Um Belo Dia Para Casar escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeee... Como é meu aniversário hoje, resolvi me dar um presente!!! Espero que gostem, foi só uma besteirinha que escrevi esses dias!



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Um belo dia para casar

Olhava ao seu redor sem acreditar no que estava acontecendo.

Como mesmo tinha ido parar naquela sinuca de bico? Oh sim, as garotas da guilda praticamente fizeram um movimento para que se casasse, afinal, todas já tinham se casado e segundo elas não podia deixar de viver aquele ritual de passagem. Laxus era um homem sério e por isso gostou da ideia de oficializar a relação. Bem, só que um casamento dá trabalho, principalmente se você quer fazer dele um grande circo, como Mirajane praticamente lhe incutiu que deveria ser.

Foram oito estressantes meses para escolher desde a cor do forro das cadeiras, até a intensidade da luz do salão. Passou pela escolha do tom do vestido de noiva... Oh céus, não gostava nem de lembrar, experimentou pelo menos cinquenta, sendo que tinha se apaixonado pelo primeiro, mas segundo suas amigas não era bom o suficiente. Terminou usando um lindo vestido assinado por algum nome famoso branco... Ou melhor, perolado champanhe, se alguém lhe ouvisse dizendo branco levaria um tapa na cara.

Não queria pensar quantas jóias custou, mas isso também era por conta de seu pai, o Clive assumiu todas as despesas apesar de ainda não estar muito satisfeito com a ação. Bem teve também a escolha dos sapatos, mais de cem pares teve que colocar e mesmo assim não pôde usar o que queria, porque ele não combinava  com o suntuoso vestido. Não teve a menor voz na escolha do penteado.

Até ai tudo bem, casar assim nunca foi um sonho, estava fazendo-o mais por pressão e opressão, do que por vontade. Sem dizer que Laxus parecia se importar, então não custava nada realizar aquela vontade dele. 

Conseguiu argumentar levemente a respeito do bolo, escolheu o sabor.

Estava vestida com o vestido mais caro, os sapatos mais altos e perfeitos, em frente ao altar da Catedral Kardia totalmente decorada com rosas brancas, Ever não permitiu que fossem tulipas lilases, segundo ela não estava na moda. Ao seu redor o mundo estava desabando. Em algum momento durante a cerimônia, Natsu ficou entediado com o discurso de Makarov que presidia a ação, começou a brincar com uma labareda criada por si mesmo, ela caiu e começou um incêndio no carpete vermelho.

Foi o primeiro incidente.

Juvia apagou o fogo antes que ele queimasse mais do que metade do altar.

Voltaram a cerimônia. Sentia o chão escorregadio debaixo de seu pés devido a água. Estava para começar os votos quando Ivan Dreyar resolveu aparecer junto com sua trupe numa tentativa de sequestro da noiva que terminou com a Alberona acertando um grande, certeiro e poderoso soco no olho direito do sogro (Gildarts nunca ficou mais orgulhoso de ter ensinado a filha a usar magia para potencializar golpes), houve a batalha habitual, um pouco de destruição e por fim os cavaleiros das runas chegaram para levar a trupe sob custódia.

Com a mão enfaixada com uma tira de seda rasgada do vestido de alguém, voltou ao altar e sinceramente não jogou tudo para o alto porque olhou para o noivo e viu o pedido de desculpas na face dele. Laxus se importava muito com o casamento. Por algum motivo assinar um papel parecia de extrema importância.

Podia fazer aquilo por ele, sem dizer que cobraria juros daqueles meses de inferno pelo resto da vida.

Novamente voltaram para o agora destruído altar (já deixava claro que não pagaria por quaisquer danos!) o chão ainda estava molhado, as flores estavam destruídas por todos os lados, havia uma enorme rachadura numa das paredes de pedra, os padrinhos estavam todos desalinhados, as madrinhas não queria nem falar a respeito do estado delas, somente ignorou os vestidos rasgados, sujos e repuxados.

