E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 13
Nos aproximamos um pouco mais




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WALT/ANÚBIS

Ok. Ela estava escondendo algo de mim. Ela estava mal e eu sabia que parte disso era por culpa daquele maldito bilhete!

-Sadie, me mostra esse bilhete. – pedi novamente para a menina. Não. Melhor, eu exigi.

Ele não olhou para mim.

-Não. – sua voz foi como um sussurro para mim. Juro que não teria ouvido se não estivesse tão perto.

Seu corpo fraquejou e ela escorregou até o chão. Eu estava muito preocupado e com raiva por não saber o exato por que dela estar assim. Ajoelhei-me na sua frente e ergui seu corpo. Como ela estava fraca apoiei seu corpo nos armários de modo que ela ficasse de frente para mim.

-Eu vou te levar para a enfermaria.

Minha voz soou firme o que não fazia muito sentido já que eu não me sentia assim. Passei minhas mãos ao redor da cintura da menina. Antes que fizesse qualquer coisa, Sadie segurou meus pulsos ainda ao redor da sua cintura.

-Não, eu to bem. – ela insistiu.

Tirei uma das minhas mãos da cintura da garota e a levei até seu rosto. Acariciei suas bochechas e por um segundo prazeroso meu dedo roçou-lhe os lábios macios.

-Sadie, seu corpo esta frágil, sua pele esta tão branca quanto papel. – completei em pensamento “e seus lábios estão ainda mais vermelhos”. Eu olhava fundo em seus olhos assim como ela explorava os meus.

Sadie encaixou sua mão livre sobre minha mão ainda em seu rosto; seus dedos encaixando entre os meus. Sentir o contraste da sua pele, agora fria, na minha pele quente trouxe um ceve arrepio a todo o meu corpo.

Sadie deixou que sua mão caísse ao lado do corpo deixando a minha sozinha. Minha mão escorregou de seu rosto para o seu pescoço. Meu primeiro reflexo seria puxa-la para mais perto, mas Sadie estava fraca e eu não queria deixa-la mais fraca ainda. Então do pescoço desci para o ombro. Segui tocando-lhe o braço até chegar novamente à cintura onde a segurei firmemente. Ela voltou a segurar meus pulsos dessa vez mais delicadamente.

Então uma porta se abriu. Juro que nem teria reparado. O mundo podia acabar que a única coisa que me importava realmente seria aquela loira na minha frente... Mas a exclamação de surpresa e prazer me fez perceber quem era.

Eu estava olhando para a professora de geografia, Andrea.

Eu teria continuado com Sadie em meus braços mesmo com a chegada inesperada da “professora”, mas Sadie se soltou tão rápido de mim e voltou a encostar-se a parede. Seria impressão minha ou Sadie teria deixado, por míseros segundos, o medo aparecer em seu olhar?

Andrea lançou um olhar demorado e pelo visto aprovador sobre mim. Seus olhos pareciam transbordar prazer todas as vezes que ela olhava para um homem ou mesmo um menino. Nem por um só instante olhei para ela de forma profunda ou mesmo calorosa. Eu sabia como ela era e não me deixaria enganar.

Assim que ela seguiu meu olhar se deparou com Sadie fraca e impotente. Por um instante seus olhos brilharam com... Satisfação? Eu sabia que ela tinha problemas, mas isso já era demais.

Andrea juntou as sobrancelhas e fez uma cara de total desagrado. A principio não compreendi o porquê de tal reação. Ela voltou a olhar para a loira dessa fez com ódio e inveja.

Eu já havia a visto lançar vários desses olhares as meninas mais bonitas do colégio. O motivo sempre era a proximidade das meninas com outros garotos... Nossa como eu sou lerdo! Sadie e eu estávamos a uma distancia um tanto perigosa. Embora Sadie tivesse afastado o seu corpo do meu a distancia que ela reunira não fora de fato grande.

- O que os dois fazem fora da sala de aula?- ela perguntou com um tom de voz que poderia facilmente se confundir com o doce, mas soou muito falso. Ela voltou seus olhos para Sadie – Ah minha querida, teremos que ter uma conversinha com o diretor.

-Ele nos dispensou da primeira aula. – respondi olhando vagamente para a professora. Isso só a irritou – Sadie não esta muito bem e eu ia leva-la para a enfermaria quando a senhora chegou.

Pontuei a palavra senhora para provoca-la e isso funcionou. Olhei pelo canto dos olhos a menina que mais me importava e a vi se segurando para não rir.

-Acho mesmo que você deveria ir para a enfermaria, Sadie. – fiz a menção de me aproximar e Andrea deu um sorrisinho falso – Não se preocupe querido! Ela consegue andar sozinha. – ela lançou um olhar tão frio à menina que eu pensei que fosse começar a nevar tamanha foi à frieza – Não é, Sadie?

 Sadie olhou em meus olhos.

-Eu posso chegar La sozinha. Se quiser pode voltar para a aula. – sua boca me dizia algo, mas seus olhos, sua alma e meu colar diziam outra bem diferente: “Por favor, não me deixe!”.

