Ká-bum! escrita por Nobody


Capítulo 11
Capítulo 10 - Sentimentos




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Dois dias se passaram sem que Willian e Alicia conversassem. Ela continuou a trabalhar no jardim, enquanto ele não saía de casa, até que um pedido de seu tio o fez ir ao jardim com a sua noiva.
A pequena garota destinada a ser sua esposa colhia alegremente as flores, se divertindo no jardim. Ela era extremamente agradável e estava linda brincando com as flores que encontrava, mas seu olhar estava em um outro lado do jardim, onde ele via Alicia cuidando das flores.
Ao longe, pôde vê-la fincando um espinho em seu dedo e dando um leve salto para trás. Ele sorriu levemente com tal cena, mas logo seu sorriso desapareceu. Lembrara das terríveis coisas que falara para ela. Logo sentiu um grande aperto no peito e olhou para a menina sentada colhendo as flores. Ele se abaixou, colocando-se em uma posição que conseguisse fitá-la diretamente nos olhos.
- Diana, por qual motivo queres se casar comigo?
- Oras, meu noivo, por que perguntas isso para mim?
- Por favor, me responda.
Por um tempo ela permaneceu em silêncio encarando-o e procurando palavras para respondê-lo.
- Meu pai está doente e ele tem o desejo de ver sua única filha casada antes de falecer.
- Apenas por isso?
- Eu também sei que és um bom rapaz, vindo de uma família nobre que a muito tempo é amiga da minha. Sei que tens uma bela educação, és forte e robusto, gentil e muito simpático. Sei que por isso podes me fazer feliz.
- Então você não gosta de mim?
Ela olhou-o espantada.
- Não é bem assim que deves pensar, és um excelente partido... - ela não sabia como responder a tão inusitada pergunta.
- Sejas sincera, não gostas de mim. Sinto em dizer-lhe isso, mas também não sinto nada além do que uma grande amizade por ti. Digo que me caso forçadamente, e sei que isso também ocorre com a senhorita. Sei que tens uma longa vida pela frente e peço que aproveite-a. Não siga os desejos de seu pai, siga os seus.
Ele saiu deixando a garota perplexa, a qual o seguia com o olhar até ele sumir da vista.
****
Ele foi ao poço atrás da casa e permaneceu um tempo sentado, em seu olhar permanecia como um vácuo e seu coração estava tão vazio quanto sua mente.
Seu momento de consternação foi preterido pelos passos de alguém que se aproximava. Como um impulso ele abaixou, escondendo-se. Levantou um pouco o olhar e logo viu que era Alicia que vinha pegar água para começar seu trabalho com esta parte do jardim.
Ele continuou abaixado enquanto criava coragem e pensava no que dizer a ela. Logo se levantou e assim ela notou a presença dele. Alicia abaixou a cabeça e começou a regar as plantas como se não o tivesse visto.
- Alicia...
Ela não olhou para ele, nem ao menos pareceu ter o escutado.
- Alicia, por favor, olhe para mim.
Ela virou a cabeça olhando-o, mas rapidamente voltou a sua posição.
- Alicia, você está bem?
- Estou, senhor.
Como apenas duas palavras podiam demonstrar tanta raiva? Apenas o som da voz da garota o fez remoer-se por dentro. Quando iria aprender a tratar os outros de uma maneira correta?
- Me perdoe Alicia... realmente, peço perdão por ter te falado aquilo...
Ela permanecia em silêncio, um silêncio que deixava Willian sentir-se terrível.
- Alicia, eu falei com a Diana. Pelo visto ela também não pretende casar comigo por vontade própria. Não iras mesmo falar comigo? Eu já pedi perdão. Por favor, converse comigo...
- O que queres que eu diga, SENHOR? Pois como disseste, sou apenas uma criada. Diga-me o que queres que eu fale com você, pois falarei. Tenho apenas que te servir, não é? Seguir tuas ordens, não é?
- Alicia, não digas isso... você virou uma amiga minha!
- Grande amiga não? Não me peças mais alguma opinião minha, ou mesmo a minha amizade; do que ela serviria ao senhor, ó SENHOR! Apenas uma garota tratada como escrava nos dias atuais!
- Alicia... me perdoe..
- Quantas vezes irás pedir perdão?
- Quantas vezes terei que pedir perdão?
Ela virou-se. Ele era realmente um moço insistente.
- Eu vou partir. Sairei daqui no dia do meu casamento, já que ele está tão perto. Assim eu poderei calcular certamente como eu irei.
- E por que dizes isto a mim?
- Porque quero que venhas comigo.
A garota deixou seu regador cair no chão e o olhou terrivelmente assombrada.
- Estás louco?!
- Eu quero investigar a morte de meus pais. Sinto em dizer isso, mas acho muito suspeito como eles morreram, temo que tramaram a morte deles. Não posso me casar pensando nisso.
- Não queres casar apenas por este motivo? Sinto, mas não lhe acompanharei nesta louca aventura.
- Alicia, eu preciso de você... por favor!
Ela pegou o regador no chão e foi enchê-lo novamente para continuar seu trabalho. Mas ela foi bruscamente interrompida. Em um piscar de olhos, ela já se via nos braços de Willian, sentindo seus lábios encostarem nos dele em um beijo. Ela afastou-se dele olhando-o espantada. Willian estava com os olhos trêmulos expressando uma enorme tristeza. Ao vê-lo assim, ela também sentiu tal tristeza, mas revidou dando um tapa no rosto de Willian e saiu correndo logo em seguida.
O regador permaneceu no chão, assim como Willian permaneceu na imensa decepção que tinha consigo mesmo.


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