When Smiled You Knew escrita por Roses in misery


Capítulo 30
Please don't say you love me


Notas iniciais do capítulo

Oii gente... bom primeiramente quero pedir desculpas porque eu sofri com esse capítulo, faz semanas que eu tento dar um jeito nele e nada. Então decidi não mexer muito para não piorar. Porém espero que gostem.

Boa leitura.



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Enjolras acordou e encontrou Éponine dormindo encostado nele e usando sua camisa. Ficou a observando, finalmente ele estava vendo o que havia imaginado aquela vez no apartamento de Marius quando ela estava usando uma camisa do amigo.

Ficou um tempo sem saber o que fazer, até que decidiu que iria ao banheiro. Tentou se levantar sem mexer Éponine,mas assim que saiu ela abriu os olhos confusa olhando ao redor assustada, até que viu Enjolras ali parado e sorriu sonolenta.

–Bonjour.- ela o cumprimentou se jogando preguiçosamente para o lado abraçando o travesseiro.

–Bonjour, Ponine.- Enjolras respondeu a voz rouca e sentindo a boca amarga.- Está com fome?- ele gritou entrando no banheiro.

Enjolras não teve uma resposta, pegou uma escova de dentes que estava fechada no armário e abriu a porta encontrando Éponine dormindo novamente. Escovou os dentes e voltou para o quarto pegando um travesseiro e batendo na cabeça de Éponine.

–Vamos. Hora de acordar mademoiselle.

–Não.- a voz saiu abafada por ela estar com a cara no travesseiro.- Eu não tenho nada para fazer até a tarde.

–Como não tem nada para fazer? Vamos levante.- ele começou a cutacá-la até que Éponine se levantou irritada e bufando se trancando no banheiro. Enjolras riu do mal humor matinal de todos os dias de Éponine.- Estarei te esperando na cozinha.- Enjolras avisou e não teve resposta,mas podia jurar que ela estava revirando os olhos.

Enjolras começou a fazer o café. Sabia que Éponine, assim como ele gostava de uma boa xícara de café pela manhã e isso era a única coisa que sabia fazer.

De repente Enjolras sentiu Éponine o abraçando por trás.

–To com sono.- ela reclamou dando um beijo nas costas dele.- Você tem um sério problema em não me deixar dormir.

–E você tem um sério problema com a preguiça.

–Talvez.- Éponine respondeu indo se sentar e ligando o notebook.- Eu adorei essa camisa para dormir, sinto lhe informar que você a perdeu porque não tenho planos de devolver.

–Tudo bem, pode ficar. Ela ficou bem em você.- Enjolras entregou uma xícara de café para Éponine que sorriu e assoprou levando a boca, fechando os olhos.

–Humm... Seu café é delicioso.

–Pelo menos alguma coisa eu aprendi no emprego.

Éponine pegou um pacote de pão de forma e coisas que haviam na geladeira colocando encima da mesa e foi para a sala.

–Onde você está indo?- Enjolras perguntou enquanto colocava o pão na torradeira.

–Indo pegar o jornal.- Éponine respondeu abrindo a porta.

–Aqui.- ela colocou encima da mesa ao voltar.- Se quiser dar uma olhada.- e voltou a se sentar olhando as noticias na internet.

Permaneceram em silêncio até que Éponine mudou a pose despreocupada, ficando mais rígida, tensa ao olhar para a tela no notebook. Enjolras percebeu uma mudança no olhar dela, como se fosse ódio ao mesmo tempo que ficavam vermelho.

–Éponine tudo bem?

–Tenho vontade de castrar eu mesma esses bastardos filhos da puta.- ela xingou com os dentes cerrados virando o notebook para Enjolras ler a matéria sobre o casamento no Islã de garotas entre 4 à 10 anos. – Será que isso algum dia vai acabar? Por que isso eles não passam na TV? E o pior é que eles acham lindo e maravilhoso. Elas são só crianças, Enjolras. Qual é o problema do “ser humano”? Que cultura doentia é essa?

Enjolras ficou encarando a foto das meninas vestidas de noivas e maquiadas ao lado se homens e não pode deixar de se sentir enojado. Éponine havia ficado em silêncio como se pensasse em algo.

