Never Let Me Go escrita por patch


Capítulo 12
Entorpecidos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359124/chapter/12

— Eu preciso falar com você — bati a porta aberta do armário de Stephanie e ela se assustou. Quando me viu, piscou várias vezes. Talvez para ter certeza de que era eu mesmo falando com ela.

— Hm — ela pigarreou. — Como posso te ajudar, Dr. Karev?

— Simples — respondi. — Apenas me diga aonde Jo está ou no que ela está tramando.

Stephanie ainda estava digerindo o fato de que eu estava conversando com ela.

— Dr. Karev, sinceramente? Eu não faço ideia. Nós costumávamos ser próximas uma da outra, mas de um tempo pra cá, ela nem sequer retorna as minhas ligações. Sem falar que ela abandonou o programa do GSM. Há mais de um mês não tenho notícias dela. E não é por falta de tentativa, sabe? Ela evaporou.

Fiquei arrepiado. Porque ela faria isso? Ah, Wilson. Sempre dramática. Por favor, não era pra tanto. Era? Me encostei no ármario dela, procurando apoio.

— Aonde ela mora? — Perguntei. Como é que eu nunca tinha ido à casa de Jo antes? Ela vivia na minha.

Stephanie pegou um pedaço de papel e uma caneta no bolso de seu jaleco e escreveu numa letra garranchada o endereço completo de Jo.

— Aqui está — ela passou o papel rasgado para mim. — Mas devo avisar, fui lá apenas uma vez, há algum tempo, então não sei se ela ainda está morando lá, mas tente a sorte. Eu iria, se tivesse tempo disponível, mas as coisas andam corridas aqui, no hospital — ela disse, apressadamente.

Ei, calma garota! Meu subsconciente observou.

— E... — gaguejei. — Você tem certeza de que ninguém mais sabe aonde ela se meteu? Não que seja da minha conta, sabe... — Desviei o foco de Stephanie, porque sabia da fama que ela tinha no hospital. Se eu dissesse algo a mais, mesmo que fosse sem querer, ela diria à todos o inverso da história. Prefiria manter meus assuntos pessoais longe de holofotes.

— Você já conversou com o Dr. Peckwell? Eles namoram... Ou namoravam... Acho que eles terminaram... Ou voltaram? — Stephanie não ajudaria em nada mesmo. Acho que se continuasse tentando tirar alguma informação dela, me atrapalharia ainda mais na busca por Jo.

— Ok, ok — interrompi-a. — Volte para o seu trabalho e não abra o bico pra ninguém sobre essa conversa, pode ser? Poucos sabem desse sumiço repentino de Wilson e eu quero deixar como está. Não é da conta de ninguém — expliquei. Claro, tirando o resto do pessoal, era da minha conta sim. Talvez eu tenha sido o motivo dela ter sumido desse jeito. Tinha que encontrar um jeito de consertar essa situação, antes que...

Izzie... Se caísse no ouvido dela que eu estou atrás de Jo, ela ficaria uma fera.

— Pode deixar, Dr. Karev.

Saí do vestiário dos internos e irracionalmente, me dirigi à saída do hospital.

Ei, Alex, meu consciente gritou, você esqueceu que está em um plantão?

Deixe-me em paz, ok? Pelo menos por uma hora ou duas, não aguento mais ouvir o que você tem a dizer, retruquei.

Entrei na minha camionete e corri, entre ruas e rodovias, com pressa de que algo terrível tivesse acontecido com Jo. Eu não me perdoaria se eu fosse o responsável por isso. Cheguei no endereço que Stephanie me dera em 15 minutos.

Eu não tinha consciência daquela parte de Seattle. A rua estava escura, o que denegria o lugar. Não era bonito mesmo. O ar era úmido e cheirava à mofo. Senti vontade de espirrar. Procurei na rua, o nome do edifício que estava no papel.

Não pode ser, cara, pensei.

O lugar estava em ruínas. Mal tratado e mal frequentado, diga-se de passagem. Dois homens morenos estavam perto da entrada, fumando um cigarro que me pareceu suspeito. Encarei-os, mesmo temendo que isso fosse uma má ideia. Entrei no prédio e não tinha ninguém na recepção. Decidi subir as escadas e ver até onde elas me levariam. O apartamento de Jo era o 10, então mais dois lances de escada e eu saberia o que havia acontecido com ela.

A porta que pertencia ao apartamento 10 estava toda esburacada. Eram marcas de tiros? Me senti mal por ela. Agora eu sei porque ela nunca se interessou em me convidar aqui antes. Bati e ninguém respondeu. Girei a maçaneta e ela estava aberta. Entrei, temendo o pior.

E eu estava certo.

O que vi, demoraria algum tempo para ser apagado da minha memória. Se fosse.

Jo estava caída no chão da sala, inconsciente.

— Jo — corri em sua direção. — O que você fez? — Gritei para ela e para mim. O que eu havia feito?

Segurei-a em meus braços e ela não tinha nenhum senso de resposta. Estava flácida. Parecia morta, mas não estava. Logo certifiquei-me de sentir sua jugular, que estava fraca, mas pulsando.

— Não me deixa, ok? — Implorei.

Olhei em volta e encontrei o que fizera ela apagar daquele jeito. Uma carreira de cocaína cheirada pela metade e diversos tranquilizantes. Ela havia tido uma overdose. Em que merda ela estava pensando?

E foi quando eu vi... Sangue. Ao redor dela, nela. Peguei suas mãos para procurar a origem do sangramento e tremi quando deduzi que ela cortara os pulsos. Além de cheirar tanto à ponto de ter uma overdose, ela cortara os pulsos. Levantei-a e a levei para a camionete.

— Me desculpa, está bem? — eu disse, colocando-a no banco de trás, deitada.

Segui em disparada para o hospital, sem olhar as sinalizações ou me importar com qualquer pedestre. A única pessoa que tinha importância pra mim, estava ali comigo, à beira da morte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será o fim de jolex? ):Pessoal, depois desse capítulo vou fazer uma pausa por tempo indeterminado por causa de...... tempo skdjsk tô muito atarefado esses dias, então vou ter que deixar um pouco a fic de lado e lidar com o meu futuro. Prometo que quando eu voltar, vai valer a pena.Obrigado por quem está acompanhando!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Let Me Go" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.