Flor De Apolo escrita por Gus


Capítulo 1
Amor de primavera


Notas iniciais do capítulo

Qualquer sugestão/critica será bem vinda :)

- Um capítulo a cada três dias -



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– Eu te amo

– Não diga coisas que poderá se arrepender depois... – um silêncio pregou-se

– Mas não tem motivo para eu me arrepender disso – ela chegou mais perto de meu rosto, seus lábios estavam a um dedo dos meus, seu hálito era quente, chegou-se um pouco mais para frente e pressionou seu lábio contra o meu. Tudo estava perfeito, perfeito até demais.

– Você... Você tem certeza que quer fazer isso? - ela me lascou mais um beijo, só que dessa vez na bochecha.

Marie se levantou assim então pude ver seu corpo por inteiro, ela estava linda, seu longo cabelo ruivo e cacheado á luz do Sol dava para pensar que estava pegando fogo, ela usava um longo vestido preto, um simples vestido para uma ocasião nem tão especial. Ela esticou sua mão para me ajudar a levantar, porém quando peguei sua mão, escorreguei e bati de costas no chão. Isso é de se fazer passar vergonha, mas eu simplesmente comecei a rir e ela deu um sorriso, um leve sorriso.

Levanto-me e seguro em sua mão e fomos para uma barraca armada ao lado do campo onde estávamos ‘’conversando’’. Sentamos ao chão e ela encostou sua cabeça em meu ombro.

– Podia ser assim todos os dias – disse ela – sabe eu e você, juntinhos nessa barraca.

Apenas solto uma risada falsa, sabia que não podia ficar com ela para sempre, sabia que o futuro dela estava em minhas mãos e não tinha como eu mudar isso, nada de bom estava para acontecer, esse é o preço por ser um meio-sangue.

– Seria legal, admito.

– Seria ótimo! Imagina. A gente se casava, vamos morar em uma casa verde, e quando voltarmos de nossa lua de mel, vamos ter dois filhos, ou melhor, três. Criaremos eles com livros em volta a todo o instante, vamos ter uma biblioteca gigante e uma pequena área de lazer na parte da frente, teremos aqueles pequenos enfeites de jardim e duas cadeiras de balanço na parte de trás – quando ela terminou de dizer nossos planos para o futuro, consegui ver um pequeno brilho em seu olhar, como se isso fosse a nossa esperança para um futuro melhor.

Começo a chorar. Sei que não posso oferecer isso a Marie, ela é uma garota tão bonita, engraçada, não merece o futuro que ela está predestinada... Eu acho que a amo... É muito errado eu dizer isso, eu sei. Acho que não sei nem o verdadeiro significado de amar, afinal, fui criado nas trevas, meu pai nunca comentou sobre o amor ou seus benefícios, mas do mesmo modo que sei que ele já amou minha mãe um dia, eu sei que eu amo a Marie hoje.

– Dave... Não chora, por favor, não chora... Eu te amo.

– Eu também te amo Marie, por isso o motivo de eu não poder ficar junto a você.

Levanto-me e pego minhas coisas e corro pela planície, uma pequena camada de nuvens negras começa a colorir o céu. Não adianta correr, tenho que enfrentar meu pai cara a cara, eu sou o príncipe fantasma, esse é meu destino. Eu sou o herdeiro do submundo. A chuva começa a ficar mais forte, sabia que não deveria desafiar meu pai, sabia o perigo que estava correndo. Dei mais um passo a frente e vi um buraco abrindo em baixo de mim e caio em um profundo escuro.


Acordo em uma caverna. Estou caído no chão e meu corpo está todo machucado, levanto-me com dificuldades e dou uma olhada em meu corpo, vejo que tenho uma ferida em meu tornozelo, uma ferida grande e profunda.




– Dave – sussurrou uma voz do fundo da caverna, uma voz macia e suave como a de uma flor, uma voz familiar.




Continuo andando em frente e observando a caverna, a caverna na verdade não parecia ser feita de pedra e sim de um material muito mais leve, como uma flor, mas não é possível uma flor ter uma temperatura tão baixa assim. Encosto minha mão na parede e comprovo o que eu disse, isso é uma flor


– Dave rápido – dessa vez a voz gritou, corri até o final da caverna e me deparo com uma flor, uma flor gigante. Dentro dela havia uma mulher, cabelos pretos e olhos castanhos, ela era muito familiar.

– Perséfone... – sussurrei para mim mesmo.