–O problema, Éponine, está no governo. O governo apoia esses casamentos, e a mídia está mais preocupada em mostrar a luta por liberdade que alguns querem. A mídia mostra o que é coveniente para eles, o que irá dar dinheiro... Para eles, isso é a cultura deles, doentia mas a cultura, e isso não os importa,porque eles não estão interessados em ajudar ao próximo. Estão interessados em ajudar a si mesmo.

–Um dia...- Éponine começou.- eu vou ser uma pessoa conhecida e vou fazer as pessoas saberem sobre isso. Do mesmo modo que irei criar uma fundação e nem que eu tenha que ir lá e tirar a força cada criança, eu não vou deixar isso acontecer com mais nenhuma que eu tiver conhecimento.

–Quando fizer isso, saiba que eu vou estar te apoiando.

–Bom mesmo. Porque vou precisar de um advogado para me tirar da prisão.- Éponine falou tentando dar um clima mais leve para a conversa. Enjolras fechou o notebook e Éponine não reclamou,abrindo o jornal.- Vamos ver se achamos alguma coisa para você no jornal?

–Podemos fazer isso depois, quando voltarmos de viagem.

Éponine arqueou as sobrancelhas.

–Enjolras querendo deixar para depois? Está mudado mesmo em M’sieur.

–Para de falar e vai arrumar suas malas, Éponine, que ainda temos que passar no meu apartamento.

[...]

–Cadê o Jehan?- Cosette perguntou começando a ficar irritada. Eles haviam combinado de estarem uma hora antes do voo sair e Jehan ainda não tinha chego.- Todos já pegaram a passagem, e eu já quero ir fazer o check-in.

–Cosette, meu amor. Se acalme que ainda faltam meia hora.

–Mas você sabe que eu odeio deixar tudo para a última hora.- Cosette retrucou.

–Olha lá nossa garota.- Grantaire apontou para onde um Jehan entrava apressado com Caitlyn ao seu lado de cabeça baixa.

Cosette fechou a cara e ficou esperando os dois chegarem até eles.

–Pardon, Cosette. Ficamos acordados até tarde e não conseguimos acordar.- Jehan se justificou.- Essa é a Caitlyn. Caitlyn essa é a Cosette, amiga de Éponine.

–Irmã, Jehan. Eu sou irmã da Éponine.- Cosette falou – Prazer em conhecê-la. Agora vamos fazer o favor de ir fazer o check- in logo?- ela apontou e saiu andando para a fila.

Grantaire e Courfeyrac ficaram para trás e cada um foi de um lado do casal.

–Então vocês ficaram acordados até tarde?- Courfeyrac perguntou com um tom de malicia na voz.

–Fazendo o que, ein?- Grantaire passou o braço pelos ombros de Caitlyn mexendo as sobrancelhas. Caitlyn corou violentamente.

–Ficamos conversando e ouvindo musica.- Jehan respondeu incomodado pela a insinuação dos amigos.

–Que tipo de musica? Heavy metal?- Grantaire questionou.

–Ou música clássica?-

–O que?- Jehan perguntou confuso sem entender.

–Sexo selvagem ou papai e mamãe. É isso que estamos pergutando. Usamos musica como um código para essa pergunta.- Courfeyrac explicou como se fosse obrigação dos dois saberem aquilo. Caitlyn arregalou os olhos e começou a rir, constrangida com aquele assunto.

–Courfeyrac e Grantaire nós não transamos!- Jehan respondeu irritado.- Vamos, Lyn. Deixe esse dois .- os dois saíram deixando Grantaire e Courfeyrac para trás.

–Qual é o problema em admitir que eles deram umas cutucadas?- Courfeyrac questionou olhando para os dois.

–Não sei. Mas não sei se quero ir mais nessa viagem. Tava pensando que se eu for você vai me ajudar a pegar mulher e tirar a imagem de gay que todos tem de mim.

–Grantaire, eles só estavam brincando.

–Brincando ou não, vou mostrar o poder do meu rojão e que poder o gigante tem.

Courfeyrac riu e deu um soco no braço de Grantaire ao qual ele retribuiu. E começaram a brincar de lutinha no meio do aeroporto, até que escutaram Cosette gritando com eles para que fossem fazer o check-in.

