Charlotte's Web escrita por Lady Lynx


Capítulo 1
Sorte ou Azar?


Notas iniciais do capítulo

Esse cap. é uma doideira. Eu passei a tarde toda trabalhando nele e no cap. 2, tomara que esteja bonzinho...



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Depois de muito resistir, ela finalmente foi vencida pelo sol.

A luz que vinha da janela quis iluminar exatamente na cara dela. Sara criou coragem e dispensou a preguiça de se levantar e fechar as cortinas. Antes mesmo de se deitar na cama de novo, já havia perdido o sono.

Odiava quando isso acontecia.

Estranhou o fato da cama estar vazia. Ela estava usando apenas a camisa xadrez azul dele, as outras roupas estavam espalhadas pelo chão. A cama também estava bagunçada. Algumas marcas da noite passada.

E que noite. Dia dos namorados. Era certeza que todos os casais da cidade aproveitaram da mesma forma.

Um cheiro delicioso entrou no quarto pela porta entreaberta. Com certeza um certo cavalheiro estava fazendo o café, então foi “confiscar” alguns waffles.

Quando chegou a cozinha ele já estava pondo a mesa. Uma mesa bem cheia.

– hey, eu já estava indo lá te acordar! – se aproximou dela e beijou seus cabelos. – bom dia...

– pelo visto meu dia vai ser ótimo, olha só pra isso! – ela apontou para a mesa – quer me deixar gorda?

– não tem como, você vai ser sempre linda.

– agora está insinuando que beleza é sinônimo de magreza?

Grissom riu e os dois se sentaram. Parecia tudo tão bom que Sara queria provar um pouco de cada coisa na mesa.

Depois que acabaram os dois foram ver um filme.

– não vão te ligar do Lab.?

– folga de dia dos namorados. – ela pegou o controle e ligou a TV como se estivesse disparando uma arma, imitando até o som. – temos o dia todo.

Eles trocaram um sorriso e se deitaram juntos, assim como ficaram o resto do dia.

~TRÊS SEMANAS DEPOIS~

– tem certeza?

– Gil, é a terceira vez que me pergunta!

– mas e se acontecer alguma coisa?

– nesse caso eu terei cinquenta pessoas pra me ajudar.

– mesmo assim eu quero entrar com você.

– Grissom, eu já disse que faz tempo que não sinto aquele mal estar, foi só daquela vez!

Ele saiu do carro e trancou as portas. Chegou do lado dela e passou o braço em sua cintura. Então eles entraram no Lab.

– as pessoas estão olhando pra você... Estão achando que é uma miragem! - disse Grissom.

– ou talvez estejam encantados com a sua beleza.

– ora, mas... - Gil foi interrompido.

– Não ACREDITO!

Eles se viraram para ver quem tinha dito aquilo. Hodges estava parado segurando um tubo de ensaio, boquiaberto.

– está de volta! Finalmente este laboratório vai ter alguém mais inteligente que o DB! Sem ofensas, Sara.

– ah, claro que não ofendeu! – ela riu sarcástica.

– na verdade só vim fazer uma visita com a Sara, não vou vir a esse laboratório pra trabalhar nunca mais.

– é uma pena. Bem eu tenho trabalho a fazer – ele mostrou o tubo e depois voltou um pouco atrapalhado para seu laboratório.

Sara o levou até a sala de descanso. Estavam todos lá, rindo de algo que, como sempre, Greg disse.

– mas é verdade! Ele tinha uns 400 dentes, e gostou justamente de mim!

– ta bem Greg, a gente super acredita. - disse Nick em meio a gargalhadas.

– eu juro pra vocês, ele me perseguiu, um enorme e horrível... – ele viu Gil e Sara chegando pelo corredor – Grissom!

– o que? – todos ficaram sem entender – “um enorme e horrível Grissom?”

– não, Grissom! – ele apontou para os dois que já estavam na porta.