Finalmente aquela coisa acabaria, poderia tirar aquele sapato que estava lhe matando e o vestido... Admitia que era lindo, mas estava sentindo-se tão deslocada e não-Cana com ele que mal via a hora de jogá-lo para longe. Ainda teria a festa, a maldita festa para duzentas pessoas!!! Droga, nem conhecia duzentas pessoas!

Toda a equipe da Magos da Semana estava ali, o que incluía aquela repórter nojento que ficava gritando “Cool” o tempo todo. Estava louca para dar a ele o mesmo tratamento que deu ao sogrinho querido.

Mas faria isso pelo homem de sua vida.

Laxus estava no meio dos votos quando, por algum motivo que jamais seria esclarecido, uma nova briga começou entre os convidados e terminou se estendendo aos membros da Guilda que logo estavam se matando. Makarov deixou de presidir a cerimônia para tentar impedir um grande rombo nas finanças da guilda, Laxus desapareceu de seu lado em algum momento e depois só o viu ajudando Mira a conter Erza que não se sabe o motivo estava usando a armadura do purgatório.

Não sabia se ria ou se chorava.

Sério... Nunca pensou em casar porque não considerava um contrato algo tão importante. Viu a alegria das amigas que casaram, mas isso não era algo que faria falta em sua vida. Entretanto depois de ser coagida por Mira que deixou claro que estava sendo egoísta porque Laxus queria aquilo e era muita mesquinhez se negar.

Tudo bem, podia casar, não importava.

Mas conforme as coisas foram acontecendo, saíram de seu controle.

Seu casamento não parecia seu. Não tinha sua marca. Não estava se sentindo a vontade com aquele vestido majestoso. Os sapatos estavam matando-a. O cabelo parecia um ninho de periquitos. As flores não eram as que queria. A festa foi totalmente feita para ser um evento social para sair em revista. Haviam pessoas não conhecia. Tinha aquele repórter chato...

E depois de um incêndio, uma invasão e uma briga, estava frustrada. Porque mesmo não sendo seu sonho o casamento, tinha aceitado tê-lo e aquilo nem de longe foi o evento feliz como o casamento das amigas. Não havia aquela aura de amor e felicidade. Tudo estava tão artificial que chegava a ser ridículo.

Toda vez que tentou fazer algo do seu jeito, as amigas discordavam e falavam que se ela não queria organizar direito elas os fariam. Só porque não queria aquele circo, não queria dizer que não queria arrumar tudo. Era o seu casamento. SEU. Mas ninguém parecia interessado nisso. Como se cada uma delas não tivesse tido seu próprio casamento para fazer o que bem entendessem.

Olhou ao redor ficando enjoada.

Queria saber, se ninguém ali estava se lembrando dela ou de respeitar o seu dia, não ficaria mais usando aquelas roupas e sapatos desconfortáveis. Ficou meses ouvindo que era uma desalmada que não dava valor na união, mas no final, não foi ela que não respeitou a beleza e a simplicidade de uma cerimonia como o casamento.

Saiu caminhando sem ninguém se dar conta de que a noiva estava se retirando.

***

Lisanna foi a primeira a notar que a noiva sumiu.

Passou a informação para Levy que tentava impedir Gajeel de destruir um dos pilares de sustentação da catedral, a pequena azulada surpreendeu-se e dessa maneira a noticia foi se espalhando até todas as brigas pararem e um silêncio constrangedor se instalar.

- A noiva fugiu??? – alguém gritou e uma discussão nova começou –

Laxus saiu do meio da multidão para a saída da igreja sendo seguido pela Raijinshuu, Mirajane, Lisanna e Gildarts. Estava irritado e começou a arrancar o casaco do fraque e o colete. Aquele com certeza havia sido um dia infernal. Tudo o que queria era casar com a mulher que amava e depois de finalmente conseguir convencê-la, terminaram com aquilo.

- Laxus... Laxus...

- O que foi? – rugiu sem parar de andar –

- Aonde vai?

- Achar a Cana e pedir desculpas por essa droga!