–Espero que não seja muito demorado.- Combeferre falou apertando as mãos ansioso.

–Fique calmo, segundo a internet é só 1h36 minutos de voo.- Cosette o acalmou enquanto iam entrando no avião.

[...]

–Não acredito que vai levar só isso?- Éponine apontou para as roupas que Enjolras havia separado.

–Qual o problema? Não é como se eu fosse trocar de roupa toda hora. E nem como se fossemos ficar mais de dois dias lá.- ele respondeu colocando na mochila a roupa. Enjolras parou e olhou para Éponine que o encarava cética.- Nós não vamos, certo Éponine?

Ela despencou na cama de Enjolras.

–Você não espera ir para a Dinamarca e não visitar o lugar,Enjolras!

–Desse jeito você vai me falir.- Enjolras se virou pegando mais roupas.- Acho então que vou precisar de uma mochila maior.

–Pega uma mala,logo.

–Eu não tenho mala.

–Homem é uma coisa que eu vou te falar.- ela saiu da cama, indo abrir a mala que havia feito.- Vamos coloque na minha.

–Até parece que vai caber. Você colocou praticamente seu guarda roupa inteiro ai.

Éponine parou o olhando com as mãos na cintura e uma sobrancelha arqueada.

–Se eu to falando para colocar ai, é porque vai caber. Mas que cabeça dura.

–Eu to falando que não vai caber.

Ela fechou a cara e pegou as roupas da mão de Enjolras e começou a ajeitar as roupas dentro da mala. Depois começou a tentar fechar o zíper. Enjolras ficou observando a luta de Éponine com o zíper, até que ela parou e se sentou, a testa suando.

–Que foi?- ela perguntou o encarando e ele deu de ombros.- Tive uma ideia.- Éponine se sentou encima da mala e ficou pulando enquanto fechava o zíper com dificuldade.- Tcharan... Viu só está fechadinha.

–Depois de muita luta, você conseguiu fechar.

–Como diz Fantine “não é só um corpinho bonito, é muita cabeça”.

–Realmente você é bem cabeçuda.- Enjolras comentou observando a cabeça de Éponine que cerrou os olhos.

–Você ta tão comediante hoje.

–Eu sempre sou comediante... vocês que nunca perceberam.

–Grantaire andou te drogandode novo, né? Falando nele, como será que ele ta?

Enjolras pareceu confuso.

–Grantairine tem medo de altura.- Éponine explicou e então os dois caíram na risada.

[...]

–Ahn... Courf?- Grantaire chamou suando frio ao terminar de ouvir as instruções da aeromoça.

–Que foi, Grantaire?- Courfeyrac perguntou folheando uma revista sobre economia.

–Talvez... mas só talvez,não que eu tenha. Mas tenha uma pequena probabilidade de eu ter medo de altura.- Grantaire murmurou.

–Você tem medo de altura?- Courfeyrac questionou alto,fazendo algumas cabeças se virarem.

–Shhh, cala a boca cara!- Grantaire ficou nervoso.- É eu tenho medo de altura e agora eu quero descer, não quero mais ir. Combeferre vai ficar bem sem mim.

–Ta... mas como você vai descer sendo que as portas já foram fechadas?

Grantaire olhou apavorado para trás e começou a suar frio apertando o braço da cadeira.

–Puta merda! O avião vai cair, vamos todos morrer! VAMOS TODOS MORRER!- ele se descontrolou gritando, fazendo todos no avião o olharem. Courfeyrac deu um sorriso sem graça para os passageiros, puxando Grantaire para baixo.

–Grantaire,se acalma. Não vai acontecer nada... Faz o seguinte: cantarola a sua musica preferida.

–Mas que porra de conselho de viado é esse? Cantarola sua musica preferida? Ta zuando com a minha cara?- Grantaire perguntou nervoso,cuspindo enquanto falava. Cosette se levantou do seu lugar e andou até eles com um sorriso calmo.

–Vocês dois querem me dizer o que está acontecendo? Por que do escândalo? Não sei se vocês perceberam mas estamos em um avião.- Cosette falava com a voz tranquila olhando para os dois.

