Eu não queria estar aqui. Sério. Eu sou a vítima! Eu deveria estar em casa vendo Doctor Who. Mas não, a vadia loira tinha que me meter em encrenca e me fazer ir para um reformatório. REFORMATÓRIO! Ok, não era muito bem um reformatório. Eu ia ficar o resto dos meus 3 meses de férias num casarão o meio do nada, que hospedava pessoas com "comportamentos errados".

"É isso que você ganha por ter tentado roubar um mp3." minha mãe disse antes de me largar na frente desse quase-presídio. Pois é, ninguém entende que uma tal vaca chamada Glimmer enfiou a porcaria de cinto (pois é) dentro da minha bolsa sem eu perceber. E não tinha nada para provar que eu não tinha feito nada. Para você ter uma noção a loja não tinha camera de segurança! Que loja não tem camera de segurança, my doctor?

Atravessei a porta principal com a minha mala super ultra pesada. Afinal, eu iria ficar três meses naquele lugar. Uma mulher morena "aparata" na minha frente (e quando digo "aparata" eu não estou brincando).

– Olá, Clove, não? - assenti. Ela deu um sorriso. - Sou Portia, seu novo braço direito. Quero dizer, terapeuta, mas eu prefiro "braço direito". Cada um aqui dentro tem uma, e eu sou a sua.

– Yay?

– Sim, yay! - ela responde aos pulinhos.

Ela estava usava uma blusa verde escura de gola V com um saia por cima colada até os joelhos preta. Parecia ser nova, talvez com os seus 23 anos.

– Aqui está seu caderninho, ou diário, o que quiser. Você deve escrever o que aconteceu com você nos dias aqui, e em cada pequena consulta que você tiver comigo você me entrega se quiser. Espero que goste do Instituto Panem, Clove. - ela se virou para o corredor, mas se voltou. - Ah! Na primeira página tem um formulário. Preencha e depois arranque para me entregar amanhã.

– Hm... ok.

~(...)~

Aquilo não era um reformatório, parecia um tipo de internato, ou coisa do tipo. Quando cheguei no meu quarto percebi que iria dividir ele com outra pessoa, mas felizmente, ela não estava presente no momento. Ótimo, só falta eu dividir o quarto com uma assassina. Uma das paredes do quarto era roxa e tinha uma cama encostada nela, sem nenhum pertence perto. Como adivinharam que minha cor favorita era roxo? Já estou gostando desse lugar. #sqn

A outra parede era verde e havia uma cama cheias de CDs, livros e roupas em cima. Na parede de frente da porta havia uma janela no canto com cortinas e uma escrivaninha com canetas e lápis, e um caderno. O que supus ser da minha companheira. Na parede da porta havia uma TV pequena e uma geladeira.

Joguei minha mala em cima da minha nova cama, joguei o caderno da outra de lado e abri o meu pegando uma caneta. Comecei a preencher o formulário.

Nome Completo: Clove Fuhrman.

Idade: 16 anos.

Sexo: Feminino (o rlly?)

Colégio: Panem High Scool.

Data de nascimento: 21/06/97

Tinha mais perguntas desnecessárias naquele formulário desnecessário, mas não vale apena citar. Quando estava prestes a me levantar a ouvi o barulho da porta se abrindo, me virei e ví uma garota de estatura média - ou seja, maior do que eu -, cabelos castanhos escuros presos numa trança e olhos cinzas como um céu nublado.

– Oi? - falei/perguntei. Parecia que ela tinha saído de um transe quando me dirigi a palavra. Ela apalpou a roupa como se tivesse caído em algum lugar e estivesse a limpando; e esticou a mão dando um sorriso. A apertei meio hesitante.

– Sou Katniss Everdeen. Você é novata, não?

– Você já me viu no mesmo quarto que o seu?

Ela arqueou as sobrancelhas quando percebeu a minha fala carregada de sarcasmo. Que foi? Eu sou assim!

– Ok, Srta. "Sou irônica, oi!". - ela brincou. Deu um sorrisinho, achando de alguma forma aquilo um elogio. (oi?)

– Sou Clove, Srta. "Você é irônica, oi!"

E foi aí que tudo mudou.

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Just Kidding.