POV’s Harry

O tempo passou bastante rápido, as aulas não pareceram aumentar o nível de dificuldade, apenas a quantidade de pesquisas, nada muito difícil ou demorado.

Logo estávamos perto do Halloween ou Samhain, de acordo com as tradições bruxas, perto do dia que meus pais morreram. Não estou muito triste sobre perde-los, se isso não tivesse acontecido eu nunca teria conhecido Chris. Estamos agora na biblioteca, ela esta fazendo um ensaio de poções que Severus pediu que fizéssemos, era um trabalho de crédito extra, ouvi ele se perguntar se era prudente primeiros anos estudarem, mesmo que apenas parte teórica, poções de quinto ano pra cima, mas ele logo tentou esquecer, a poções que ele pediu dessa vez foi Pollisuco, uma descrição detalhada sobre a forma de preparo, consistência e cor finais, efeitos quando bem preparada e modos errados de se fazer.

Eu parei um pouco de escrever para observar minha amiga. Ela é o tipo que põe inveja nas outras garotas por causa do corpo, seios muito robustos para a própria idade, cintura fina, quadris largos, coxas torneadas e rosto de boneca. Mas tem um gênio terrível e um repertório de palavrões, em diversas línguas, que colocaria um marinheiro vermelho. Sem contar que, como eu, de acordo com o pai dela, ela simplesmente não consegue se tocar quando alguém cobiça ela...

É muito independente, apesar de ter sido mimada pelo pai, quer ser motivo de orgulho do mesmo.

A longa franja loira caia-lhe no rosto enquanto escrevia, mas ela não dava atenção, mais preocupada em não perder nem um grão de informação, se tudo correr como na escola trouxa, vamos pular vários anos por estudar demais.

Suspiro olhando para seu rosto, os olhos azuis focados no trabalho e expressão concentrada, uma cicatriz riscava a sua sobrancelha esquerda, trespassando o olho até o meio da maçã do rosto. Não muito visível para quem a olhasse sem cuidado, mas ainda marcada. Ela é cega daquele olho, mas tenta disfarçar e quase conseguiu enganar o médico, a única coisa que delatou a cegueira havia sido um teste para determinar o ponto cego do olho, um exame relativamente simples. Mas quando ela se recusou a fazer o teste no olho esquerdo a enfermeira tampou o olho direito dela e perguntou quantos dedos haviam na frente dela, como ela não poderia responder foi óbvio que ela era cega de um olho.Na verdade, o único problema que isso realmente trouxe foram enxaquecas, por forçar um dos olhos a enxergar o que o outro não vê, ela sobrecarrega o nervo e pode desmaiar se for muito ruim. Bom que ela ainda não passou por uma dessas crises.

Eu nunca soube como ela ficou cega, aos seis anos, ela voltou para casa com aquele corte no olho sangrando muito, mas quando perguntei ela apenas disse “ Dudley”. Depois nunca mais toquei no assunto.