–Esse é o problema! Estamos em um avião e se.... e se o piloto ter um ataque cardíaco, ou uma das turbinas parar de funcionar...ou tiver alguém possuído aqui que tenha força para abrir a porta quando estivermos lá encima? Vamos todos morrer!- Grantaire sufocou o grito e Cosette o olhava com a testa franzida.

–Cara me lembre de nunca mais. Nunca mais mesmo te deixar assistir Supernatural.- Courfeyrac murmurou.

–Grantaire tem medo de altura?- Cosette perguntou apenas para confirmar e Courfeyrac assentiu com a cabeça.- Tudo bem, vou te dar calmante. Já volto.- ela falou voltando para o lugar e pegando um potinho na bolsa.

–Senhorita o avião já ira decolar.- a aeromoça barrou Cosette.

–Ah eu sei... mas eu só preciso entregar o remédio para o meu amigo.- ela apontou por cima do ombro.

–Sinto muito, mas agora a senhorita tem que se sentar. Depois que decolar pode levar o remédio para o seu amigo.

Cosette se sentou olhando para os dois e pedindo desculpas.

–Ah... aeromoça. Você poderia entregar para o meu amigo?- Cosette pediu entregando o potinho de calmante e apontando para Courfeyrac.

–Claro.

–Merci.

–Sua amiga pediu para entregar. Coloquem o cinto.- a aeromoça sorriu para Courfeyrac que retribuiu com um sorriso retardado.

Grantaire olhava aquela cena com uma careta e tomou o pote de remédio do amigo,abrindo e virando todo o conteúdo na boca.

–Grantaire!- Courfeyrac gritou.

–Que?- Grantaire perguntou com a boca cheia de comprimido.

–Você não pode tomar tudo isso.

–Posso sim. Até parece que uns dois comprimidos vão fazer algum efeito em mim.

Courfeyrac pensou por um momento e deu de ombros.

–É você está certo. Vou te arrumar água para engolir tudo isso.

–Sei que é água que você vai arrumar.- Grantaire respondeu irônico deixando alguns comprimidos caírem da boca.

Courfeyrac andou até onde a aeromoça estava.

–Com licença? Será que poderia...

–Mon Dieu! Você tem que ficar sentado.

–Eu sei,mas eu queria saber se tem água. A proposito sou Courfeyrac.

–E eu sou uma aeromoça que vai perder o emprego se você não se sentar. Estarei passando oferecendo bebidas daqui a pouco, depois que o avião decolar.

–Então... acontece que meu amigo tem medo e...

–Tudo bem. Aqui.- a aeromoça pegou uma garrafa de água e entregou para Courfeyrac.- Agora, por favor vá se sentar.- ela pediu e Courfeyrac murmurou um “está bem,está bem. Já estou indo” enquanto voltava para o lugar.

Ele estendeu a garrafa de água para Grantaire e logo puderam ouvir a voz fazendo a contagem regressiva para que o avião decolasse.

Grantaire inconscientemente apertou a mão de Courfeyrac enquanto sentia o avião ganhar velocidade e dando o tranco para subir.

–Quem vai quer a minha periquita, a minha periquita a minha periquita.- Grantaire cantarolava baixinho.

–Cara que merda é essa?

–Você que disse para eu cantarolar minha musica preferida.

–Sim, eu disse. Mas que porra é essa?

–Minha musica preferida, ora... Sou só eu, ou estamos ficando meio surdos?

–É por causa da pressão do ar.- Courfeyrac explicou.- Ahn... Grantaire, acho que já pode soltar a minha mão, não? Sabe, as pessoas podem achar que somos um casal.

Grantaire olhou espantado para baixo,vendo sua mão praticamente esmagar a de Courfeyrac e a soltou rapidamente.

–Foi mal.

Depois de um tempo, Cosette se levantou e foi até os dois.

–Então como estão?

–Bem... o Grantaire ficou quieto.- os dois olharam para Grantaire que estava batendo a cabeça na janela.

–Ahn... quantos comprimidos ele tomou?- Cosette perguntou estranhando a reação de Grantaire.

–O potinho inteiro. Sabe, porque ele bebe bastante, então achamos que dois comprimidos não fariam resultados.

