Left 4 Dead - Morte à Espreita escrita por ghost of Sparta


Capítulo 7
Deixada para morrer - Parte 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359168/chapter/7

Do outro lado do mercado, Judith revirava as prateleiras com frutas quando ouvira passos e gritos. Ela, assustada, ergue sua pistola e avança cautelosamente para o corredor na esquina.

– Ei, Judith, você ouviu...

Dois tiros. Judith nota, então, que atirara em Michael por engano.

– Arghhh. Eu disse que você ia acabar acertando alguém... arghh... por engano...

Michael cai no chão, o peito com uma mancha vermelha crescente e a garganta borbulhando sangue, e Judith corre para ajudá-lo. Ela rasga um pedaço de sua blusa e tentar conter a hemorragia. Acaba largando sua pistola de lado.

– SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDE!

– Respirar... gaaahhhh... difícil... garganta... sangue... frio...

– Não... não... Michael, fique comigo. Está me ouvindo? Fique comigo!

– Gaaaahhh... gaaaahhhh...

– Só me diz o que fazer... você é enfermeiro... deve saber o que fazer num caso desses...

– Gahhhhhhh... gaaaahhhhh...

– O que? Vá devagar... eu não entendi...

– Gaaaahhhhh... atrás de você...

Quando Judith se vira, ela é atingida por um soco e cambaleia até colidir com uma estante. Diante dela havia um homem obeso, com pústulas podres e fétidas espalhadas por todo seu corpo. Vestia um terno pouco elegante e ostentava um sorriso nitidamente falso. Ele não conseguia parar seus leves arrotos constantes.

– Ah, você quer brigar, seu filho da puta? Então vamos nessa.

Judith corre e acerta uma cotovelada no zumbi obeso, que se desequilibra e bate contra uma estante de produtos. Ele parece sentir o golpe e fica gemendo de dor, mas quando Judith se aproxima novamente ele vomita uma bile gordurosa e esverdeada sobre ela. Judith se afasta, enojada, e tropeça no corpo sem vida de Michael. Ela se recupera rapidamente, pega a magnum no chão e dispara três tiros contra o zumbi. Para a surpresa de Judith, o zumbi obeso explode, jogando bile, carne, pele e sangue para todos os lados. A força da explosão arremessa Judith para o corredor a frente, fazendo-a colidir com uma pilha de latas de ervilhas. A mulher fica atordoada por um instante e quando se recupera nota um pequena menina se alimentando do corpo de Michael.

– Essa não...

A menina sorri e corre em direção a sua próxima vítima. Judith se levanta rapidamente e se desespera ao não conseguir encontrar sua pistola em meio a imensidão de latas. Por instinto, ela agarra a menina e a arremessa dentro de um carrinho de compras, começando a se afastar correndo em seguida. Judith sente algo puxar seu calcanhar e tomba no chão.

– Não!

Michael havia a segurado e a fitava com seus olhos sem vida. Havia se tornado um deles. E então eles surgem, vindos de diferentes direções, todos com o mesmo objetivo. Judith não consegue se desvencilhar da horda que a cercara e então todos aqueles mortos-vivos a atacam e se alimentam de seu sangue e sua carne.




Enquanto Carlos e Kadie colocavam dois galões de gasolina junto ao carro-forte, o capitão Gordon e Natasha faziam sexo com uma selvageria quase animal.

– Ahhh. Vamos! É a pior transa da minha vida até agora! Você pode fazer melhor do que isso!

– Pode ter certeza que posso, vadia!

– Isso! Isso! Isso! Arghhh!

Uma morta-viva havia se esgueirado e agora mordia o pescoço de Natasha. O capitão afasta as duas com um empurrão e assiste a tentativa em vão de Natasha de tentar se desvencilhar.

– Me ajuda, seu idiota!

Natasha consegue empurrar a morta-viva para longe e cai no chão. Ela põe as duas mãos no pescoço tentando estancar o sangue que jorrava sem parar. A morta-viva se levanta, ainda mastigando uma lasca da carne de Natasha que estava em sua boca, e corre em direção ao capitão Gordon. O experiente militar levanta suas calças, recolhe sua M-16 e dispara sem dó contra a cabeça da morta-viva. Ele se aproxima dela, aguardando para ver se havia qualquer movimento. Nada. Parecia que tiros na cabeça realmente eram mais efetivos.

– Socorro... socorro... socorro...

Natasha se contorcia e agonizava no chão. Estava mergulhada numa poça de seu próprio sangue. O capitão Gordon se aproxima dela e a fita com seriedade.

– Vai... ficar... só... olhando... babaca?

O capitão Gordon explode a cabeça de Natasha com uma saraivada de tiros.

– Sinto muito, vadia. É o melhor que posso fazer.

Um grito feminino vindo de perto das bombas atrai a atenção do militar.

– Mas que porra está havendo?

Kadie estava se arrastando no chão com diversos zumbis mordendo seu corpo. Haviam outros descendo uma ladeira em corrida frenética. Carlos surge repentinamente e rouba uma pistola do cinto do capitão. Ele começa a atirar desesperado contra os zumbis.

– Morram seus desgraçados!

– Espere! Cuidado com a gasolin...





Zoey e Teague corriam pelas intermináveis estantes de produtos do mercado, à procura do padre Marvin. Eles ouvem tiros vindos do outro lado do estabelecimento.

– Você ouviu isso, Teague?

– Acho que Judith e Michael encontraram alguém... talvez seja melhor irmos verific...

– NÃÃÃÃÃOOOOOOOO!

Zoey e Teague notam que o padre estava próximo ao saída de emergência, ajoelhado, e segurando um menino zumbi que se esforçava em tentar mordê-lo. Zoey leva a mão a boca ao notar que o garoto zumbi tinha perdido um terço da cabeça.

