The Hunters escrita por Fabio Gomez


Capítulo 1
O Bar




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Em um dia frio do inverno, Kristy estava andando pelas ruas da Valáquia, cidade famosa por ter muitos vampiros. Isso era exatamente o que Kristy era, uma vampira. Ela tinha deixado seu irmão em hotel ali por perto, ele conseguiria encotra-la quando acordasse.

Ao passar em frente a um bar, Kristy sente o cheiro de vampiros. Resolve entrar, talvez encontrasse alguém para conversar.

Logo que entra, vê um homem sentado no fundo do bar, com uma capa tapando seu rosto. Ele percebe que Kristy está observando e sorri.

Ela se senta no balcão.

- Uma dose de whisky, por favor.

- São 9 da manhã, não é cedo para uma mocinha como você beber? – o garçom diz servindo a bebida.

- Como disse, ainda e muito cedo, mas não para o whisky. Ele é só um substituto para o que realmente preciso.

- E do que precisa?

- Ora, não se faça de tolo! Sei o que você é, o que todos aqui são! Também sou.

- Sim, já percebi, ah, senhorita…

- Kristy. Kristy Leon Black.

Kristy bebe um gole.

- Meu irmão está dormindo em um hotel aqui perto, vim dar um passeio, conversar um pouco… Mas você não me disse seu nome.

- É Danniel Von Taxman. Mas me chame de Danny, senhorita.

- É bem comum vampiros terem o sobrenome ‘Von’. Meu irmão se chama Frederick Von Lastrange.

- Seus sobrenomes são diferentes, não são irmãos de sangue?

- Não, só de caçada.

- Entendi…

Nesse momento a porta se abre. Uma garota confusa entra, todos olham imediatamente para ela, era uma humana. Kristy mal podia se conter, o cheiro era tão forte e tentador, mas se controlou.

- Com licença, senhorita Kristy, vou ver o que a humana quer. Coitada, hoje pode ser seu último dia viva. – diz Danny enquanto se afasta.

Todos observam a garota, felizmente Kristy tinha vários poderes, entre eles o de ler mentes. Kristy bebeu mais um gole de whisky, olhou para a garota e começou a vasculhar sua mente. A garota era turista, veio com os pais para a Valáquia, estava confusa porque discutiu com eles, e fugiu do hotel. Estava com medo daquele lugar, mas não demonstrava.

Logo Danny voltou e tirou sua concentração.

- Kristy? Está me ouvindo?

- Sim Danny, o que quer?

- Estava lendo a mente dela, não estava?

- Sim, eu esta… -Danny a interrompeu.

- Eu sempre quis ter esse poder. Mas infelizmente, faço líquidos ficarem quentes ou frios.

- Tenho muitos poderes.

- Nossa, deve ser incrível! Mas, enfim, o que descobriu?

- Nada de mais. Ela é turista, discutiu com os pais, está com raiva e com medo, blábláblá, baboseira de humanos!

- Sabe, até que ela é bonitinha! Vou virar amigo dela, levá-la pra cama, e depois sugo todo o sangue dela! Se quiser, deixo um pouco pra você.

- Obrigada, mas prefiro sangue de homens! –Kristy riu.

- É você quem sabe!

Kristy bebeu mais um pouco enquanto Danny observava a humana. Quando olhou para trás, percebeu que aquele homem sentado o fundo estava observando ela.

- Hey, Danny, você sabe quem é aquele cara de capa lá no fundo?

- Não, ele sempre senta lá, no mesmo lugar. Sempre sozinho. Bebe conhaque e fica lá até o bar fechar. Há alguns dias atrás uma garota mandou um bilhete para ele, se sentou lá, conversaram por um tempo e depois ela saiu e nunca mais voltou.

- Estranho, não acha? E ele não para de me olhar.

- Vai ver ele está afim de você! - disse rindo.

- Há há, você é muito engraçado! – disse Kristy com sarcasmo.

