Você deve estar se perguntando como eu vivia, não é? Pois bem vou explicar: Eu tinha um pequeno apartamento em Londres e apenas uma vez por semana trabalhava como assistente de mecânico. Mas o que eu fazia na maior parte do tempo era estar escondidas nas sombras observando a vida da minha menina.

Eu sempre achei Sadie linda e não fazia a menor ideia de que as pessoas mudam tanto com o tempo. Ela tinha agora um corpo curvilíneo e seus cabelos estavam mais longos. Seus olhos adquiriram um brilho que se assemelhava as estrelas. Seus lábios antes rosados, agora eram vermelhos, sedutores e muito atraentes.

Em todo o lugar que ela ia sempre era possível ouvir assovios e ver exclamações de prazer e sentir certa tensão no ar: todos os meninos e homens estavam sempre a observando, comendo-a com os olhos. Minha vontade (e a de Anúbis também) era soca-los até a morte.

Mas eu não me sentia nesse direito.

Quando a guerra acabou eu não tive coragem de encara-la pessoalmente e dizer a ela tudo o que eu sinto.

Eu era fraco!

E embora ela não me visse eu sempre estaria La por ela. Sempre estava. Eu agia como um anjo da guarda; agia sempre sem ela me ver.

Eu teria desistido dela se não fosse por um simples, pequeno, mas muito importante detalhe: Sadie nunca tirou o colar de seu pescoço. Nunca! Esse era o único pensamento que conseguia fazer sorrir em meu rosto um sorriso feliz.