– Teague, será que esse é...

– O filho dele. Imagino que sim, Zoey.

– Deus, por favor ouça meu clamor! Eu imploro por seu perdão, meu senhor! Torturai-me com mil chibatadas, use meus olhos como alimento para abutres, sopre a chama da vida para longe de meu corpo, mas poupe meu amado filho do tormento eterno! Resgate-lhe sua vida! Não o faça pagar pelos meus pecados!

Zoey e Teague se entreolham. No momento em que iam confortar o padre, ouvem janelas se quebrando por todo o mercado e tiros sendo disparados pelo lado de fora. Zoey se apressa em puxar o padre pelo braço.

– Nós temos que ir, padre. Tem uma horda entrando aqui.

– Não! Eu não abandonarei meu filho de novo! Ele precisa de mim aqui! E eu estarei aqui!

– Não seja estúpido, padre Marvin. Você não durará nem dois segundos quando aquela horda chegar aqui!

– Se for a minha hora... que assim seja.

As bombas de gasolina explodem e destroem boa parte da parede dos fundos do mercado. Zoey é lançada no ar e colide com algumas estantes de produtos, sendo que uma delas cai sobre sua perna direita. O lugar logo é tomado pelo fogo e fumaça, que se espalham cada vez mais rápido. A jovem sente sua cabeça gritar de dor e demora um pouco para ver seu mundo parar de girar. Ao ver sua mente entrar em foco novamente, Zoey sente uma forte pontada de dor.

– Argghhh! Minha perna!

Zoey tenta em vão retirar a estante de cima de si. É muito peso para que ela possa levantar sozinha. A jovem olha para todos os lados, à procura do tenente Teague.

– Teague! Teague! Preciso de ajuda!

– Estou aqui.

O tenente havia se aproximado rapidamente. Tinha várias escoriações pelo corpo e estava com o braço direito sangrando. Parecia ter fraturado ele.

– Zoey... temos que ser rápidos... só posso usar um dos braços e vou precisar de sua ajuda...

– E os outros?

– O padre sumiu... os outros já devem estar no carro-forte... temos que ir...

Teague entrega uma pistola magnum para Zoey.

– Atire em qualquer zumbi que vir se aproximando. E faça força como nunca fez antes, Zoey.

Teague começa a erguer a estante com seu braço esquerdo com um leve apoio de Zoey. A jovem nota dois zumbis se aproximando e dispara contra eles. Os dois caem no chão mas logo se levantam e continuam a se aproximar.

– Não poupe balas, Zoey. É por nossas vidas que estamos lutando!

Zoey dispara mais vezes e consegue derrubar os zumbis. Mais não há tempo para comemorar. Mais e mais zumbis surgem pela abertura criada pela explosão, sedentos por carne e sangue. Impulsionados pela adrenalina, os dois removem a estante e saem correndo em direção a porta da frente do mercado.

– Mais rápido, Zoey! Eles estão atrás de nós!

– Pra você é fácil! Tenta correr com a perna machucada e depois me diz como foi!

Enquanto corre, Zoey atira contra os zumbis que vão chegando mais perto, até que a munição de sua pistola acaba. Ela acaba arremessando a própria pistola contra um morto-vivo num terno negro.

– Nunca gostei de engravatados mesmo.

Quando Zoey se volta novamente para a frente, é atingida por um zumbi que saltara sobre ela. Os dois rolam sobre estantes quebradas e em chamas até pararem na fileira de caixas. Este zumbi parecia diferente dos outros. Vestia-se com um casaco com capuz que ocultava sua face, tinha mãos ligeiramente maiores do que o normal com unhas afiadas e tinha um rosnado animal, o mais assustador que já havia se ouvido.

Zoey se protege com uma cestinha de compras, impedindo que aquela aberração devorasse seu pescoço. Ela sente as afiadas unhas rasgando a pele e a carne de seus braços e olha em volta procurando por ajuda. Ela vê o tenente Teague saindo pela porta automática da loja e finalmente notando que Zoey fora atacada.

– Teague! Me ajude!

Teague olha para o lado de fora e vê o carro-forte ainda estacionado em segurança. Havia dois de galões de gasolina próximo a ele. O tenente então olha para dentro da loja e se depara com uma horda ensandecida de mortos-vivos vindo em sua direção, ignorando as chamas que consomem o mercado. Ele estava sem munição e ainda havia aquela aberração sobre a garota. A dúvida o assombra por instantes que parecem uma eternidade até que ele finalmente toma uma decisão. E o tenente Teague segue correndo em direção ao carro-forte, joga os galões de gasolina para dentro e gira as chaves na ignição três vezes até fazer o veículo ligar.

Zoey assiste, incrédula, o carro-forte acelerar e se afastar do local.

– Teague! Seu filho da puta desgraçado! Volte aqui!

A aberração começa a destruir a cestinha com as mãos e sua saliva escorre sobre o rosto de Zoey. Ela sente um ódio profundo pelo soldado que a abandonara. Ela o amaldiçoa e implora mentalmente por uma chance de dar o troco, uma chance de matar o desgraçado. Ela já podia sentir o hálito do monstro alcançando seu pescoço. Havia chegado ao fim.

– Mantenha a cabeça baixa!

Um estrondo alto e a cabeça da aberração explode em milhares de pedaços. Ao limpar o sangue e tripas do rosto, Zoey vê um senhor lhe estendendo a mão para lhe ajudar a levantar. Era uma senhor de cabelo e barba brancos, usando uma jaqueta verde, calça, botas e boina militar. Portava uma escopeta e aparentava saber o que estava fazendo.

– Quem é você?

– William Overbeck. Mas pode me chamar de Bill...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Left 4 Dead - Morte à Espreita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.