Kristy se vira e vê o homem andando, meio manco, em sua direção.

- Merda, Danny! Você tem que controlar o que diz! Olha o que você fez! – Kristy sussurra.

- Desculpa, foi só uma… - O homem o interrompe.

- Olá, senhorita, posso me sentar aqui?

- Ah, pode. –diz Kristy meio confusa.

- O de sempre, Danny.

- Claro, mas, me desculpe perguntar, mas, como sabe meu nome?

- Tenho uma ótima audição, ouvi tudo!

- Ótimo!- Kristy pensa alto.

- O que?

- Ah, nada, esqueça… Mas então sabe meu nome?

- Sim senhorita Black. Deve ser uma coincidência, sou Duque Black.

- É, deve ser… Bem, muito prazer Duque. – Kristy estende a mão direita, o Duque segura e beija o dorço.

- Como eu estava dizendo, escutei toda a conversa, e vim dizer que não estou “afim” da senhorita como Danny disse. Estava olhando somente por curiosidade, é nova aqui no bar, é comum que eu demonstre curiosidade.

- Claro.

Os dois ficam em silêncio e Kristy volta a observar a humana. De repente o Duque diz:

- Observa muito essa garota. Disse que prefere sangue de homens, se interessa por ela?

- Claro que não! Só estou faminta. Não me alimento há dois dias.

Danny olha para Kristy, pega um copo e uma garrafa que estava em baixo do balcão, olha para Kristy e diz:

-Você é forte! Não consigo nem 3 horas. – Danny coloca o conteúdo da garrafa no copo – Toma aí. Só começamos a servir depois das 10 da noite, mas, bem, vou abrir uma exceção.

Todos olham para Danny e para o líquido espesso e vermelho que sai da garrafa. Kristy pega o copo e bebe aliviada, ela agradece.

- Não agradeça garota. Eu gostei de você.

Um homem se levanta e diz:

- Hey, Danny! Nós também queremos!

- Vocês sabem muito bem que é só de noite!

- Sabemos, mas porque a garota bebeu?

- Ela estava faminta, não bebe há dois dias!

- Entendi… – diz o homem enquanto tira um papel do bolso. Ele chega perto do ouvido de Kristy, coloca o papel no balcão e sussurra:

-Olha só, sou Daron, se precisar de ajuda para caçar, é só me ligar.

Kristy sorri, olha para Daron e diz:

-Claro, fique esperando.

Daron ri, pisca para Kristy e se volta a se sentar com os amigos.

- Nossa! Você é rápida! – diz Danny rindo.

- O que? Pare de rir!

- Tá! Esse é o cara mais forte daqui, as vampiras que vem aqui passam semanas tentando falar com ele, mas ele só fala com os amigos dele. E você? Não faz tanto tempo que está aqui e ele já te passou o telefone dele!

-Tá, agora pare de idiotice e me serve mais whisky!

- Quer saber? Não vou mais matar a humana. Vou transmutar ela, e a gente monta um clã! Topa?

- Bem, seria legal. Melhor do que matar ela. Então, a gente forma o clã, eu, você e o Frederick, e quando ela virar vampira, entra também.

- Ah, com licença senhorita Black, vou voltar para minha mesa nos fundos, até mais.

-Ta certo, até mais. – diz Kristy sem dar muita atenção ao Duque.

- Claro, perfeito! Seriamos irmãos de caçada, certo?

- Sim. Agora só temos que esperar o Frederick chegar e decidimos o nome.

- Certo. Vou pegar uma bebida pra mim.

Kristy se debruça no balcão enquanto Danny pega a bebida. Kristy ouve uma voz fraca se dirigindo á ela:

- Com licença… Pode parecer que estou procurando briga, e bem, acredite, não estou, mas, porque vocês me olham tanto?

Kristy levanta a cabeça, vê que é a humana, dá um sorriso sarcástico e olha para a humana.

- Quer mesmo saber?