Cosette ficou passou a mão pelo cabelo nervosa.

–Vocês sabiam que remédio não é bala? E que se tomado em excesso pode matar?

–Relaxa, Cosette. Ele está bem. Não é Grantaire?- Courfeyrac olhou para Grantaire que estava murmurando coisas sem sentido e lambendo o vidro.- Ele vai ficar bem, não vai?

Cosette ignorou a perguntou e voltou para o seu assento começando a ficar vermelha de raiva.

Depois de meia hora de voo a aeromoça passou servindo água, suco e refrigerante. Cosette estava sentada com Combeferre para ir o acalmando do jeito amiga mas com um pouquinho de profissionalismo de futura psicóloga. Marius estava quase dormindo,já que não aguentava mais Joly falando sobre doenças e como prevenir. Jehan e Caitlyn conversavam baixinho, cabeças próximas,mãos dadas e cada um com um sorriso discreto no rosto. Courfeyrac estava tentando flertar com a aeromoça,já que Grantaire estava desmaiado ao seu lado com o dedo na boca, de vez em quando ele tombava no colo de Courfeyrac que o empurrava para a janela com força, mesmo batendo a cabeça ele não acordava.

–Vocês gostariam de beber alguma coisa?- a aeromoça perguntou ao chegar onde eles estavam.

–Talvez quando chegarmos na Dinamarca eu queira beber alguma coisa com você.- Courfeyrac respondeu sorrindo fazendo a aeromoça corar.

–Vai querer alguma coisa?

–Você.- a aeromoça riu, tentando não deixar transparecer que estava de fato gostando daquelas cantadas que sempre ouvia.

–Estou falando serio. Quer alguma coisa?- ela fingiu um falso tom de impaciência.

–Também estou.- Courfeyrac fez uma voz grave acompanhado de um olhar sedutor.- Qual seu nome? E não me diga aeromoça.

–Tudo bem. Je suis Karen.

–Lindo nome para uma linda mulher.

Karen começou a rir e Courfeyrac ficou sem jeito por ela estar rindo dele.

–Desole... é que essa cantada é tão ultrapassada.

Courfeyrac riu também, voltando a relaxar.

–Você tem razão.

–Eu sou a Barbie Butterfly.- Grantaire gritou se levantando e logo voltando a cair sentado na poltrona.

–Ele esta bem?- Karen perguntou preocupada com o estado de Grantaire.

–Ele vai ficar.- Courfeyrac respondeu dando de ombros.- Eu vou querer uma coca cola por favor.

–Claro.- Karen entregou e saiu andando,oferecendo bebidas para os outros passageiros.

Quando o avião pousou, Combeferre estava suando frio de nervoso. Grantaire ainda estava dormindo,e teve que descer carregado por Marius e Courfeyrac.

–Muito bem. Agora iremos para a casa da Augustinne.- Cosette falou animada enquanto pegavam as malas.

–Talvez eu não esteja preparado para isso.- Combeferre confessou

–Como não? Nós voamos de Paris até aqui. Sem falar que vamos ter que alugar carros para podermos ir até a cidade que ela mora.

–Eu sei. Eu sei, Cosette. É que talvez... eu pensei que pudessemos ficar aqui essa noite, sabe esperar a Éponine chegar. Ela sabe como lidar com a Augustinne.

Cosette riu com ar ofendida olhando para o Marius.

–Ele esta dizendo que não sabemos lidar com a Augustinne.

–É, eu vi Cosette.- Marius respodeu não entendendo o tom que a esposa estava usando.

–Então... por que você não veio com a Éponine?

–Olha sinto muito, Cosette. Eu so acho que por elas serem amigas seja mais fácil a Augustinne me perdoar por todas as coisas que eu disse.

Cosette respirou fundo e sorriu.

–Tudo bem. Eu entendo.- Cosette esfregou o braço de Combeferre.- Vamos procurar um hotel!- ela gritou para chamar atenção do grupo que a olharam assustados assim como outras pessoas que estavam ao redor.

Se separaram em três taxis. Marius, Cosette e Combeferre foram em um, Jehan, Caitlyn e Joly em outro e no terceiro Courfeyrac com Grantaire ainda desmaiado.

