When Smiled You Knew escrita por Roses in misery


Capítulo 36
I hate this kind of feeling.


Notas iniciais do capítulo

Olááá, caramba mais um capítulo novo para vocês. Espero que eles estejam ficando bom pela rapidez que estão saindo. Não muito longo,nem muito curto.

Espero que gostem,boa leitura.



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Éponine acordou com a preguiça matinal de sempre e a vontade de tacar seu despertador pela janela por tirá-la do seu amado sono. Enrolou mais uns bons minutos da cama, até que decidiu que não teria jeito, ela tinha que se levantar e começar seu dia. Prometeu se encontrar com Enjolras na faculdade.

Enjolras. Fazia quase dois meses, se não mais que quase não se viam direito. Apenas um “oi”,uns dez minutos de conversa e “agora preciso ir”. Simples assim. Sem beijos, abraços ou “nos vemos mais tarde”. Pela manhã ele ficava com os outros estudantes enfrente da faculdade,em apoio os professores, não tinha muito mais o que fazerem além de ficarem ali acampados. Pela tarde Enjolras ia para o estagio em um escritório, que o pai de Marius havia conseguido para ele. E pela noite Éponine ia para o teatro onde tinha conseguido emprego para ficar na bilheteria. Não era muito,mas era alguma coisa.

Apesar de o tempo estar corrido para todo mundo, Éponine estava feliz com a guinada que a vida de todos estava dando. Ela tinha conseguido seu emprego, e já havia conhecido pessoas importantes, já tinha conseguido alguns teste,mesmo que tivesse falhado neles. Era diferente fazer um teste para um papel na faculdade e um teste para você trabalhar.

No primeiro “não” que levou, ficou arrasada. Pensou até em desistir. Desistiu por uma semana, não queria sair da cama. Se achou a pior das pessoas,até Augustinne e Cosette irem puxar sua orelha. Era o que ela gostava,e as vezes precisamos lutar não dá para ser boa sempre.

Cosette, também procurou emprego,percebendo que era muito chato ficar no apartamento o dia inteiro,enquanto todos tinham algo para fazer. Foi procurar sua professora preferida,perguntando se tinha alguma coisa para ela, logo conseguiu um emprego como recepcionista em uma clinica de psicologia. “Não vejo a hora de ter meu próprio consultório” era o que dizia sempre que encontrava com Éponine enquanto batia palmas e fazia uma longa descrição de como seria.

Enjolras não podia estar mais animado. Estava feliz com seu novo emprego e mais feliz ainda por estar participando das manifestações que estavam acontecendo e fazer parte das greves. Nada mais importava para ele.

Augustinne e Combeferre acabaram se casando no civil. Ele queria na igreja,mas Augustinne deu chilique dizendo que não se casaria parecendo um balão. Ela era obrigada a ficar no apartamento o dia todo. As vezes acompanhava Éponine para os cursos que ela fazia ou testes,sem Combeferre saber, já que ele achava que não era capaz de andar sozinha. “Estou grávida! Não inválida” se estressou um dia. Combeferre estava trabalhando um período inteiro, sem sobrar tempo para manifestações.

Courfeyrac começou um curso de turismo, já que achou que seria bom para complementar o curso de hotelaria que fazia na faculdade e a cada dia se sentia mais animado sobre abrir seu próprio hotel longe de Paris, onde as pessoas poderiam fugir de seus problemas causados pela cidade grande.

Grantaire estava tentando melhorar. Tentou conversar com sua mãe, levando-a em um jantar com todos os amigos no apartamento de Cosette. Mas no final da noite ele já estava embriagado mandando-a ir embora e esquecê-lo como havia feito todos esses anos. Depois disso estava deprimido e passava seu tempo no apartamento de Courfeyrac , trancado se recusando a falar com alguém.

Jehan como nunca quis se envolver em nada disso, pegou o primeiro ônibus e foi encontrar com Caitlyn. Os amigos desconfiavam que ele pudesse não voltar mais. Mesmo assim estavam felizes por ele.

