cabeça para o lado enquanto tirava o possível da lama com as mãos.

–É... To orgulhosa! – ela exclamou e foi a minha vez de não acreditar no que ela dizia. – Eu te ensinei muito bem, hein Walt! – estava perdido no seu sorriso que não reparei na sua mão cheia de lama... Ela lançou muito mais lama do que eu, e não apenas o meu rosto, mas o ombro direito também acabou sujo de terra. Assim iniciamos uma pequena guerra que rendeu muitas risadas e muita sujeira.

–Olha só o estado de vocês dois! – a avó de Sadie exclamou surpresa - Pelo menos as flores ficaram lindas.

Com o canto dos olhos pude ver o avô se aproximando.

–Sadie? Minha querida, você esta pensando em mudar a cor dos cabelos? – ele perguntou em um tom divertido; Sadie tinha bastante lama nos cabelos e o dourado esta quase invisível aos olhos alheios.

–Cansei de ser loira, vô. – ela comentou e os dois riram.

– Vocês não podem entrar em casa desse jeito!

–Não. Não podem não. – o velhinho completou – Tenho uma idéia: Vocês levam a Lua até a cachoeira e se lavam lá e na volta vão trazer uma cesta cheia de maçãs. E não, Sadie. Você não pode escapar.

–Mas eu não disse nada! – ela exclamou

–Mas pensava em dizer, não? – a avó se meteu.

–Talvez. – ela respondeu se afastando e indo até a Lua com seu avô – Você vem? – ela perguntou a mim. Apressei-me a correr até eles.

O idoso nos ajudou a montar e logo Sadie e eu íamos em direção a cachoeira. Sadie ia à frente guiando o cavalo e eu me segurava em sua cintura cheia de lama. O fim da tarde se aproximava e logo a noite cairia. Chegamos à macieira e a partir daí fomos guiados apenas pelo som das águas caindo.

... Avista era incrível. As águas cristalinas caiam de forma convidativa. Desci do cavalo e ajudei Sadie a descer (sendo muito mais especifico, eu a ergui nos braços antes que tocasse o chão), logo prendemos Lua em uma arvore qualquer. Não perdi tempo algum e peguei Sadie nos braços e pulei junto com ela no rio de correntezas fracas e águas calmas. Assim que voltamos à superfície já estávamos quase limpos já que grande parte da lama se dissolveu. Daí começou a guerra de água que durou muito mais do que a guerrinha de lama.

...Batíamos pés e mãos na água; agarrei o tornozelo da menina e a puxei para perto. Ela por sua vez forçou meus ombros para baixo e ia para o fundo do rio junto comigo. Afundar não foi difícil já que ainda usávamos jeans e ainda estávamos com os sapatos. Voltamos para a superfície e Sadie se afastou até uma rocha quase plana; ela tirou os tênis e a calça jeans, mas permaneceu com a regata laranja colada ao corpo. Ela voltou para a água e nós voltamos a brincar. Mergulhamos indo em direção ao fundo e lá nossos corpos se roçavam há quase todo o instante...

Voltamos à superfície ao mesmo instante a uma distancia perigosamente difícil de resistir. Já estávamos ofegantes pelo o tempo que ficamos embaixo da água e a proximidade não me era conveniente. Sadie se apoiava com uma das mãos em meu ombro e parecia na mesma situação que eu. Envolvi sua cintura ainda embaixo da água e me aproximei ainda mais...


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Notas finais do capítulo

me desculpem qualquer erro, meus pais estão limitando um pouco o meu tempo no pc hoje...
Bom comentem, recomendem entre outros que a fic está na reta final e logo Sadie, Walt e todos os outros vão ir embora... rsrsrs
Até logo meus anjos!
=D