Rodovia da Realeza escrita por Melllll


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Histórinha tosquinha e monótona. [autora chata é outros quinhentos... >



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Sentia-se sozinho como jamais estivera até aquele dia, os grandes olhos verdes desaguavam sob o céu crepuscular a dor e o sofrimento que inundava seu peito, entre os lábios rosados e trêmulos mantinha-se um cigarro, este queimando lentamente, a nicotina aos poucos aliviando a tortura em seu organismo, maquiando a solidão causada pela perda, um desespero real e tortuoso.

O palpitar em seu peito marcava-no como adagas perfurando-lhe, acabando-lhe com os vestígios de algo humano que existira em sua feição num passado não muito longe. E ao caminhar lentamente pela rua movimentada de carros e caminhões apressados e escura, ele sentia-se como uma criança só e desprotegida.

A solidão acarretava-lhe lembranças tão extremamente afiadas quanto as adagas em seu peito, lembranças essas que feriam mais que os antigos cortes cicatrizados em seus pulsos, os antigos cortes feitos para machucar e camuflar outras dores, todos agora tão inúteis e superficiais. Lembranças essas tão felizes que chegara a machucar-lhe, fazendo-o implorar assim que alguém lhe tirasse rapidamente de seu corpo, evitando o resto de sua vida.

Enquanto recolhia-se em sua inútil insignificância ele vagava, as lembranças suplicando-lhe à mente até que seu único desejo era que ao colocar seus dedos sobre as têmporas latejantes pudesse saciar toda a falta que ele lhe fazia, todo o desejo e a emoção que os acontecimentos do dia pudessem desaparecer, e quando abrisse os olhos escurecidos pela tristeza pudesse vê-lo sorrir novamente ao seu lado, sentir o calor de seu corpo e beijar-lhe o doce dos lábios. Mas, seu desejo não era realizado, nada o que ele pedisse ou implorasse lhe seria concedido nessa negra e vazia escuridão.

Hoje, ele havia sido abandonado pelos céus, pelos homens, e o mais importante, por ele. Vendo assim todos os momentos aos quais haviam vivido até hoje, lamentava-se até a última lágrima que ousava em cair, desejando novamente que sua vida fosse-lhe arrancada de si, afinal ele não merecia continuar nesse mundo, não quando a pessoa a quem mais amou já não pertencia mais a esse plano, e mesmo se merecesse ou desejasse, respirar e viver era a última coisa a qual esperava naquele fim de tarde.

E assim, em seu maior momento de desespero que ele o viu. E isso foi o suficiente para fazer o coração de Gerard bater mais forte naquele dia, bater de um modo que nunca tinha batido antes. Algo como se sentir vivo novamente, ouvindo o martelar de seu coração transbordando de sentimentos que se misturava; emoção, ansiedade e nervosismo.

Bastava ali atravessar aquela grande e movimentada rodovia. Chegando ao outro lado receberia o prêmio maior, o qual tanto desejara nas últimas horas - depois dos fatos passados - recuperar em seus braços, acariciando assim sua face doce e suave, beijando-lhe os lábios finos e amargos, o toque de suas mãos geladas em seu rosto, mirando seu olhar inexpressivo e morto.

Distraíra-se assim ao ver a imagem do amor de sua vida parada ali, aquele que tanto amou, dedicando sua vida inteira apenas a ele e mais ninguém e que agora se encontrava ali, tão pálido, cristalino, angelical, mais bonito do que Gerard o conhecera na sua mocidade.

Era seu Frank ali do outro lado, seu lindo e pequenino Frank.

Com os joelhos bambos caminhou lenta e solenemente dando passos menores a cada segundo, paralisou aquele momento, gravando na memória o incrível sorriso que Frank exibia em seu rosto, a roupa que o menor usava, as mãos esticadas como se o esperasse, como se o chamasse para um abraço, como se o quisesse.

E assim seguiu rua à frente, sem prestar atenção em mais nada do mundo ao seu redor, apenas naquele que fizera de seus dias, os mais felizes da sua vida, sem sombra de dúvida.

 

Sonolento mais insistente.

Era a descrição perfeita para os motoristas que passavam naquele fim de tarde na rodovia.

Não os culpava, afinal dirigiam dia e noite, madrugada adentro, sobrando-lhe poucas horas as quais pudessem gozar de alguns minutos de sono.

E foi por um desses motoristas; desavisado que ao piscar o olho um pouco mais demoradamente do que o normal, fez o favor que Gerard tanto pedia em seu íntimo, tirara-lhe a vida fora, jogando sua alma agora em um esplendor magnífico aos braços de seu confidente e parceiro, tornando a deixar Gerard Way e Frank Iero juntos novamente, assim como deveria ser.

 

Pois muitas vezes a vida separa-nos de quem amamos, sendo isso melhor ou pior para conosco, mas nada impede de que a morte, a realeza doentia entre os amantes, não possa tornar a unir o que o destino separou, fazendo resplandecer no coração daquele que ama verdadeiramente, o aconchego da união.


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Notas finais do capítulo

Meeeeeeeeeeesmo sendo esse pé no saquinho, alguns reviws não seria pedir demais?!! Tipo, nem que seja pra dizer que está realmente horrííííível.