– Dave, ainda bem que você veio. – eu ouvia sua voz, mas não viu a sua boca se mexer – Me ajude, seu pai está uma fera com você, Hades não gostou nada de sua atitude, achou ela um ato de rebeldia.

– Quem disse que não era para ser – corto-a

Sinto que se ela quisesse me transformaria em uma joaninha agora mesmo, mas sei que ela está querendo algo, ela é Perséfone, sempre está querendo alguma coisa.

– Estou tentando te ajudar criança, mais respeito por favor. Como estava dizendo, seu pai está muito nervoso, não podia ficar no submundo por muito tempo, quando Hades fica nervoso ela começa a dar ordens em seus súditos, a transformar o submundo em uma obra de escravos, ele arranca todas as flores, destrói seu trono e chega um ponto que ele liberta seus inimigos do tártaro. Não podia ficar por lá muito tempo, então vim até a minha central, o coração das flores. – Percebo que só a dizer esse nome o local fica mais quente, penso seriamente em ficar dizendo por horas até eu poder me esquentar o suficiente para não morrer congelado.

– E para que você quer minha ajuda?

– Para acalma-lo é claro, porém a única que pode acalma-lo sou eu, mas o único jeito de eu ter a força para continuar no submundo e reanimando o coração mãe.

– De tantos filhos de Hades, você chama eu?! O Nico está muito ocupado para salvar o mundo novamente? Ou a Hazel está fazendo as unhas e não pôde atendê-la?

– Foi você que fez ele ficar zangado, foi você que mudou o humor dele

– FOI ELE QUE ME FEZ, FOI ELE QUE ME COLOCOU COMO O HERDEIRO, VOCÊ ACHA QUE É ISSO QUE EU QUERO... VOCÊ ACHA QUE É ISSO QUE EU MEREÇO?

Quando me deparo já estava chorando, vejo a cara de Perséfone e consigo perceber que ela está com dó, mas não o suficiente para me libertar, ela não me odeia, mas ela também não me ama.

– Dave, ninguém merece isso, ninguém, nem mesmo Nico – eu sabia do ódio que ela tinha por Nico, não só do Nico e sim de todos os filhos de Hades.

– Então por que eu? por que logo a maldita maldição do amor!

E foi assim que eu virei o jogo, citando algumas palavras, Perséfone não sabia o que dizer.

– Não estou aqui para falar sobre sua maldição – disse ela forçando a voz, como se minha maldição fosse motivo para luto – estou aqui por que tenho uma missão para você, recupera a flor e eu lhe removo a maldição, caso a contrario, sua vida vai ser um Hades.

– Eu recuso

Sabia que ela podia ter me matado agora, também sabia que ela era a única que podia retirar minha maldição e assim então poderia ficar junto com Marie...

– Bem se assim que quer. – Ela finalmente se moveu, saiu de sua flor e apontou um cajado dourado em minha direção, simplesmente desmaiei.



Acordo no mesmo lugar que ‘’dormi’’, no campo. Sinto-me muito fraco... Tinha desmaiado mais de cinco vezes no mesmo dia, a chuva tinha acabado e só estava trovejando.







‘’Você quis assim Dave, você quis assim’’ a voz de Perséfone suou em meus ouvidos, e logo depois um raio caio em cima da barraca onde Marie se encontrava.







– MARIE – sai correndo em direção a fumaça



Quando cheguei à barraca a fumaça já tinha desaparecido e só tinha ficado um cheiro de queimado no ar, o cheiro me faz ficar tonto e não consigo focar muito em volta.

Minha visão tinha voltado, porém preferia que ela não tivesse em foco novamente, eu não estava acreditando no que eu estava vendo, aquilo não podia ser real... Não podia. No meio da barraca tinha uma flor grande igual à de Perséfone, mas ao invés de ter uma jovem de cabelo preto, tinha uma garota de cabelo ruivo. Chego perto da flor e ajoelho-me, lagrimas começam a escorrer por minha face, minha garganta estava doendo de mais para falar, eu não sabia o que Perséfone queria fazer comigo, mas isso é longe de mais.

Levanto-me e olho para o buraco que o raio causou no teto, grito alto e claro o bastante para qualquer Deus(a) ouvir.

– EU ACEITO, PÉRSEFONE EU ACEITO SUA MISSÃO.



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Notas finais do capítulo

Qualquer sugestão/critica será bem vinda :)

- Um capítulo a cada três dias -



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