– Gil! Mas que surpresa, cara! – Nick foi o primeiro a ir cumprimentá-lo.

– então você é o famoso Gil Grissom? – DB apertou sua mão.

– acho que sou, mas... famoso?

– tem muita gente nova aqui que sabe tanto sobre você que parece que te conhece. – Sara falou mais baixo, só pra ele ouvir – agora pode ir...

– eu sou Jules Finlay, Finn para os amigos. – Gil a cumprimentou.

Ficaram se conhecendo por mais alguns minutos, ate ele finalmente resolve ir embora.

– bem eu não quero incomodar mais o trabalho, como se já não tivesse incomodado. Mas eu estou de saída.

– então tchau, né! - disse Greg acenando, logo levando um soco no ombro de Nick pela grosseria.

– espero rever vocês logo... – ele se virou para Sara e cochichou – tem certeza que está tudo bem?

– sim, anda logo!

– está me expulsando?

Sara viu que todos estavam querendo saber o que eles estavam falando.

– ééé... eu também te amo, Gil.

– o qu... claro... até mais tarde. – ele saiu e ficaram todos olhando maliciosamente para Sara.

– o quê? Vão cuidar de umas amostras! – ela riu, acompanhada por todos.

Mais tarde ela e Finn estavam analisando algumas fotos, quando Sara sentiu uma tontura e cambaleou se apoiando na mesa.

– hey, você esta bem?

– eu não sei, tenho tido desses desconfortos há um tempo...

– está passando mal?

Sara queria dizer que estava bem e sair dali, mas seu estomago começou a revirar e ela caiu de novo, sendo segurada por Finn.

– vem comigo.

Finn a apoiou ate chegarem ao banheiro. Ao entrarem Sara correu direto para dentro e vomitou. Depois que o enjoo passou, Finn perguntou:

– você comeu algo que lhe fez mal?

– não.

– tem alguma alergia?

– não... eu não sei.

– se não for isso, só tem mais uma explicação... - Finn sorriu, visivelmente empolgada com seu diagnóstico.

Sara ficou sem entender por um tempo, mas depois compreendeu perfeitamente o que ela queria dizer.

– não, não isso não pode acontecer, quer dizer eu e o Gil, nós... – ela se enrolou tanto que resolveu parar pra pensar um pouco.

– pode ser, Sara. Você tem que se certificar.

– mas não posso estar... – ela notou que estava falando alto demais.

– tem que fazer um teste. – ela pegou a mão de Sara. – podemos ir a um hospital e-

– nada de hospital, Ecklie monitora tudo que fazemos e eu não quero criar caso. Teste de farmácia é quase infalível.

Jules suspirou.

– de qualquer forma, vamos ter que aceitar o resultado.

Sara assentiu. Ela tinha razão. Depois que acabaram com as fotos seguiram para comprar o teste. Depois de alguns minutos no banheiro, Sara saiu com o resultado nas mãos e os olhos cheios de lágrimas.

~

– chegou, honey?

– sim...

– por que falou tão baixo? – Gil apareceu sorrindo, mas ficou serio ao vê-la com os olhos vermelhos e molhados. – Sara?

Ela desatou a chorar e se sentou no sofá com as mãos no rosto. Grissom correu até ela a amparando.

– me... me desculpe...

– pelo amor de Deus, desculpar pelo quê?

Ela limpou os olhos e ainda soluçando mostrou o teste na bolsa. Positivo.

Ele ficou com aquilo nas mãos olhando, sem acreditar. Ela estava grávida.

– eu não quis que isso acontecesse, só aconteceu... me desculpa, por favor...

Grissom largou o teste e a abraçou.

– porque esta me pedindo desculpas? É claro que não é culpa sua. Não é culpa de ninguém. Se isso aconteceu, tudo o que temos a fazer é aceitar.

– mas como? Você... nós, não podemos fazer isso. Não temos condições e não tínhamos planos pra isso!