- Calma, Laxus! Calma! As coisas só saíram um pouquinho de controle! – Mira tentou amenizar correndo atrás dele junto com os outros –

De repente, o loiro parou e olhou para os presentes.

- Um pouco?? Um pouco, Mirajane?? Esse foi o maior fiasco de que se teve história! Como se não bastasse você, a Ever e todas as garotas infernizando a vida dela durante os meses de preparação, quando chegamos aqui vocês nem contiveram os babacas dos maridos de vocês que só faziam aumentar as confusões!

- Calma, Laxus... A gente sabe que está nervoso...

- Cala a boca você, Fried! Sua mulher fez a droga de um inferno com uma situação que eu tinha sobre controle!! Entendam uma coisa, eu não estava chateando com a resistência da Cana em se casar, eu a compreendia, estava levando isso numa boa... sabia que íamos achar um meio termo!

- Laxus...

- Eu vi que cada vez que ela voltava das reuniões estava mais irritada, mais insatisfeita, mas ela não me contou isso! Vocês não deixaram, se quer, escolher a droga das flores que queria e deixa eu contar para vocês: O casamento era dela! Eu tentei acabar com esse circo, mas Mirajane e Co. infernizaram tanto que ela ficou inflexível! E agora todas vocês tiveram seus casamentos de sonhos, enquanto ela que nem sonhava com isso teve um pesadelo!

Um silêncio pesado se instalou, Mira, Ever e Lisanna se encolheram. Sabiam que o Dreyar tinha razão. Tinham tirado suas próprias conclusões sobre o relacionamento deles que ia muito bem e feito o que acharam correto. Passaram por cima de todas as vontades da noiva só porque ela aparentemente queria algo mais simples, o que enxergaram como descaso e falta de vontade.

E no final, o que era para ser o dia mais feliz de Cana e Laxus foi transformado em um joguinho de boneca regado as brincadeiras do destino.

- Sério, me façam um favor, dá próxima vez que acharem que o MEU relacionamento não está como deve, ignorem e cuidem dos próprios!

Gildarts tinha saído junto e ficou em silêncio o tempo todo. Ele também tinha notado que a filha não parecia exatamente muito feliz com os rumos que as coisas estavam tomando, no entanto, não imaginou que tudo tomaria aquelas proporções.

- Deixe o garoto, ele está nervoso...

- E-eu n-não que-ria...

- Calma, Mira! Calma... – Fried abraçava e dava tapinhas nas costas da esposa –

- Não é culpa sua, Mira-chan! – Gildarts sorriu – Deixe os dois se entenderem, não é como se fosse o fim do mundo... Também não acho que a Cana vai deixa-lo só por causa disso! Eu não teria essa alegria... Vamos voltar e levar todo mundo pro salão... Afinal, tem comida e bebida pra um batalhão e não vale a pena deixar tudo perder!

***

Laxus usou de seu olfato eficiente para encontrar a noiva, porque infelizmente não tinham conseguido casar. Achou-a no telhado da guilda, com o vestido esgarçado de maneira a tentar deixa-lo mais confortável, com uma garrafa com bebida azul... O tempo de convivência com a Alberona lhe ensinou que isso era um licor raro com teor alcoolico para embebedar pessoas como ela e Bacchus com uma única garrafinha.

Quase tropeçou nos sapatos que ela largou pelo caminho e nesse instante ela estava tentando arrancar as meias brancas 7/8 com renda no alto... Desajeitadamente ela conseguiu e atirou o par sobre as telhas debaixo de seus pés. Os cabelos já tinham perdido aquele penteado e caiam cacheados sobre os ombros... Aos seus olhos ela parecia muito melhor assim.

- Hey... Eu posso chegar ou vai tacar coisas em mim?

Ela virou o rosto e ergueu uma sobrancelha.

- Tsk... Eu não desperdiçaria boa bebida... As brigas já acabaram?

- Não sei, eu sai assim que notei que a noiva tinha ido embora... – Sentou ao lado dela sentindo cheiro forte e adocicado da bebida – Só o cheiro disso está me deixando tonto...