-Não. Eu insisto em leva-la. – antes que a professora protestasse, tomei Sadie em meus braços e caminhei seguido de perto pela professora, em direção á enfermaria.

A enfermaria era um local pequeno e arejado de paredes muito brancas. Coloquei Sadie em uma poltrona e me coloquei ao seu lado.

Enquanto uma velhinha dava uma olhada na loira, o diretor e seu vice se juntaram a professora e começaram a discutir o que deviam fazer com a menina. Ficou decidido que eu a levaria para comer algo e depois para casa... Mas antes:

-Sadie tome este chá. É uma receita especial na minha família com os cheiros forte de hortelã e o aroma forte da canela. – Andrea entregou o pequeno pires nas mãos da menina.

Senti algo dentro de mim; uma sensação estranha... Não. Era um alerta. Anúbis havia reconhecido o cheiro do veneno camuflado pela canela e hortelã. Eu estava atrás do diretor e seu vice, de frente para Sadie. Balancei a cabeça em sentido negativo para ela e lhe lancei um olhar alerta.

Sadie tomou um longo gole daquele liquido e meu coração parou. Andrea sorriu e saiu da sala murmurando melhoras falsas desprovidas de sinceridade. O diretor e seu vice a seguiram junto com a velhinha, deixando Sadie e eu a sós.

Sadie olhou pela fresta da porta e como não viu ninguém virou para o lado e cuspiu todo o liquido. Ela olhou para mim e com a voz um pouco rouca pediu que eu pagasse água. Assim que entreguei um copo cheio, ela tomou metade e cuspiu outra.

-Some com isso. – ela me entregou o pires ainda com uma boa quantidade de chá. Joguei todo o conteúdo em um vaso de planta.

-Era só disso que eu precisava. – Sadie murmurou para ela mesma e pulou da poltrona, pegou minha mão e me guiou para fora.

Sadie, embora fraca, conseguia andar lentamente ao meu lado. Havíamos parado em uma cafeteria e comprado dois cappuccinos. Por um milagre a cor havia voltado ao rosto da loira.

- Ainda não vai me contar o que estava no bilhete? – perguntei a ela temendo ouvir um não.

Ela tomou um gole do cappuccino.

-Vou. Mas não aqui.

-Então onde? Na sua casa?

-Não. Eu não vou voltar lá agora. – ela tomou outro gole.

-O que? Por quê? E para onde então eu estou te levando?

Sadie riu com gosto e o ar pareceu ficar muito mais leve.

-São muitas perguntas, Walt! Bom deixe me ver... O porquê é óbvio, mas tudo bem. É exatamente para La que esperam que eu vá. E você esta me levando para a sua casa.

A conversa morreu nesse ponto. Assim que chegamos ao meu apartamento subimos as escadas por pura pressa de esperar o elevador. Assim que entrei em casa e tirei o casaco à primeira coisa que fiz foi interrogar a menina de novo:

-Sadie, chegamos. Agora vai me dizer o que foi tudo isso hoje?

Sadie se sentou no sofá e me olhou durante longos segundos.

- Para um menino esperto você está bem lerdinho hoje, sabia? – ela disse ainda olhando em meus olhos.

Eu me levantei e sentei ao seu lado. Estendi a mão e ela depositou o bilhete. Não acreditei no que vi. Aquilo era uma clara ameaça contra Sadie e suas amigas. Voltei então a olhar nos olhos da menina. Sadie desviou seus olhos dos meus assim que nossos olhares se encontraram.

- Temos que descobrir quem foi. – eu disse com a voz firme e controlada, mas na verdade eu estava me segurando para não tremer de ódio.

-Eu sei quem foi. E você conhece essa pessoa. – Sadie disse numa voz clara, mas muito baixa.

Olhei para ela sem entender. Como eu podia ter estado perto dessa pessoa; conhecê-la e não ter percebido... Ah não é possível! Não acredito que foi tão fácil assim.

Sadie percebeu minha mini-discussão interna e sorriu.

- Você ta muito lerdo hoje.

-Sadie foi...

-A Andrea.

Minha mente, ou melhor, Anúbis não conseguia processar o fato de a professora querer fazer mal a aluna.

- E o que você vai fazer?

- O que faço de melhor. – Sadie olhou em meus olhos e deu um sorrisinho muito maroto – Vou irritar ela até todos saberem quem ela realmente é!

-Uma vadia. – murmurei sem nem pensar.

Sadie riu.

- Acho que acabei tirando grande parte da sua inocência.

Passamos o resto da tarde juntos apenas assistindo a series e filmes na TV. Amanhã era outro dia e eu sabia que meus dias a partir de agora seriam inesquecíveis. Com esses pensamentos Sadie adormeceu no meu colo e como fizera na noite passada, eu tomei-a em meus braços e a coloquei na cama. Admirei cada traço do seu rosto belo e sereno e quando me senti confortável para deixa-la voltei e adormeci no sofá.


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Notas finais do capítulo

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