[...]

Éponine esperava impaciente do lado de fora da onde Enjolras trabalhava. Será que demorava tanto assim para dizer : “Obrigado por tudo mas eu me demito.”?

Depois de uns quinze minutos, Enjolras saiu e encontrou Éponine chupando um picolé,sentada no chão. Ela olhou para ele e se levantou.

–Finalmente achei que tinha mudado de ideia e ficado para trabalhar.

–Desculpe,mas tive que responder algumas perguntas. Ele queria saber por que eu estou pedindo demissão e essas coisas.-Enjolras terminou de explicar dando de ombros e Éponine assentiu com a cabeça enquanto limpava o sorvete derretido do queixo.

–Quer?- ela ofereceu para Enjolras que deu uma mordida.- Sabe quando as pessoas te oferecem comida por educação, você recusa por educação.- Éponine falou brincando.

–Acho que sou sem educação então... O que vamos fazer até a noite?

–Sei lá. Podemos ir andar.

–Andar?

–É. Qual o problema? Podemos ir na piscina publica também, se bem que deve estar cheia.-ela murmurou pensativa.

–Vamos andar.- Enjolras passou o braço pelos ombros de Éponine.

Éponine pulou ficando na frente de Enjolras.

–UUH já sei! Nós podemos ir no Bois de Boulogne. É perfeito!

–É meio longe.

–O que é 25 minutos de trem? Ah vamos Enjolras a vista é linda. Vamos para o interior da França sem sair de Paris.- Enjolras olhou para Éponine que tinha uma expressão de cachorro que caiu da mudança. Fazia muito tempo desde que tinha ido ao bosque. Era quando ainda era criança e foi com seus pais.-Por favor.- ela implorou. Enjolras jogou a cabeça para trás e riu.

–Tudo bem vamos.

Éponine pulou feliz igual uma criança e jogou os braços ao redor do pescoço de Enjolras dando um beijo nele. Ela se separou e saiu correndo rindo, enquanto ele a seguia para o metrô. Éponine tinha o costume de sempre correr quando estava ansiosa para ir a algum lugar,como se isso a fizesse chegar mais rápido ao destino que queria.

–Muito bem vamos pegar o metrô até Porte Maillot e lá pegamos um trenzinho que vai nos levar até Bois de Boulogne.- Éponine explicou pulando de um pé para o outro enquanto esperava o trem. Enjolras colocou suas mãos nos ombros dela.

–Para quieta.- ele pediu e Éponine sorriu.

–Pardon, sou meia ansiosa.

–Mesmo?

–Olha é nesse que entramos.

Os dois entraram no trem que estava vazio, já que não era horário de pico e foram conversando sobre o que iriam fazer ao chegar lá. Éponine lamentou não ter pensado nisso antes,pois poderiam fazer um piquenique no bosque e ficarem depois de bobeira, sem fazerem nada.

http://www.youtube.com/watch?v=PxNYvk_0Onw

Summer comes, winter fades

(O verão chega,o inverno desaparece)

Here we are, just the same

(Aqui estamos nós,apenas iguais)

Assim que desceram do metrô, não demorou muito para que pegassem o trenzinho que levava para o maior bosque de Paris. Éponine pegou o celular e se aninhou em Enjolras,logo esticando o braço para tirar uma foto dos dois juntos.

Don’t need pressure

(Não precisamos de pressão)

Don’t need change

(Não precisamos de mudanças)

Let’s not give the game away

(Não vamos entregar o jogo)

Quando chegaram optaram por andar ao invés de pagar para continuar no trem ou alugar um carrinho. Éponine queria ver os hipódromos já que adorava cavalos,assim que acharam, ela se sentou e ficou admirando os animais.

–Quer ir montar?- Enjolras perguntou apertando os ombros de Éponine que se virou sorrindo para ele.

–Só se você vier junto.

Eles montaram calmamente por uma hora, enquanto conversavam ou dividiam o silêncio que as vezes parecia ser necessário para o local onde passavam.

Devolveram os cavalos e continuaram andando.

–Sabe? Até que você não foi tão mal montando.- Éponine comentou enquanto admirava a paisagem.- Aqui é tão verde e calmo que é difícil acreditar que ainda é Paris.