- Obvio... quem mandou ser um fracote... – ela riu e levou mais um gole a boca –

- Eu bebo proporcionalmente ao meu tamanho, você que é uma anomalia da natureza!

Ficaram em silêncio alguns minutos e o Dreyar viu a garrafa vazia cair do telhado rolando até chegar a calha onde ficou retida.

- Desculpe por aquilo...

- Pelo que? O natsu tacando fogo no altar? Seu pai tentando matar a gente? Ou será que por aquela briga sem motivo identificado? Tsk... Não foi sua culpa...

- Mas imagino que não vai aceitar casar comigo de novo tão cedo?

- Laxus, a gente já é casado! Vivemos juntos, compramos um apartamento, dividimos uma vida...

- Eu sei... E eu te falei não sei quantas vezes desde que essa insanidade começou, eu não estava chateado! Quando foi que tudo saiu de controle?

- No dia que eu resolvi namorar você ignorando o fato de que por ordens suas eu quase fui morta!

O loiro riu.

- Isso foi cruel... – Laxus passou os braços em torno dos ombros femininos trazendo-a para perto e beijando a testa feminina – As garotas devem estar chateadas... Eu meio que falei umas coisas para a Mirajane...

- Elas vão sobreviver e merecem isso por fazerem da minha vida um inferno! Hum... aquele negócio é realmente forte, já fazia um bom tempo que não via o mundo girar assim!

- Vamos para casa?

- Não... Vamos para os dormitórios não utilizados aqui da guilda... E fazer um monte de bagunça para Mira ter que arrumar! Hahahahhaha!

- Você tá falando sério?

- Eu tive os meses mais irritantes da minha vida, um dia insano, usei por horas um sapato que quase me matou, quase quebrei a mão e agora bebi uma das poucas coisas capazes de me deixar com uma ressaca milenar... Oh sim, eu mereço uma noite muito boa!!!

- Você não consegue nem ficar em pé! – o loiro riu ruidosamente –

- Eu não preciso!!

***

Na tarde seguinte quando Mirajane chegou para abrir a guilda, fez sua ronda costumeira para ver se tudo estava em ordem para quando os magos chegassem. Passando pelas portas do dormitório não utilizado notou um bilhete pregado a porta de um dos quartos. Caminhou pausadamente e arrancou o papelzinho da parede.

Em agradecimento aos oitos meses de inferno e ao fiasco do meu casamento

Cana

- Nani? – piscou algumas vezes e abriu a porta –

Mirajane perdeu toda a cor da face quando viu o pandemônio que estava aquele quarto. Parecia que um furacão nível cinco juntamente com uma luta de Natsu, Gray, Gajeel e Elfman seguido de um rugido da pequena dragon slayer dos céus.

Mais tarde, após tudo estar devidamente organizado e Mira exausta, quanta bagunça duas pessoas poderiam fazer? Ela veio a descobrir que apesar de não terem se casado, o casal pegou o presente de Makarov, passagens de navio para o reino vizinho, e saiu em lua de mel, sem previsão de volta para Magnólia.

- Tudo bem, Mira-nee? – indagou Lisanna –

Indagou a irmã mais nova vendo o estado da mais velha. Nunca viu Mira se cansar fazendo faxina nenhuma.

- Tudo...

A Albina com certeza aprendeu a nunca mais infernizar a vida de alguém tão abertamente.

Owari...


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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeeeee, tah um paradão por aqui... Nem Protect me deu ibope essa semana!! Sinceramente prefiro pensar que todos estão ocupados com provas e trabalhos... E que vão voltar semana que vem...
Snif snif... Vou superar isso só por causa dos comentários carinhosos daqueles leitores lindoooooooooss que apareceram como sempre!!! Um super Kisskiss para todos!!!

Espero que gostem, fic não betada e foi só uma bobeirinha!!!

PS: Parabens para mim!!! Dezenove aninhossssssss!!!

Kisskiss