Éponine suspirou pensando em seus Amis e como todos tinham mudado desde que se conheceram. Pareciam mais sérios, menos brincalhões e menos propenso a piadas e sorrisos fáceis. Sentia falta de uma reunião no apartamento de Jehan para ouvirem musica antiga e rir de Coufeyrac e Grantaire dançando.

Abriu a porta e saiu para o corredor do dormitório feminino da faculdade,segurando a toalha e a escova de dentes. Caminhou silenciosamente pelo corredor ainda deserto. Sempre acordava mais cedo que o normal pois odiava dividir o banheiro com as outras garotas. Não era o tipo de garota que não se sentia a vontade com a nudez, só achava desnecessário ter que ver várias garotas peladas sendo que podia evitar.

Prendeu os cabelos fazendo um coque preso de qualquer jeito e ligou o chuveiro se enfiando em baixo rapidamente,deixando a água acordar o resto do seu corpo. Fez uma lista mental em sua cabeça: Tenho que passar no apartamento de Enjolras para alimentar o gato (eles ficaram com o gato, Enjolras passava no apartamento pela noite para dar comida e trocar a caixa de areia antes de voltar para seu posto na faculdade) e Éponine passava pela manhã,onde dava comida e ficava mais um tempo brincando com o gato. Depois iria para sua aula de balé e soltou um gemido de frustração, não era a garota que combinava com collant,mas era necessário. Tinha que encontrar Enjolras na faculdade. Depois iria almoçar com Cosette e Augustinne onde depois iriam com a amiga para um ultrassom, tudo isso só no horário de almoço de Cosette. Então iria para um teste que havia conseguido com um amigo que tinha feito no teatro enquanto assistia os ensaios.

Rápido demais teve que acabar o banho assim que ouviu a movimentação no corredor. Se enrolou rapidamente na toalha e saiu. Enquanto ia para seu quarto murmurou alguns “bom dia” para as colegas. Fechou a porta rapidamente quando entrou em seu pequeno quarto. Não iria aguentar aquilo por mais tempo.

Não era nem por ter que dividir o banheiro ou ter um quarto pequeno que cabia apenas uma cama de solteiro,um guarda roupa minúsculo e uma escrivaninha. Eram as garotas. Muitas saiam para uma noite de bebedeira e chegavam tarde, fazendo questão de mostrar que estavam chegando. Fora o cheiro de vomito que ficava o corredor na manhã seguinte. Ou fato de ela ter que se levantar e ir ajudar alguma garota que não aguentava chegar no quarto ou banheiro e ficavam rindo, chorando ou xingando no corredor. Tudo dependia do bêbado em questão. E ela não havia nascido para segurar cabeça de bêbados alem das dos seus amigos.

[...]

Enjolras estava sentado,conversando com um grupo quando viu a garota correndo os olhos pela multidão ali. Tão bonita quanto a primeira vez que a viu. Quando seus olhares se encontraram ela sorriu abertamente e saiu correndo,pedindo desculpas quando trombava em alguém.

–Veja só meu namorado sumido.- soltou ao se aproximar. Se esticou para beijar Enjolras mas ele desviou o rosto, a deixando sem graça.- Bom te ver também Enjolras.- falou irritada com o gesto.

–Me desculpe Ponine... só que aqui não é o lugar.- murmurou a puxando para um abraço.

–E onde é? Sendo que eu mal te vejo?- esbravejou empurrando Enjolras para longe.

–Vamos nos ver esse final de semana, sim?

–Não posso. Estarei trabalhando.- respondeu ainda emburrada.

–Então vamos ir comer alguma coisa.- Enjolras sugeriu, colocando a mão na base das costas de Éponine já a guiando sem esperar por uma resposta.

–Não quero comer nada.- reclamou Éponine de braços cruzados enquanto entravam em um café que havia perto da faculdade.- Eu quero que o merda do meu namorado me de um beijo porque faz quase uma semana que não nos vemos!- elevou a voz devido a frustração e revirou os olhos quando Enjolras fez “shh” para ela.- Mon Dieu!- exclamou frustrada se virando para sair.