There used to be an empty space

(Costumava haver um espaço vazio)

A photograph without a face

(Uma fotografia sem rosto)

Os dois passaram um bom tempo caminhando de mãos dadas observando tudo em silêncio até que chegaram ao lago.

–Que tal andarmos de barco?- Éponine pediu.

–Você sabe remar?

Éponine revirou os olhos e riu.

–Não. Mas podemos tentar.

–E se ficarmos presos no meio do lago?

–Voltamos nadando.- ela respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo indo para onde alugavam os barcos.

Dez minutos depois estavam os dois dentro do barco,com colete salva vidas, cada um com um remo na mão se encarando.

–Isso vai ser divertido.- comentou Éponine começando a remar.

But with your presence and your grace

(Mas com sua presence e sua grace)

Everything falls into place

(Tudo se encaixa)

Depois de muito esforço, Éponine largou o remo bufando irritada.

–Isso é mais difícil do que parece.- Enjolras a olhou com as sobrancelhas arqueadas.- Não me olhe desse jeito.

–Vamos mademoiselle “voltamos nadando”.

–Você duvida?- Éponine perguntou em tom de desafio e Enjolras assentiu.- Pois bem. Olhe isso.- ela se levantou e pulou no lago e começou a nadar, virando para olhar Enjolras com um sorriso.

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)

Quando Éponine chegou a margem do rio, encontrou Enjolras a sua espera de braços cruzados.

–Mas... mas como?- ela perguntou confusa.

–Posso ter esquecido me mencionar que eu já fiz aula de canoagem quando mais jovem... quando ia passar as férias de verão no campo.- Enjolras respondeu como se fosse um detalhe sem importância. Éponine cerrou os olhos.

–Eu te odeio.- ela falou com os dentes cerrados enquanto Enjolras segurava o riso.- Ta achando graça é?- Enjolras assentiu não conseguindo conter uma gargalhada.- Vamos ver se você vai achar isso engraçado- ela o empurrou no lago.- Rárá.- Éponine apontou para ele, até que Enjolras a puxou, fazendo com que gritasse, logo um segurança apareceu dizendo que se os dois não saíssem do lago seriam expulsos do bosque.

Doesn’t mean my heart stops skipping

(Isso não quer dizer que meu coração para de pular)

When you look at me like that

(Quando você me olha desse jeito)

Eles pediram desculpas e saíram rindo e correndo para longe dali.

–Sabe? Tudo isso me deixou com fome.- Enjolras falou puxando Éponine pela cintura.

–Eu também to com fome,mas acho que restaurante nenhum vai nos deixar entrar nesse estado.

–Então por que não compramos uma cesta de piquenique pronta?- Enjolras perguntou apontando para a loja mais a frente.

There’s no need to worry when

(Não há motives para se preocupar quando)

You see just where we’re at

(Você vê onde nós estamos)

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)

Compraram a cesta e procuraram um lugar tranquilo para comerem. Ao terminarem de comer limparam a toalha e se deitaram bem próximos, as roupas já estavam secas.

–Quando era criança meu sonho era caçar um urso.- Enjolras confessou de repente e Éponine olhou para ele com um sorriso brincando nos lábios.

–Um urso?

–É. Eu sonhava em encontrar com ele e conseguir matá-lo com uma chave de braço. Estrangulá-lo ate a morte com minhas mãos.

–Nossa que violento.

–Até eu descobrir que não duraria dois segundo com o urso... Qual era seu sonho quando criança?- Enjolras perguntou cuidadosamente e sentiu Éponine se retrair. Mas ela devia ter um sonho antes de tudo aquilo acontecer com ela.

–Meu sonho era ser uma princesa perdida.- ela confessou em um suspiro triste. Enjolras a fez olhar para ele.

–Você é minha princesa perdida.- ele falou dando um beijo na ponta do nariz de Éponine a fazendo se sentar.

–Ah não. Você pode dizer isso para a câmera? Ninguém vai acreditar se eu contar.- ela falou brincando.

–Não serei mais romântico então.

–Por favor, seja romântico.- Éponine se jogou encima dele.