– eu não me importo, Sara. Não me importo que esteja tarde pra termos uma família juntos, só que vamos ter uma família juntos, finalmente.

– finalmente? – Sara estranhou e viu Grissom ficar triste. Ela entendeu. – Gil, você queria ter filhos?

– eu já havia pensado nessa possibilidade muitas vezes, eu queria conversar com você, mas nunca tive coragem... Achei que não quisesse. Agora eu tenho certeza...

Sara se sentiu culpada por um momento. Estava se desculpando por realizar tarde demais o sonho dele. Como eles nunca conversaram sobre isso? Como ela poderia estar triste?

Ela segurou o rosto de Grissom entre as mãos. Ele olhou para ela sabendo que ela ia dizer algo.

– você tem razão, Gil. Eu não posso achar isso ruim. Vamos ser pais. Isso não é qualquer coisa, e quer saber? Eu estou feliz porque agora não é mais só Grissom e Sara.

Ele sorriu ao ouvir aquilo. Ela também. Eles trocaram um beijo precedido de duas semanas de festa entre os amigos.

Mas o problema surgiu quando foram fazer a primeira ultrassom.

Algo aconteceu e o medico teve que sair da sala. Depois de alguns minutos voltou com outra médica, uma mulher. Ela usava um jaleco que fazia parecer mais profissional. Eles ficaram um tempo analisando a máquina e falando baixo. Grissom e Sara ficaram ali parados olhando, Sara deitada na cama do hospital.

Depois os médicos saíram, conversaram um pouco do lado de fora até que a mulher foi embora e o medico entrou triste.

– o que foi? - perguntou Sara sorrindo, mas no fundo apreensiva.

– eu lamento dizer mas... Não é possível ver o feto.

– algum problema com a máquina?

– não... Alarme falso. Você... não esta grávida.

Os olhos de Sara se encheram de lagrimas, mas ela não esboçou reação e sequer se moveu. Grissom não conseguia acreditar no que ouviu.

– mas... ela fez um teste...

– isso acontece ás vezes, do mesmo modo que pode dar negativo se ela estiver grávida. Eu sinto muito, você não é a primeira, e eu odeio ter que lidar com esses casos.

– tudo bem doutor... – Sara finalmente falou alguma coisa, olhando para o chão. – mas tem algum motivo pra eu nunca ter ficado grávida antes?

– talvez... Esterilidade. Mas tenho certeza de que foi pela diferença das idades entre vocês. Eu lamento novamente.

Grissom e Sara saíram do consultório em silêncio. Durante a viagem de carro de volta pra casa Sara ficou apoiada na janela do carro. Enquanto o vento balançava levemente seus cabelos, ela viu que o sol estava se pondo.

O por do sol de Las Vegas era magnífico. Com o deserto, a areia ficava laranja. Mas nem aquilo conseguiu a alegrar.

Grissom ficou preocupado com o silencio que tomou conta do carro. Sara estava triste, ele sabia.

Chegaram na casa e Hank cumprimentou-os feliz. Ele ameaçou pular no colo de Sara, mas ela não lhe deu atenção. Sentou-se no sofá e deixou o rosto cair nas mãos. Grissom se aproximou devagar e antes mesmo de dizer alguma coisa ela já estava soluçando.

Ele se sentou ao seu lado a abraçando. Hank percebeu que estavam tristes com alguma coisa. Se aproximou de Gil encostando a cabeça em seu colo. Ele acariciou o cão e quebrou o silencio que o atormentava desde o consultório.

– vamos superar isso, eu não sei como... – ele mesmo não conseguiu segurar as lagrimas - mas pense que... Vamos esquecer isso e nossas vidas vão voltar ao normal.

Ela levantou o rosto, olhou para ele e assentiu.

No dia seguinte contaram aos seus amigos.

Na semana seguinte, Sara finalmente esqueceu, e sua vida voltou ao normal.


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Notas finais do capítulo

E então? Ficou bonzinho? :v



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