–Éponine.- chamou Enjolras a seguindo.

–Não! Não! Não!- gritou quando ele segurou seu braço.- Me solta! Que droga Enjolras, você percebeu que a última vez que ficamos juntos,juntos mesmo foram quase dois meses atrás? E quando você me vê não é capaz de dar um beijo e dizer “senti saudades”?

–Éponine estamos passando por um momento delicado e importante agora...

–Blábláblá... que se foda!- respondeu com amargura.- Eu entendo que é importante para você. Você é importante para mim,mas pelo visto eu não tenho importância para você... Então a próxima vez que quiser um beijo ou outra coisa vai...- ela parou de falar tentando achar a palavra certa. Deu um suspiro profundo e irritado, enquanto Enjolras a olhava com ar divertido.

–Está com ciúmes?- perguntou se aproximando dela. Éponine fez uma cara de descrença e começou a rir apontando para si mesma.

–Eu com ciúmes? De quem? Francamente Enjolras... Olha eu tenho mais o que fazer, volte para sua vigília ou seja lá o que você faz lá.- deu as costas saindo andando. Enjolras murmurou “Ô mulher complicada” e saiu a seguindo.

–Senti sua falta.- sussurrou quando a alcançou e puxou para si, dando um beijo na bochecha dela.

Éponine bufou.

–Boa jogada... mas não.

–Éponine você sabe...

–Sim,sim eu sei. É só que...se você não gostar mais de mim, é só dizer. Porque serio, vai ta tudo bem. Não é como se eu não fosse mais olhar na sua cara. Vai ser estranho no começo? Vai. Mas vamos aprender a voltar a ser amigos, afinal nós temos os mesmos amigos. Então... vai ta tudo bem.

Enjolras olhou confuso para ela.

–Não, Éponine. Só estou sem tempo... Você não vai se livrar tão fácil de mim.

–Não quero me livrar de você- Éponine sussurrou envergonhada. Enjolras ficou a encarando,como se decidindo se falava ou não. Achava tão patético, mas já fazia tempo que queria dizer... Respirou fundo e fechou os olhos. Estava preste a agir como um idiota.

–Éponine eu te amo.- soltou de uma vez e em um fio de voz quase inaudível. Abriu um olho para ver a reação da garota e para ter certeza que o tinha escutado.

Éponine estava com os olhos arregalados e um sorriso estranho congelado no rosto, enquanto tentava decidir se tinha imaginado o que ouviu. Quando percebeu que aquelas três palavras e sete letras haviam realmente saído da boca do Enjolras, piscou rapidamente para voltar a si.

Deveria dizer de volta. “Sim, Enjolras eu também te amo. Tanto,tanto”. Era o que deveria dizer, era o certo. Sabia que era o que ele esperava de volta.

–Vamos tomar café, sim?- foi o que conseguiu dizer, dando tapinhas no ombro do namorado,como se dissesse “Sinto muito por isso...sabe o lance de me amar”, quando queria na verdade queria dizer “Obrigada por dizer isso...sabe me amar.” Mas travou. Ela que vivia reclamando que Enjolras não era capaz de demonstrar sentimentos por ela, ali o ignorando, sendo quase igual a ele.

Pode ser porque ela não estava acostumada a pessoas a amando. Ou apenas deixara de acreditar naquelas palavras. Mas saídas da boca de Enjolras pareciam tão verdadeiras e reais que fez Éponine se odiar mais por não conseguir dizer de volta.

Enjolras a acompanhou para dentro do café novamente. Um clima estranho tinha se instalado entre os dois. Não era isso que ela deveria dizer. Ela tinha que dizer de volta, não tinha? Era como estava no roteiro. Mas ela parecia sem graça. Soltou uma risadinha leve sem humor “Sabia que estava sendo um idiota. Ela não sente o mesmo por você.”