Heavy words are hard to take

(Palavras pesadas são difíceis de aguentar)

Under pressure precious things can break

(Sobre pressão coisas preciosas podem quebrar)

And how we feel is hard to fake

(E como nos sentimos é difícil de fingir)

So let’s not give the game away

(Então não vamos entregar o jogo)

Ficaram mais um tempo conversando e observando as nuvens até que acabaram cochilando.

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)

Doesn’t mean my heart stops skipping

(Isso não quer dizer que meu coração para de pular)

Enjolras acordou com Éponine o cutucando que ainda tinham muito o que ver antes de irem embora e ela queria ir no parque de diversão.

When you look at me like that

(Quando você me olha desse jeito)

There’s no need to worry when

(Não há motive para se preocupar quando)

You see just where we’re at

(Você vê onde nós estamos)

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)

Os dois compraram entradas para todos os brinquedos, por mais que ficaram apenas no carrossel, montanha russa e túnel do terror que mais os fazia rir do que se assustarem.

Fools rush in

(Tolos se apressam)

And I’ve been the fool before

(E eu já fui tola antes)

This time I’m gonna slow it down

(Dessa vez eu vou devagar)

Cause I think this could be more

(Porque acho que isso poderia ser mais)

The thing I’m looking for

(A coisa que eu estava procurando)

Quando as entradas acabaram, eles andaram até o jardim das crianças e se sentaram observando os pais com os filhos se divertindo. Éponine tinha um olhar triste.

–No que está pensando?- Enjolras perguntou curioso para saber o que tinha feito ela adquirir aquela expressão.

–Que se eu tivesse um filho eu iria trazê-lo aqui sempre só para ouvir ele rindo desse jeito.- ela fechou os olhos escutando as risadas inocentes das crianças. Enjolras a abraçou,agora sabendo que ela estava pensando no filho que ela poderia ter tido.

–Vem. Vamos ser crianças e brincar também.- ele a puxou para a “praia”, que era um lugar que tinha água para as crianças brincarem.

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)

Doesn’t mean my heart stops skipping

(Isso não quer dizer que meu coração para de pular)

Alguns pais olhavam torto para os dois que gritavam e saiam correndo um atrás do outro e brincavam com as crianças de pega pega. E logo Éponine havia esquecido o pensamento que voltara para assombrá-la. Mentalmente ela fez uma prece agradecendo por ter Enjolras em sua vida.

When you look at me like that

(Quando você me olha desse jeito)

There’s no need to worry when

(Não há motive para se preocupar quando)

You see just where we are

(Você vê onde nós estamos)

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)

Finalmente chegou a hora de ir embora e estavam os dois ensopados e exausto,porém estavam felizes. Felizes por terem tido aquele dia juntos. Felizes por um estar ajudando o outro a mudar e crescer da sua maneira. E mesmo que não fossem admitir tão já, felizes por estarem juntos. Sem a mínima intenção de se separarem logo.

O celular de Enjolras tocou avisando que havia chego mensagem. Ele o pegou e leu sério.

–Que foi?- Éponine perguntou curiosa tentando ler,mas Enjolras deu de ombros guardando o celular.

–Minha mãe está nos convidando para jantar hoje. Mas ligo para ela avisando que vamos viajar.- ele respondeu como se não tivesse importância.

–Não!- Éponine o parou.- Diga para ela que vamos. Quero conhecer sua mãe.

–Mas nós vamos...

–Podemos pegar o primeiro voo amanhã. Combeferre está em boas mãos.

Enjolras sorriu nervoso.

–Tem certeza?

–Você me deu um dia maravilhoso, Enjolras. Nada me faria a garota mais feliz do mundo do que conhecer sua mãe.

Just please don’t say you love me

(Por favor apenas não diga que me ama)

Cause I might not say it back

(Porque posso não dizer de volta)


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Notas finais do capítulo

Bom gente é isso. Eu li e reli por semanas esse capítulo tentando achar um jeito de arrumá-lo de uma maneira que não ficasse blargh,mas acho que ele acabou ficando blargh, então peço desculpas novamente. Se ficou confuso em alguma parte me digam para que eu possa consertar.

Mas se alguém gostou,por favor deixe um review, que não mata, eu acho.

Até mais!



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