- Ah, bem, quero! – diz a humana confusa e com medo.

- Você entrou no covil do diabo, pequena.

- O que? Como assim?

- Calma, não somos demônios. Somos só vampiros. E você, uma presa fácil. – diz Kristy outra vez sorrindo sarcasticamente e com os olhos vermelhos.

- Bem, me disseram que havia vampiros na Valáquia…  – disse a garota tentando disfarçar o medo.

Danny volta, olha para a garota e fica parado. Kristy percebe e ri.

- Sei o que está pensando, mas não babe Danny!

- Ele quer me morder?

- Não! Eu não machucaria você!

Os dois trocam olhares e Kristy diz.

- Bem, acabamos de comprovar a teoria de que amor a primeira vista existe!

- O que? – Danny e a humana dizem.

- Ora, não tentem me enganar! Leio a mente de vocês, esqueceram? Estão apaixonados! Ah, o amor é lindo – Kristy diz a última frase em tom de ironia – é melhor irem conversar em outro lugar, sozinhos, odeio esse tipo de coisa! Mas primeiro, diga seu nome, humana.

- É Zoe.

- Ta certo, ‘Zoe’.  Sou Kristy e ele é Danny.

Os dois se afastam, conversando.

- Não acredito que uma paródia daquele filme ta acontecendo bem aqui na minha frente! Só porque odeio o filme e esses casais, merda! – resmunga Kristy.

A porta se abre. Era Frederick. Ele se senta ao lado de Kristy.

- Olá, Frederick.

- Oi, Kris.

- ‘Kris’, sabe que odeio quando me chamam assim!

- Claro, me desculpe.

- Mas, enfim, tenho boas noticias. Agora temos um clã, um irmão, e quem sabe uma futura irmã.

- Que? Quem são eles? Pensei que não quisesse mais ninguém caçando com a gente.

- São aqueles dois ali. Ele é o Danny, e ela, Zoe, futura namorada dele. E eu não queria seus amiguinhos idiotas. Eles são legais.

- Mas ela não é vampira.

- Mas vai virar.

- Mas…

- Não discuta.

-Merda. Mas, acho que eles já estão namorando.

- Como assim, acabaram de se conhecer! – Kristy olha pra trás e os dois estão se beijando. – Depois eu que sou rápida!

- Que?

- Nada, esquece.

Os dois voltam de mãos dadas.

- Estão querendo imitar aquele filme de vampirinhos que brilham, é?

- Do que está falando? Deixa pra lá. Kristy, Zoe quer virar vampira.

- Ta, disso eu já sabia. Bem vinda ao clã.

- Mas tem uma coisa… Eu não vou morder ela… Eu disse que não iria machucá-la, e não vou.

- Claro, eu mordo ela.

- Sério, Kris? – diz Zoe feliz.

- Será que todo mundo resolveu me chamar de Kris só porque eu odeio isso? E sim, é sério.

- Obrigada!

- Você vai mesmo? – diz Danny.

- Já disse que sim.

Danny abraça Kristy.

- Obrigada! Você vai ser uma irmã incrível!

- É, obrigada. Mas eu não gosto de abraços. – diz Kristy afastando Danny.

Fred ri.

- Uma irmã incrível e fria.

- Ah, então, você é o Frederick.

- É, sou. Chame-me de Fred, Danny.

- Mas, gente, quando você vai me morder, Kris? Quero dizer, Kristy.

- Não sei, pode ser agora, lá no beco. Você pode sair do bar, Danny?

- Claro, vamos lá.

- Esperem. Como vai ser o nome do clã? – diz Fred.

- Hunters. – diz Kristy. – Todo mundo topa?

Todos concordam. Kristy tira uma nota do bolso e deixa encima do balcão. Eles se dirigem até a porta, Daron percebe que vão sair, e pisca para Kristy, que responde com um sorriso.

O Duque, ao ver os quatro sair, vai atrás. Daron desconfia de algo e vai atrás dele. 


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