Então se lembrou de Marius. Só podia ser isso! Ela ainda gostava dele, e toda aquela conversa no dia do casamento do amigo era uma forma de se enganar e de enganar ele. Ela gostava dele,mas não do mesmo jeito. Claro que ela sabia que tinha poder sobre ele. Infelizmente ele era egoísta demais para mandá-la embora. Gostava de ter Éponine por perto. Daquele sorriso. De dormir e acordar com ela ao seu lado,o cabelo bagunçado, a respiração tranquila. Gostava daquilo mais que o necessário. Talvez pudesse fazê-la se apaixonar.

Suposições, tudo o que ele poderia fazer naquele momento.

Comeram em silêncio, Éponine havia começado um assunto,mas Enjolras sempre o encerrava, fazendo assim ela desistir de ter uma conversar e tendo certeza que tinha estragado tudo. Logo voltaram para frente da faculdade onde encontraram os Amis e os portões da faculdade abertos. Isso era estranho. Aqueles portões não eram abertos a quase dois meses.

Seguiram a multidão até o pátio da escola,onde os alto falantes estavam ligados e o reitor estava segurando um microfone com uma expressão de pesar no rosto.

–Queridos estudantes... agradecemos pelo apoio que vocês tem nos dados nesses quase dois meses. Mesmo que tenha atrapalhado em seus estudos. Mas viemos comunicar que vamos acabar com a greve.- anunciou o homem, olhando apara os professores que estavam ali por perto, um burburinho se instalou enquanto os estudantes conversavam entre si sobre a noticia.

–Mas por quê? Eu achei...- Enjolras começou mas foi interrompido pela voz do reitor.

–Não conseguimos todos os benefícios que queríamos,mas conseguimos uma parte significativa deles. Não podemos prosseguir com isso por muito mais tempo pois temos professores em estado probatório e eles podem acabar perdendo o cargo. Não queremos que isso aconteça. Passaremos avisando como será feito as reposições das aulas perdidas. Obrigado.- terminou de falar se tirando e deixando os alunos conversando entre si.

–É acho que acabaram meus cursos que estava fazendo pela manhã.- Éponine murmurou quando se aproximou da roda.- Que droga,não? Vocês viram como ele estava com um ar de infeliz?

–Ele sempre está assim.- respondeu Courfeyrac com as mãos nos bolsos.

–Eu sei mas...

–Os malditos devem ter ameaçado os professores.- Enjolras falou com raiva.- Não podemos deixar assim.

Os Amis olharam para ele.

–E o que pretende fazer ó líder dos indefesos?- questionou Courfeyrac com sarcasmo. Marius começou a rir sozinho atraindo olhares de todos.

–Que foi?- Combeferre perguntou confuso.

–Nada. Só imaginei o Enjolras de Chapolin Colorado.- voltou a rir como se fosse muito engraçado. Os Amis trocaram olhares entre si.- Fala sério? É engraçado.

–Ai Mon Dieu. CALA A BOCA.- Combeferre falou exasperado ao mesmo tempo que dava um tapa na nuca do amigo. Enjolras balançou a cabeça impaciente, mas com um brilho estranho nos olhos.

–Vamos nos organizar, com todos que querem lutar e fazer o maior movimento estudantil desde 68.

–Tem certeza que vai ser algo tão grande assim? Porque digo... as pessoas estão revoltadas,mas não tão revoltadas igual em 68.- Courfeyrac falou, meio receoso de acabar com a fantasia do amigo.

–Vai ser. Porque nós,vamos mostrar para o povo o que os políticos estão lutando para esconder

Éponine respirou fundo e encarou o chão. Aquele sentimento de que alguma coisa muito ruim iria acontecer a atingiu como um soco no estômago novamente.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoas, é isso. Espero que tenham gostado e se não ficou bom me avisem, se tiver decaindo e quiserem que eu melhore,me digam.

Fora isso vamos bater um papo. Quem já está de férias? Se já estão o que estão fazendo para aproveitar. Alguma dica do que eu deva fazer? De preferencia algo que envolva movimento,estou começando a virar uma baleia de tanto não fazer nada.

Enfim acho que é isso, não esqueçam do review.

Até mais!



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