The Poet's Fire escrita por Vencedora de Lesmas


Capítulo 1
"The Spectacles"


Notas iniciais do capítulo

"The Spectacles" é uma estória escrita por Edgar Allan Poe. (A great little comedy about love at first sight)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359028/chapter/1

- Acho o que você faz... impressionante. – disse o professor de literatura, seus olhos negros feito breu brilhavam enquanto um sorriso torto pintava seus lábios. Ryan Hardy não conseguiu deixar de sorrir ao elogio.

            - Obrigado. – algo em Joe Carroll o deixava completamente à vontade, embora Ryan não conseguisse se decidir entre o charme do professor e o ótimo uísque.

            - Então, Ryan... passamos a tarde juntos, mas confesso que não sei nada sobre você. – a voz aveludada de Joe penetrava fundo nos ouvidos de Hardy, deixando-o hipnotizado.

            - Acho que não tem nada de interessante sobre mim. – disse ele, dando de ombros.

            Carroll se aproximou e serviu-se de outra dose de scotch, surpreendendo Ryan ao se sentar em uma cadeira mais próxima.

            - Vamos... eu sei que você tem. – as palavras o instigavam a falar.

            - Nada que o interessaria, Prof. Carroll.

            - Já disse que pode me chamar de Joe, Ryan. – ele se aproximou ainda mais, sorrindo.

            - Certo, Joe... desculpe, mas eu não...

            - Está tudo bem, vamos conversar de outra coisa.

            Ryan sentiu alivio, embora uma pontada de angústia o perturbasse por não se abrir com Joe. Afinal, ele fora de grande ajuda.

            - Já leu “Annabel Lee”, Ryan? – Joe colocou mais um pouco de uísque no copo de Hardy. – Desculpe-me, quer mais gelo?

            - Não, está bom assim. Obrigado. – Ryan bebericou sua bebida. –Annabel Lee? O poema do Poe, certo?

            Joe anuiu.

            - Só quando eu ainda estava na escola. – ele sorriu envergonhado.

            - Não tem problema. – disse Joe – Gostaria de ouvi-lo?

            - Claro. – Ryan se assustou com o quão excitada sua voz soava.

            - Hmm... – Joe inclinou-se para frente na cadeira, pousando os cotovelos nos joelhos e apoiando o queixo nas costas das mãos entrelaçadas. Seus olhos se fecharam lentamente. – Acho que me lembro...

It was many and many a year ago, In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.

I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love-
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.

And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.

The angels, not half so happy in heaven,
Went envying her and me-
Yes!- that was the reason (as all men know,
In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.

But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we-
Of many far wiser than we-
And neither the angels in heaven above,
Nor the demons down under the sea,
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee.

For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so, all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling- my darling- my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea,
In her tomb by the sounding sea.

            Quando Joe terminou, Ryan não saberia dizer se havia gostado mais do poema ou se da voz do próprio Joe. As palavras e letras pareciam querer ser pronunciadas por ele, enrolando-se em sua língua e criando uma música jamais ouvida, apaixonante e perigosa ao mesmo tempo. Ele só percebeu o que estava fazendo quando seus lábios se pressionaram contra os de Joe. O cheiro de uísque penetrou sua boca e tocou sua língua, além do próprio cheiro de Carroll que embriagou Ryan. O policial se afastou, ofegando.

            - Eu- ele foi calado pela boca de Joe indo de encontro à sua, sua língua passando por entre os dentes de Ryan e se enrolando na dele. As mãos de Hardy subiram e agarram o pescoço de Carroll em um gesto desesperado, tentando puxa-lo para o mais perto possível enquanto o braço de Joe descia e o envolvia pela cintura, fazendo-o levantar da cadeira e se sentar em seu colo. Quando Ryan se acomodava em suas pernas, uma das mãos de Joe tocava-lhe o tornozelo e subia lentamente até a coxa, afagando levemente.

            - Joe...

            Carroll deixou sua mão continuar subindo até chegar a frente das calças de Ryan, seus dedos se movendo habilmente enquanto o estimulava através da roupa. Como se água fria tivesse sido despejada em sua cabeça embriagada, Hardy se levantou e afastou a mão do professor.

            - Eu não sou gay. Eu... eu nunca fiz... assim...

            Um sorriso malicioso se formou nos lábios de Joe.

            - Não é muito diferente de quando se faz com uma mulher... posso até lhe deixar ser o homem.

            O tom de voz de Joe fez a espinha de Ryan se arrepiar, uma onda febril que subia por seu corpo até atingir sua cabeça, fazendo-o pensar em como seria tocar Joe, beijar-lhe o corpo, a barriga...

            O desejo febril tomou forma rapidamente enquanto seu sangue começava a se direcionar para sua virilha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Poet's Fire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.